Os modelos tradicionais de assobio, em número de
quinze, distribuem-se por três grandes categorias:
- ASSOBIOS ZOOMÓRFICOS [Pomba (Fig. 2),
Galo (Fig. 3), Galo no disco (Fig. 4), Galo na árvore (Fig. 5), Galo no
pinheiro (Fig. 6), Galo no arco (Fig. 7), Galo no poleiro (Fig. 8), Galinha no choco
(Fig. 9) e Cesto com ovos (Fig. 10)];
- ASSOBIOS ANTROPOMÓRFICOS [Senhora
(Fig. 11), Peralta (Fig. 12) e Sargento (Fig. 13)];
- ASSOBIOS COMPOSTOS (ZOOMÓRFICOS E
ANTROPOMÓRFICOS) [Amazona (Fig. 14), Peralta a Cavalo (Fig. 15) e Sargento a
Cavalo (Fig. 16)].
Os assobios compostos têm base
rectangular e o bocal de sopro está localizado na cauda do cavalo. Um rolo de
barro foi aí colado com barbotina e depois furado com um arame grosso da base exterior
do rolo para o interior, até cerca de metade do comprimento. Na parte superior
do rolo foi depois efectuado outro furo,
até encontrar o primeiro.
Os assobios zoomórficos e
antropomórficos têm uma base cilíndrica de altura diminuta ou em forma de menisco
convexo, nos quais está inserido o bocal de sopro. Desde sempre que este bocal
era manufacturado, montando e furando um rolo de barro, tal como era feito para
os assobios compostos. Todavia, Maria Inácia Fonseca, uma das Irmãs Flores,
introduziu uma técnica diferente: o menisco convexo passa a ser mais alto e
dele, por estiramento numa determinada direcção, resulta o indispensável tubo,
que é furado da maneira anterior. O bocal de sopro passa então a ser mais curto
e a proeminência correspondente, mais suave e mais discreta.
O interesse despertado pelos assobios
(apitos) em barro de Estremoz, não é consensual entre os estudiosos. Assim,
Pires de Lima (2), Director do Museu Etnológico e de História do Porto, não os
incluiu entre os “Brinquedos Musicais” no seu estudo sobre “Brinquedos”, ao passo
que António Ferro (1), Director do Secretariado de Propaganda Nacional, os
distinguiu com uma referência no Prefácio de “Vida e Arte do Povo Português”:
“Aqueles bonecos de barro, por exemplo, continuam a dizer-nos, na voz dos seus
apitos, que Santo António, com o Menino Portugal nos seus braços, era de Lisboa
e não de Pádua.”
BIBLIOGRAFIA
(1) - FERRO, António. Prefácio
in Vida e Arte do Povo Português. Secretariado da Propaganda
Nacional. Lisboa, 1940 (pág. 3).
(2) - PIRES DE LIMA, Fernando de C. Brinquedos
in A Arte Popular em Portugal, vol III. Editorial Verbo. Lisboa,
1975 (pág. 250 a
290).
Fig. 2 - Pomba – José Moreira (sd).
Fig. 3 - Galo – José Moreira (sd).
Fig.
4 - Galo no disco – José Moreira (sd).
Fig. 5 - Galo na árvore – José Moreira (sd).
Fig. 6 - Galo no pinheiro – José Moreira (sd).
Fig. 7 - Galo no arco – Maria Luísa da Conceição (sd).
Fig. 8 - Galo no poleiro – Sabina Santos (sd).
Fig. 9 - Galinha no choco – Maria Luísa da Conceição (sd).
Fig. 10 - Cesto com ovos – Jorge da Conceição (2017).
Fig.
11 - Senhora – Irmãs Flores (2010).
Fig.
12 - Peralta – José Moreira (sd).
Fig.
13 - Sargento – José Moreira (sd).
Fig.
14 - Amazona – Sabina Santos (sd).
Fig.
15 - Peralta a cavalo – Sabina Santos (sd).
Fig. 16 - Sargento a cavalo – Irmãs
Flores (2018).
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