Fig. 1 – Operação de desenfornar na Olaria
Alfacinha nos anos 50 do séc. XX.
Ao centro António Lino de Sousa (1918-1982)
com cerca de 40 anos. À sua
esquerda Caetano da Conceição e à sua direita
Jerónimo da Conceição.
Fotografia de Rogério de Carvalho (1915-1988). Arquivo
fotográfico do autor.
Nasceu a 4 de Junho de
1918 numa casa da rua do Poço Novo, na freguesia da Anunciação, concelho de
Redondo. Filho legítimo de José Arnaldo de Sousa Meneses, de 24 anos, oleiro,
natural da freguesia da Conceição, concelho de Vila Viçosa e de Isabel Maria
Lopes, de 19 anos, doméstica, natural da freguesia da Anunciação, concelho de Redondo
(3).
Aos 12 anos entrou como
aprendiz na Olaria Alfacinha, onde chegou a rodista. Era popularmente conhecido
por duas alcunhas “Mouco” e “Redondeiro”.
A 3 de Março de 1973, com
54 anos de idade, casou catolicamente com Quirina Alice Marmelo, de 51 anos, cozinheira,
natural da freguesia de São Lourenço, concelho de Estremoz. O casamento ficou
sujeito ao regime imperativo de separação de bens, nos termos da alínea b) do nº
1 do artº 1920 do Código Civil. A celebração do matrimónio decorreu na Igreja
Matriz de Santa Maria de Estremoz e foi presidida pelo Padre Júlio Luís Esteves,
pároco da freguesia (4).
Foi na Olaria Alfacinha (Fig.
1) que, com Mestre Mariano da Conceição, aprendeu a manufactura de Bonecos de
Estremoz, visando reforçar o seu magro salário. A isso se dedicava nos dias de
folga, no que era acompanhado por Quirina, que além de manufacturar os seus próprios Bonecos,
pintava os de ambos, visto que ao marido não lhe agradava pintar. O barro
utilizado por António Lino era por ele recolhido nos Barreiros e preparado para
modelar. A cozedura dos Bonecos era feita num forno a lenha que construíra no
quintal da sua residência.
Por motivos de saúde, António Lino teve em 1976 de
deixar a Olaria Alfacinha, dedicando-se então em exclusivo à confecção de Bonecos
na sua oficina-loja na Rua Arco de Santarém, nº 4, onde igualmente comercializava
louça do Redondo e de São Pedro do Corval. Outro local de venda dos seus Bonecos
era o Museu Municipal de Estremoz, próximo da sua casa. Nunca frequentou
feiras.
Uma coisa chama desde logo a atenção nas suas
figuras: as dimensões diminutas das suas bases.
António Lino viria a falecer no dia 5 de Junho de
1982, com 64 anos de idade, vítima de insuficiência cardíaca – edema agudo do
pulmão. Morava na Rua Arco de Santarém, nº 4 (2), (1).
BIBLIOGRAFIA
(1) - AGRADECIMENTO
- António Lino de Sousa in Brados do Alentejo nº
67, 25/06/1982. Estremoz, 1982 (pág. 2).
(2) - António
Lino de Sousa - Assento de Óbito nº 87 de 1982, da
Conservatória do Registo Civil de Estremoz.
(3) - António
Lino de Sousa -
Registo de Nascimento nº 185 de 1918, da Conservatória do Registo Civil do
Redondo.
(4) - António Lino de Sousa
- Assento de
Casamento nº 18 de 1973, da Conservatória do Registo Civil de Estremoz.
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