quarta-feira, 25 de junho de 2014

4 - Galeria dos bonecos de Estremoz

Mulher a fazer chouriços (1948).
Mariano Augusto da Conceição (1903-1959).
Museu Rural de Estremoz.

É vasta e diversificada a galeria dos bonecos de Estremoz. Reflexo afinal da riqueza do imaginário popular, que procura retratar a realidade local e regional, não só quando os bonecos se destinam a um uso específico (figuras de presépio, imagens religiosas, apitos, ganchos de meia, etc.), como e tão-somente a uma finalidade decorativa. Passemos então uma revista, ainda que breve, a esta galeria, aproveitando para a sistematizar em treze grandes categorias de imagens:
1 - As figuras de presépio, de forte registo etnográfico e que ciclicamente permitem reconstituir e comemorar em nossas casas, o nascimento de Cristo Salvador;
2 - As imagens religiosas que para além daquelas que noutros materiais e em ponto grande, existem nas nossas igrejas e conventos, são objecto de devoção popular;
3 - Figuras que têm a ver com a realidade local;
4 - Figuras intimistas que têm a ver com o quotidiano doméstico;
5 - Figuras que são personagens da faina agro-pastoril nas herdades alentejanas;
6 - Figuras de negros, que a nosso ver, através da nossa permeabilização à cultura afro-brasileira, indiciam miscenização de raças e a fusão de culturas ocorrida ao longo da colonização do Alentejo;
7 - Figuras destinadas a assinalar períodos festivos;
8 - Figuras satíricas;
9 - A infindável variedade de apitos para a miudagem brincar e atazanar os ouvidos aos mais velhos. Representam figuras antropomórficas e zoomórficas;
10 - Brincos, que é a designação dada a miniaturas de barro vermelho, pintadas e decoradas com as cores usadas nos bonecos de Estremoz;
11 - Os ganchos de meia para as mulheres ajeitarem ao peito a malha do tricot e que tal como os apitos, representam figuras antropomórficas e zoomórficas;
12 - Paliteiros;
13 - Outros objectos decorativos ou funcionais: cantarinhas, pucarinhos, terrinas, candelabros, suportes para velas, etc.


segunda-feira, 23 de junho de 2014

A lavadeira na poesia erudita

MULHER A LAVAR A ROUPA. Mariano da Conceição (1903-1959).
Dimensões (cm): Alt. 13; Larg. 6,6.
Marcas: ESTREMOZ/PORTUGAL aposta por carimbo (0,8 cm x 2 cm)
Museu Nacional de Etnologia, Lisboa.

Os poetas eruditos falam-nos de lavadeiras na ribeira, no rio e no tanque.  
De lavadeiras na ribeira nos fala o poeta e pedagogo João de Deus (1830 1896), no seu poema “Boas  Noites” [1]:

Estava uma lavadeira
A lavar n'uma ribeira,
Quando chega um caçador.


—Boas tardes, lavadeira!

—Boas tardes, caçador!

—Sumiu-se-me a perdigueira
Alli n'aquella ladeira,
Não me fazeis o favor
De me dizer se a bréjeira
Passou aqui a ribeira?


—Olhai que d'essa maneira
Até um dia, senhor,
Perdereis a caçadeira,
Que ainda é perda maior.


—Que me importa, lavadeira!
Aqui na minha algibeira
Trago dobrado valor.
Assim eu fôra senhor
De levar a vida inteira
Só a vêr o meu amor
Lavar roupa na ribeira...


—Talvez que fosse melhor,
Vêr... coser a costureira!
Vir, de ladeira em ladeira,
Apanhar esta canceira
E tudo só por amor
De vêr uma lavadeira
Lavar roupa na ribeira...
É escusado, senhor!


—Boas noites... lavadeira!

—Boas noites, caçador!...


De lavadeiras no rio nos fala o poeta, escritor e político reguenguense, António de Macedo Papança (1852-1913), Conde de Monsaraz , no seu poema “Lavadeiras” [2]:

Lavam no claro rio, entre balceiras,
       Ranchos de lavadeiras;
No rio em cujas águas, loiro e esparso,
       Faísca o sol de Março
Numa alegria rústica e pagã.

       Oito horas da manhã.
       Sopra uma leve aragem,
Que ondula e que estremece na paisagem
E em tomo dá palpitações de vida
À roupa nas ramadas estendida;
………………………………………………..

E pela margem fora as lavadeiras,
Velhas e novas, loiras e trigueiras.
        Na faina que as não poupa
        Lavam, batem a roupa:

Braços nus, pernas nuas, ancas largas,
Num retoiçar de peitos e de ilhargas,
        Ensaboando, esfregando,
Rubras de sol, curvadas e cantando,
        Meneia-se cada uma
         Entre flocos de espuma.

