PRUDÊNCIA
CRÉDITOS FOTOGRÁFICOS
Paineis de azulejos do séc. XVII. Igreja Matriz de São João Baptista,
Moura. Fotografia (1960-1970) de João Miguel dos Santos Simões
(1907-1972), pertencente ao Arquivo Digital da Biblioteca de Arte da
Fundação Calouste Gulbenkian, Lisboa.
A Igreja Matriz de São João Baptista, de Moura, data do início do século XVI, já que foi em 1502 que D. Manuel I mandou edificar de raiz um novo templo, cujo arquitecto se desconhece, mas cuja direcção de obras foi de mestre Cristóvão de Almeida.
A capela-mor e as duas capelas colaterais encontram-se decoradas com azulejos polícromos de manufactura seiscentista, tendo o revestimento azulejar sido patrocinado por Rui Lourenço da Silva, fidalgo da casa de D. João IV, a quem foi doada em 1650 por alvará régio.
O revestimento azulejar inclui painéis alusivos às virtudes cardinais e às virtudes teologais.
Para a Igreja Católica, a virtude é uma qualidade moral que induz uma pessoa a praticar o bem, existindo uma vasta gama de virtudes derivadas da razão e da fé humanas. Estas virtudes humanas regulam as paixões e a conduta moral, sendo as mais importantes delas, as quatro virtudes cardinais:
- A Prudência, que ajusta a razão, de modo que esta possa distinguir em quaisquer circunstâncias o verdadeiro bem, assim como a escolher os meios legítimos para o atingir;
- A Justiça, que é uma inalterável e forte intenção de dar aos outros o que lhes é devido;
- A Fortaleza que assevera a firmeza nas dificuldades e a insistência na procura do bem;
- A Temperança que afrouxa a atracção dos prazeres, assegura o domínio da vontade sobre os instintos e faculta o equilíbrio no uso dos bens criados.
Para a Igreja Católica, o alcance da plenitude das virtudes humanas, exige que elas sejam vivificadas e animadas por virtudes que têm como origem, motivo e objecto imediato o próprio Deus. São as três virtudes teologais:
- A Fé, através da qual os cristãos crêem em Deus, nas revelações divinas e nos ensinamentos da Igreja;
- A Esperança, por meio da qual, os crentes, aguardam a vida eterna e o Reino de Deus;
- A Caridade, através da qual devemos amar o próximo como a nós próprios.
Adoro estes azulejos, sao maravilhosos!
ResponderEliminarSão de facto, sublimes.
EliminarObrigada por nos transmitir os seus saberes sobre a Arte do Azulejo em Portugal!
ResponderEliminarNeste caso, fiquei a conhecer melhor os painéis da Igreja de S. João Batista, na qual fui batizada.
Muito obrigado pelo seu comentário, minha Senhora.
ResponderEliminarAproveito para lhe dar conhecimento da existência da seguinte publicação:
IGREJA MATRIZ DE SÃO JOÃO BAPTISTA - MOURA
Boletim da Direcção Geral dos Edifícios e Monumentos Nacionais, nº 45 - Setembro de 1946
Faz o historial da origem da Igreja, das obras de restauro sofridas na época e do respectivo recheio, entre ele, o azulejar. Profusamente ilustrado com estampas de imagens e plantas topográficas. Estou crente que exista na Biblioteca Municipal de Moura, assim como em bibliotecas distritais de maior dimensão, sujeitas ao depósito legal.
Os meus melhores cumprimentos.
Obrigada pela informação que me deu e pelos conhecimentos que partilha. Vou tentar pesquisar e saber um pouco mais...
EliminarSigo a sua página há bastante tempo, por ser muito pedagogica. Bem haja!