segunda-feira, 20 de maio de 2013

Efemérides de Maio

31 de Maio
A 31 de Maio de 1469 nasce El-Rei Manuel I de Portugal (1469-1521), o “Venturoso”.
ESFERA ARMILAR - Painel de azulejos hispano-mouriscos sevilhanos, de corda seca
em faiança policroma, executados no atelier Fernan Martinez Guijarro ou Pedro de
Herrera, cerca de 1508-1509 e encomendados por D. Manuel I. Pátio da Carranca,
Palácio Nacional de Sintra.
30 de Maio
A 30 de Maio de 1834, Joaquim António de Aguiar (1792-1884), apelidado
de “O Mata-Frades”, promulga uma lei que extingue “todos os conventos,
mosteiros, colégios, hospícios, e quaisquer outras casas das ordens religiosas
regulares”, ficando os seus bens incorporados na Fazenda Nacional.
MONGES NO REFEITÓRIO (séc. XVII) - Painel de azulejos do Mosteiro
de São Martinho de Tibães.
29 de Maio
A 29 de Maio comemora-se o “Dia Mundial e Internacional da Energia”.
A ALA DOS NAMORADOS (1922) - Painel de azulejos historiados do pintor,
 ceramista, ilustrador e caricaturista Jorge Colaço (1864-1942)  - Pavilhão
Carlos Lopes, Lisboa. Ilustra uma cena da Batalha de Aljubarrota, travada
a 14 de Agosto de 1385 e na qual sob o comando de D. Nuno Álvares Pereira,
o exército português derrotou o castelhano. A enérgica “Ala dos Namorados”
constituía o lado direito do quadrado formado pelo exército português e
segundo conta Fernão Lopes na “Crónica de D. João I”, a designação
deveu-se  ao facto de os seus membros serem bastante jovens.

28 de Maio
A 28 de Maio de 1884 abre o Jardim Zoológico de Lisboa.
Painel de Azulejos (1995) de Júlio Resende (1917-2011)
na estação Sete Rios/Jardim Zoológico do Metro de Lisboa.
27 de Maio
A 27 de Maio de 1923 é fundado em Braga o Corpo Nacional de Escutas (CNE)
- Escutismo Católico Português. ROBERT BADEN-POWELL E A ESPOSA OLAVE
ST. CLAIR SOAMES, os iniciadores do "Movimento Escutista Mundial, painel
de azulejos pintados à mão por M. Isabel, existentes numa parede da sede
do Agrupamento 577 - São José, Viseu do Corpo Nacional de Escutas, no
Largo Baden-Powell, junto da Igreja da Nossa Senhora da Conceição. 
26 de Maio

A 26 de Maio de 1664 foi travada a batalha de Montijo, em Espanha, na qual o
exército português comandado por Matias de Albuquerque venceu o exército
espanhol, chefiado pelo Marquês de Terrecusa. BATALHA DE MONTIJO (c.1670)
- Painel de azulejos (148x164 cm). Desenho de engenheiro militar. Fabrico de
oficina de Lisboa. Palácio dos Marqueses de Fronteira, Lisboa.
25 de Maio
Em 25 de Maio de 1625, Isabel de Aragão (1270-1336) é canonizada pelo Papa
Urbano VIII (1568-1644). O MILAGRE DAS ROSAS. Painel de azulejos (126x173,5 cm)
de meados do séc. XVIII, da autoria de Policarpo de Oliveira Bernardes (1695-1778),
pintor e azulejista alentejano, pertencente ao chamado ciclo dos mestres, período
em que se produziram as melhores peças azulejares, do barroco português. Igreja
do Convento de São Francisco, Estremoz.
24 de Maio

A 24 de Maio comemora-se o “Dia Europeu dos Parques Naturais”.
CHOUPAL (1924) - Azulejo (14,4x14,4 cm) de José António Jorge
Pinto (1876-1945). Museu Nacional do Azulejo, Lisboa.
23 de Maio

A 23 de Maio de 1905 teve lugar a fundação do Museu Nacional dos Coches,em
Lisboa. Painel de azulejos portugueses da Igreja da Ordem Terceira Secular
de São Francisco da Bahia (Brasil), retratando o cortejo nupcial do Infante
Dom José de Portugal e Dona Maria Ana de Bourbon, ocorrido em 1729.
22 de Maio

A 22 de Maio comemora-se o “Dia do Autor Português”.
FERNANDO PESSOA - Painel de azulejos (196x112 cm), réplica de uma secção
do revestimento da estação Alto dos Moinhos do Metropolitano de Lisboa.
 Projecto de 1984 da autoria de Lima de Freitas (1927-1998), realizado em 1990
na Fábrica de Cerâmica Viúva Lamego, Lisboa. Museu Nacional do Azulejo, Lisboa.
21 de Maio

