domingo, 11 de agosto de 2013

Efemérides de Setembro

28 de Setembro

A 28 de Setembro de 1878 é inaugurada a iluminação pública em Cascais. CENA
GALANTE (séc. XVIII). Museu da Música Portuguesa - Casa Verdades de Faria, Cascais.
27 de Setembro

A 27 de Setembro comemora-se o “Dia Mundial do Turismo”. Um dos pólos de
atracção de turistas tanto nacionais é a azulejaria portuguesa. Ao longo de
mais de cinco séculos, o azulejo tem sido usado em Portugal, como elemento
associado à arquitectura, não só como revestimento de superfícies, mas também
como elemento decorativo. Pela sua riqueza cromática e pelo seu poder descritivo,
o azulejo ilustra bem a mentalidade, o gosto e a História de cada época, sendo
muito justamente considerado como uma das criações mais singulares da Cultura
Portuguesa e um paradigma da nossa Identidade Cultural Nacional. O património
azulejar da cidade de Estremoz é riquíssimo e está maioritariamente distribuído
pelos seguintes edifícios: Convento dos Congregados do Oratório de São Filipe de
Néri, Ermida de Santo Cristo, Convento das Maltesas, Convento de São Francisco,
Palácio Tocha, Igreja do Anjo da Guarda, Antigo Hospital da Misericórdia, Convento
de Nossa Senhora da Consolação, Passos da Irmandade do Senhor Jesus dos Passos,
Armaria de D. João V (Pousada da Rainha Santa Isabel), Igreja de Santa Maria,
Capela da Rainha Santa Isabel, Igreja de São Tiago, Estação da CP de Estremoz,
Quinta de Nossa Senhora do Carmo, Ermida de Nossa Senhora da Conceição e Ermida
de Nossa Senhora dos Mártires. PAINEL DE AZULEJOS POLíCROMOS DE TEMÁTICA
MARIANA (c. 1669) - Ermida de Nossa Senhora da Conceição, templo maneirista
situado nos arredores de Estremoz, edificado no último quartel do século XVI.
26 de Setembro

Por volta das 2 horas e 45 minutos (hora de Lisboa) do dia 26 de Setembro de
1993, entrou em órbita o PoSAT-1, o primeiro satélite português. Foi lançado
ao espaço no voo 59 do foguetão Ariane 4, tendo o lançamento sido realizado
no Centro Espacial de Kourou, na Guiana Francesa. O satélite, com cerca de
50 kg de peso, separou-se com êxito do foguetão a 807 km de altitude, 20
minutos e 35 segundos após o lançamento. O projecto custou cerca de 5
milhões de euros, foi dirigido pelo cientista Fernando Carvalho Rodrigues e
foi desenvolvido por um consórcio de universidades e empresas portuguesas, 
tendo o satélite sido construído na Universidade de Surrey, em Inglaterra.
Azulejos de temática astronómica, representando o sistema ptolomaico do
mundo, os signos do Zodíaco e a passagem do cometa Hevelius em 1652.
Serviram para ensinar astronomia nos séculos XVII e XVIII. Museu Machado
de Castro, Coimbra.
25 de Setembro

A 25 de Setembro de 1507, Afonso de Albuquerque (1463-1515), comandando
uma frota de seis navios e quinhentos homens chega à ilha de Ormuz no Golfo
Pérsico, um dos centros chave do comércio no Oriente. A sua chegada fora
precedida de uma terrífica reputação, pelo que rapidamente toma posse da
ilha, cujo rei concordou tornar-se vassalo do rei de Portugal. AFONSO DE
ALBUQUERQUE NA TOMADA DE ORMUZ (1933) - Painel de azulejos de Jorge
Colaço (1868–1942). Centro Cultural Rodrigues de Faria, Forjães, Esposende.
24 de Setembro

A 24 de Setembro de 1834, morre D. Pedro IV, o Libertador (1798-1834), rei de
Portugal e primeiro imperador do Brasil. Revestimento a azulejo no corredor das
mangas do Palácio de Queluz, local onde nasceu D. Pedro IV.
23 de Setembro

A 23 de Setembro de 1822 a Assembleia Constituinte aprova a primeira Constituição
Portuguesa, saída da Revolução Liberal de 1820. Será jurada a 1 de Outubro, pelo rei
D. João VI - o Clemente (1767-1826). Ao jurar a Constituição Liberal, D. João VI
desencadeia revoltas absolutistas sustentadas pelo príncipe D. Miguel (1802-1866),
a Vila-Francada (1823) e a Abrilada (1824). Consequência final: a prisão da rainha
D. Carlota Joaquina (1775-1830) em Queluz e o exílio para o estrangeiro do filho,
o futuro D. Pedro IV,  o Libertador (1798-1834), que lhe sucedeu após a sua morte
em 1826. D. JOÃO VI – Painel de azulejos do Jardim do Palácio Galveias, em Lisboa.
22 de Setembro

A 22 de Setembro de 2000, assinalou-se em Portugal o primeiro Dia Europeu Sem
Carros. Aderiram cidades como Aveiro, Beja, Évora, Leiria, Lisboa, Porto e Sintra,
nas quais algumas ruas foram fechadas ao trânsito, levando a população a poupar
nas suas deslocações e a optar por meios de transporte alternativos. Genericamente,
a efeméride procura sensibilizar o público para a necessidade de reduzir o tráfego
rodoviário citadino, visando aumentar a qualidade de vida e assegurar a
sustentabilidade dos recursos naturais, através da opção de alternativas de transporte,
tais como os transportes públicos e bicicletas. CENA DE CAÇA (séc. XVIII) - Painel de
azulejos, Palácio Biscainhos, Braga. D. JOÃO VI – Painel de azulejos no Jardim do Palácio
Galveias, Lisboa.
21 de Setembro