De lavadeiras no rio nos fala, ainda, o dramaturgo, escritor e poeta estremocense, Silva Tavares (1893-1964), no seu poema “As lavadeiras” [3]:
……………………………………
O chape-chape sempre constante,
mercê da esfrega mais do sabão.
       — chape-gue-chape
       sôa, cantante,
       sem que se escape
       por um instante
dos meus ouvidos essa canção!

E sôbre a pedra todas curvadas,
chape-que-chape, sem descansar,
      as lavadeiras
      passam — coitadas!—
      vidas inteiras
      sempre ajoelhadas,
como se a pedra fosse um altar!...
……………………………………………

De lavadeiras no rio nos fala, também, Fernando Pessoa (1888-1935), na quadra “Lavadeira a bater roupa” [4]:

Lavadeira a bater roupa
Na pedra que está na água,
Achas a minha mágoa pouca?
É muito tudo o que é mágoa.
  
Alberto Caeiro, poeta bucólico e anti-filósofo, um dos heterónimos de Fernando Pessoa, fala, igualmente, das lavadeiras do rio, no seu poema: “Quem me dera que eu fosse o pó da estrada” [5]

Quem me dera que eu fosse o pó da estrada
E que os pés dos pobres me estivessem pisando. . .
Quem me dera que eu fosse os rios que correm
E que as lavadeiras estivessem à minha beira. . .
Quem me dera que eu fosse os choupos à margem do rio
E tivesse só o céu por cima e a água por baixo. . .
Quem me dera que eu fosse o burro do moleiro
E que ele me batesse e me estimasse. . .
Antes isso que ser o que atravessa a vida
Olhando para trás de si e tendo pena. . .

De lavadeiras do rio nos fala ainda Amália Rodrigues (1920-1999) no seu poema “Lavava No Rio, Lavava”, o qual cantava com música de José Fontes Rocha [6]
  
Lavava no rio, lavava
Gelava-me o frio, gelava,
Quando ia ao rio lavar.
Passava fome, passava,
Chorava, também chorava,
Ao ver minha mãe chorar!
Cantava, também, cantava!
Sonhava, também, sonhava!
E, na minha fantasia,
Tais coisas fantasiava,
Que esquecia que chorava,
Que esquecia que sofria!

Já não vou ao rio lavar,
Mas continuo a chorar!
Já não sonho o que sonhava!
Já não lavo no rio!
Por que me gela este frio
Mais do que então gelava?

Ai, minha mãe, minha mãe
Que saudades desse bem,
Do mal que eu não conhecia!
Dessa fome que eu passava,
Do frio que nos gelava,
E da minha fantasia!

Já não temos fome, mãe!
Mas já não temos também
O desejo de a não ter!
Já não sabemos sonhar,
Já andamos a enganar
O desejo de morrer!

Já Pedro Homem de Mello (1904-1984) no poema: “Povo”, [7] , chama “Povo que lavas no rio” às lavadeiras do rio:

Povo que lavas no rio,
Que vais às feiras e à tenda,
Que talhas com teu machado
As tábuas do meu caixão,
Pode haver quem te defenda,
Quem turve o teu ar sadio,
Quem compre o teu chão sagrado,
Mas a tua vida, não!
……………………………….

Fernando Pessoa, que já abordara poeticamente a lavadeira do rio, fala de outro tipo de lavadeira no poema “A lavadeira no tanque”[8]:

A lavadeira no tanque
Bate roupa em pedra bem.
Canta porque canta e é triste
Porque canta porque existe;
Por isso é alegre também.

Ora se eu alguma vez
Pudesse fazer nos versos
O que a essa roupa ela fez,
Eu perderia talvez
Os meus destinos diversos.

Há uma grande unidade
Em, sem pensar nem razão,
E até cantando a metade,
Bater roupa em realidade. . .
Quem me lava o coração?

Finalmente, o engenheiro Álvaro de Campos, outro dos heterónimos de Fernando Pessoa, no poema “Tabacaria” [9], admite a sua eventual felicidade se casasse com a filha da sua lavadeira:
……………………..
(Se eu casasse com a filha da minha lavadeira
Talvez fosse feliz.)
Visto isto, levanto-me da cadeira. Vou à janela.
…………………..
  