A 21 de Maio de 1998 é inaugurada a Exposição Mundial de Lisboa (Expo 98),
dedicada aos oceanos. O INFANTE D. HENRIQUE NO PROMONTÓRIO DE SAGRES (1922).
Painel de azulejos de Jorge Colaço (1868-1942). Pavilhão Carlos Lopes, Lisboa.
20 de Maio
Em 20 de Maio de 1498, a armada de Vasco da Gama chegou a Calicute, ficando
estabelecida a Rota do Cabo e aberto o caminho marítimo para a Índia.
CHEGADA A CALICUTE - Painel de azulejos do séc. XVIII do Museu Militar de Lisboa.
19 de Maio
A 19 de Maio de 1954, na sequência de uma greve de assalariados rurais
alentejanos por melhores remunerações, a ceifeira portuguesa Catarina
Eufémia foi assassinada, a tiro, pelo tenente Carrajola, da Guarda Nacional 
Republicana. O mais novo dos seus três filhos, com oito meses, estava ao seu
colo quando foi baleada. Este triste acontecimento transformou Catarina
Eufémia num ícone da resistência dos trabalhadores alentejanos contra o
regime ditatorial imposto por Salazar, que não permitia qualquer tipo de
manifestação por melhores condições de vida. MULHER ALENTEJANA (Excerto)
- Peça escultórica da autoria de Rogério Ribeiro (1930-2008), constituído por
um painel de azulejos, formado por duas faces, com cinco metros de altura e
que retrata diversos rostos femininos. Visa homenagear a mulher nascida nos
campos do Alentejo e entre elas Catarina Eufémia. Está localizado no Espaço
Museológico da Rua do Sembrano, no Parque da Cidade, em Beja.

18 de Maio
A 18 de Maio comemora-se desde 1977, o Dia Internacional dos Museus. A
efeméride visa permitir visitar exposições em horário alargado e com entrada
gratuita, bem como participar em debates, ver filmes, assistir a concertos e
usufruir de uma série de eventos que pretendem dinamizar e alertar o público
para os espaços, as colecções e os desafios destas instituições. CASAMENTO
DA GALINHA (1660-1667) – Painel de azulejos (149 cm x 335 cm). Fabrico de
Lisboa.Constituiu revestimento parietal da Quinta de Santo António da
Cadriceira, Turcifal,Torres Vedras. 
17 de Maio
A 17 de Maio celebra-se o Dia Mundial da Hipertensão. A data foi instituída e é
apoiada internacionalmente pela Liga Mundial de Hipertensão (LMH) e em Portugal
pela Sociedade Portuguesa de Hipertensão (SPH). O objectivo é divulgar a importância
da prevenção, da detecção e do tratamento da hipertensão. ROSSIO E HOSPITAL REAL
DE TODOS-OS-SANTOS - Painel de azulejos de oficina de Lisboa, da 1ª metade do
século XVIII (114 cm x 348 cm) existente no Museu da Cidade, Lisboa. O Hospital
Real de Todos-os-Santos foi desactivado na sequência do Terramoto de 1755,
ocorrido a 1 de Novembro desse ano, o qual foi responsável pela destruição
 quase completa da cidade de Lisboa.
16 de Maio
A 16 de Maio de 1864, é fundado o Banco Nacional Ultramarino, criado em Lisboa
por Carta de Lei da mesma data, sendo seu fundador Francisco de Oliveira Chamiço.
Criado como Banco Emissor para as ex-colónias portuguesas exerceu também funções
de Banco de Fomento e Comercial no país e no estrangeiro, desenvolvendo actividade
entre 1864 e 2001. Revestimento decorativo (cerca de 325 m2) em azulejo de padrão
(1972), concebido por Eduardo Nery (1938-2013). Fábrica de Cerâmica da Viúva Lamego,
 Lisboa. Agência do Banco Nacional Ultramarino, actual delegação da Caixa Geral de
Depósitos, Torres Vedras.
15 de Maio
A 15 de Maio de 1906, nasce, em Brogueira, Torres Novas, Humberto Delgado
(1906-1965), que viria a ser General da Força Aérea Portuguesa, o qual
corporizou o principal movimento de tentativa de derrube do regime salazarista
num processo eleitoral fraudulento que deu a vitória ao candidato do regime vigente,
Almirante Américo Tomás (1894-1987). A 10 de Maio de 1958, Humberto Delgado, candidato
da Oposição Democrática à Presidência da República Portuguesa, numa conferência
de imprensa da campanha eleitoral, realizada em 10 de Maio de 1958 no café Chave
de Ouro, em Lisboa, quando lhe foi perguntado por um jornalista que postura tomaria
em relação ao Presidente do Conselho Oliveira Salazar, no caso de ser eleito, respondeu
com a frase "Obviamente, demito-o!". PAINÉIS DE AZULEJOS DO VIADUTO DE SETE RIOS
- Praça Marechal Humberto Delgado / Avenida das Forças Armadas (S. Domingos de
Benfica). Autoria de Augusto Cid (1941- ).
14 de Maio
A 14 de Maio de 1147, a cidade de Lisboa é tomada aos Mouros por D. Afonso
Henriques (1109-1185), auxiliado por cruzados. CONQUISTA DE LISBOA AOS
MOUROS – Pormenor de painel de azulejos no exterior da Igreja de Santa Luzia,
em Lisboa, representando a morte de Martim Moniz. Fábrica da Viúva Lamego
(séc. XIX).
13 de Maio
A 13 de Maio de 1917 ocorre o relato da primeira aparição de Nossa Senhora de Fátima,
segundo os pastores Lúcia, Jacinta e Francisco Marto. Nossa Senhora de Fátima. Painel de
azulejos duma casa em Óbidos.
12 de Maio
A 12 de Maio celebra-se O Dia Internacional do Enfermeiro. A data foi escolhida
em homenagem a Florence Nightingale (1820-1910), nascida a 12 de Maio de 1820,
em Florença, na Itália e considerada, a nível mundial, precursora da Enfermagem
Moderna. A efeméride visa homenagear todos os enfermeiros e relembrar a
importância destes profissionais na prestação de cuidados de saúde à população.
A data costuma ser assinalada por uma reflexão profunda de todos os profissionais
de enfermagem sobre as dificuldades enfrentadas e os desafios lançados no exercício,
em plenitude da sua profissão. CLISTER (2º quartel do séc. XVI). Painel de azulejos
(56 x 142 cm) de composição figurativa. Museu Nacional do Azulejo, Lisboa.
11 de Maio
A 11 de Maio de 1937, morre exilado em Paris, Afonso Augusto da Costa
(1871-1937), advogado, professor universitário, político republicano e
Estadista português, um dos principais obreiros da implantação da República
em Portugal e uma das figuras dominantes da Primeira República. A
Proclamação da República Portuguesa. Painel numa casa de Soure.
10 de Maio
A 10 de Maio de 1958, Humberto Delgado (1906-1965), candidato da Oposição
Democrática à Presidência da República Portuguesa, numa conferência de
imprensa da campanha eleitoral, realizada em 10 de Maio de 1958 no café
Chave de Ouro, em Lisboa, quando lhe foi perguntado por um jornalista que
postura tomaria em relação ao Presidente do Conselho Oliveira Salazar, no
caso de ser eleito, respondeu com a frase "Obviamente, demito-o!". Painel
de azulejos etnográficos, da autoria de Cândido Teles (1921-1999),
embelezando uma escadaria na Rua dos Galitos, já na proximidade da Praça
Humberto Delgado. O painel foi encomendado pela CMA em meados dos anos 80.
9 de Maio
A 9 de Maio celebra-se o dia da Europa. A origem da data remonta a 9 de Maio
de 1950, quando o político democrata-cristão francês Robert Schuman (1886-1963)
propôs à República Federal da Alemanha e aos outros países europeus que
quisessem associar-se. a criação de uma comunidade de interesses pacíficos.
A proposta, conhecida como "Declaração Schuman", é considerada o embrião da
actual União Europeia. Na Cimeira de Milão de 1985, os Chefes de Estado e de
Governo decidiram exaltar o dia 9 de Maio como "Dia da Europa". EUROPA
(1730-1740) – Painel de azulejos alegórico a este continente, atribuídos a mestre
Valentim de Almeida (1692-1779). Sala dos 4 continentes, Museu de Artes Decorativas
de Viana do Castelo, instalado desde 1923 no Palacete dos Barbosa Maciel( séc. XVIII).
8 de Maio
A 8 de Maio de 1782, morre em Pombal, Sebastião José de Carvalho e Melo,
Primeiro Conde de Oeiras e depois Marquês de Pombal, nobre, diplomata e
Estadista português. Viveu num período marcado pelo iluminismo, tendo
iniciado várias reformas administrativas, económicas e sociais. Acabou com a
escravatura em Portugal Continental a 12 de Fevereiro de 1761, com os autos
de fé em Portugal e com a discriminação dos cristãos-novos, apesar de não ter
extinguido oficialmente a Inquisição portuguesa, que vigorou até 1821. Durante
o reinado de D. João V foi embaixador em Londres e Viena. A sua administração
ficou assinalada pelo Terramoto de Lisboa de 1755, um desafio que o conduziu à
renovação arquitectónica da cidade, bem como pelo Processo dos Távoras e a
Expulsão dos jesuítas de Portugal e colónias. O MARQUÊS DE POMBAL INICIA A
RECONSTRUÇÃO DE LISBOA (1990) - Painel de azulejos da artista plástica
portuguesa MENEZ, Maria Inês Carmona Ribeiro da Fonseca (1926-1995), que
ao longo da sua vida realizaria trabalhos de pintura, azulejaria e gravura.
Representada em enumeras colecções privadas e públicas, como o Centro de Arte
Moderna da Fundação Calouste Gulbenkian, em Lisboa. Prémio Pessoa (1990) e
Grande -Oficial da Ordem Militar de Sant'Iago da Espada, a título póstumo (1995).
Azulejos pintados na Fábrica de Cerâmica Viúva Lamego. Estação de Metro do
Marquês de Pombal, Avenida da Liberdade, Lisboa.
7 de Maio
A 7 de Maio de 1974 é fundada a Confederação da Indústria Portuguesa (CIP).
Painel de azulejos situado à entrada da Fábrica de Loiças de Sacavém.

