quarta-feira, 16 de abril de 2014

O povo unido (2)


Transcreve-se com muito orgulho e com a devida vénia, a coluna CIDADANIA da autoria da Drª Maria do Céu Pires, publicada no nº 832, de 17 de Abril de 2014, do quinzenário estremocense  "Brados do Alentejo". (1)

Dizia no número anterior que, para além das alterações políticas, sociais e económicas e da incidência na vida quotidiana das pessoas, um dos aspectos fundamentais da revolução de abril de 74 foi o surgir do espaço público enquanto espaço de liberdade, de discussão e de participação. É curioso que, passados 40 anos uma presidente da Assembleia da República proíba os militares de abril de discursar nessa mesma assembleia…é sobretudo vergonhoso e inadmissível! 
Gostaria, hoje, de sublinhar outro aspeto que me parece fundamental e de toda a relevância no momento que vivemos. Refiro-me àquela que é a grande lição de qualquer revolução e que, claro, foi também da revolução dos cravos em Portugal: a demarcação relativamente ao discurso da inevitabilidade e do fatalismo. Quando a população saiu para a rua e se juntou aos militares mostrou a sua vontade de liberdade e o seu inconformismo com uma ditadura opressora. Ditadura contra a qual já muitos homens e muitas mulheres tinham, na sua luta, enfrentado a prisão e a tortura e mesmo a morte.
O que o 25 de abril de 74 mostrou é que, por muito degradante que seja a situação de um país, é possível mudar! Nenhuma comunidade humana está destinada à opressão e à humilhação. Estas podem e devem ser banidas. Hoje, quando um povo inteiro baixa os braços e aceita governantes incapazes, é tempo de lembrar esta verdade. A transformação é possível! Não estamos condenados a esta ausência de vida que nos querem impor!
Mas, o que também ficou mostrado em 74 é que a mudança acontece fruto da ação conjunta das pessoas, ela não é decretada nem cai como a chuva…. Precisa de ser construída, precisa de mãos e de cérebros, de vontades e de sonhos! 
Por tudo isto, celebrar abril não pode ser um ato mecânico e repetitivo de palavras ocas e sem sentido, não pode ser discurso de circunstância. Celebrar abril é voltar a ser “povo unido”, é sermos capazes de voltar a ter voz, a voz que nos andam a tirar, é voltar a ter força e dizer o que está mal, é regressar á esperança, não aceitando a “situação”. Construir novas manhãs e encher os corações de cravos vermelhos – isso é preciso! Como disse Amartya Sem, a democracia é ter voto mas é também ter voz! É essa voz que dia 25, em todo o país, tem que ser levantada! Dizendo não aos “vendilhões”! 
Temos que ser, de novo, voz unida!

(1) - A coluna está redigida de acordo com as regras do novo acordo ortográfico, que o blogue DO TEMPO DA OUTRA SENHORA não segue, mas que respeita nas transcrições que faz.

quinta-feira, 3 de abril de 2014

O povo unido

Drª Maria do Céu Pires

Transcreve-se com muito orgulho e com a devida vénia, a coluna CIDADANIA da autoria da Drª Maria do Céu Pires, publicada no nº 831, de 3 de Abril de 2014, do quinzenário estremocense  "Brados do Alentejo". (1)

