No Largo de Santa Catarina,
o parque de estacionamento em cima do passeio,
obriga os transeuntes a circular
na estrada no sentido de progressão dos veículos.
Fotografia de Francisca de
Matos.
Foi
o poeta sevilhano António Machado (1875-1939), quem proclamou: “(…) caminhante,
não há caminho, / faz-se caminho ao andar. / (…)”. A verdade e a universalidade
de tal declaração são compatíveis com o reconhecimento da existência de bons e de
maus caminhos. É esse dualismo que é objecto da presente crónica.
Caminhar
é preciso
Caminhar pode constituir um
prazer e um modo de manter a boa forma física. Todavia, pode ser também uma
obrigação inescapável de quem pretende chegar a determinado local. Neste último
caso, caminhar pode ser uma penitência dolorosa ou representar um risco a que
involuntariamente se é obrigado.
Da
Rua 31 de Janeiro às Portas de Santa Catarina
Na cidade de Estremoz há
quem se tenha que dirigir para as escolas do 1º Ciclo, Básica e Secundária, bem
como para o Centro de Saúde de Estremoz. A opção de caminho pode passar pela
Rua 31 de Janeiro, ladeada de passeios, pelo que após atravessar a
multiplicidade de esplanadas aí existentes, entra no Largo de Santa Catarina,
que antes da curva tem passeios, tanto de um lado como do outro. A seguir à
curva também tem, mas inexplicavelmente o passeio do lado direito, nas
traseiras da Messe de Sargentos foi transformado pelo Município num parque de
estacionamento. A sua existência é absurda, não só por constituir uma barreira
ambiental que obriga os transeuntes a circular na estrada no sentido de
progressão dos veículos, bem como pelo facto de ao virar das esquinas,
existirem dois parques de estacionamento: um do lado esquerdo (no Largo da
Praça de Touros) e outro do lado direito (junto às Portas de Santa Catarina). A
meu ver, o Município deveria eliminar este parque de estacionamento e orlar o
passeio com mecos impeditivos de estacionamento no local. Seria uma medida que
os transeuntes iriam aplaudir.
À
saída das Portas de Catarina
No interior das Portas de
Santa Catarina, o transeunte dispõe de passeio em qualquer dos lados, o mesmo
se passando à saída, em direcção à Praça José Dias Sena.
Quem transita pelo passeio
do lado esquerdo em direcção às Escolas do 1º Ciclo e à Escola Básica, fá-lo
com segurança, seguindo um percurso que foi bem delineado pelo Município. Já o
mesmo não se pode dizer de quem circula pelo passeio do lado direito. Este
termina imediatamente antes de um sinal de trânsito que assinala a existência
de uma passadeira que atravessa o IP2 e que é utilizada pelos transeuntes que
se dirigem para a Escola Secundária. A passadeira dá acesso a um passeio que
tem a particularidade de não ser horizontal, uma vez que regista uma inclinação
acentuada entre os bordos exterior e interior, o que cria dificuldades de
circulação pedonal a pessoas mais idosas ou de mobilidade reduzida.
Em
direcção ao Centro de Saúde
Quando termina o passeio do
lado direito do IP2, quem se dirige para o Centro de Saúde de Estremoz, vê-se face
a duas opções. Uma é a de entrar no parque de estacionamento em direcção ao
Centro de Saúde, o que é péssimo quando chove, dada a natureza térrea do piso.
A outra escolha é a de seguir junto aos rails que ladeiam a estrada, seguindo
um percurso onde não há passeio, no sentido de progressão do trânsito
automóvel. É uma opção arriscada, mas que muitos seguem. Creio que o Município
tem um modo de corrigir o absurdo da situação criada. Passa por a valeta do
parque de estacionamento ser desviada mais para o interior do mesmo, procedendo
de igual modo em relação aos rails que bordejam a estrada, criando condições
para que possa ser construído o prolongamento do passeio que foi interrompido
junto ao sinal de passadeira. Para chegar ao Centro de Saúde falta atravessar a
estrada que liga a Rua de São João de Deus ao IP2 e à Rua Professor Egas Moniz.
Para atravessar esta estrada com segurança, haveria que marcar uma passadeira
para travessia de peões, mesmo no seu termo, no local onde já existiu
sinalização de stop marcada no chão, mas que deveria passar a ser vertical. O
fluxo de trânsito automóvel nesta estrada de ligação passaria a ser mais lento,
devido à circulação pedonal na passadeira. Todavia, os direitos dos peões
sairiam reforçados, o que não deixaria de ser positivo.
As sugestões aqui ficam. Falta
agora o Município reconhecer o absurdo das situações aqui apontadas e tomar as
medidas concernentes a uma circulação pedestre mais segura.
Quando termina o passeio do
lado direito do IP2, quem se dirige para o Centro de
Saúde ou entra no parque
de estacionamento ou segue junto aos rails que ladeiam
a estrada. Fotografia de
Francisca de Matos.
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