A 21 de Setembro celebra-se o Dia Internacional da Paz, proclamado pela Organização
das Nações Unidas em 30 de Novembro de 1981, como um dia de cessar-fogo e de não-
-violência em todo o mundo. Painéis de azulejos (1730) com episódios relativos à vida
de S. Lourenço (225-258), mártir e um dos primeiros diáconos da Igreja. Da autoria de
Policarpo de Oliveira Bernardes (1695-1778), azulejista português do século XVIII, integrado
no chamado ciclo dos mestres da produção azulejar portuguesa. Revestem o interior da Igreja
de S. Lourenço, situada em S. Lourenço, na freguesia de Almancil, Loulé e classificada
como Monumento Nacional.
20 de Setembro

A 20 de Setembro de 1540, realiza-se, em Lisboa, com a presença da Corte, o
primeiro auto-de-fé da Inquisição em Portugal. Painel de azulejos da Casa da
Inquisição, no Centro Histórico da vila de Monsaraz.
19 de Setembro

A 19 de Setembro de 1761 é proibido o transporte de escravos para Portugal, assim
como o tráfico de pessoas no país. ALDEIA INDÍGENA -  Painel de azulejos da fortaleza
de São Miguel em Luanda.
18 de Setembro

A 18 de Setembro de 1489, no regresso da viagem à Índia, Vasco da Gama chega a
Lisboa. VASCO DA GAMA (1901-1910) - Azulejo (14,5 cm x 14, cm). Fabrico do Atelier
Visconde de Sacavém, Caldas da Rainha. Museu Nacional do Azulejo, Lisboa.
17 de Setembro

A 17 de Setembro de 1768, morre Manuel da Maia (1677-1778), arquitecto e
engenheiro que foi regente da Aula de Fortificação, onde teve como aluno o
futuro rei D. José I (1714-1777) e que viria a ser incumbido da realização de
trabalhos de fortificação em Lisboa, Estremoz, Beira e Abrantes. Nomeado
Engenheiro-Mor do Reino em 1754, esteve directamente envolvido e foi
responsável pela elaboração da planta da cidade de Lisboa e por ambiciosos
projectos de engenharia como o Aqueduto das Águas Livres, em Lisboa.
Em Novembro de 1755, na sequência do Terramoto de Lisboa, coordenou a
reconstrução da cidade, sendo um dos responsáveis pela Baixa Pombalina,
tal como é conhecida. Foi também Guarda-mor da Torre do Tombo. Foi
igualmente alvo de várias homenagens em vida, das quais se salienta a
atribuição do título de fidalgo da Casa Real e de General. TERREIRO DO
PAÇO - Excerto do painel de azulejos “Grande Panorama de Lisboa”
(1700) anterior ao terramoto, de Gabriel del Barco,  proveniente do
Palácio dos Condes de Tentúgal, na Rua de Santiago, em Lisboa.
Museu Nacional do Azulejo, Lisboa.
16 de Setembro

A 16 de Setembro de 1769, Sebastião José de Carvalho e Melo (1699-1782), nobre,
diplomata e estadista português, secretário de Estado do Reino durante o reinado
(1750-1777) de D. José I (1714-1777), já anteriormente agraciado pela sua folha de
serviços com o título de Conde de Oeiras, recebe o titulo de Marquês de Pombal,
instituído por decreto de D. José I. CENA GALANTE (séc. XVIII) – Painel de azulejos
dos Jardins do Palácio de Marquês de Pombal, em Oeiras.
15 de Setembro

A 15 de Setembro de 1765 nasce em Setúbal, o poeta Manuel Maria Barbosa l'Hedois
du Bocage (1765-1805), considerado por muitos o maior representante do carcadismo
lusitano. Legou-nos obras como: Elegia que o Mais Ingénuo e Verdadeiro Sentimento
Consagra à Deplorável Morte do Illmo. e Exmo. Sr. D. José Tomás de Menezes (1790);
Rimas – 1º tomo (1791); Queixumes do Pastor Elmano contra a Falsidade da Pastora
Urselina (1791); Idílios Marítimos (1791): Eufémia ou o Triunfo da Religião (1793);
Elogio poético ao capitão Vicente Lunardi, o primeiro nauta que fez uma ascensão
aerostática em Portugal (1794); Rimas – 2º tomo (1799); Elogio aos Faustíssimos
Annos do Serenissimo Principe Regente Nosso Senhor; Rimas – 3º tomo (1804);
Epicédio na Sentida Morte do Ilustríssimo, e Excelentíssimo Senhor. D. Pedro José
de Noronha, Marquez de Angeja (1804); Improvisos de Bocage na sua mui perigosa
enfermidade (1805); A Gratidão (1805); Novos Improvisos de Bocage na sua moléstia
(1805); A Saudade Materna (1805); Mágoas Amorosas de Elmano (1805); A Virtude
Laureada (1805). É de realça ainda a sua intensa actividade como tradutor.
BOCAGE - Painel de Azulejos de A. Carvalho, em Setúbal.
14 de Setembro

A 14 de Setembro de 1992, o poeta, romancista, contista e dramaturgo e ensaísta
Miguel Torga (1907-1995) recebe o prémio literário francês Ecureuil, do Salão do
 Livro de Bordéus. Miguel Torga era o pseudónimo de Adolfo Correia da Rocha,
um dos mais influentes escritores portugueses do século XX. Painel de azulejos
na parede traseira da capela de São Leonardo de Galafura, um dos locais
predilectos de Miguel Torga para observar, admirar e inspirar-se no rio Douro.
O painel reproduz o poema “São Leonardo de Galafura” publicado no “Diário IX”.
13 de Setembro