6 de Maio
A 6 de Maio de 1542, São Francisco Xavier (1506-1552), chega a Goa em missão
de evangelização por solicitação de El-rei rei Dom João III (1502-1557), “O Piedoso”.
Painel de azulejos do séc. XVII, em que se vê à esquerda, a partida de S. Francisco
Xavier para a Índia, com a curiosidade da presença do Rei D. João III, que veio
despedir-se a uma varanda do Paço da Ribeira. À direita do painel, São Francisco
Xavier já no Oriente, anunciando a salvação das almas. Capela do Convento de
Arroios, Colégio do Noviciado da Companhia de Jesus, mais tarde, Hospital de
Arroios, Lisboa
5 de Maio
A 5 de Maio de 1835, Almeida Garrett (1799-1854) cria o Conservatório de Lisboa,
no âmbito da reforma do Governo Liberal. O ensino da Música é dirigido pelo
compositor João Domingos Bomtempo (1775-1842). ALMEIDA GARRETT – Pormenor
de painel de azulejos da Escola Secundária Almeida Garrett, Vila Nova de Gaia.
 Nova de Gaia.
4 de Maio
A 4 de Maio, comemora-se o Dia de São Gregório, o Iluminador  (c. 540 – 604),
santo padroeiro e primeiro líder oficial da Igreja Apostólica Arménia, líder
religioso a quem é creditada a conversão da Arménia do paganismo arménio
ao cristianismo, conferindo ao país a distinção de ter sido o primeiro a adoptar
o cristianismo como religião oficial em 301 d.C.
3 de Maio
A 3 de Maio celebra-se o Dia do Sol. A efeméride foi criada no âmbito do
Programa das Nações Unidas para o Ambiente e visa alertar para os benefícios
do sol e salientar a importância desta importante fonte de energia para o
funcionamento dos ecossistemas da Terra. Alegoria Mariana em cujo centro
estão representados dois serafins sentados sobre nuvens, segurando o que surge
em primeiro plano um sol radiante, um dos símbolos associados a Maria
(1750-1775). Painel de azulejos (116 x 92 cm) de autor desconhecido. Fabrico
de Lisboa. Proveniente do antigo Convento das Trinas, em Lisboa. Museu
Nacional do Azulejo, Lisboa.
2 de Maio
A 2 de Maio de 1458 nasce em Beja, a Infanta D. Leonor de Lencastre (1458-1525)
filha do Infante D. Fernando (1433-1470), Duque de Beja e Viseu e Condestável do
Reino e da Infanta D. Beatriz de Portugal (1430-1506), Duquesa de Viseu. Seria
rainha de Portugal a partir de 1481, pelo casamento com seu primo João II de
Portugal, o Príncipe Perfeito. Pela sua vida exemplar, pela prática constante da
misericórdia, e mais virtudes cristãs, alcançou de alguns historiadores o cognome
de "Princesa Perfeitíssima". Esteve ainda na origem da fundação do Hospital Termal
das Caldas da Rainha, cuja construção e funcionamento custeou, e que dela tira o
seu nome. D. LEONOR DE LENCASTRE – Painel de azulejos no Hospital Termal das
Caldas da Rainha.
1 de Maio
 A 1 de Maio comemora-se o Dia Mundial dos Trabalhadores, que é assinalado
por manifestações, comícios e festas de carácter reivindicativo.  DESCARGA
DA SARDINHA – Painel de azulejos de Pedro Jorge Pinto no Mercado do
Livramento, em Setúbal, que ficou destruído com o desabamento ocorrido
em 7 de Fevereiro de 2012.


