sábado, 1 de junho de 2013

Efemérides de Junho

30 de Junho

Em 30 de Junho de 1487 é publicado "Pentateuco", o primeiro livro impresso
em Portugal. A obra, de carácter religioso, constituída pelos cinco livros
de Moisés que compõem a “Torá”, foi impressa em 110 fólios, com
composição de 30- 32 linhas. De acordo com o colófon, saiu do prelo de
Samuel Gacon, editor judeu, operador da primeira oficina tipográfica,
situada em Faro. Foram utilizados tipos metálicos móveis com caracteres
hebraicos, letras quadradas e elegantes, de dois tamanhos, sendo a maior
usada no texto e a outra, mais larga, nas rubricas. O único exemplar
conhecido da obra encontra-se na British Library, em Londres. Foi roubada
em Portugal no ano de 1596, no decurso da ocupação filipina, quando a
cidade de Faro foi saqueada e incendiada pelas tropas inglesas sob o
comando de Robert Devereux, 2.º Conde de Essex (1566-1601), favorito
da Rainha Isabel I de Inglaterra (1533-1603). A obra integra um conjunto
de 65 títulos (de um total de 91 volumes), que pertenciam à biblioteca
do então bispo do Algarve, D. Fernando Martins de Mascarenhas (1594-1616).
Em 1600, Robert Devereux doou o saque ao seu amigo, o erudito e diplomata
Thomas Bodley (1545-1613), pelo que este valioso espólio se encontra
epositado na Bodleian Library da Universidade de Oxford desde a sua
inauguração em 1602. CLIO (1670-1675). Painel de azulejos (123cm x 108 cm).
Fabrico de Lisboa. Museu Nacional do Azulejo, Lisboa.[De acordo com a
Mitologia Grega, Clio é uma das nove musas, filhas de Zeus e
Mnemósine (a deusa que personificava a Memória), que habitam o
monte Hélicon, vizinho ao monte Olimpo e que era um santuário
onde apenas os dignos podiam entrar. Ali, junto à fonte Hipocrene, 
as musas reuniam-se sob a assistência de Apolo, presidindo às Artes
e às Ciências. Clio é a musa da História, da Criatividade e da Eloquência.
29 de Junho
A 29 de Junho de 1840 é inaugurado o Museu Portuense, actual Museu Nacional Soares
dos Reis, instalado no Palácio dos Carrancas, construção de finais do séc. XVIII. As suas
colecções incluem cerâmica,escultura,gravura,joalharia,mobiliário,ourivesaria,pintura,
têxteis e vidros. VARIAÇÕES EM AZULEJOS va22b01. Painel de azulejos de Jorge Rezende
presente na Exposição “CIÊNCIA E ARTE” patente ao púbico no Museu Nacional de Soares
dos Reis, entre 19 de Janeiro e 24 de Fevereiro de 2013.
28 de Junho
A 28 de Junho de 1867 é inaugurado em Lisboa, o monumento a Luís Vaz de Camões,
da autoria do escultor Victor Bastos (1830–1894), projectado a partir de 1860 e
inaugurado em 1867, na presença do rei D. Luís I (1838-1889) e de seu pai D. Fernando
de Saxe-Coburgo-Gota-Koháry (1816-1885), rei consorte. A estátua evocativa do poeta
é de bronze e mede 4 metros de altura. Assenta num pedestal oitavado, de mármore
branco, com 7,5 metros de altura. Em seu redor, oito estátuas, de pedra lioz, de 2,40 metros
de altura, representam vultos notáveis da cultura portuguesa: Fernão Lopes, Pedro Nunes,
Gomes Eanes de Azurara, João de Barros, Fernão Lopes de Castanheda, Vasco Mouzinho de
Quevedo, Jerónimo Corte-Real e Francisco de Sá de Meneses. CAMÕES SALVANDO “OS
LUSÍADAS” - Painel de azulejos na fachada dum prédio de Peniche.
27 de Junho
A 27 de Junho de 1850 é fundada a Associação dos Operários, primeira organização
portuguesa de trabalhadores e o jornal O Eco dos Operários. Painel de azulejos da
entrada do bairro operário “Estrela d'Ouro”, na Graça, em Lisboa.
26 de Junho
A 26 de Junho de 1982 morre Alfredo Marceneiro (1891-1982), glória portuguesa do fado,
conhecido por cantar de boné e lenço ao pescoço. Foi o mais castiço fadista e um dos maiores
intérpretes, no cantar e sentir o fado. Dos muitos temas que cantou destaca-se a Casa da
Mariquinhas, da autoria do poeta Silva Tavares. Compôs 22 fados: Aida, Laranjeira, Eu lembro-me
de ti, Bailado, Bailarico, Balada, Cabaré, Cravos, CUF, Moda, Traição, Louco, Marcha do Alfredo
Marceneiro, Maria Alice, Maria do Anjos, Maria Marques, Menor, Mocita dos Caracóis, Odéon,
Pajem, Pierrot e Vestido Azul. Retirou-se oficialmente dos palcos em 1980, com 89 anos, tendo-lhe
sido outorgada pela Câmara Municipal a Medalha de Ouro da Cidade de Lisboa. Em 10 de Junho de
1984, foi condecorado, a título póstumo, com a Comenda da Ordem do Infante D. Henrique pelo
Presidente da República Portuguesa, General Ramalho Eanes. O FADO – Painel de azulejos
contemporâneos, inspirado no óleo sobre tela homónimo (150 cm x 183 cm), pintado em 1910
pelo pintor José Malhoa (1855-1933) e que se encontra actualmente no Museu do Fado, em Lisboa.
25 de Junho
A 25 de Junho de 1948 morre em Lisboa, Bento de Jesus Caraça (1901-1948),
natural de Vila Viçosa, matemático, professor catedrático do Instituto Superior de
Ciências Económicas e Financeiras, etnocientista, pedagogo e divulgador científico,
militante comunista, dirigente do Movimento Nacional de Unidade Anti-fascista e do
Movimento de Unidade Democrática. PANTEÃO DOS DUQUES E VISTA DE VILA VIÇOSA.
Painel de azulejos da estação da CP de Vila Viçosa.
24 de Junho

