Delta do rio Parnaíba (Brasil), um rio que desagua por múltiplos braços.
Perfilho há muito a ideia de que é necessário estabelecer pontes de entendimento entre as pessoas. Cada um de nós não está atomizado na sua individualidade, uma vez que a própria vida se encarrega de nos integrar em múltiplos grupos com características diversas, nem sempre convergentes.
Alguns grupos são fechados, com códigos de conduta rígidos que a pretexto da pureza de princípios, os incapacitam de dialogar com os restantes. Entre grupos fechados só são possíveis conversas de surdos, já que como não se ouvem uns aos outros, não sabem o que os outros dizem.
Uma atitude distinta é cada um de nós e os grupos em que se insere, procurarem ouvir os outros para perceber o que eles dizem, pensam e querem. Como retribuição podem ser ouvidos e os outros ficarão a saber o que dizemos, pensamos e queremos. É possível então chegar à conclusão de que partilhamos algumas ideias comuns, o que torna possível construir algo em conjunto, facto que introduzirá laços de união entre nós. É a unidade na diversidade.
Com o tempo é possível que a área de partilha aumente, mas também é possível que não. Porém, ficámos a saber o que os outros pensam e a respeitá-los porque nos respeitam a nós. E uma coisa é certa, a partilha é só de coisas que nos unem, não de coisas que nos separam. Podemos com outros partilhar amigos, se não todos, alguns. O que não somos é obrigados a partilhar os adversários. Isso é terreno que não é partilhável.
Uma das muitas coisas que partilho com os outros é a escrita, instrumento de libertação do Homem. Filho de alfaiate, aprendi a alinhavar palavras, que permitem cerzir ideias com que se propagam doutrinas. Esse o sentido de estar hoje, aqui.
Furiosamente independente, serei sempre incisivo, cáustico quanto baste, mas sempre preciso. Serei “O FRANCO ATIRADOR”.
Publicado também no nº 86 do Jornal ECOS
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