A 13 de Setembro de 1877, morre com 67 anos, Alexandre Herculano (1810-1877),
político, escritor, historiador, jornalista e poeta português da era do romantismo. 
Autor de uma vasta obra distribuída por múltiplos domínios, das quais há a salientar:
POESIA - A Voz do Profeta (1836), A Harpa do Crente (1838), Poesias (1850 );
TEATRO - O Fronteiro de África ou três noites aziagas (1838), Os Infantes em
Ceuta (1842); ROMANCE - O Pároco de Aldeia (1825), O Galego: Vida, ditos e
feitos de Lázaro Tomé (1846); ROMANCE HISTÓRICO - O Bobo  (1843), O
Monasticon (1844-1851), Lendas e narrativas – 1851; HISTÓRIA - História de
Portugal: 1.ª época, desde a origem da monarquia até D. Afonso III (1846-1853),
História da Origem e Estabelecimento da Inquisição em Portugal (1854-1859),
Portugaliae Monumenta Histórica (1856-1873); OPÚSCULOS (1837-1877);
OUTRAS OBRAS: - De Jersey a Granville (1831); Estudos sobre o casamento civil:
por occasião do opusculo do sr. Visconde de Seabra sobre este assumpto (1866). 
ALEXANDRE HERCULANO - EVOCAÇÃO ESOTÉRICA DUM EPISÓDIO DE "EURICO,
O PRESBÍTERO". (1995-96). Painel de azulejos de Mestre Lima de Freitas
(1927-1998), produzido na Fábrica de Cerâmica de Constância. Estação da CP
do Rossio, Lisboa.
12 de Setembro

Morre a 12 de Setembro de 1871, com 31 anos, vítima de tuberculose, o médico e
Escritor Júlio Diniz (1839-1871), pseudónimo literário de Joaquim Guilherme Gomes
Coelho, criador do romance campesino e autor de obras como: As Pupilas do Senhor
Reitor (1869), A Morgadinha dos Canaviais (1868), Uma Família Inglesa (1868), Serões
da Província (1870), Os Fidalgos da Casa Mourisca (1871), Poesias (1873), Inéditos e
Dispersos (1910), Teatro Inédito (1946-1947). Além daquele pseudónimo usou também
o de Diana de Aveleda, com o qual se iniciou na vida literária e subscreveu crónicas no
Diário do Porto e pequenas narrativas ingénuas como “Os Novelos da Tia Filomena” 
1862) e o “Espólio do Senhor Cipriano” (1863). JÚLIO DINIS (1940) - painel de azulejos
na fonte Júlio Diniz em Ovar, painel que se encontra ladeado por outros dois painéis
de azulejos com cenas do seu romance “As Pupilas do Senhor Reitor”.
11 de Setembro

A 11 de Setembro de 1942 morre Bento Gonçalves(1902-1942), 40 anos, Secretário
Geral do PCP (1929-1942), no campo de concentração do Tarrafal, Cabo Verde,
depois de sete anos de prisão. CEIFEIRA - Painel de azulejos na sede do PCP, Lisboa.
10 de Setembro

A 10 de Setembro de 1756 é criada no reinado (1750-1777) de D. José I (1714-1777),
pelo seu Primeiro-Ministro e futuro Marquês de Pombal, Sebastião José de Carvalho e
Melo (1699-1782), a Região Demarcada do Douro (a primeira Região Demarcada e
Reconhecida do Mundo), onde se produzem os vinhos correspondentes às denominações
de origem “Porto” e “Douro”. Esta região estende-se ao longo do vale do Rio Douro e dos
seus inúmeros afluentes, desde Barqueiros (Mesão Frio), até Barca d'Alva, numa área
 aproximada de 250.000 hectares, dos quais 48 mil são ocupados por vinha, e dela fazem
parte 22 municípios, abrangendo concelhos dos distritos de Vila Real, Viseu, Bragança e
Guarda. A Região Demarcada do Douro divide-se em 3 "zonas": - O BAIXO-CORGO
com 51% da área ocupada por vinha, é toda a margem direita do Rio Douro, desde
Barqueiros ao Rio Corgo (Régua). Na margem esquerda, desde a freguesia de Barrô até
ao Rio Temi-Lobos, nas proximidades da Vila de Armamar; - O CIMA-CORGO – com
36% da área ocupada por  vinha, apoia-se na anterior e vai até ao meridiano que passa
no Cachão da Valeira; O DOURO SUPERIOR - com aproximadamente 13% da área
ocupada por vinha, apoia-se na anterior e vai até à fronteira espanhola. Em 14 de
Dezembro de 2001, a UNESCO elevou o Alto Douro Vinhateiro a Património da
Humanidade na categoria de paisagem cultural e rodeada de montanhas que lhe conferem
características mesológicas e climáticas particulares. Um título, atribuído por unanimidade, 
a uma região única por reunir as virtudes do solo xistoso e da sua exposição solar
privilegiada com as características ímpares do seu microclima em conjunto com o trabalho
árduo do homem do Douro. Apesar da Região Demarcada do Douro abranger aproximadamente
250.000 hectares, apenas 24.000 hectares, ou seja aproximadamente, um décimo dessa área,
que engloba treze concelhos, foi classificado pela UNESCO como Património Mundial. Todavia,
a zona classificada é representativa da diversidade do Douro, uma vez que abrange espaço do Baixo
Corgo, do Cima Corgo e do Douro Superior. A área classificada engloba o vale do rio Douro, que já é considerado Património Mundial nos seus extremos, nomeadamente o Porto, e no lado oposto o Parque Arqueológico do Côa. Os treze concelhos que fazem parte da zona distinguida pela UNESCO são Alijó, Armamar, Carrazeda de Ansiães, Lamego, Mesão Frio,  Peso da Régua, Sabrosa, Santa Marta de
Penaguião, São João da Pesqueira, Tabuaço, Torre de Moncorvo, Vila Nova de Foz Côa e Vila Real,
estendendo-se ao longo das encostas do rio Douro e dos seus afluentes, Varosa, Corgo, Távora,
Torto e Pinhão. UMA VINHA - PINHÃO - Estação da CP do Pinhão. Painel que integra um conjunto
de 24 painéis de azulejos, ligados à temática do vinho do Porto. Obra do pintor ceramista João
Oliveira, datada de 1937 e produzida na Fábrica Aleluia, de Aveiro.
9 de Setembro