O que na história ficou conhecido como “25 de abril” foi uma ação que, iniciada por militares, de imediato teve a adesão popular, e que tinha como objetivo derrubar uma situação política para dar a possibilidade ao povo de construir uma outra organização política no país, baseada nos conhecidos três dês: Democracia, Desenvolvimento, Descolonização. Mudar de um sistema profundamente injusto para um que fosse justo, foi isso que motivou os capitães e o povo que logo no dia 25 saiu à rua.
Dito muito resumidamente, pretendia-se pôr fim a uma situação de guerra colonial completamente obsoleta e destituída de sentido. Para além disso, tratava-se de abolir uma ditadura que era responsável não só pela ausência de liberdade, pela censura, pelas prisões políticas e pela tortura, como também pela situação de miséria, analfabetismo e total ausência de direitos que condenava parte significativa da população a uma vida abaixo dos limiares mínimos de dignidade.
Em 40 anos muita coisa aconteceu, por exemplo, a liberdade de expressão, de associação, de reunião e o universal direito ao voto. É também inegável que a revolução de abril contribuiu para uma melhoria das condições básicas de vida da maior parte da população. Desde a diminuição das taxas de mortalidade infantil, passando pelos direitos de quem trabalha, pelo acesso generalizado à educação e à saúde, muito mudou na nossa vida. Contudo, estamos hoje em processo de regressão, retrocesso civilizacional pois o que o que foi conquistado está a ser retirado. Cabe-nos, então, com urgência, defender aquilo que, por direito, todos os seres humanos devem ter: a possibilidade de se realizarem como pessoas!
Sobretudo, o que o 25 de abril trouxe consigo foi a existência de espaço público, quer dizer, a possibilidade dos cidadãos se encontrarem, reunirem discutirem, deliberarem e decidirem, em conjunto, o que é mais justo, o que consideram melhor para a comunidade. O espaço público é o espaço da diversidade, da coabitação das diferentes organizações da sociedade civil: associações profissionais, partidos políticos, sindicatos, cooperativas, clubes, etc. É o espaço da liberdade!
Por tudo isto (e muito mais!) me parece fundamental que esta memória recente da nossa história esteja sempre presente e julgo de grande valor pedagógico a sua transmissão aos mais novos. Congratulo-me, pois, que em Estremoz, se vá celebrar abril quer ao nível institucional com a sessão solene na Assembleia Municipal e outras atividades do Município, quer ao nível da sociedade civil, através dos cidadãos que, para tal efeito, se juntaram. Que, em Estremoz “chovam” cravos e o povo unido traga, de novo, a poesia para a rua, são os meus votos!

(1) - A coluna está redigida de acordo com as regras do novo acordo ortográfico, que o blogue DO TEMPO DA OUTRA SENHORA não segue, mas que respeita nas transcrições que faz.


terça-feira, 1 de abril de 2014

Efemérides de Abril


17 de Abril
A 17 de Abril de 1492, Cristóvão Colombo (1451-1506) assina o contrato com os
Reis Católicos de Espanha para a constituição de uma armada que permita a
chegada à Índia, por mar, seguindo para Ocidente. CASA DE COLOMBO – Painel
de azulejos em Vale do Paraíso, freguesia do Concelho da Azambuja. Em 1493,
D. João II recebe Cristóvão Colombo em Vale do Paraíso (Garcia de Resende,
Crónica de D. João II, capítulo 165 e Joaquim Veríssimo Serrão, Itinerários de
El-rei D. João II , v. II.).
16 de Abril
A 16 de Abril comemora-se o Dia Mundial da Voz. O Dia Mundial da Voz foi
comemorado, pela primeira vez, em 2003, por sugestão de Mário Andrea,
professor de Otorrinolaringologia da Faculdade de Medicina de Lisboa, na
primeira reunião da Sociedade Europeia de Laringologia, à qual presidiu.
CANTORA LÍRICA LUÍSA TODI (1753-1833)- Painel de Azulejos de A. Carvalho,
em Setúbal.
15 de Abril
A 15 de Abril de 1516, Isabel de Aragão (1270-1336), esposa de el-Rei D. Diniz
(1261-1325) é beatificada por Leão X (1475-1521), com autorização de culto
circunscrito à Diocese de Coimbra. A Rainha falecera no Castelo de Estremoz,
com 66 anos de idade, no dia 4 de Julho de 1336, de uma doença súbita surgida
quando se dirigia para a raia em missão de apaziguamento entre o filho,
D. Afonso IV (1291-1357), e o neto, Afonso XI de Castela (1311-1350).
As virtudes da Rainha, mais tarde considerada Santa, estiveram na origem
da sua beatificação. Em 1556, o papa Paulo IV (1476-1559) torna extensiva
a devoção isabelina a todo o Reino de Portugal. Seria o papa Urbano VIII
(1568-1664), dada a incorrupção do corpo e o relato dos milagres, quem
proclamaria em 1625, a canonização de Isabel de Aragão como Rainha Santa.
MILAGRE DA CRIANÇA SALVA DAS ÁGUAS (c. 1725). Teotónio dos Santos (?).
Painel de azulejos (2,60 m x 2,40 m). Capela da Rainha Santa Isabel do Castelo
de Estremoz.
14 de Abril
A 14 de Abril de 2005, abre as portas ao público, com concertos do grupo
portuense Clã e do norte-americano Lou Reed, a Casa da Música, no Porto,
obra do arquitecto holandês Rem Koolhaas. A inauguração oficial ocorreria
no dia seguinte, com a presença de Jorge Sampaio. Painéis de azulejos da
Sala Barroca da Casa da Música, Porto.













































































14 de Abril
A 14 de Abril de 2005, abre as portas ao público, com concertos do grupo
portuense Clã e do norte-americano Lou Reed, a Casa da Música, no Porto,
obra do arquitecto holandês Rem Koolhaas. A inauguração oficial ocorreria
no dia seguinte, com a presença de Jorge Sampaio. Painéis de azulejos da
Sala Barroca da Casa da Música, Porto.