A 24 de Junho de 1360 nasce em Cernache do Bonjardim ou Flor da Rosa,
Nuno Álvares Pereira (1360-1431), filho ilegítimo de D. Álvaro Gonçalves Pereira,
prior do Hospital. Foi para a Corte aos 13 anos, sendo armado cavaleiro por
Dona Leonor Teles com o arnês do Mestre de Avis, de quem se torna amigo.
Adere à causa do Mestre, que o nomeia fronteiro da comarca de Entre Tejo e
Odiana. Vencedor da Batalha dos Atoleiros (6 de Abril de 1384), de Aljubarrota (14
de Agosto de 1385) e de Valverde (15 de Outubro de 1385), D. Nuno Álvares
Pereira desempenhou um papel fundamental na resolução da crise de 1383-1385
com Castela e na consolidação da independência. Por isso foi, desde sempre,
muito justamente considerado como um símbolo da independência nacional.
Nomeado 2º Condestável do Reino e 38º Mordomo-mor, recebeu ainda de D. João I,
os títulos de 3º conde de Ourém, de 7º conde de Barcelos e de 2º conde de Arraiolos.
Em 1388 iniciou a edificação da capela de São Jorge de Aljubarrota e, em 1389, a do
Convento do Carmo, em Lisboa, onde se instalaram os frades da Ordem do Carmo,
no ano de 1397. Após a morte de sua esposa, Leonor de Alvim, com quem casara
em 1376, torna-se Carmelita em 1423, recolhendo ao Convento do Carmo,
em Lisboa, onde ingressa sob o nome de Irmão Nuno de Santa Maria. Ali permanece
até à sua morte em 1 de Novembro de 1431, aos 71 anos de idade e já com fama de
Santo. D. Nuno Álvares Pereira foi beatificado em 23 de Janeiro de 1918
pelo Papa Bento XV e é desde 26 de Abril de 2009, mais um Santo português,
após a cerimónia de canonização em Roma, do Beato Nuno de Santa Maria.
O anúncio fora feito pela Santa Sé, no final do Consistório de 21 de Fevereiro de 2009,
presidido por Sua Santidade o Papa Bento XVI. D. NUNO ÁLVARES PEREIRA (1932).
 Painel de azulejos (191,5x114 cm) da autoria de Alves de Sá e produzido
na Fábrica Viúva Lamego. Museu Nacional do Azulejo, Lisboa.
23 de Junho
A 23 de Junho de 1940 é inaugurada a Exposição do Mundo Português, organizada
pelo Estado Novo para comemorar o Duplo Centenário da Independência (1140) e da
Restauração (1640) de Portugal. Painel de azulejos da época da Exposição do Mundo
Português, localizado no Jardim Botânico Tropical em Belém, junto ao Mosteiro
dos Jerónimos.
22 de Junho
A 22 de Junho de 1633, Galileu Galilei (1564-1642) é condenado pelo Tribunal do Santo
Ofício pela publicação do livro “Diálogos sobre os Dois Máximos Sistemas do Mundo”
 que defendia a teoria heliocêntrica. A pena consiste em: abjuração, proibição do livro,
residência fixa e penitências religiosas. A humilhante condenação de Galileu foi uma
 tentativa desesperada da Igreja para salvar o sistema cosmológico geocêntrico,
peça-chave da escolástica, a grande síntese da filosofia aristotélica (século IV a.C.)
e da doutrina cristã, que dominou o pensamento europeu durante a Baixa Idade Média
(séculos XI a XIV). O DIA CONTRA A NOITE (séc. XVIII) – Museu Nacional do Azulejo,
 Convento da Madre de Deus, Lisboa.
21 de Junho

