O agora recuperado Palácio dos Marqueses de Praia e
Monforte, em Estremoz, aqui em
fotografia de C.J. Walowski (1891). Arquivo do autor.
A nível de património construído há coisas que nunca
deviam ter acontecido no nosso concelho. De uma forma reduzida, cito: - As
primeiras escavações arqueológicas da vila romana de Santa Vitória do Ameixial
ocorridas entre 1915 e 1916, tiveram como consequência o desvio para Lisboa do
famoso "Mosaico de Ulisses" que se encontra no Museu Nacional de
Arqueologia de Lisboa; - Muralhas que em nome do progresso foram derrubadas no
princípio do século passado, para o comboio chegar a Estremoz e a “notável
vila” se poder expandir em determinadas direcções; - A classificação, por
engano, como monumento nacional em 1922, da Capela de D. Fradique de Portugal na
igreja de S. Francisco, em vez da Ermida do Senhor Jesus dos Inocentes,
contígua aos antigos Paços do Concelho (Sala de Audiências de D. Dinis). O erro
repetiu-se em 1924, quando foi classificada como monumento nacional, a Casa do
Alcaide-mor, conhecida por Casa da Câmara, pensando que era os antigos Paços do
Concelho; - O derrube da Igreja de Santo André, em 1960; - A ignorância
completa da arqueologia industrial: lagares de azeite, lagares de vinho,
moagens e fábricas de cortiça; - A não musealização de oficinas, tais como:
albardeiro, alfaiate, barbeiro, carpinteiro, correeiro, encadernador, ferrador,
ferreiro, latoeiro e de estabelecimentos como mercearia, padaria e taberna; - A
degenerescência da arquitectura popular das casas de povoado das nossas
freguesias; - A destruição da arquitectura popular de produção: moinhos, azenhas,
noras, eiras, etc.
O Património Cultural é tudo aquilo que nos pertence,
que herdámos do passado ou que construímos hoje e que se torna imperativo
preservar, transmitir e deixar como legado, às gerações vindouras, visando a
permanência e a identidade cultural do povo. Daí ser importante a existência de
Associações de Defesa do Património.
A terminar esta série de artigos e porque não cultivo
uma política de terra queimada, não quero deixar de salientar aspectos
positivos de Defesa do Património local, fruto da iniciativa de várias
entidades, entre elas, o Município de Estremoz: - A constituição do Museu da
Alfaia Agrícola em 1987, bem como as tentativas goradas de musealização dum
lagar de azeite (Veiros) e de uma olaria (Estremoz); - A reabilitação do
Hospital Real de São João de Deus, ainda no século passado e mais recentemente
do Palácio dos Marqueses de Praia e Monforte; - A candidatura dos Bonecos de
Estremoz a Património Imaterial da Humanidade.
fotografia de C.J. Walowski (1891). Arquivo do autor.
A nível de património construído há coisas que nunca
deviam ter acontecido no nosso concelho. De uma forma reduzida, cito: - As
primeiras escavações arqueológicas da vila romana de Santa Vitória do Ameixial
ocorridas entre 1915 e 1916, tiveram como consequência o desvio para Lisboa do
famoso "Mosaico de Ulisses" que se encontra no Museu Nacional de
Arqueologia de Lisboa; - Muralhas que em nome do progresso foram derrubadas no
princípio do século passado, para o comboio chegar a Estremoz e a “notável
vila” se poder expandir em determinadas direcções; - A classificação, por
engano, como monumento nacional em 1922, da Capela de D. Fradique de Portugal na
igreja de S. Francisco, em vez da Ermida do Senhor Jesus dos Inocentes,
contígua aos antigos Paços do Concelho (Sala de Audiências de D. Dinis). O erro
repetiu-se em 1924, quando foi classificada como monumento nacional, a Casa do
Alcaide-mor, conhecida por Casa da Câmara, pensando que era os antigos Paços do
Concelho; - O derrube da Igreja de Santo André, em 1960; - A ignorância
completa da arqueologia industrial: lagares de azeite, lagares de vinho,
moagens e fábricas de cortiça; - A não musealização de oficinas, tais como:
albardeiro, alfaiate, barbeiro, carpinteiro, correeiro, encadernador, ferrador,
ferreiro, latoeiro e de estabelecimentos como mercearia, padaria e taberna; - A
degenerescência da arquitectura popular das casas de povoado das nossas
freguesias; - A destruição da arquitectura popular de produção: moinhos, azenhas,
noras, eiras, etc.
O Património Cultural é tudo aquilo que nos pertence,
que herdámos do passado ou que construímos hoje e que se torna imperativo
preservar, transmitir e deixar como legado, às gerações vindouras, visando a
permanência e a identidade cultural do povo. Daí ser importante a existência de
Associações de Defesa do Património.
A terminar esta série de artigos e porque não cultivo
uma política de terra queimada, não quero deixar de salientar aspectos
positivos de Defesa do Património local, fruto da iniciativa de várias
entidades, entre elas, o Município de Estremoz: - A constituição do Museu da
Alfaia Agrícola em 1987, bem como as tentativas goradas de musealização dum
lagar de azeite (Veiros) e de uma olaria (Estremoz); - A reabilitação do
Hospital Real de São João de Deus, ainda no século passado e mais recentemente
do Palácio dos Marqueses de Praia e Monforte; - A candidatura dos Bonecos de
Estremoz a Património Imaterial da Humanidade.
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