domingo, 19 de maio de 2013

Rogério Ribeiro homenageado em Estremoz

Rogério Ribeiro (1930-2008) na Fábrica Viúva Lamego. Fotografia de Rosa Reis.

REGISTO TOPONÍMICO
Ontem dia 18 de Maio, o Município de Estremoz homenageou a título póstumo e pela segunda vez um dos seus filhos mais ilustres. Trata-se do pintor Rogério Ribeiro (1930-2008) que a partir de ontem ficará perpetuado na toponímia local.
A cerimónia presidida pelo Presidente da Câmara Municipal, Luís Mourinha, desenrolou-se a partir das 18 horas e contou com a presença de autarcas, munícipes, amigos, admiradores, camaradas e familiares do homenageado. Foram estes que descerraram a placa toponímica envolta com a bandeira verde do Mnicípio.
A Rua “Mestre Rogério Ribeiro” situa-se paralelamente à antiga estação da CP de Estremoz, fazendo a ligação da Avenida 9 de Abril à Avenida Rainha Santa Isabel e à Zona Industrial.
Anteriormente, em 2006, o Município de Estremoz, então presidido por José Aberto Fateixa, já outorgara ao artista plástico e a título póstumo, a Medalha de Mérito Municipal - Grau Ouro.

EXPOSIÇÃO DE PINTURA E DESENHO
Ainda ontem, dia 18 de Maio, pelas 18 horas 30 minutos, teve lugar na Galeria Municipal D. Dinis, em Estremoz, a inauguração da exposição “Evocação e Memória. Pintura e Desenho de Rogério Ribeiro”, que no Dia Internacional dos Museus assinalou o 30º aniversário da constituição do acervo de desenho, designado “Galeria de Desenho”, organizado e realizado em Estremoz por Rogério Ribeiro, Armando Alves, José Aurélio, Joaquim Vermelho, Pedro Borges e Barros de Carvalho.
O certame, organizado pelo Museu Municipal de Estremoz, estará patente ao público até 14 de Julho. Foi comissariado pela família do homenageado e teve catálogo com design de Carlos Alves.
Na oportunidade registaram-se intervenções de Hugo Guerreiro (Director do Museu, Ana Isabel Ribeiro (filha e biógrafa do homenageado), José Trindade (Vereador do Pelouro da Cultura) e Luís Mourinha (Presidente do Município).