Em 21 de Junho ou próximo a este dia, o Sol atinge o ponto mais ao norte na sua
trajectória pelo céu. É o solstício de Verão, momento em que o Sol, no seu movimento
aparente na esfera celeste, atinge a maior declinação em latitude, medida a partir
da linha do equador. A duração do dia é então a mais longa do ano. PAINEL DE AZULEJOS,
REPRESENTANDO O VERÃO  - Rua Manuel Firmino, Aveiro.
20 de Junho
A 20 de Junho de 1921, nasce Matilde Rosa Araújo (1921-2010), que viria a ser pedagoga
e escritora especializada em literatura infantil e que enquanto cidadã se dedicou ao longo
da sua vida, aos problemas da criança e à defesa dos seus naturais direitos. Foi distinguida
com diversos prémios literários e em 2004 foi agraciada com o grau de Grande-Oficial da
Ordem do Infante D. Henrique. Painel de azulejos (1956) de Mestre Querubim Lapa (1925- ).
Escola Primária Mestre Querubim Lapa, Campolide, Lisboa.
19 de Junho
A 19 de Junho de 1731, nasce em Coimbra, Joaquim Machado de Castro (1731-1822),
um dos maiores e mais célebres escultores portugueses, que exerceu enorme influência
na Europa do século XVIII e princípio do século XIX. O seu trabalho de maior projecção
foi a estátua equestre do Rei D. José I de Portugal, datada de 1775. Em sua homenagem
abriu ao público em 11 de Outubro de 1913, em Coimbra, o Museu Nacional de Machado
de Castro, um dos mais importantes museus de Belas Artes e Arqueologia de Portugal.
FRONTAL DE ALTAR / EMBLEMA CARMELITA E CENA DE CAÇA (c. 1670). Painel de azulejos
(95 x 156 cm), fabrico de Lisboa. Museu Nacional de Machado de Castro, Coimbra.
18 de Junho
A 18 de Junho de 1953, o empresário e mecenas Calouste Sarkis Gulbenkian
(1869-1955), assina o testamento que determina a criação da Fundação
Calouste Gulbenkian, em Lisboa, que ficou herdeira do remanescente da sua
fortuna, e que tem fins caritativos, artísticos, educativos e científicos.
Painel de azulejos policromados (71 cm x 71 cm). João Lopes Segurado
(1920- ). Centro de Arte Moderna - Fundação Calouste Gulbenkian, Lisboa.
17 de Junho
A 17 de Junho de 1665 travou-se a Batalha de Montes Claros num local perto de Borba, a meio
caminho entre Estremoz e Vila Viçosa. Nela pelejaram mais de quarenta mil homens: 20.500 do lado
português sob o comando do Marquês de Marialva e 22.600 do lado espanhol sob o comando do
Marquês de Caracena. Morreram nesse dia, 700 combatentes portugueses, registando-se
ainda 2.000 feridos. Do lado espanhol, tombaram 4.000 homens e foram feitos 6.000 prisioneiros.
Esta foi a última das cinco grandes batalhas ganhas pelos portugueses na Guerra da Restauração,
iniciada a 1 de Dezembro de 1640. Três anos depois, em 1668, seria finalmente assinada a paz com a Espanha, que pelo Tratado de Lisboa, reconheceu decisivamente a restauração da independência
de Portugal. BATALHA DE MONTES CLAROS – Painel de azulejos (162 cm x 329 cm). Oficina de Lisboa (c. 1670). Desenho de engenheiro militar. Palácio dos Marqueses de Fronteira, Fundação das Casas de
Fronteira e Alorna, Lisboa, Portugal.
16 de Junho
A 16 de Junho de 1853 é aprovado o projecto de construção da linha ferroviária entre
Lisboa e Porto. EXCERTO DE PAINEL DE AZULEJOS ALUSIVO À HISTÓRIA DOS TRANSPORTES
(1905-1906) da autoria do pintor, ceramista, ilustrador e caricaturista Jorge Colaço
(1864-1942). Saguão da Estação da C.P. de S. Bento, Porto. 
15 de Junho
A 15 de Junho de 1970 morre José Sobral de Almada Negreiros (1893-1970). “Pela sua obra
plástica, que o classifica entre os primeiros valores da pintura moderna; pela sua obra literária,
que vibra de uma igual e poderosa originalidade; pela sua acção pessoal através de artigos e
conferências - Almada-Negreiros, pintor, desenhador, vitralista, ceramista, poeta, romancista
ensaísta, crítico de arte, conferencista, dramaturgo, foi, pode dizer-se que desde 1910, uma
das mais notáveis figuras da cultura portuguesa e uma das que mais decisivamente contribuíram
para a criação, prestígio e triunfo de uma mentalidade moderna entre nós". Assim o apresenta
Jorge de Sena (1919-1978), no primeiro volume das “Líricas Portuguesas”, antologia da poesia
lírica portuguesa contemporânea por ele organizada e publicada em 1958. Painel de azulejos
da  autoria de Almada Negreiros, numa casa onde morou, localizada na Rua da Alcolena, 28, em
Lisboa.
14 de Junho

