MULHER A LAVAR A ROUPA. Ti
Ana das Peles (1ª metade do séc. XX).
Dimensões (cm): Alt. 11;
Larg. 6,3.
Museu Nacional de
Etnologia, Lisboa.
A vida da lavadeira está retratada na poesia
popular portuguesa, como mostram as duas quadras seguintes:
Lavadeira
lava a roupa
Lava-a bem e
lava-a mal,
Bem lavada,
mal lavada,
O sabão vem
de Pombal. [1]
Já morreu
quem me lavava!
Minha rica
lavadeira!
Quem lavava
como prata
Naquella
fresca ribeira. [2]
Está também descrita em poesias populares de maior
extensão, como as seguintes:
A VIDA DA
LAVADEIRA [3]
A
vida da lavadeira
É
como a do caracol
de
Inverno morre com frio
E
de Verão morre com sol.
Meninas
do rio triste
vinde
lavar ao alegre
que
a água do nosso rio
põe
a roupa como a neve.
Fui
lavar ao rio turvo
e
escorregou-me o sabão
abracei'me
com as rosas
ficou-me
o cheiro na mão.
A
roupa do marinheiro
não
é lavada no rio
é
lavada no mar alto
à
beirinha do navio.
A LAVADEIRA [4]
Bem
lavava a lavadeira
ao
som da sua barrela
ela
cantando dizia:
Ó
que meada tão bela!
Os
panos que ela lavava
eram
do rei de Castela;
o
sabão que ela deitava
tinha
vindo de Inglaterra,
a
lenha que ela queimava
era
cravo era canela;
lavava-os
em tanque de oiro
estendia-os
na Primavera.
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