A 9 de Setembro de 1438 morre em Tomar, vítima de peste, el-rei D. Duarte
(1391-1438), filho de D. João I (1357-1433) e de D. Filipa de Lencastre (1360-1415).
Tomou parte na conquista de Ceuta em 1415, onde foi armado cavaleiro. Em 1428, 
casou com D. Leonor de Aragão (1402-1449), tendo subido ao trono, por morte do
pai, em 1433. No seu curto reinado ocorrem as Cortes de Santarém (1434), a
passagem  do cabo Bojador por Gil Eanes (1434) e a política de guerra em Marrocos,
que levou à fracassada empresa de Tânger (1437), com o cativeiro de D. Fernando
(o Infante Santo), irmão do rei. É de sua iniciativa a construção das chamadas
Capelas Imperfeitas, no Mosteiro da Batalha, local onde jaz. Mandou coligir as leis
do país nas “Ordenações de D. Duarte” e no “Livro das Leis e Posturas”, embora a
obra definitiva só tenha vindo a aparecer no reinado do seu filho, D. Afonso V 
1432-1481), com o nome de “Ordenações Afonsinas”. Encarregou Fernão Lopes
(c. 1380 - c. 1460) de escrever as “Crónicas dos Reis de Portugal”. Escreveu vários
livros de poesia e prosa, dos quais se destacam o “Leal Conselheiro” (ensaio sobre
diversos temas onde moral e religião são especialmente focadas) e o “Livro da
Ensinança de Bem Cavalgar Toda a Sela” (manual para cavaleiros).  D. DUARTE – 
Painel de azulejos no Jardim do Palácio  Galveias, Lisboa.
8 de Setembro

A 8 de Setembro comemora-se o Dia Internacional da Alfabetização. AULA COM GLOBO
(séc. XVIII). Painel de azulejos (8x14). d’Orey e Cardoso – Azulejaria Portuguesa, Lisboa.
7 de Setembro
A 7 de Setembro de 1209 nasceu em Coimbra, o futuro quarto rei de Portugal,
D. Sancho II (1209-1248), filho de D. Afonso II (1185 -1223), “O Gordo” e de
D. Urraca de Castela (1187-1220). Casou com Mecia Lopes de Haro, da qual
não teve filhos. Governou entre 1223 e 1248, com o cognome de “O Capelo”,
por haver usado um enquanto criança. D. AFONSO II E D. SANCHO II – Painel
de azulejos no Jardim do Palácio  Galveias, Lisboa.
 6 de Setembro
A 6 de Setembro de 1926 nasce a artista plástica portuguesa MENEZ, Maria Inês
Carmona Ribeiro da Fonseca (1926-1995), que ao longo da sua vida realizaria
Trabalhos de pintura, azulejaria e gravura. Representada em inúmeras colecções
privadas e públicas, como o Centro de Arte Moderna da Fundação Calouste Gulbenkian,
em Lisboa. Prémio Pessoa.(1990) e  Grande -Oficial da Ordem Militar de Sant'Iago da
Espada, a título póstumo (1995). ANJOS - Azulejo (14,5 cm x 14,2 cm) da autoria de
Menez, pintado a azul e branco. Assinado e editado pela Ratton Cerâmicas.
5 de Setembro
A 5 de Setembro de 1494, no reinado de D. João II (1455-1495), é ratificado por
Portugal o Tratado de Tordesilhas, que já havia sido ratificado pela Espanha a
2 de Julho desse mesmo ano. O tratado tinha sido assinado a 7 de Junho de
1494 entre o Reino de Portugal e o Reino da Espanha para dividir as terras
"descobertas e por descobrir" por ambas as Coroas fora da Europa. O tratado
surgiu na sequência da objecção portuguesa às pretensões da Coroa espanhola
derivadas da viagem de Cristóvão Colombo (1451-1506), que um ano e meio antes
chegara ao Novo Mundo, reclamando-o para Isabel, a Católica (1451-1504). O tratado
definia como linha de demarcação, o meridiano 370 léguas a oeste da ilha de Santo
Antão no arquipélago de Cabo Verde. Esta linha estava situada a meio –caminho entre
estas ilhas e as ilhas das Caraíbas descobertas por Colombo. Os territórios a leste
deste meridiano pertenceriam a Portugal e os territórios a oeste, à Espanha.
D. JOÃO II – Painel de azulejos do Jardim do Palácio Galveias, em Lisboa.
4 de Setembro

A 4 de Setembro comemora-se o Dia Mundial da Saúde Sexual. Painel de azulejos de
Francisco de Matos (1565), representando Susana no Banho. Pavilhão de Recreio do
Palácio da Bacalhoa, Azeitão.
3 de Setembro
A 3 de Setembro de 1758 ocorre uma tentativa de atentado contra D. José I (1714-1777), 
“O Reformador “, que esteve na origem da execução  dos Távoras. D. José I, painel de
azulejos do Palácio Galveias, Lisboa.
2 de Setembro
A 2 de Setembro de 1876 morre José Fontana (1840-1876), publicista, intelectual,
brilhante orador, com um poder de comunicação e de persuasão extraordinário.
Maçon, foi um dos organizadores das Conferências do Casino e um dos fundadores
do Partido Socialista Português. A LIBERDADE – Painel de azulejos numa rua de Lisboa.