A 14 de Junho de 1910 no crepúsculo da Monarquia Portuguesa, a Maçonaria constitui
a comissão de resistência, encarregada de colaborar com a Carbonária. Fachada de edifício
pombalino, da Rua da Trindade, nº 26-34,em Lisboa, revestida com azulejo figurativo
policromo da Fábrica de Cerâmica da Viúva Lamego, pintado pelo "Ferreira das Tabuletas".
Composição com figuras mitológicas e de simbologia maçónica, encimada pelo famoso
triângulo com o Olho da Providência.
13 de Junho
A 13 de Junho de 1231, morre em Pádua, Santo António de Lisboa (1195-1231),
frade franciscano português que ao longo da sua vida desenvolveu intensa vida
religiosa e apostólica. Canonizado em Maio do ano seguinte pelo papa Gregório IX,
foi declarado oficialmente Padroeiro de Portugal em 1932 e proclamado por Pio XII,
Doutor da Igreja, em 1946. É venerado pela Igreja Católica, que o considera um
grande taumaturgo e lhe atribui um extraordinário número de milagres. A circunstância
de o dia festivo de Santo António (13 de Junho) coincidir com as festas do Solstício de
Verão, faz com que seja celebrado em Portugal como um dos santos mais populares.
SANTO ANTÓNIO COM O MENINO JESUS (1651-1675) - Painel de 16 azulejos (56 x 83,7 cm).
Fabrico de Lisboa. Museu de Évora.
12 de Junho
A 12 de Junho de 1850 nasce Roberto Ivens (1850-1898), oficial da Armada,
administrador colonial e explorador do continente africano que participou
 com Hermenegildo Capelo (1841-1917) na célebre travessia entre Angola e
 a costa do Índico, descrita no livro conjunto De Angola à Contra-Costa”.
PALANCA NEGRA, SÍMBOLO DE ANGOLA - Painel de azulejos inspirado em
gravura baseada em  desenhos de Roberto Ivens. Fortaleza de São Miguel
de Luanda, Angola.
11 de Junho
A 11 de Junho de 1557 morre D. João III (1502-1557), “O Piedoso” que permitiu
a introdução da Inquisição em Portugal e em cujo reinado  se inicia uma crise que
se amplifica sob o governo do seu neto e sucessor,  o rei D. Sebastião (1554-1578).
D. JOÃO III – Painel de azulejos no Jardim do Palácio Galveias, Lisboa.
10 de Junho
A 10 de Junho de 1580 morre na mais absoluta pobreza, Luís Vaz de Camões (c.1524-1580),
o maior poeta do Classicismo português, autor de "Os Lusíadas", a epopeia portuguesa que canta
 os feitos guerreiros e marítimos de Portugal. CAMÕES - Painel de azulejos da estação de metro
do Alto dos Moinhos inaugurada em 1988 e cujo projecto de Júlio Pomar (1926-2018) data de 1983.
João Castel-Branco Pereira na sua obra “Arte: Metropolitano de Lisboa” disse: “Pomar dá corpo
a um Camões guerreiro e galante, memorista de uma história pátria poeticamente ficcionada,
em duelos medievais, exotismos do Oriente e amores fogosos em ilhas míticas.” É o próprio
poeta  que nos Lusíadas (Canto VII, 79) diz:
Olhai que há tanto tempo que, cantando
O vosso Tejo e os vossos Lusitanos,
A Fortuna me traz peregrinando,
[…]
Nũa mão sempre a espada e noutra a pena;
9 de Junho
A 9 de Junho de 1879 verifica-se o regresso a Lisboa de Serpa Pinto (1846-1900)
após a travessia de África iniciada a 7 de Julho de 1877 com Roberto Ivens (1850-1898)
e Hermenegildo Capelo (1841-1917). PLACA TOPONÍMICA EM AZULEJOS. Rua de
Serpa Pinto, Tomar.
8 de Junho