A INFÂNCIA ALENTEJANA
Diz-nos a sua filha e biógrafa Ana Isabel Ribeiro (2):
"Rogério Ribeiro nasce em Estremoz, em 1930, na antiga Rua das Freiras. Filho de Rosil da Silva Ribeiro e de Celeste dos Anjos Chouriço Ribeiro.
O seu pai, funcionário público, foi o 16° filho de Narciso Ribeiro que, com 12 anos, chega a Estremoz vindo de Cardigos (distrito de Castelo Branco) e que, começando a trabalhar como marçano, chegou a Presidente da Câmara. Promoveu, na vila, a construção do lavadouro público, de esgotos, abriu uma avenida para a estação de camínhos-de-ferro e, de acordo com a memória de alguns, durante as vagas de fome no Alentejo, inventou trabalho para os camponeses que, diariamente, enchiam as brancas escadarias de mármore do município. A sua avó paterna, Amália Ribeiro, era oriunda de uma família de Borba. Dotada de um imenso pragmatismo, encarando com enorme lucidez os sobressaltos e alguns enganos da vida, orientou 13 dos 16 filhos que teve, já que três faleceram ainda menores.
A sua mãe casou aos 18 anos, vinha de uma família de nove irmãos, onde todos trabalhavam. O pai, João de Deus Chouriço, vendia lotaria, sendo também contínuo e guarda da Sociedade Recreativa "Os Artistas", onde se reuniam os agrários e a burguesia da vila. Magra e altiva, senhora da sua condição, a sua avó materna, Teresa de Jesus Chouriço, ocupava-se dos filhos, fazia a limpeza da Sociedade e preparava as ceias para os Jogadores que aí permaneciam noite fora.
Rogério Ribeiro, vive a sua primeira infância por terras do Alentejo "sem memórias maiores do que amplas cozinhas, quartos caiados, ruas de terra batida ladeadas por casas rentes ao chão, brincadeiras de rua (sem recordar o rosto ou o nome dos companheiros), fins de tarde tenros mastigando conversas de adultos".
Cerca de uma década depois já se encontra em Lisboa, cidade onde passa a residir.

PERCURSO DE VIDA
Fez a sua formação académica em pintura, na ESBAL - Escola Superior de Belas-Artes de Lisboa.
Desenvolveu intensa actividade como gravador na Sociedade Cooperativa de Gravadores Portugueses, da qual foi sócio-fundador em 1956.
Em 1961 iniciou a sua actividade como professor de Pintura e Tecnologia na Escola de Artes Decorativas António Arroio (Lisboa). São de 1964 os primeiros trabalhos no âmbito do Design de Equipamento e Gráfico e a colaboração com vários arquitectos nos estudos de cor e integração de materiais e trabalhos artísticos.
A partir de 1970 foi professor da ESBAL, onde em 1974, coordenou o grupo de trabalho de reestruturação do currículo escolar na área do Design.
Expôs colectivamente desde 1950 e individualmente desde 1954. Está representado em diversas colecções particulares, instituições privadas e museus, tanto em Portugal como no estrangeiro.
Trabalhou em cerâmica e em tapeçaria por encomenda de particulares, empresas e organismos oficiais.
Autor de cartões de tapeçaria, começou a colaborar com a Manufactura de Tapeçarias de Portalegre em 1961.
Desenvolveu intenso labor no âmbito da azulejaria, sendo de destacar as obras:
A estação de metro da Avenida - Lisboa (1959); O átrio Norte da estação de metro dos Anjos - Lisboa (1982); O painel “Azulejos para Santiago” para a Estação Santa Lucía do Metro de Santiago do Chile (1996); O painel “Mestre Andarilho” para o Fórum Romeu Correia - Almada (1997); Um painel para a estação de caminhos-de-ferro de Sete Rios - Lisboa (1999); Um painel para o Arquivo Histórico Municipal de Usuqui - Japão (1999); O painel “O Lugar da Água”, no Espaço Museológico da Ra do Sembrano, em Beja; O “Monumento à Mulher Alentejana”, inaugurado em 8 de Março de 2008, no Parque da Cidade, em Beja.
No sector da ilustração de livros, destacamos os títulos: Minas de S. Francisco, de Fernando Namora (1955); Casa da Malta, de Fernando Namora (1956); A vida mágica da sementinha: uma breve história do trigo, de Alves Redol (1956); Histórias do Zaire, de Alexandre Cabral (1956); Praça da Canção, de Manuel Alegre (1998); Até Amanhã Camaradas, de Manuel Tiago (2000); A Flor da Utopia, de Urbano Tavares Rodrigues (2003);
A nível de projectos foi co-autor do projecto da Galeria de Desenho do Museu Municipal de Estremoz, com Armando Alves, Joaquim Vermelho, José Aurélio e outros (1983); São da sua autoria ainda: O projecto e montagem da Casa Museu Manuel Ribeiro de Pavia, em Pavia (1985); O projecto museológico da Fortaleza de Peniche (1987).
Dirigiu, desde 1988, a Galeria Municipal de Arte de Almada e, a partir de 1993 foi Director da Casa da Cerca — Centro de Arte Contemporânea, em Almada.
Na morte de Rogério Ribeiro, o elogio fúnebre do seu partido, o PCP, refere (1):
“Rogério Ribeiro é uma das figuras maiores da arte portuguesa. Excepcional e multifacetada personalidade criadora, ao legado da sua imensa obra plástica junta-se o do seu incansável trabalho de construtor e dinamizador cultural, o do pedagogo entusiasta, o do combatente político pelas causas da emancipação humana, o do resistente e dirigente comunista. Sendo certamente uma das mais destacadas e originais personalidades criadoras enraizadas no movimento neo-realista, a sua obra é uma riquíssima e complexa construção e reflexão sobre o devir humano, sobre o seu tempo e sobre uma humanidade em certos aspectos intemporal. Nas nossas memórias visuais ficarão para sempre gravadas as suas ilustrações para o livro «Até amanhã camaradas» de Manuel Tiago.”.
Acerca da morte de Rogério Ribeiro disse o professor universitário, crítico literário e artista plástico Rocha de Sousa (3):
“E assim o país se apaga um pouco mais, por cada morte aqui anunciada, por cada perda de personalidades cuja vida e obra constituem valores inestimáveis da nossa identidade. Rogério Ribeiro foi (e será sempre porque nem todo o país amolece de esquecimentos) um grande artista em várias disciplinas do pensamento e da acção criadora, nos últimos tempos senhor de uma obra fascinante, de pureza, de denúncia, de testemunho e espírito humanista. As frentes da actual cultura portuguesa têm dividido a presença na nossa memória de gente desta estirpe, a montante do fio incendiário dos anos oitenta. Contra isso temos lutado, porque não basta lembrar Sousa Cardozo, por exemplo, passando por Paula Rego ou Júlio Pomar, e enfatizando, por fim, tudo o que acabou de aparecer, como se o mundo não tivesse outras verdades e uma remota genética universalizante. Pois aqui se deseja afirmar que o Portugal moderno, para se reconhecer e progredir, tem de homenagear pessoas como Rogério Ribeiro, que nos ajudaram a vencer o tempo e os bloqueios da mediocridade. Aqui fica apenas uma pintura, uma peça que exprime bem o despojamento e a riqueza do homem na trajectória que tem de inventar contra a irremediável e absurda escassez de si mesmo.”
A sua participação na luta política foi salientada pelo PCP:
“Destacado participante nas lutas do MUD Juvenil e nas lutas estudantis de 1962, Rogério Ribeiro estabeleceu contactos com o PCP desde 1953, tendo a ele aderido em 1975. Preso pela PIDE em 1958 vê-lhe negada a autorização para exercer o cargo de assistente da Escola Superior de Belas Artes de Lisboa. Rogério Ribeiro que foi membro do Comité Central do PCP desde 1983 até Dezembro de 1992, deu durante três décadas uma elevada contribuição para a concepção e realização da Festa do Avante, da qual foi membro da sua comissão organizadora e para muitas outras realizações do Partido, das quais se destaca a exposição comemorativa dos 60 anos de vida do PCP.”.

