A sessão de apresentação
Com
a Biblioteca Municipal de Estremoz literalmente cheia, decorreu a partir das 21
horas e 30 minutos do passado dia 3 de Setembro, a sessão de apresentação da
obra "A Sagrada Aliança: Campo religioso e Campo político nos Açores, 1974-1996",
texto da tese de doutoramento de Álvaro Borralho efectuada na Universidade dos
Açores e editada em Abril do corrente ano, pela Editora Mundos Sociais, com uma
tiragem de 400 exemplares.
Presidiu à sessão de apresentação, o presidente da Câmara, Luís Mourinha, que também
apresentou o autor. Coube a Inácio Grazina, director do jornal Brados do
Alentejo, falar da obra, o que mesmo se passando com o autor que no final
autografou o livro para o muito público presente.
O
autor
O
estremocense Álvaro Borralho é licenciado em Sociologia pelo ISCTE e doutor em Ciências Sociais
(especialidade Sociologia) pela Universidade dos Açores, onde como docente
lecciona Sociologia Geral, Teorias Sociológicas Clássicas e Sociologia da
Política. Integra a equipa docente do Mestrado em Ciências Sociais
(2011), bem como a respectiva Comissão Científica. Investigador do Centro de
Estudos Sociais e coordenador do Núcleo Regional dos Açores da Associação
Portuguesa de Sociologia. Membro da direcção do Sindicato Nacional do Ensino
Superior e comentador do programa “Prova das Nove”, da RTP/Açores. A sua
bibliografia inclui:
-
A Razão do Povo é a Nossa Força. O processo político português na transição
democrática. Um estudo local: Estremoz, 1974 – 1976.
-
A Sagrada Aliança. As relações do campo religioso com o campo político nos
Açores, 1974-1996.
-
A situação das mulheres nos Açores (1999), em co-autoria com Gilberta Rocha,
Octávio Medeiros, Licínio Tomás e Artur Madeira.
A
obra
O
livro (17 cm
x 24 cm ),
com capa cartonada e colorida, da autoria de Nuno Fonseca, tem 251 páginas, que
incluem ao longo do texto, 15 quadros e 13 figuras a preto e branco.
A
obra, dedicada pelo autor a seus pais, é o resultado da sua tese de
doutoramento e aborda a relação entre a política e a religião nos Açores desde
o advento da democracia até 1996, ano em que a nível regional o PSD deixou de
ser poder. Os resultados do estudo efectuado por Álvaro Borralho, distribuem-se
por oito capítulos: O sagrado e a religião na teoria sociológica; Para uma
teoria do campo das relações entre religião e política; Grupos e agentes de
interesses; O campo religioso açoriano; Rutura política, reestruturação dos
campos e a nova dominação, Lutas e jogo político pela dominação legítima;
Capitais e habitus; Conclusão.
O
prefácio, da autoria do Prof. Doutor José Manuel Leite Viegas, orientador da
tese de doutoramento de Álvaro Borralho, salienta a metodologia seguida pelo
autor e conclui dizendo: “São todos estes aspectos – o rigor conceptual, a riqueza
de dados empíricos, o domínio das questões simbólicas, a análise da articulação
de interesses da igreja e do poder político – que fazem com que este livro seja
de leitura obrigatória para quem deseje compreender melhor as relações entre a
religião e a política ou, muito simplesmente, quem esteja interessado em saber
como mudou a sociedade e a política açoriana após o 25 de Abril.”
Da
contracapa respigámos: “Neste livro, o autor procura responder à questão que
ele próprio coloca: “que tipo de relações se estabeleceram entre a Igreja e a
política na sociedade açoriana depois da rutura política operada em abril de
1974?”. Sabíamos, à partida, que a sociedade açoriana de antes de abril de 1974
é dominantemente católica e com uma estrutura social marcada pelo predomínio da
produção agrícola, em regime de pequena e média propriedade. Será que, neste
aspeto, a situação é perfeitamente homóloga da que se registou em Portugal
continental, particularmente no Norte do país e, mesmo, no arquipélago da
Madeira? Sem dúvida que há analogias, mas uma das virtualidades da análise
empírica do autor é mostrar-nos como, nesse quadro comum, se definiu uma
situação específica nos Açores. Para essa especificidade contribuíram o
relativo fechamento social da região, as ligações entre a Igreja e o poder
político e a estrutura social.”
O
suporte bibliográfico da obra é constituído por 419 referências bibliográficas,
3 reportagens do Arquivo da RTP/Açores e 29 entrevistas a personalidades do
campo político e religioso regional, entre as quais Álvaro Monjardino, Carlos
César, João Mota Amaral e José Decq Mota.
Sem
sombra de dúvida que a obra de Álvaro Borralho, dada à estampa pela Editora
Mundos Sociais, vem enriquecer consideravelmente a bibliografia sociológica
portuguesa. Autor e editora estão, pois, de parabéns.
Hernâni Matos
Um aspecto parcial da assistência à sessão, vendo-se na mesa, da
esquerda para a direita : Inácio
Grazina (director do jornal
Brados do Alentejo), Álvaro Borralho (o autor), Luís Mourinha (presidente
da
CME) e José Trindade (vereador do Pelouro da Cultura da CME). Fotografia de Jorge
Pereira
(repórter do jornal Brados do Alentejo).
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