Aguadeiro (2014).
Jorge da Conceição.
Colecção particular.
Há quem compre bonecos de Estremoz para oferecer
como prendas em ocasiões especiais: Natal, aniversários, casamentos e baptizados.
Há de resto quem adquira imagens religiosas para venerar em casa como objectos
de culto. Para além disso, há quem procure figurado de Estremoz na qualidade de
coleccionador.
Uma colecção é sempre reflexo da motivação, do bom
gosto e, é claro, da bolsa do coleccionador.
As colecções de bonecos de Estremoz podem
agrupar-se em quatro grandes tipos:
- Colecções
generalistas, abarcando figuras de temas diversos, criadas por vários
barristas desde o séc. XVIII até aos dias de hoje. É o caso da colecção do
Museu Municipal de Estremoz;
- Colecções
de autor, constituídas por imagens de variados temas, produzidas por um
único bonequeiro, como é o caso da colecção do Museu Rural de Estremoz, criada com
peças confeccionadas por Mariano da Conceição (1903-1959);
- Colecções
de função, incorporadas por artefactos destinados a desempenharem uma determinada
função e que foram criados ou não por um único autor. Tal é o caso de colecções
de presépios, de paliteiros, de ganchos de meia, de apitos, de brincos, de
suportes para velas, de candelabros ou de objectos decorativos como
cantarinhas, pucarinhos e terrinas;
- Colecções
temáticas, que integram na sua constituição, bonecos produzidos ou não por
um único artesão, mas com um elo temático comum. Tal é o caso de colecções de
imagens religiosas, de figuras femininas ou de personagens das fainas agro-pastoris
do Alentejo do passado.
Apesar desta sistematização, convém ter em conta
que coleccionar é uma paixão e no meu caso, o amor de toda uma vida. Ora o amor
não tem barreiras, o que importa é a relação afectiva do coleccionador com os
bonecos de Estremoz. O importante é coleccioná-los. Os artífices agradecem,
porque a arte popular que lhes brota das mãos mágicas é o seu modo de assegurar
o ganha-pão diário.
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