1 de Setembro
Morre Costa Cabral (1803-1889), marquês de Tomar, antigo ministro de D. Maria II
(1819-1853). Nicho com painel de azulejos alegórico ao Verão. Rua Costa Cabral, Porto.





































































































































































































































































































































































































































30 de Setembro

A 30 de Setembro de 1998. encerra a EXPO 98, inaugurada a 22 de Maio na Zona
Oriental de Lisboa e subordinada ao tema "Oceanos: um património para o futuro".
Foram construídos diversos pavilhões e construções, alguns dos quais ainda
permanecem em funcionamento, integrados no chamado Parque das Nações,
destacando-se o Oceanário do arquitecto Peter Chermayeff, o Pavilhão Atlântico
do arquitecto Regino Cruz e a Estação do Oriente, do arquitecto Santiago Calatrava.
A EXPO'98 atraiu cerca de 11 milhões de visitantes, o que se ficou a dever a vitalidade
cultural que demonstrou. ONDA LUSO-AMERICANA (1998) - Escultura em aço inoxidável
e azulejos, da autoria de Stephen Frietch e Steven Spurlock oferecida pela Comunidade
Luso-Americana à Parque EXPO 98, representando a onda de emigração portuguesa para
os E.U.A.. Localizada no Passeio de Neptuno, na Zona Oriental de Lisboa.
29 de Setembro

A 29 de Setembro comemora-se entre nós o Dia Mundial do Mar, visando chamar
a atenção para a importância da navegação segura, da segurança marítima e do
ambiente  marinho e para enfatizar o trabalho da Organização Marítima Internacional
(IMO), cujo Conselho de Administração o criou, tendo sido comemorado pela primeira
vez a 17 de Março de 1978, durante a Convenção da Organização Marítima Consultiva
Intergovernamental (IMCO). Actualmente, a comemoração decorre na última semana
de Setembro. Todavia, O dia exacto em que é celebrado é da responsabilidade de
cada Governo. O ADAMASTOR - Painel de azulejos do pintor, ceramista, ilustrador e
caricaturista Jorge Colaço (1868-1942), no Centro Cultural Rodrigues de Faria,
Forjães (Esposende) e executados na Fábrica de Cerâmica Lusitânia, em Lisboa,
entre 15 de Junho e 30 de Setembro de 1933.


sábado, 10 de agosto de 2013

O palrão

Pisador. Peça de arte pastoril
da autoria de Joaquim Espada,
"O palrão", Redondo.

Foi Luís Vaz que disse:

Todo o Mundo é composto de mudança,
Tomando sempre novas qualidades.

Daí que o meu pensamento gere arquétipos, que me lançam o repto de os localizar e me conduzem ao supremo êxtase quando concretizo o desejado encontro.
A arte pastoril é um desses arquétipos. Sexta-feira à noite fui ocasionalmente a uma feira de artesanato no Redondo. Aí conheci Joaquim Espada, vulgo “O palrão”, um antigo assalariado rural com as mãos calejadas e fadadas para talhar e bordar madeira.
Oitenta e sete anos de vida, a maioria dos quais a comer o pão que o diabo amassou. Conversador nato, espírito brilhante e inteligência viva, neutraliza completamente e reduz à impotência verbal, intelectuais citadinos à procura de aventuras epistemológicas. Ficam mansos, fascinados pela fluência do verbo cristalino que espontaneamente lhe brota da "caxa do pêto". Todavia eu sou rodado nestas andanças e mentalmente sou um campaniço. Daí que em simultaneidade com o acto iniciático de receber das suas mãos uma peça gerada pela beleza complexa que lhe povoa a alma, eu tenha exclamado:
- Obrigado, companheiro. O nosso caminho passa por aqui.

domingo, 4 de agosto de 2013

Provérbios de Agosto


AGOSTO - Iluminura (9,8x13,3 cm) do “Livro de Horas de D. Fernando”
[Século XVI (1530-1534)], manuscrito com iluminuras da oficina Simon
Bening ( c.1483 – 1561), conservado no Museu Nacional de Arte Antiga.
 Pintura a têmpera e ouro sobre pergaminho.

