António Simões (1934- )
Poeta,
professor, pedagogo e tradutor beringelense. Licenciado em Filologia Germânica pela Universidade de
Coimbra. Colaborador da imprensa regional: Brados do Alentejo (Estremoz) e
Rodapé (Beja). Publicou poesia na imprensa nacional: Diário de Lisboa, Diário de Notícias, Jornal de Letras, O Século. Publicou
igualmente na imprensa regional: Revista
Convívio (Coimbra). Obras: Soneto de água e outros (Poesia, 1994), A Festa das letras (Poesia, 1995), Minha mãe amassa o pão (Poesia, 2001), Antologia de Poesia Anglo-Americana (Bilingue,
2002), Amor é um Fogo que Arde sem se Ver
e outros sonetos (Poesia, 2004). Traduziu para a Campo das Letras, a partir
do Inglês, livros de Andy Warhol: Anjos,
Anjos, Anjos e Amor, Amor, Amor e
as histórias para crianças: Noite de
Natal, É duro ter 5 anos e Babushka. Tem diversas traduções na
antologia de poemas Os Dias do Amor, publicada
em Janeiro de 2009 pela editora Ministério dos Livros.
Hernâni. meu velho amigo (*)
António Simões (1934- )
Hernâni, meu velho amigo
E grande coleccionista –
Quer o novo, quer antigo,
Vai comprar onde ele exista!
Assim que tu abalaste,
Pus-me a pensar no assunto.
Pensei pouco ou pensei muito,
Foi com muita ou pouca arte? –
Deixemos isso de parte,
Enquanto a rimar prossigo.
Eis a quadra, mais não digo,
Outros dirão, que não eu –
Minha mente a concebeu,
Hernâni, meu velho amigo.
A quadra já está feita,
E pra que não se esqueça,
Vai de e-mail, mais depressa.
‘spero que chegue direita.
Inspiração desta feita
Não se esquivou ao artista –
Não há ninguém que resista
Ao seu sagrado fulgor,
Hernâni que és professor
E grande coleccionista.
Neste frio mês de Janeiro,
Com vento e chuva feroz,
Às vezes ficamos sós
A pensar junto ao braseiro.
A gente pensa primeiro
No mundo cheio de p’rigo
Em que irmão é inimigo –
E tu segues porfiando,
Hernâni coleccionando,
Quer o novo, quem antigo.
Enquanto eu meditava,
Quem é coleccionador
Vai tratando com amor
Da peça coleccionada,
Antes ade a ter arrumada
Nalgum sítio bem à vista.
E pra que nunca desista
D’ampliar a colecção,
Objecto de estimação
Vai comprar onde ele exista.
António Simões (1934- )
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(*) – A propósito da quadra que me foi pedir para um mote integrado na evocação de Tomás Alçalcaide Alcaide (2011?).
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