[1] In “Flores do Campo”. Porto. Livraria Universal, 1876.
[2] In  “Musa Alentejana / Lira de Outono”. Lisboa. Livraria Férin, 1954.
[3] In “Gente Humilde”. Lisboa: Livraria Popular de Francisco Franco, 1934.
[4] s. d. / Quadras ao Gosto Popular. Fernando Pessoa. (Texto estabelecido e prefaciado por Georg Rudolf Lind e Jacinto do Prado Coelho.) Lisboa: Ática, 1965. (6ª ed., 1973).
[5] 1914 /“O Guardador de Rebanhos”. In Poemas de Alberto Caeiro. Fernando Pessoa. (Nota explicativa e notas de João Gaspar Simões e Luiz de Montalvor.). Lisboa: Ática, 1946 (10ª ed. 1993).
[6] A canção “Lavava No Rio Lavava” integra o álbum de Amália “Gostava de Ser Quem Era “, editado em 1980 pela casa Valentim de Carvalho.
[7] In “Miserere”. Lisboa: Editora Portugália, 1948. Este poema constituiu letra de fado cantado pela primeira vez por Amália Rodrigues, com música de Joaquim Campos. Posteriormente passou a fazer parte do reportório de cantores como António Variações, Cidália Moreira, Dulce Pontes, Mariza, Mafalda Arnauth, José Cid e José Perdigão.
[8] 15-9-1933 / Novas Poesias Inéditas. Fernando Pessoa. (Direcção, recolha e notas de Maria do Rosári15-1-1928 / Poesias de Álvaro de Campos. Fernando Pessoa. Lisboa: Ática, 1944 (imp. 1993): 252. 1ª publ. in Presença, nº 39. Coimbra: Jul. 1933. Marques Sabino e Adelaide Maria Monteiro Sereno.) Lisboa: Ática, 1973 (4ª ed. 1993).
[9] 15-1-1928 / Poesias de Álvaro de Campos. Fernando Pessoa. Lisboa: Ática, 1944 (imp. 1993): 252. 1ª publ. in Presença, nº 39. Coimbra: Jul. 1933.

quarta-feira, 18 de junho de 2014

Carta a um camarada

José Coelho Ribeiro


Coelho Ribeiro:

É com muito gosto que aceito o seu pedido de amizade no Facebook, já que é um prolongamento natural da nossa amizade, a qual é real e anterior à existência de redes sociais.
Conheço-o e admiro-o desde o tempo da tristemente célebre coligação PS-PSD no Município, em que havia dois PS em Estremoz: o da Câmara liderada por Primo Carrapiço e o da Assembleia Municipal, da qual você foi Presidente com coluna vertebral, em colisão e confronto natural com o primeiro, conjuntamente com outros autarcas socialistas, como Francisco Rodrigues.
As actas da Assembleia Municipal dessa época são exemplo dum parlamentarismo local independente, que se recusava a ser cúmplice e a pactuar com o autoritarismo do Presidente da edilidade.
Naquela sala, que foi Biblioteca do extinto Convento da Congregação do Oratório de São Filipe Nery, foram escritas a letras de ouro, páginas do nosso melhor parlamentarismo local, que a meu ver, atingiu nessa época, um pico de particular e vigorosa intensidade.
A Assembleia Municipal fazia uso frequente da sua competência para acompanhar e fiscalizar a actividade da Câmara, de tal modo que numa célebre sessão de 1987, houve unanimidade de todas as bancadas no sentido de exigir que a Câmara cumprisse acordos assumidos. Apenas seis Presidentes de Junta, todos eles da coligação PS-PSD, roeram a corda.
A Assembleia não estava manietada e as diversas forças políticas dialogavam para além das sessões. Dessa época e a talhe de foice, relembro-me, para além de si, de notáveis intervenções de parlamentares como Aníbal Alves, António Simões, Francisco Rodrigues, José Mário Gaspar e José Sena.
Você era e é um “animal político” com faro para as “maroscas”, caldeado pela experiência anterior como Presidente da Câmara Municipal do Fundão. Era e é um homem respeitado, do qual os oportunistas fogem como o diabo da cruz.
Temos sido companheiros de estrada e continuaremos a ser, apesar de geneticamente eu não ser socialista. Todavia somos ambos da natureza de não nos rendermos e mostramos apetência militante por caminhadas conjuntas, que potenciam a força das massas, que por enquanto não sabem a força que têm. Até que um dia…



domingo, 15 de junho de 2014

A lavadeira na poesia popular

MULHER A LAVAR A ROUPA. Ti Ana das Peles (1ª metade do séc. XX).
Dimensões (cm): Alt. 11; Larg. 6,3.
Museu Nacional de Etnologia, Lisboa.