- A quem não tem pão semeado, de Agosto se lhe faz Maio.
- A terra lavrada em Agosto à estercada dá de rosto.
- Abril frio, pão e vinho, Maio come o trigo e Agosto bebe o vinho.
- Abril, frio e molhado, enche o celeiro e farta o gado. Agosto, debulhar, Setembro, vindimar.
- Agosto amadura, Setembro derruba.
- Agosto amadurece, Setembro vindimece.
- Agosto arder, Setembro beber.
- Agosto chuvoso é ano formoso.
- Agosto debulhar, Setembro vindimar.
- Agosto é o mês da fome.
- Agosto é o primeiro mês de Inverno.
- Agosto e vindima não é cada dia.
- Agosto e vindima não vêm cada dia, mas sim cada ano, uns com ganância, outros com dano.
- Agosto madura e Setembro vindima.
- Agosto madura, Setembro derruba e Outubro seca tudo.
- Agosto madura, Setembro vindima.
- Agosto não caminhar, Dezembro não marear.
- Agosto nos farta, Agosto nos mata.
- Agosto que lhe dá pelo rosto. culpa se Setembro leva a fruta.
- Agosto tem a culpa, e Setembro leva a fruta.
- Agosto tem cuidadoso e aguilhoa o preguiçoso.
- Agosto, água no rosto.
- Agosto, aguilhoa o preguiçoso.
- Agosto, candeeiro posto.
- Agosto, dá o sol no rosto.
- Agosto, engravelar.
- Agosto, frio no rosto, malha com desgosto.
- Agosto, frio no rosto, malha com gosto.
- Agosto, frio no rosto.
- Agosto, mês de desgosto.
- Agosto, não caminhar; Dezembro, não marear.
- Agosto, toda a fruta tem gosto.
- Água de Agosto apressa o mosto.
- Água de Agosto consola o corpo.
- Água de Agosto dá mel e mosto.
- Água de Agosto tira o sol do rosto.
- Água de Agosto, açafrão, mel e mosto.
- Água de Agosto, tira o sol do rosto.
- Água pelo São João, traz vinho e não dá pão; em Agosto, nem pão nem mosto.
- Ande o ano por onde andar, o mês de Agosto há-de aquentar.
- Até quinze de Agosto malha a teu gosto; depois malha o suor do teu rosto.
- Até quinze de Agosto malha a teu gosto; depois malha o suor do teu rosto.
- Bom é o ano quando em Agosto, sobre a castanha se chupa mosto.
- Caroço de Agosto dá gosto.
- Cava de Agosto enche o tonel de mosto.
- Cava e esterca de Agosto, ao lavrador alegra o rosto.
- Cava em Agosto, enche o tonel de mosto.
- Chovendo em Agosto não metas teu dinheiro em mosto.
- Chuva de Agosto apressa o mosto.
- Chuva de Agosto, apanhá-la com gosto.
- Chuva de Agosto, apanhá-la dá gosto.
- Chuva em Agosto enche o tonel de mosto.
- Chuva em Agosto: açafrão, mel e mosto.
- Chuva fina pelo Santo Agostinho é como se chovesse vinho.
- Chuva por Santo Agostinho é como se chovesse vinho.
- Corra o ano como correr, o mês de Agosto há-de aquecer.
- Corra o ano como for, haja em Agosto e Setembro calor.
- Couves em Agosto, tumba à porta.
- Dia de Santo António vêm dormir as castanhas ao castanheiro.
- Dia de São Bartolomeu, anda o diabo à solta.
- Dia de São Lourenço, vai à vinha e enche o lenço.
- Em Agosto aguilhoa o preguiçoso e sê cuidadoso.
- Em Agosto aguilhoa o preguiçoso.
- Em Agosto apanha macela que livra da botica o uso dela.
- Em Agosto ardem os montes e secam as fontes.
- Em Agosto dá o sol no rosto
- Em Agosto da o sol pelo rosto. 
- Em Agosto deve o milho ferver no caroço e a castanha no ouriço.
- Em Agosto deve o milho ferver no carolo.
- Em Agosto deve o milho ferver o carolo.
- Em Agosto espingarda ao rosto.
- Em Agosto há bulha o preguiçoso.
- Em Agosto malha a teu gosto.
- Em Agosto nao metas o teu dinheito em mosto.
- Em Agosto palhas ao palheiro, meninas ao candeeiro.
- Em Agosto passa o frio pelo rosto.
- Em Agosto sê cuidadoso e não largues o preguiçoso.
- Em Agosto secam as fontes e ardem os montes.
- Em Agosto secam os montes e em Setembro as fontes.
- Em Agosto secam os montes, em Setembro as fontes e o Outubro seca tudo.
- Em Agosto secam os montes, em Setembro as fontes.
- Em Agosto toda a fruta tem gosto.
- Em Agosto toda a fruta tem o seu gosto.
- Em Agosto toda a fruta tem seu gosto
- Em Agosto todo o fruto tem seu gosto.
- Em Agosto vale mais vinagre que mosto.
- Em Agosto, antes vinagre do que mosto.
- Em Agosto, ardem os montes; em Setembro, secam as fontes.
- Em Agosto, candeeiro posto.
- Em Agosto, dá o sol pelo o rosto.
- Em Agosto, espingarda ao rosto.
- Em Agosto, frio no rosto.
- Em Agosto, nem vinho nem mosto.
- Em Agosto, palhas ao palheiro, meninas ao candeeiro.
- Em Agosto, sardinha e mosto.
- Em Agosto, sardinhas e mosto.
- Em Agosto, suor no rosto.
- Em Agosto, terra lavrada dá de cara à estercada.
- Em Agosto, toda a fruta tem gosto.
- Em Agosto, toda a fruta tem seu gosto.
- Em Agosto, uvas e mosto.
- Em Agosto, vale mais vinagre que mosto.
- Em Dezembro chuva, em Agosto uva.
- Em dia de São Lourenço vai à vinha e encherás o lenço.
- Em Fevereiro, chuva; em Agosto, uva.
- Em Junho, Julho e Agosto, senhora não sou vosso.
- Esterco e cava de Agosto, ao lavrador alegra o rosto.
- Fevereiro couveiro faz a perdiz ao poleiro; Março, três ou quatro; Abril, cheio está o covil; Maio, pio-pio pelo mato; Junho, como um punho; em Agosto as tomarás a cosso.
- Fevereiro ricoqueiro, faz a perdiz ao poleiro; Março, três ou quatro; Abril, cheio está o covil; Maio, pio, pio, pelo mato; Junho, como um punho; em Agosto, as tomarás em cosso.
