Casa do Alentejo, Lisboa. Vista
parcial do salão onde decorreu a homenagem.
A Casa do
Alentejo foi pequena
Mário Tomé foi alvo de uma entusiástica homenagem
que decorreu no passado dia 25 de Janeiro, no salão principal da Casa do
Alentejo, em Lisboa. Aí teve lugar um almoço que reuniu cerca de 260 pessoas que
encheram literalmente o salão. A sua presença ali visava assinalar também os 40
anos da eleição de Mário Tomé como deputado da UDP à Assembleia da República.
À homenagem associaram-se camaradas de luta,
militares de Abril, dirigentes sindicais, activistas de movimentos sociais,
amigos e amigas de Mário Tomé.
A iniciativa foi promovida por uma comissão
alargada, presidida pelo general Pezarat Correia.
Otelo Saraiva de Carvalho foi uma das
personalidades que na impossibilidade de estar presente, enviou uma calorosa
mensagem a Mário Tomé.
O almoço terminou com intervenções de Pezarat
Correia e de Mário Tomé, às quais se seguiram momentos musicais e de leitura de
poemas, com José Fanha, Francisco Naia, Jorgete Teixeira, e Francisco Rosa,
apresentados pelo actor Luís Vicente.
Biografia de Mário Tomé
De acordo com o Centro de Documentação 25 de Abril
da Universidade de Coimbra, a biografia de Mário Tomé é a que se segue.
“Mário António Baptista Tomé é natural de
Estremoz, coronel do Exército e foi condecorado, entre outras, com a Cruz de
Guerra.
4 comissões na guerra colonial (1963/64, Guiné;
66/68, Moçambique; 70/72, Guiné; 72/74, Moçambique).
Reserva compulsiva desde Maio 1984, no posto de
major. Na reforma desde 1993. Em 1970, em comissão na Guiné, sob comando de
Spínola, pediu a demissão das FA's por "desacordo
com a guerra colonial e com a política em geral do Governo".
Coordenador do Movimento dos Capitães em
Moçambique, membro da Assembleia do Movimento das Forças Armadas, redactor do
"Documento do COPCON" (que em Agosto de 1975 surgiu como alternativa
de esquerda ao "Documento dos Nove"), subscritor do "Manifesto
dos Oficiais Revolucionários aos Soldados, Operários, Camponeses e Povo
Trabalhador" (Novembro de 1975).
2.º Comandante do Regimento de Polícia Militar,
delegado na Assembleia Democrática da Unidade (regimento) e responsável pelo
Grupo de Dinamização da Unidade, delegado da Unidade na Assembleia do MFA.
Preso em 26 de Novembro de 1975 no seguimento do golpe do "25 de
Novembro". (Cadeia de Custóias e Presídio Militar de Santarém). Libertado
em 23 de Abril de 1976 ficando na situação de residência fixa e arbitrariamente
impedido sine die de
exercer a sua profissão até ser passado compulsivamente à reserva em 1984.
Membro da Comissão Nacional da Candidatura de Otelo
à Presidência da República em 1976, Deputado à Assembleia da República de 1979 a 1983 como
independente pela UDP e de 1991
a 1995, eleito nas listas da CDU na base de um acordo
do PCP com a UDP.
No seguimento da lei 43/99 teve a sua carreira
reconstituída ficando, por tal, no posto de coronel, posto mínimo que lhe
competia no desenvolvimento normal da carreira. Foi dirigente nacional da União
Democrática Popular – UDP.”
Mário Tomé, hoje
Dos aspectos biográficos de Mário Tomé ressaltam os
de resistente anti-fascista, militar de Abril, resistente anti-neoliberalismo e
defensor das conquistas de Abril e do socialismo.
Mário Tomé tem militado activamente no Bloco de Esquerda
desde a sua fundação em 1999, tendo sido mandatário das candidaturas às
eleições europeias (2013) e às eleições legislativas (2019).
Hernâni Matos
Créditos fotográficos: Manuel Xarepe.
Estremoz, 31 de Janeiro de 2020
(Jornal E nº 239, de 06-02-2020)
(Jornal E nº 239, de 06-02-2020)
Créditos fotográficos: Manuel Xarepe.
Mesa
com Mário Tomé, Pezarat Correia e Vasco Lourenço.
Um grande camarada. Um homem que nunca virou, nem vira a cara a nenhuma luta
ResponderEliminarMerecida homenagem
Que bom! Agradeço muito esta notícia. Se tivesse sabido antes, lá estaria.
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