quinta-feira, 2 de maio de 2024

Poesia Portuguesa - 167



 


Manhã
Luís Veiga Leitão (1915-1987)


Bom dia. Diz-me um guarda.
eu não ouço…apenas olho
das chaves o grande molho
parindo um riso na farda

Vómito insuportável de ironia
Bom dia, porquê bom dia?

Olhe, senhor guarda
(no fundo a minha alma rugia)
aqui é noite, ninguém mora,
deite esse bom dia lá fora
porque lá fora é que é dia!


Luís Veiga Leitão (1915- 1987)

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