A vida da lavadeira está retratada na poesia popular portuguesa, como mostram as duas quadras seguintes:

Lavadeira lava a roupa
Lava-a bem e lava-a mal,
Bem lavada, mal lavada,
O sabão vem de Pombal[1]

Já morreu quem me lavava!
Minha rica lavadeira!
Quem lavava como prata
Naquella fresca ribeira[2]

Está também descrita em poesias populares de maior extensão, como as seguintes:

A VIDA DA LAVADEIRA [3]

A vida da lavadeira
É como a do caracol
de Inverno morre com frio
E de Verão morre com sol.

Meninas do rio triste
vinde lavar ao alegre
que a água do nosso rio
põe a roupa como a neve.

Fui lavar ao rio turvo
e escorregou-me o sabão
abracei'me com as rosas
ficou-me o cheiro na mão.

A roupa do marinheiro
não é lavada no rio
é lavada no mar alto
à beirinha do navio.


A LAVADEIRA [4]

Bem lavava a lavadeira
ao som da sua barrela
ela cantando dizia:
Ó que meada tão bela!
Os panos que ela lavava
eram do rei de Castela;
o sabão que ela deitava
tinha vindo de Inglaterra,
a lenha que ela queimava
era cravo era canela;
lavava-os em tanque de oiro
estendia-os na Primavera.





[1] In "Cantos Populares Portugueses. Vol. IV. António Tomaz Pires. Typographia e Stereotypia Progresso. Elvas, 1912.
[2] Idem.
[3] In “EU BEM VI NASCER O SOL”/Antologia de Poesia Popular Portuguesa. Alice Vieira. Editorial Caminho. Lisboa. 1994.
[4] Idem.

quarta-feira, 11 de junho de 2014

3 – Marcas de identidade

Pastor das migas.
Oficinas de Estremoz do séc. XIX. 
Colecção particular

A matriz identitária do figurado de Estremoz distribui-se por quatro níveis distintos.
Em primeiro lugar, a manufactura sui-generis que a distingue de todo o figurado português. Nela, o todo é criado a partir das partes, recorrendo a três geometrias distintas: a bola, o rolo e a placa. São elas que com tamanhos variáveis são utilizadas na gestação de cada boneco. Para tal são coladas umas às outras, recorrendo a barbutina e afeiçoadas pelas mãos mágicas dos artesãos, que lhes transmitem vida e significado.
Em segundo lugar, é notória a identidade cultural regional. As figuras são muitas das vezes protagonistas das fainas agro-pastoris do Alentejo de antanho, envergando os seus trajes populares. São um relato fiel dos ciclos de produção, dos usos e costumes, bem como da gastronomia. A identidade cultural regional está, de resto, presente no alegre e garrido cromatismo das imagens, que reflectem as claridades do Sul. 
Em terceiro lugar, é patente também uma identidade cultural local, que tem a ver com o quotidiano das gentes, com a vida íntima na comunidade, com o respeito pela instituição militar, com a veneração pelos santos da Igreja Católica e com a comemoração de festas cíclicas.
Em quarto e último lugar, estão as marcas de identidade de autor, gravadas ou estampadas na base dos bonecos ou no interior das peças ocas (mulheres de saia ou santos assentes numa peanha). São marcas através das quais os bonequeiros assumem a maternidade ou a paternidade de cada peça nascida das suas mãos. Afirmação legítima da auto-estima dos barristas, que nos relembra as siglas gravadas pelos pedreiros medievais nas pedras que afeiçoavam e que transmitiam a mensagem “Esta pedra é Obra minha”.
As marcas de identidade de autor, além de identificarem o artesão, permitem balizar o período de manufactura das figuras, na medida em que os artífices no decurso da sua actividade vão, por vezes, utilizando marcas distintas. Todavia, não só as marcas de autor permitem identificar o bonequeiro, já que cada um tem o seu próprio modo de observar o mundo que o cerca e de o interpretar, legando traços de identidade pessoal nas peças que manufactura e que são marcas indeléveis que permitem identificar o seu autor.


domingo, 8 de junho de 2014

Interpretação pós-moderna do adagiário sobre coelhos

Painel direito (220 cm x 97,5 cm) de “O Jardim das Delícias Terrenas”(1504), tríptico – óleo sobre
madeira ( 220 cm × 389 cm), de Hieronymus Bosch (1450-1516). Museu do Prado, Madrid. O tríptico
descreve a História do Mundo a partir da Criação, apresentando o Paraíso Terrestre e o Inferno nas
abas laterais. O painel direito é conhecido como "O inferno musical", pelas múltiplas representações de
instrumentos musicais. Aí, Bosch pintou os tormentos do inferno, aos quais fica exposta a  Humanidade. Descreve um mundo onírico, demoníaco, opressivo, de inumeráveis tormentos. Na parte inferior do
painel direito, os instrumentos musicais aparecem transformados em instrumentos de tortura. Vê-se
um coelho a tocar trompa e um homem abraçado por um porco, simbolizando o que acontece às
pessoas, devido ao seu comportamento.