- Janeiro gear, Fevereiro chover. Março encanar, Abril espigar, Maio engrandecer. Junho ceifar, Julho debulhar, Agosto engavelar. Setembro vindimar, Outubro revolver, Novembro semear, Dezembro nasceu Deus para nos salvar.
- Janeiro gear. Fevereiro chover, Março encanar, Abril espigar, Maio engrandecer. Junho ceifar, Julho debulhar, Agosto engavetar, Setembro vindimar. Outubro revolver. Novembro semear. Dezembro nascer.
- Janeiro gear. Fevereiro chover, Março encanar, Agosto recolher. Setembro vindimar.
- Julho é o mês das colheitas, Agosto o mês das festas.
- Julho, debulhar; Agosto, engravelar.
- Junho, Julho e Agosto, senhora, não sou vosso.
- Lá vem Agosto com os seus santos ao pescoço.
- Lá vem o Agosto com os seus santos ao pescoço.
- Lua nova de Agosto carregou, lua nova de Outubro trovejou.
- Luar de Agosto, dá-lhe no rosto.
- Luar de Janeiro alumia todo o ribeiro, mas lá vem o de Agosto que lhe dá no rosto.
- Luar de Janeiro não tem parceiro, senão o de Agosto, que lhe dá de rosto.
- Luar de Janeiro não tem parceiro; mas lá vem o de Agosto que lhe dá no rosto.
- Maio come o pão. Agosto bebe o vinho.
- Maio come o trigo, Agosto bebe o vinho.
- Maio faz o pão e Agosto bebe o vinho.
- Maio faz o pão e Agosto o milhão.
- Mês de Agosto será gaiteiro se for bonito o primeiro de Janeiro.
- Nao é bom mosto, o colhido em Agosto.
- Não é bom o mosto colhido em Agosto.
- Não há casamento de Agosto que não tenha desgosto.
- Nem em Agosto caminhar, nem em Dezembro malhar.
- Nem em Agosto caminhar, nem em Dezembro marear, nem em Dezembro navegar.
- Nem em Agosto caminhar, nem em Dezembro marear.
- Nem por Agosto caminhar, nem por Dezembro marear.
- Nem por Agosto comprar, nem por Dezembro marear. 
- Névoas de Agosto, nem bom nabo, nem bom magusto.
- No dia de S. Lourenco vai a vinha e enche o lenco.
- No dia de São Lourenço a velha enche o lenço.
- No dia de São Lourenço vai à vinha e enche o lenço.
- No São Lourenço vai à vinha e enche o lenço.
- No São Tiago pinta o bago.
- O Mês de Agosto arremeda o ano todo.
- O mês de Agosto arremeda os outros.
- O mês de Agosto será gaiteiro, se for bonito o 1º de Janeiro.
- O que tapa o frio tapa o calor.
- O sol de Agosto cria azeite e mosto.
- Os nabos querem o luar de Agosto.
- Os nabos querem ver o luar de Agosto.
- Os ouriços em Agosto fervam e em Setembro bebam.
- Outubro, revolver; Novembro, semear; Dezembro, nasceu um Deus para nos salvar; Janeiro, gear; Fevereiro, chover; Março, encanar; Abril, espigar; Maio, engrandecer; Junho, ceifar; Julho, debulhar; Agosto, engravelar; Setembro, vindimar.
- Pela Assunção cada pinga vale seu tostão.
- Pelo São Bartolomeu vai à vinha e enche o lenço.
- Pelo São Lourenço, os nabais nem nados nem no lenço.
- Pelo São Lourenço, vai à vinha e enche o lenço.
- Por Santa Maria de Agosto, repasta a vaca um pouco.
- Por São Lourenço vai à vinha e enche o lenço.
- Por São Lourenço vai à vinha e encherás o lenço.
- Primeiro de Agosto, primeiro de Inverno.
- Primeiro de Janeiro, primeiro de Verão; primeiro de Agosto, primeiro de Inverno.
- Quando chove em Agosto, chove mel e mosto.
- Quando chove em Agosto, não chove água senão mosto.
- Quando chove em Agosto, não metas teu dinheiro em mosto.
- Quando chover em Agosto, não compres mosto.
- Quando chover em Agosto, não metas o teu dinheiro em mosto.
- Quando chover por Agosto, não metas teu dinheiro em mosto.
- Quando há vento, é que se limpa o cereal.
- Quem Agosto ara, riqueza prepara
- Quem cava a vinha em Agosto, enche a cuba de mosto.
- Quem debulha em Agosto, debulha com mau gosto.
- Quem dormir ao sol de Agosto passa por desgosto.
- Quem em Agosto ara, riquezas prepara.
- Quem em Março come sardinha, em Agosto lhe pica a espinha.
- Quem malha em Agosto, malha com desgosto.
- Quem malha em Agosto, não malha com gosto.
- Quem não debulha em Agosto, debulha com desgosto.
- Quem não debulha em Agosto, debulha com mau desgosto.
- Quem não debulha em Agosto, debulha com mau rosto.
- Quem não debulha em Agosto, debulha contra seu gosto.
- Quem quer ver seu marido morto, dá-lhe lapas em Maio e couves em Agosto.
- Quem quiser o homem morto, dê-lhe lapas em Maio e couves em Agosto.
- Quem se casa em Agosto não junta dinheiro.
- Se chover em Agosto, não gastes dinheiro em mosto.
- Se não debulhas em Agosto, terás sempre desgosto.
- Se queres o teu homem morto, dá-lhe couves em Agosto.
- Se queres o teu homem morto, dá-lhe sardinhas em Maio e couves em Agosto.
- Se queres teu marido morto, dá-lhe lapas em Maio e couves em Agosto, mas mal por mal, antes lapas em Maio do que couves em Agosto.
- Se queres teu marido morto, dá-lhe lapas em Maio e couves em Agosto; mas morto por morto, antes lapas em Maio do que couves em Agosto.
- Se queres ver o teu homem morto, dá-lhe couves em Agosto.
- Se queres ver o teu marido morto, dá-lhe lapas em Maio e couves em Agosto.
- Seja o ano que for, Agosto quer calor.
- Sol de Agosto, calor de gostos.
- Tardes de Agosto, nem para água ao poço.
- Tardes de Agosto, passam de encosto.
- Temporã é a castanha que em Agosto arreganha.
- Terra lavrada em Agosto, à estercada dá o rosto.
- Trovoadas em Agosto, abundância de uva e mosto.
- Trovoadas em Agosto, melhora o mosto.
- Trovões em Agosto, Inverno comprido
- Uma rega no mês de Agosto, leva o milho ao caniço.