A 8 de Junho de 1663 trava-se a Batalha do Ameixial entre o exército espanhol
comandado por D. João José de Áustria e o exército português sob o comando
de D. Sancho Manoel, Conde de Vila Flor. A refrega saldar-se-ia por um êxito
retumbante para as forças portuguesas. BATALHA DO AMEIXIAL - Excerto de painel
de azulejos (544x164 cm). Oficina de Lisboa (c. 1670). Desenho de engenheiro
militar. Palácio dos Marqueses de Fronteira, Fundação das Casas de Fronteira
e Alorna, Lisboa, Portugal.
7 de Junho
A 7 de Junho de 1801 verifica-se a assinatura do Tratado de Badajoz através do qual
Portugal perde a cidade e o termo de Olivença. Painel de azulejos situado à entrada
do Centro Cultural de Olivença.
6 de Junho
A 6 de Junho de 1789 é decretada a deserção de Manuel Maria Barbosa du Bocage (1765-1805),
tenente de infantaria da 5ª Companhia da guarnição da Praça de Damão. BOCAGE (1979) -
Painel de azulejos de Louro de Almeida e Rogério Chora na entrada do Centro Comercial
Bonfim, Setúbal.
5 de Junho
A 5 de Junho comemora-se o “Dia Mundial do Ambiente”.
AZULEJO DE FIGURA AVULSA (12,9 cm x 12,8 cm).
Fabrico de Lisboa (1701-1750). Museu Nacional do Azulejo, Lisboa.
4 de Junho
A 4 de Junho comemora-se o “Dia Internacional das Crianças Vítimas Inocentes
da Violência e Agressão”. Projecto de painel de azulejos (1901-1942).
Jorge Colaço (1868-1942). Aguarela e grafite sobre papel (25,3 cm x 19 cm).
Museu Nacional do Azulejo, Lisboa.
3 de Junho
A 3 de Junho de 1919 começa a greve dos caminhos-de-ferro portugueses,
que durará dois meses. O Governo encerra o sindicato dos ferroviários.
LOCOMOTIVA – Painel de azulejos da estação da CP de Ovar.
2 de Junho
A 2 de Junho de 1940 verificou-se a abertura oficial das Comemorações
dos Centenários da Fundação e da Restauração da Nacionalidade, anunciadas
 pelo Presidente da Comissão Executiva dos Centenários, Júlio Dantas.
 PARTIDA DO DUQUE DE BRAGANÇA PARA LISBOA PARA OCUPAR
O TRONO: 1640 – Painel de azulejos da autoria de Gilberto Renda (1884-1971),
 realizado na Fábrica de Sant’Anna, Lisboa. Estação da CP de Vila Viçosa.
1 de Junho