De acordo com o “Correio da Manhã” de hoje, no próximo dia 15 de Agosto tem início a caça ao coelho. Tal facto, levou-nos a fazer uma interpretação pós-moderna do adagiário português sobre coelhos, a qual apresentamos de seguida:  

Temos coelho na toca.
O Passos Coelho está no Palácio de São Bento.

Depois de fugir o coelho, todos dão conselhos.
O Coelho não vai fugir. Os caçadores que se convençam disso.

Depois de fugir o coelho, toma o vilão o conselho.
Já dissemos e repetimos: o Coelho não vai fugir. Os caçadores que se convençam disso.

Matar dois coelhos duma cajadada.
Derrubar o governo PSD-CDS. 

Desta moita não sai coelho.
O PS do Tó Zé Seguro parece pouco empenhado em derrubar o governo.

O caçador do coelho deve ser manso.
Se assim é, o Tó Zé Seguro é manso demais ou faltam-lhe munições.

Os mansos comem coelho.
Se assim é, o Tó Zé Seguro anda há muito com falta de apetite.

O coelho é de quem o levanta, a lebre é de quem a mata e a perdiz de quem a acha.
Há quem pense que o Coelho será do António Costa.

Coelho casa com coelha, não com ovelha.
Esta é a crença de algum PSD, que não gosta de Paulo Portas, que considera uma “ovelha ronhosa”.

Quem corre atrás de dois coelhos, não pega nenhum.
Será uma advertência ao PCP do Jerónimo de Sousa, que combate igualmente o governo PSD-CDS e o PS?

Antes coelho magro no mato, que gordo no prato.
Adágio equivalente a este outro: Pela boca morre o peixe.

Quando o coelho provar que não é lebre, já está assado.
A assadura já começou, mas ainda vai levar o seu tempo.

A coelho ido, conselho vindo.
Adágio equivalente a este outro: Depois da casa roubada, trancas à porta.

quinta-feira, 5 de junho de 2014

Cada macaco no seu galho

Cada macaco no seu galho
(Imagem recolhida em http://nutricionistabia.blogspot.pt) 

Prestíssimo
Decorreram em todo o país, no passado dia 18 de Maio, as Comemorações do Dia Internacional dos Museus, este ano subordinadas ao tema “Museus: Colecções Criam Conexões”. Daí que o Município de Estremoz, através do Museu Municipal, tenha organizado no Palácio dos Marqueses da Praia e Monforte, uma exposição sob a epígrafe “Os Poetas Populares e o Boneco de Estremoz”. A exposição foi inaugurada no passado dia 18 de Maio, pelas 16h 30 min e estará patente ao público até ao próximo dia 24 de Agosto.
No acto inaugural, poetas populares do concelho e de concelhos limítrofes, convidados por ofício da Vereadora da Cultura, declamaram décimas de sua autoria, tendo por tema os “Bonecos de Estremoz”.
Aleggro
Certa vez na TV, o conhecido humorista Herman José saiu-se com esta graça:
- Sabem porque é que eu e o Dr. Mário Soares nos damos bem?
Ao que logo respondeu:
- É que fizemos um acordo. Ele não conta anedotas e eu não me meto em política.
Larguíssimo
Como agente cultural, tenho desenvolvido actividades com poetas populares que remontam aos anos 70 do século passado e que ultrapassam mais de uma vintena de Encontros, a última das quais na COZINHA DOS GANHÕES 2013.
A minha cooperação com o Município tem tantos anos como o 25 de Abril, sempre foi leal e continuará a ser, pois não poderá ser de outra maneira. Daí que me tenha sentido magoado e entristecido, por o Município ter transvasado as suas competências e se ter substituído a um agente cultural que tem trabalhado na área. É certo que é um procedimento legal, mas não é ético. As pessoas não podem ser descartáveis. Muito menos pelo desconhecimento do trabalho realizado e da disponibilidade em o continuar a realizar. Daí a deselegância da atitude.    
Gravíssimo
Num caso destes, o conhecido dirigente portista, Pinto da Costa, proclamaria:
- Cada macaco no seu galho!
Todavia eu limito-me a citar o rico adagiário português:
- Quem não se sente, não é filho de boa gente.