BIBLIOGRAFIA
(1) - PCP, Secretariado do Comité Central do PCP. Nota de 10 de Março de 2008.
(2) - RIBEIRO, Ana Isabel. Biografia. In PORFÍRIO, José Luís. Rogério Ribeiro. Campo das Letras. Porto, 2003.
(3) - SOUSA, Rocha de. A MORTE DO PINTOR ROGÉRIO RIBEIRO in DESENHAMENTO. 11 de Março de 2008 (http://rochasousa.blogspot.pt/2008/03/na-morte-do-pintor-rogrio-ribeiro.html).

Hernâni Matos 

Sem Título (1958).
Rogério Ribeiro.
Linoleogravura . 
Ilustração (1956) de Rogério Ribeiro para o livro “Histórias do Zaire
de Alexandre Cabral editado pela Orion. 
Serigrafia de Rogério Ribeiro que serviu como ilustração
para o romance de Manuel Tiago "Até Amanhã, Camaradas". 
Só quando a terra for nossa, meu amor, teremos Pátria.
Rogério Ribeiro.
Serigrafia.
Figuras (1986).
Rogério Ribeiro.
Serigrafia. 
Abandono (1992).
Rogério Ribeiro.
Desenho sobre papel (49 x 63 cm).
Colecção particular. 
Família (1951).
Rogério Ribeiro.
Óleo sobre cartão.
Centro de Arte Moderna da Fundação Calouste Gulbenkian, Lisboa.
Alentejo.
Rogério Ribeiro.
Cartão para Tapeçaria de Portalegre (119x200 cm).  
Briga.
Rogério Ribeiro.
Litografia. 
Pormenor do revestimento azulejar do átrio Norte
da estação de metro dos Anjos - Lisboa (1982).
Intervenção plástica de Rogério Ribeiro.
Fotografia dex Roberto Santandreu. 
Pormenor do revestimento azulejar da estação de metro da Avenida - Lisboa.
Intervenção plástica de Rogério Ribeiro.
Fotografia de J. J. Amarante. 
O Cão Voador (1990)
Rogério Ribeiro.
Óleo sobre Tela (27x36 cm).
Colecção particular. 
Um Quadro Azul (1993-1994).
Rogério Ribeiro.
Óleo sobre tela (99x99 cm).
Colecção particular.

quinta-feira, 16 de maio de 2013

Coluna vertebral

2007 - Distribuição de lembranças aos jovens participantes na Estafeta
Comemorativa do Dia do Selo 2007, entre Évora Monte e Estremoz.

Palavras amigas, ainda que de forma elogiosa, consideraram perturbador um texto meu semeado algures por aí nos regos digitais.
Que dizer? Apenas uma coisa: é importante que haja textos perturbadores que suscitem dúvidas e abalem os baluartes supostamente inexpugnáveis das verdades absolutas.
Honra e glória à dúvida metódica e cartesiana. É ela que leva à descoberta de algo de novo que permitirá percorrer caminho e seguir em frente com novas dúvidas que repetirão o processo "ad eternum", já que como nos ensina o poeta sevilhano António Machado (1875–1939):

(…) caminhante, não há caminho,
faz-se caminho ao andar.(…)

É publicamente conhecida a minha postura perante o Mundo e a Vida, fruto do meu carácter e que determina o modo como cidadão do Mundo me faz estar aqui e não ali. Quem não me conhecer poderá ficar perplexo. Todavia a compreensão dos meus amigos é para mim tempero de vida. É com eles que caminharei e descobrirei novos caminhos ao andar. Sem chefes, nem patrões, nem caciques. Sem submissões, nem servilismos, nem seguidismos. Com coluna vertebral apenas. Essa é a medida exacta do meu carácter.

domingo, 12 de maio de 2013

A mulher e a bicicleta


Existe um número crescente de jovens, entre os quais muitas mulheres com consciência alternativa, que escolheram a bicicleta como meio de locomoção. A elas dedicamos a presente selecção de cartazes publicitários antigos, onde se ilustra a utilização da bicicleta pelas jovens.   



