A 1 de Junho comemora-se o “Dia Mundial da Criança”. CRIANÇAS NO BALOIÇO
(séc. XVIII).  Painel de azulejos portugueses no Museu do Açude (Rio de Janeiro),
antiga residência de Verão de Raymundo Ottoni de Castro Maya (1894-1968),
empresário, mecenas e coleccionador que deixou um  legado de 22.000 obras de arte.

Hernâni Matos 

quinta-feira, 30 de maio de 2013

“Até amanhã, Manuel Tiago" ou o neo-realismo como projecto de resistência.

A Professora Francisca Matos no decurso da sua palestra.
 Fotografia de Luís Mariano Guimarães.

Álvaro Cunhal, político e homem de Cultura, foi analisado enquanto escritor numa palestra ocorrida no passado dia 18 de Maio, na Sala de Exposições do Centro Cultural de Estremoz. Foi oradora a Professora Francisca Matos, que dissertou sobre o tema “Até amanhã, Manuel Tiago" ou o neo-realismo como projecto de resistência”. A iniciativa, integrada nas “Comemorações do Centésimo Aniversário do Nascimento de Álvaro Cunhal”, foi da Associação Filatélica Alentejana e contou com o apoio do Partido Comunista Português e da Câmara Municipal de Estremoz.
A palestrante procurou dar resposta a duas questões: a primeira, o que é o neo-realismo e quais as suas características fundamentais? A segunda, qual o papel de Álvaro Cunhal no neo-realismo português.
A oradora apresentou o neo-realismo como movimento literário que se manifestou entre meados dos anos 30 e finais da década de 50 do século XX, num período difícil que engloba a crise económica iniciada em 1929, o triunfo do nazismo e do fascismo na Europa e o deflagrar da 2ª Guerra Mundial. E acrescentou que é nesse contexto assinalado e condicionado por intensas tensões ideológicas, políticas, económicas, sociais e literárias que se consolidou o neo-realismo, que conduzirá os escritores e os artistas a uma tomada de consciência diferente daquilo que era a realidade portuguesa. A seu ver, eles protagonizam então um confronto intelectual e doutrinário com os presencistas, pertencentes à geração literária anterior, o qual irá emergir nas páginas de publicações como o jornal O Diabo, as revistas Seara Nova, Sol Nascente e Vértice. Em causa, segundo nos diz, estava uma interpretação diversa da função social do escritor e da própria literatura. Na verdade, como nos ensinou Francisca Matos, os neo-realistas acusavam a literatura presencista de ser “individualista, psicologista e, sobretudo, desinteressada do homem concreto e social”. Além disso, defendiam a prevalência do “conteúdo” em relação à “forma”, visando uma maior consciencialização política e social dos leitores, de modo a que esta pudesse conduzir a uma transformação política do país.
Para falar de Álvaro Cunhal/Manuel Tiago, a Professora Francisca Matos teve que viajar no tempo até à Penitenciária de Lisboa, onde ele se encontrava desde 1949 em regime de isolamento. Deu-nos assim conta de que visando lutar contra os efeitos psicossomáticos da encarceração, ele engendra múltiplas estratégias de ocupação do tempo, dedicando-se a uma intensa actividade intelectual que passa pela leitura, pela tradução, pelo desenho, pela pintura e pela escrita. Esta última, segundo disse a oradora vai funcionar como uma espécie de ligação aos companheiros da própria prisão e aos companheiros que no exterior davam continuidade à luta anti-fascista. É, de resto, uma forma de manter acesas as memórias e as imagens da vida exterior à prisão e aí encontra a força interior necessária para resistir à privação de liberdade e ao isolamento.
