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sábado, 3 de outubro de 2015

José Vilhena, presente!

JOSÉ VILHENA (1927-2015).
Fotografia recolhida no blogue http://granito.blogspot.pt

O escritor, humorista, cartoonista e pintor José Vilhena (7/7/1927 - 3 /10/2015), de 88 anos, fundador das revistas “O Moralista” e “Gaiola Aberta”, morreu hoje em Lisboa, no Hospital de S. Francisco Xavier, vítima de doença de Alzheimer.
O velório de José Vilhena realiza-se amanhã a partir das 18 h na Basílica da Estrela, em Lisboa, estando o funeral previsto para as 11 h de segunda-feira para o cemitério do Alto de S. João, onde pelas 12 h, terá lugar a cerimónia de cremação.
José Vilhena foi genial na sátira política à sociedade portuguesa, antes e após a ditadura, com um prazer manifesto pelo erotismo. Em comunicado enviado à agência Lusa, o seu sobrinho Luís Vilhena, declarou: "José Vilhena foi o autor incontornável de três ou quatro décadas do humor em Portugal. A sua obra, na tradição de Gil Vicente, Bocage ou Bordalo Pinheiro, é uma crónica dos tempos. Umas vezes pela crítica de costumes, outras vezes no olhar sobre a política, outras sobre a Igreja e quase sempre sobre a mulher".
Como homenagem a José Vilhena, para sempre presente na nossa memória, reproduzimos aqui alguns dos seus famosos cartoons de sátira política, extraídos com a devida vénia da página http://www.vilhena.me, da responsabilidade de seu sobrinho Luís Vilhena. 









quinta-feira, 14 de novembro de 2013

As Pupilas do Senhor Reitor

Uma das 30 ilustrações de Mestre Alfredo Roque Gameiro (1864 - 1935)
para “As Pupilas do Senhor Reitor”,  de Júlio Diniz (1839-1871).

                                                                                  Na passagem do aniversário                                                                  do nascimento de Júlio Dinis

Esboço biográfico de Júlio Dinis
A 14 de Novembro de 1839 nasce no Porto, na antiga Rua do Reguinho, aquele que viria a ser o médico e escritor Júlio Diniz (1839-1871), pseudónimo literário de Joaquim Guilherme Gomes Coelho, criador do romance campesino e autor de obras como: As Pupilas do Senhor Reitor (1869), A Morgadinha dos Canaviais (1868), Uma Família Inglesa (1868), Serões da Província (1870), Os Fidalgos da Casa Mourisca (1871), Poesias (1873), Inéditos e Dispersos (1910), Teatro Inédito (1946-1947). Além daquele pseudónimo usou também o de Diana de Aveleda, com o qual se iniciou na vida literária e subscreveu crónicas no Diário do Porto e pequenas narrativas ingénuas como “Os Novelos da Tia Filomena” (1862) e o “Espólio do Senhor Cipriano” (1863). Viria a morrer a 12 de Setembro de 1871, com 31 anos, vítima de tuberculose, numa casa da Rua Costa Cabral, no Porto. 

Breve resenha de “As Pupilas do Senhor Reitor
Trata-se de um romance de Júlio Dinis publicado em 1866, sob o formato de folhetins no “Jornal do Porto” e editado como livro em 1867. Como refere o autor nas "Notas", a obra começou a ser escrita em 1863, durante a estadia de Júlio Dinis em Ovar. O título alude às personagens femininas do romance, duas meias-irmãs órfãs, Margarida e Clara, de personalidades contrárias, adoptadas pelo Reitor. Margarida é expansiva e alegre, enquanto Clara é introvertida e reservada. O enredo gira em torno de Daniel, segundo filho do lavrador José das Dornas, que em rapaz renunciou à carreira eclesiástica por amor a Margarida. Depois de se ter licenciado em Medicina, regressa à aldeia, olvidado do seu idílio de infância. A obra apresenta uma interessante galeria de tipos rústicos, donde sobressaem o Reitor, José das Dornas e João Semana, médico rural. O livro foi escrito com simplicidade de estilo e o realismo de representação, traduzindo a vida portuguesa rural da época. De acordo com António José Saraiva e Óscar Lopes (História da Literatura Portuguesa, 12ª edição. Porto Editora. Porto, 1982), “(…) em As Pupilas do Senhor Reitor, que é o seu primeiro romance publicado (e o segundo escrito), parece haver o propósito de pregar uma moralização de costumes pela vida rural e pela influencia de um clero convertido ao liberalismo, ideia sugerida pelo Vigário de Walkefield de Goldsmith e pelo Pároco na Aldeia de Herculano.”.