Não há caminho...



Já Séneca (4 a.C.-65 d.C), um afamado filósofo e escritor romano, considerava que “É lento ensinar por teorias, mas breve e eficaz fazê-lo pelo exemplo”. Mais recentemente, o nosso Padre António Vieira (1608-1697) dizia que “Para falar ao vento bastam quatro palavras; para falar ao coração são necessárias obras”. Pertence à sabedoria macua (Moçambique), o seguinte provérbio: “Não se assinala o caminho apontando-o com o dedo, mas sim caminhando à frente”. Por sua vez, Demóstones (384 a.C.-322 a.C), um proeminente orador e político ateniense, era de opinião que “As palavras que não são seguidas de factos não servem para nada”, ao passo que um provérbio suíço proclama que “As palavras são anões; os exemplos são gigantes”. Por sua vez, Albert Schweitzer (1875-1965) notável filósofo e médico alsaciano, defendia que “Dar o exemplo não é a melhor maneira de influenciar os outros. - É a única”.
À laia de síntese, penso que seja legítimo concluir que é fundamental demonstrar através da exemplificação, aqueles conceitos cuja implementação e divulgação generalizada, julgamos indispensáveis (...).
Lançados que foram os alicerces, a construção do edifício poderá não ser tarefa fácil. Daí que o blogger “nemo nox” tenha escrito: “Pedras no caminho? Guardo todas, um dia vou construir um castelo... ". Todavia, uma coisa é certa, é que as dificuldades são fonte de aprendizagem. Existe um provérbio árabe que diz que “Não é mérito o facto de não termos caído, mas sim o de nos termos levantado todas as vezes que caímos.”. Também um provérbio japonês nos ensina que “Pouco se aprende com a vitória, mas muito com a derrota.”. Para Simon Bolívar (1783-1830), o libertador da América Latina, “A arte de vencer aprende-se nas derrotas”. E para Horácio (65 a.C.-8 a.C.), filósofo, poeta lírico e satírico romano, “Na adversidade conhecemos os recursos de que dispomos”.
A construção de algo com sucesso é uma tarefa que exige trabalho e perseverança. Para o físico alemão Albert Einstein (1879-1955), pai da Teoria da Relatividade, “O único lugar onde o sucesso vem antes do trabalho é no dicionário”. Para o escritor e lexicógrafo inglês, Samuel Johnson (1709-1784), “Na maior parte dos homens, as dificuldades são filhas da preguiça”.
Qualquer trabalho começa por ser um trabalho de base. Como diz um provérbio chinês: “A mais alta das torres começa no solo.”. Naturalmente que como defendia o filósofo grego Platão (427 a.C.-347 a.C.): “A auto-conquista é a maior das vitórias.” E como dizia o também filósofo grego Aristóteles (384 a.C.-322 a.C.): “O prazer no trabalho aperfeiçoa a obra”. De resto, não há caminho, como nos ensina o poeta sevilhano António Machado (1875–1939):

“Caminhante, são teus rastos
o caminho, e nada mais;
caminhante, não há caminho,
faz-se caminho ao andar.
Ao andar faz-se o caminho,
e ao olhar-se para trás
vê-se a senda que jamais
se há-de voltar a pisar.
Caminhante, não há caminho,
somente sulcos no mar...”

quinta-feira, 9 de maio de 2013

As Missões Laicas em África na 1ª República em Portugal

Capas do volumes I E II de “As Missões Laicas em África na 1ª República em Portugal”
de Pedro Marçal Vaz Pereira.

AS MISSÕES LAICAS EM ÁFRICA NA 1ª REPÚBLICA EM PORTUGAL
Este é o título da mais recente obra de Pedro Marçal Vaz Pereira, a lançar pelas dezassete horas e trinta minutos da próxima segunda-feira, dia 13 de Maio, na Sala Algarve, da Sociedade de Geografia de Lisboa.
O autor, filatelista eminente, escritor e jornalista filatélico, subscreve vasta colaboração em revistas e catálogos de exposições filatélicas, tanto em Portugal como no estrangeiro. Em 2005 publicou a obra em 2 volumes “Os Correios Portugueses entre 1853-1900. Carimbos Nominativos e Dados Postais e Etimológicos”, editado pela Fundação Albertino Figueiredo, de Madrid. É Presidente da Federação Portuguesa de Filatelia (FPF) e foi Presidente da Federação Europeia de Sociedades Filatélicas (FEPA), assim como director das respectivas revistas “Filatelia Lusitana” e “FEPA News”.
A obra, profusamente ilustrada e documentada, é constituída por dois volumes com capa dura, 24 cm x 30 cm, de 528 e 512 páginas, respectivamente. A edição é do autor e tem o preço de lançamento de 80 euros, sendo posteriormente comercializada nas livrarias LeYa.
Trata-se de uma obra prefaciada pelo Professor Eduardo Marçal Grilo e que vem preencher algumas lacunas no conhecimento que temos de certos aspectos dum período conturbado da nossa História Pátria. Por isso mesmo é uma obra que vem enriquecer a bibliografia sobre a 1ª República, que relativamente ao assunto em epígrafe, se limitava à obra “As “Missões Laicas”, de A. Teixeira Marcelino, uma publicação de pequeno fôlego (111 páginas) dada à estampa em 1933, pela Imprensa Moderna, do Porto.
A obra contou muito para a sua elaboração com o precioso espólio do bisavô do autor, Dr. Abílio Corrêa da Silva Marçal (1867-1925), que foi Director do Instituto de Missões Coloniais e do respectivo Boletim das Missões Civilizadoras, do qual saíram com regularidade 24 números no período 1920-1925. Licenciado em Direito, exerceu a advocacia e militou no Partido Dissidente Progressista. Após a implantação da República aderiu ao Partido Democrático, ao lado de Afonso Costa de quem foi muito próximo. Em 1917 foi nomeado Secretário do Governo e exerceu o cargo de Presidente da Câmara dos Deputados, tendo recusado em várias ocasiões, o lugar de Ministro para o qual fora indigitado.