A escrita de um livro como “Até amanhã, camaradas” cumpre, na óptica da palestrante, variadas funções: é a prova de que Álvaro Cunhal não se deixa abater perante os carcereiros, mas é também um manifesto que apela à resistência colectiva dos que, cá fora, deverão dar continuidade à luta comum. “Até amanhã, Camaradas” constitui a seu ver uma epopeia da clandestinidade, em que Vaz, o “homem da bicicleta” personifica vários homens, companheiros de Álvaro Cunhal na clandestinidade, na luta política e nos ideais. Trata-se na sua opinião de um “herói” colectivo que simboliza os ideais do partido, cuja missão é preparar o restante colectivo (camponeses, operários e intelectuais) para “a revolução e o derrube da ditadura”. Por isso considera que a obra Até amanhã, camaradas, como outras de Manuel Tiago/Álvaro Cunhal ocupam um lugar de destaque no neo-realismo português. É que, segundo disse, apesar do seu autor ter escrito para si e por si, escreveu para os outros num espírito de fraternidade e de humanidade. Legou-nos assim um importante testemunho para memória futura sobre o que foi a luta pela liberdade e pela democracia no tempo da ditadura fascista, escrito por quem a viveu “por dentro” e por isso dela tinha uma visão privilegiada. É convicção de Francisca Matos que os textos de Manuel Tiago/Álvaro Cunhal falam de luta e de sofrimento, mas apelam à liberdade e à consciência da importância de ser livre e de viver sem medo. Esse terá sido o seu grande legado para todos nós.
No final da palestra, a que assistiram mais que cinco dezenas de pessoas, houve um debate vivo com a assistência.


Aspecto parcial da assistência à palestra.
Fotografia de Luís Mariano Guimarães.


terça-feira, 28 de maio de 2013

À rédea solta

MINERVA E AS NOVE MUSAS.
Hendrick van Balen (1575-1632).
Óleo sobre painel (78 x 108 cm).
Colecção privada.

Há Musas feitas de vento e de madrugada que nos levam a cavalgar em pradarias nunca dantes conhecidas. São galopes à rédea solta, sem qualquer tipo de regras de Cavalaria, já que o prazer mútuo é cavalgar. Mesmo um homem sábio não sabe quando termina esse trote louco e manso. E esse será, porventura, o maior fascínio da jornada.

quinta-feira, 23 de maio de 2013

Louvor ao Feliciano Cupido

Feliciano Cupido. Rua em branco. Aguarela s/papel (40 x 50 cm). Colecção particular.

Tens o Alentejo na massa do sangue e sob o comando privilegiado do teu olhar atento, sabes transmiti-lo pictograficamente, duma forma magistral, através das redes neuronais que do teu órgão de visão se dirigem até à mão que sabiamente empunha o pincel.
És, hoje, o grande pintor das claridades do Sul, do calor que abrasa, do odor da flores de esteva, do alecrim, do poejo e dos orégãos, do som dos ralos que nos atazanam a sesta e do regresso dos rebanhos que assinalam o fim da jornada.
A tua pintura sabe a açorda, a paio e a vinho tinto. E sensualmente é como uma moçoila cujos seios afagamos como quem procura descobrir novos mundos.
Obrigado, Amigo, por partilhares connosco o teu Alentejo.
Temos orgulho em ti.