Publicado inicialmente em 4 de Agosto de  2013

sexta-feira, 2 de agosto de 2013

O povo é quem mais ordena


O Quarto Estado (1901). Giuseppe Pellizza da Volpedo (1868-1907). Óleo sobre tela
(293 x 545 cm). Civica Galleria d'Arte Moderna, Milano.

Na passagem do 84º aniversário do nascimento do compositor, poeta e cantor de intervenção Zeca Afonso (1929-1987) (1), as letras das suas músicas e os seus poemas continuam actuais quando nos relatam o seu percurso de vida e a sua incessante tentativa de transformar o mundo.
Já na fase final sua vida escreveu: "Admito que a revolução seja uma utopia, mas no meu dia a dia procuro comportar-me como se ela fosse tangível. Continuo a pensar que devemos lutar onde exista opressão, seja a que nível for".
A proximidade de eleições autárquicas e do necessário período de esclarecimento cívico e de reflexão, leva-nos a recorrer à força e à intemporalidade das palavras de Zeca Afonso.
É preciso, imperioso e urgente mobilizar consciências e apontar-lhes o caminho:    

Amigo
Maior que o pensamento
Por essa estrada amigo vem
Não percas tempo que o vento
É meu amigo também (2)

Há um caminho a percorrer, uma sementeira a efectuar:

Falta ao caminheiro
Dentro da algibeira
Um grão de semente
De outra sementeira
(3)

Queremos cidades mais livres, mais solidárias e mais fraternas:

Cidade
Sem muros nem ameias
Gente igual por dentro
Gente igual por fora
Onde a folha da palma
afaga a cantaria
Cidade do homem
Não do lobo, mas irmão
Capital da alegria
(4)

Não se fiem naqueles que nos têm enganado:

Quem diz que é pela rainha
Nem precisa de mais nada
Embora seja ladrão
Pode roubar à vontade
Todos lhe apertam a mão
É homem de sociedade

Acima da pobre gente
Subiu quem tem bons padrinhos
De colarinhos gomados
Perfumando os ministérios
É dono dos homens sérios
Ninguém lhe vai aos costados
(5)

Essa gente tem um apetite insaciável:

Se alguém se engana
Com seu ar sisudo
E lhes franqueia
As portas à chegada
Eles comem tudo
Eles comem tudo
Eles comem tudo
E não deixam nada
  (6)

Temos que nos mobilizar e ser determinados:
Aqui te afirmamos dente por dente assim
Que um dia rirá melhor quem rirá por fim
Na curva da estrada há covas feitas no chão
E em todas florirão rosas duma nação
(7)

O nosso esforço terá os seus frutos:

Em novas coutadas
Junto de uma hera
Nascem flores vermelhas
Pela Primavera (8)

Havemos de vencer:

O povo é quem mais ordena
Dentro de ti, ó cidade
(9)


(1) - A 2 de Agosto de 1929 nasce na Freguesia de Glória, em Aveiro, José Manuel Cerqueira Afonso dos Santos, mais conhecido por Zeca Afonso.
(2) - Excerto de “Traz outro amigo também”
(3) - Excerto de “Por Aquele Caminho”
(4) - Excerto de “Utopia”
(5) - Excerto de “Quem diz que é pela rainha”
(6) - Excerto de “Vampiros”
(7) - Excerto de “A Morte saiu à rua”
(8) - Excerto de “Que amor não me engana”
(9) - Excerto de “Grândola Vila Morena”

quarta-feira, 31 de julho de 2013

O fim do reino dos mandarins

Um mandarim (1825-1852).
George Chinnery (1774-1852).
Óleo sobre tela.
Victoria and Albert Museum, London.

Avizinham-se eleições autárquicas de âmbito nacional, as quais se irão realizar a nível de todos os municípios e freguesias, podendo dar ou não origem a mudanças de ciclo. Como é previsível, em cada caso concreto, alguém sairá vencedor do embate ao qual inescapavelmente nenhum de nós poderá fugir, sob o risco de comprometer o futuro da comunidade.
Com as eleições autárquicas aproxima-se um período de esclarecimento cívico e de reflexão. É importante que se reconheça que nalguns locais as pessoas são ainda governadas por mandarins que fazem política pensando só na corte e no séquito.
A política deve ser ética e para todos, não pode ser uma casa de "meninas" onde se mantêm relações de promiscuidade com "vira-casacas" ou uma taberna que se frequenta para arregimentar apoios, quem sabe muitas vezes ao preço de quê.
A política tem que ser mais do que isso. Tem que conter no seu gérmen, o ideário e os fundamentos do pensamento cristão, libertário e social.
Tem que ser uma política a pensar na maioria das pessoas e não nos correligionários ou nos vassalos.
É preciso, imperioso e urgente ter uma visão de Estado Social à escala local.
É chegado o fim do reino dos mandarins.

terça-feira, 30 de julho de 2013

Paredes de vidro

Cabeça de ceifeiro alentejano (1941).
Dórdio Gomes (1890-1976). 
Óleo sobre contraplacado (33 cm x 25 cm)

A Escrita ou seja o pensamento convertido em linguagem gráfica é fruto de um diapasão em ressonância sincronizada com a minha caixa do Pensamento.
Com o sentir da minha Alma, a minha caneta é a extensão pantográfica que me transporta sem me subjugar ao palco onde todos somos actores, ainda que uns sejam mais activos e outros mais passivos.
Pode-se falar de Vida ou de Morte, de Acção ou de Renúncia, de Amor ou de Desamor. Tanto faz! Todavia não é a mesma coisa, dar a cara como eu dou ou estar refugiado no anonimato, como acontece amiúde na web. Então, “Que fazer?” Esta é a questão dialéctica e sacramental levantada por Vladimir Ilitch Lenin (1870-1924), no seu livro homónimo de 1902. E isso para mim é uma questão fulcral, já que a vida é feita de saberes, mas também de não saberes, os quais por vezes se transmutam em dissabores. Como eu não me sinto atraído por não saberes, exijo que em nome da verdade e da claridade, dêem o nome e a cara, tal como eu dou. Esse poderá ser um ponto de partida salutar para uma conversa que dê os seus frutos.