12 de Abril
A 12 de Abril de 1774 é instituída a Diocese de Aveiro pelo Papa Clemente XIV
(1705-1774), através da publicação do breve “Militantis Ecclesiae gubernacula”,
após D. José I (1714-1777) ter feito diligências nesse sentido. O seu território
ficava destacado da Diocese de Coimbra e sufragâneo da Arquidiocese de Braga.
O breve emitido pelo papa foi finalmente executado em 24 de Março de 1775,
ficando o rei com o direito de padroado. A catedral foi instalada na igreja da
Misericórdia e, mais tarde, na igreja que fora do recolhimento de S. Bernardino.
S. GONÇALO DE AMARANTE, MILAGRE DOS PEIXES. Painel de azulejos setecentistas,
oriundos do ciclo coimbrão de Sousa Carvalho. Sé de Aveiro.
11 de Abril
A 11 de Abril de 1357, nasce D. João I (1357 -1433), que viria a ser o décimo
Rei de Portugal e o primeiro da Dinastia de Avis, cognominado “O de Boa
Memória” pelo legado que deixou. D. JOÃO I – Painel de azulejos no
Jardim do Palácio Galveias, Lisboa.
10 de Abril
A 10 de Abril de 1876 é fundada a Caixa Geral de Depósitos, na dependência da
Junta de Crédito Público, com a finalidade essencial de recolha de depósitos
obrigatórios constituídos por imposição da lei ou dos tribunais. Painel de azulejos
de Graça Morais (1948-  ) no Edifício Sede da Caixa Geral de Depósitos, em Lisboa.
9 de Abril
A 9 de Abril de 1942, nasce Adriano Correia de Oliveira (1942-1982), músico e
cantor, um dos mais importantes e significativos intérpretes do fado de Coimbra
e da chamada “canção de intervenção”. A sua discografia está assim distribuída
- ÁLBUNS: Adriano Correia de Oliveira (LP, 1967); O Canto e as Armas (LP, 1969);
Cantaremos (LP, 1970); Gente de aqui e de agora (LP, 1971); Que nunca mais
(LP, 1975); Cantigas Portuguesas (LP, 1980). - COMPILAÇÕES: Fados de Coimbra
(1973); Memória de Adriano (1982); Fados e baladas de Coimbra (1994); Obra
Completa (1994); Vinte Anos de Canções (1960-1980) (2001); Obra completa
(2007). - SINGLES E EP’S: Noite de Coimbra (EP, 1960); Balada do Estudante
(EP, 1961); Fados de Coimbra (EP, 1961); Fados de Coimbra (EP, 1962);
Trova do vento que Passa (EP, 1963); Adriano Correia de Oliveira (EP, 1964);
Elegia (EP, 1967); Adriano Correia de Oliveira (EP, 1968); Rosa de Sangue
(EP, 1968); Cantar de Emigração (EP, 1971); Trova do Vento Que Passa nº2
(EP, 1971); Lágrima de Preta (EP, 1972); Batalha de Alcácer-Quibir (EP, 1972);
O Senhor Morgado (EP, 1973); A Vila de Alvito (EP, 1974); Para Rosália (EP, 1976);
Notícias de Abril (Single, 1978). ADRIANO CORREIA DE OLIVEIRA - Mural em azulejos
de António Carmo (1949 - ), à entrada do Parque Biológico de Gaia, em homenagem
ao músico e cantor, erigido aquando do 25º aniversário do seu desaparecimento.
8 de Abril
A 8 de Abril de 1153, D. Afonso Henriques (1109-1185), “ O Conquistador”, doa a Bernardo
de Claraval e à Ordem de Cister um vasto território de 44 mil hectares. Se, por um lado,
era necessário ocupar e povoar os territórios recém-conquistados, por outro era também
necessário favorecer religiosamente a causa do auto-proclamado Rei de Portugal. O Abade
de Claraval, segundo Herculano, era uma das figuras mais eminentes da sua época, sendo
extremamente popular e ainda altamente influente em matérias públicas, especialmente
aquelas ligadas à Religião. Compreende-se assim o simbolismo da doação no contexto da
política de consolidação da Independência de Portugal por D. Afonso Henriques. 
D. AFONSO I – Painel de azulejos no Jardim do Palácio Galveias, Lisboa.
7 de Abril
A 7 de Abril de 1263, os restos mortais de Santo António de Lisboa (1195-1231)
são transferidos para a Basílica de Santo António, em Pádua. SERMÃO DE SANTO
ANTÓNIO AOS PEIXES (séc. XVIII) -  Painel de azulejos da Igreja de Nossa Senhora
da Vitória, ilha de Santa Maria, Açores.
6 de Abril