Ilustrações de Roque Gameiro
As “Pupilas do Senhor Reitor” foram ilustradas a aguarela por Mestre Alfredo Roque Gameiro (1864-1935). Essas ilustrações pertencem ao acervo da Colecção do Museu de Arte Moderna da Fundação Calouste Gulbenkian e encontram-se em depósito no Museu de Aguarela Roque Gameiro, em Minde. No “Roteiro do Museu de Aguarela Roque Gameiro” pode-se ler:
Roque Gameiro revela na ilustração da edição da obra de Júlio Dinis cujo subtítulo é "Crónica de Aldeia", a grande capacidade que tinha de adequar as imagens ao texto e de compreender inteiramente a mensagem do escritor. Recriou a aldeia idealizada pelo escritor a partir dos ambientes rurais do Minho e do Douro. Aí fez pesquisas para localizar a área onde decorrera a acção do romance de maneira a ilustrar condizente com as descrições que o autor fazia das paisagens. Comprou utensílios e trajes usados na época para melhor os poder descrever. Todo o seu trabalho de ilustrador revela o investigador atento. Roque Gameiro tomou como modelos, para representar as personagens Clara e Margarida a filha Raquel e a sobrinha Hebe Gomes.
Numa entrevista dada ao Diário de Lisboa, Roque Gameiro contesta algumas perguntas sobre o local onde decorreu a acção das Pupilas do Sr. Reitor:
"... Convencido de que o fundo do cenário não podia ser Ovar (...), palmilhei, de recanto a recanto, o norte todo. Encontrei em Santo Tirso - onde Júlio Dinis também esteve várias vezes e onde residiu demoradamente -, a paisagem que se ajustava, com uma realidade de entusiasmar, às descrições do romance."































quinta-feira, 24 de outubro de 2013

Que se lixe a troika!


O colectivo “Que se lixe a Troika: O povo é quem mais ordena”, convocou manifestações de desagrado com o actual governo e com a troika, a decorrer no próximo sábado, dia 26 de Outubro, em catorze cidades do país: Aveiro (Largo da Estação dos Comboios – 15 h), Beja (Praça da República - 15 h), Braga (Avenida Central – 15 h), Coimbra (Praça da República – 15 h), Faro (Largo da Pontinha – 16 h), Funchal (Largo do Colégio – 15 h), Horta (Praça da República – 11 h), Lisboa (Rossio/Assembleia da República – 15 h), Portimão (Largo Da Câmara Municipal – 15 h), Porto (Batalha/Aliados – 15 h), Setúbal (Largo da Misericórdia - 15 h), Viana do Castelo (Praça da República - 15 h), Vila Real – Avenida Carvalho Araújo – 16 h), Viseu (Rua da Paz – 15 h 30 min).
O colectivo “Que se lixe a Troika: O povo é quem mais ordena”, garante ser apartidário, independente e pacífico. Quer uma alternativa à política de austeridade do Governo, associada ao memorando da Troika e confia na capacidade dos portugueses de participar na construção de um futuro melhor, se forem chamados a fazê-lo.
As manifestações ocorrem numa altura em que estará a ser discutido o Orçamento do Estado para o próximo ano. O documento mobilizador das manifestações, aprovado no plenário aberto realizado no passado dia 22 de Setembro, no Teatro do Bairro, em Lisboa, é do seguinte teor:

QUE SE LIXE A TROIKA! NÃO HÁ BECOS SEM SAÍDA!

É tempo de agir.
Sabemos que o regime de austeridade no qual nos mergulharam não é, nem será, uma solução. Voltamos a afirmar que não aceitamos inevitabilidades. Em democracia elas não existem.
É tempo de escolhas simples. Educação para todos ou só para alguns? Saúde pública ou flagelo? Transporte público ou gueto? Constituição ou memorando da troika? Cultura ou ignorância? Pensões e salários dignos ou miséria permanente?
Nós ou a troika?
Sectores vitais para a nossa sobrevivência estão a ser entregues a banqueiros e especuladores, que os reduzirão à razão do lucro: água, energia, transportes, florestas, comunicações. Querem forçar-nos a abdicar do que construímos: na Saúde, na Educação, nos direitos mais básicos como habitação, alimentação, trabalho e descanso.
A troika e os governos que a servem pretendem deitar fora o sonho de gerações de uma sociedade mais livre e igualitária.
A quem está farto de ver vidas penhoradas e esvaziadas, fazemos o apelo a que se junte a nós na construção da manifestação de 26 de Outubro.
A manifestação será mais um passo determinante na resistência ao governo e à troika!
Não há becos sem saída.”

A mobilização popular para a jornada de luta tem sido efectuada através das redes sociais e com recurso a cartazes, dos quais apresentamos aqui aqueles que conseguimos localizar.