O nº 1 do "Boletim das Missões Civilizadoras", de Abril de 1920.



A CRIAÇÃO DAS MISSÔES LAICAS
A revolução republicana de 5 de Outubro de 1910 teve inúmeras repercussões aos mais diferentes níveis, uma das quais foi a “Lei de Separação do Estado e da Igreja”, promulgada em 20 de Abril de 1911, a qual no seu artigo 189º autorizava o Governo a reformar os serviços do Colégio das Missões Ultramarinas, de Cernache do Bonjardim, vulgarmente conhecido como Real Colégio das Missões.
A 10 de Julho de 1913, houve corte de relações diplomáticas ente Portugal e a Santa Sé. A 22 de Novembro desse ano, pelo Decreto nº 233, o Ministro das Colónias, Dr. Almeida Ribeiro, tornou extensivas às colónias as disposições da Lei de Separação. O artigo 19º do referido Decreto autorizava a criação de Missões Civilizadoras nas províncias de Guiné, Angola, Moçambique e Timor, “com absoluta exclusão de qualquer ensino ou propaganda de carácter religioso”. Missões Civilizadoras foi a nomenclatura oficial atribuída às Missões Laicas, visando uma mais fácil aceitação junto do público.
A 8 de Setembro de 1917, pelo Decreto nº 3352, o Governo do Dr. Afonso Costa reformou o Colégio das Missões Ultramarinas, que passou a intitular-se “Instituto de Missões Coloniais”: “escola de educação de alunos com destino ao serviço das colónias, como agentes de civilização”. Ali passaria a receber formação o pessoal que ia integrar as Missões Laicas, criadas quatro anos antes.
A 7 de Abril de 1920 partiram de Lisboa, com destino a Luanda, as duas primeiras Missões Laicas: a Missão "Cândido dos Reis", e a Missão "Cinco d`Outubro". Posteriormente seguiram para Moçambique, a Missão Civilizadora "Camões", a Missão Civilizadora "Pátria", e a Missão Civilizadora "República". Propunham-se levar aos povos das colónias os grandes valores republicanos da solidariedade e da filantropia, já que “educar o preto pelo trabalho e ensinar-lhe a língua portuguesa” era considerado uma grande obra civilizacional sem que para tal houvesse necessidade de recorrer às ordens religiosas. Abílio Marçal, Director do Instituto que as formou, considerou então tratar-se de um enorme esforço empreendido na área da instrução e da educação cívica, que se traduziu na implantação de oficinas, enfermarias, escolas e internatos, fruto da dedicação republicana.
Com a morte de Abílio Marçal em Junho de 1925, o projecto das Missões Laicas para as colónias paralisou e acaba por ruir com a morte do seu mentor.



OS EVENTOS NA SOCIEDADE DE GEOGRAFIA DE LISBOA
O lançamento da obra de Pedro Marçal Vaz Pereira na Sociedade de Geografia de Lisboa integra-se nas Comemorações do 1º Centenário das Missões Laicas, as quais terão o seguinte desenvolvimento:
- Apresentação de boas vindas aos convidados pelo Professor Aires de Barros, Presidente da Sociedade de Geografia.
- Inauguração da Exposição Histórica das Missões Laicas.
- Lançamento pelo Correios de Portugal da emissão “Centenário das Emissões Laicas” e do respectivo carimbo de 1º dia.
- Apresentação do livro “As Missões Laicas em África na 1ª República em Portugal” pelo Doutor João Pedro Xavier de Brito.
- Conferência sobre “As Missões Laicas em África na 1ª República em Portugal” pelo Senhor Pedro Vaz Pereira.
- Porto de Honra no Salão Nobre.

A EMISSÃO FILATÉLICA
A emissão filatélica “Centenário das Emissões Laicas” é composta por dois selos e um bloco com as taxas de 0,36 e 0,80 euros e um bloco com um selo da taxa de 3 euros. Reproduzem respectivamente:
- Os membros da Missão Civilizadora de Angola:
- Os membros da Missão Civilizadora de Moçambique;
- O Instituto das Missões Laicas em Cernache de Bonjardim.
Para esta emissão filatélica foram criados quatro carimbos de 1º dia, um dos quais além de ser aposto na Sociedade de Geografia de Lisboa será igualmente aposto nas correspondências apresentadas para o efeito na Loja de Filatelia de Lisboa. Os restantes serão apostos nas Lojas de Filatelia do Porto, Ponta Delgada e Funchal.



O selo da taxa de 0,36 € da emissão "Centenário das Missões Laicas".
O selo da taxa de 0,80 € da emissão "Centenário das Missões Laicas" .
 O bloco da taxa de 3,00 € da emissão "Centenário das Missões Laicas".

Os quatro carimbos de 1º dia da emissão "Centenário das Missões Laicas".