A 6 de Abril de 1384 ocorre a batalha dos Atoleiros, entre as forças portuguesas,
comandadas por D. Nuno Álvares Pereira (1360-1431) e uma expedição punitiva
castelhana, enviada por D. João I de Castela (1358-1390). O Condestável do Reino
tinha sob o seu comando uma força de 1.500 homens de pé, dos quais 100 besteiros
e 300 lanças (cavalaria ligeira e pesada). As forças castelhanas contavam com um
efectivo com 5.000 homens. Portugal venceu esta importante batalha, que deu um
forte contributo para a independência nacional. O combate foi breve, graças à
utilização da táctica do quadrado, que permitiu a vitória dos portugueses apesar
da sua inferioridade numérica. BATALHA DOA ATOLEIROS - Painel de azulejos do
séc. XVIII do Museu Militar de Lisboa.
5 de Abril
Por Alvará de 5 de Abril de 1768, durante o Governo do Marquês de Pombal
(1699-1782), é criada a Real Mesa Censória, com o intuito de transferir das
mãos da Igreja para o controlo directo do Estado, a censura dos livros e
publicações consideradas perturbadoras em matéria religiosa, política e civil 
que dessem entrada em Portugal ou que se pretendessem publicar ou divulgar
no Reino, função esta que até aqui cabia à Inquisição, aplicando penas
pecuniárias e corporais contra os que transgredissem as regras. Na prática,
a Real Mesa Censória tinha, como principal objectivo, examinar as obras que
circulassem pelo Reino e proceder a uma escolha daquelas que, em Portugal,
poderiam ser lidas sem ameaça de prejuízo para a política do Marquês.
TERREIRO DO PAÇO - Excerto do painel de azulejos “Grande Panorama de
Lisboa” (1700), de Gabriel del Barco, proveniente do Palácio dos Condes
de Tentúgal, na Rua de Santiago, em Lisboa. Museu Nacional do Azulejo, Lisboa.
4 de Abril
A 4 de Abril de 1992, morre, em Santarém, o tenente-coronel Salgueiro Maia
(1944-1992), um dos principais capitães intervenientes na Revolução do 25 de
Abril de 1974. Comandou a coluna que saiu de Santarém em direcção a Lisboa,
ocupou o Terreiro do Paço e cercou o quartel do Carmo, onde se havia refugiado
o Dr. Marcelo Caetano (1906-1980), Presidente do Conselho de Ministros do Estado
Novo. MEMORIAL AO 25 DE ABRIL -  monumento representativo do 25 de Abril situado
na entrada noroeste da vila alentejana de Grândola. Marcado pelo revestimento em
azulejo dominantemente de cores azul e branca, pode ler-se no painel central do
monumento a frase "Dá mais força à Liberdade", o desenho de um cravo e a pauta
musical da música "Grândola, Vila Morena".
3 de Abril
A 3 de Abril de 1994, morre, em Lisboa, no Hospital de S. Francisco de Xavier,
Agostinho da Silva (1906-1994), filósofo, poeta e ensaísta, considerado um dos
principais intelectuais portugueses do século XX. Painel de azulejos (119 x142,5 cm)
do séc. XVII, com as armas do Arcebispo de Évora, Frei Luís Teles da Silva (1691-1703).
Museu de Évora.
2 de Abril
A 2 de Abril comemora-se O Dia Internacional do Livro Infantil,  por iniciativa do
Conselho Internacional sobre Literatura para os Jovens, que em Portugal é
representado pela Associação Portuguesa para a Promoção do Livro Infantil.
A efeméride foi criada em 1967, para homenagear o escritor dinamarquês
Hans Christian Andersen (1805-1875), autor de algumas das histórias para
crianças mais lidas em todo o mundo, cujo aniversário do nascimento é
assinalado a 2 de Abril. AULA COM GLOBO (Séc. XVIII). Painel de azulejos
(8x14). d’Orey e Cardoso – Azulejaria Portuguesa, Lisboa.
1 de Abril
A 1 de Abril comemora-se o Dia Internacional das Aves. CENA DE CAÇA (1670).
Pormenor da metade esquerda de painel de azulejos (154 x 286cm), fabrico
de Lisboa. Museu de Lamego.

































































































































































30 de Abril
A 30 de Abril de 1974, chega ao Aeroporto da Portela, em Lisboa, depois de 14
anos de exílio no Leste, o secretário-geral do PCP, Álvaro Cunhal (1913-2005).
Painel de azulejo do cartoonista António Moreira Antunes (1953 - ) no aeroporto
de Lisboa.
29 de Abril
A 29 de Abril comemora-se o Dia Internacional da Dança, instituído pelo Comité
Internacional da Dança da UNESCO no ano de 1982. LIÇÃO DE DANÇA – PORMENOR
DA CENA CENTRAL (1707). Painel de azulejos de composição figurativa (170 x 400 cm),
produzido por Willem van der Kloet, Holanda. Museu Nacional do Azulejo, Lisboa.
28 de Abril
A 28 de Abril de 1855, nasce em Caldas da Rainha, o pintor,
desenhador e professor de Belas Artes, José Malhoa (1855-1933), pioneiro do
Naturalismo em Portugal e um dos pintores portugueses que mais se aproximou
do Impressionismo. Das suas obras mais famosas, destacamos “Os Bêbados” (1907),
“O Fado” (1910) e “Praia das Maçãs” (1918). Painel de azulejos inspirado na obra
“O Fado”, óleo sobre tela (150 x 183 cm) pertença do Museu da Cidade e 
actualmente exposto no Museu do Fado, em Lisboa.
27 de Abril
A 27 de Abril de 1521, Fernão de Magalhães (1480-1521), que se notabilizou por
ter organizado a primeira viagem de circum-navegação, morre em combate na Ilha
de Mactan nas Filipinas. Painel pertencente a um conjunto de azulejos "Os Navegadores"
onde aparecem grandes nomes dos Descobrimentos Portugueses, como, por exemplo,
D. João II, o Infante D. Henrique, Vasco da Gama e Fernão de Magalhães. Costa Pinheiro
(1932 - ). Estação da Alameda, Lisboa.
26 de Abril
A 26 de Abril comemora-se o Dia Nacional do Utente de Saúde. CLISTER (2º quartel
do séc. XVI) - Painel de azulejos (56 x 142 cm) de composição figurativa. Museu
Nacional do Azulejo, Lisboa.
25 de Abril
A 25 de Abril de 1974 verifica-se o derrube da ditadura mais velha da Europa –
o regime de Salazar e de Caetano - graças à acção militar coordenada do
Movimento das Forças Armadas – MFA, cuja origem remonta ao clima de
instabilidade no interior das próprias forças armadas, particularmente do
Exército, instabilidade essa que se manifestou em meados de 1973, com o
surgimento do denominado Movimento dos Capitães, o qual aglutinava oficiais
de média patente, insatisfeitos com as suas remunerações e com a perda de
prestígio da oficialidade do quadro permanente, bem como com a Guerra
Colonial, que desde 1961 ou seja há 13 anos, se arrastava em 3 frentes,
sem se antever uma solução política para a mesma, bem como pela
previsibilidade de uma derrota militar eminente. Painel de azulejos duma
sala do Tribunal Plenário da Boa Hora, por cima do qual foi descerrada uma
lápide no dia 6 de Dezembro de 2006, evocativa dos julgamentos em
Tribunal Plenário Criminal dos resistentes antifascistas acusados de crimes
contra a segurança do Estado, que decorreram entre 1945 e 1974. A iniciativa 
foi do Movimento Cívico “Não Apaguem a Memória” -  Capa de “O Referencial”,
Boletim da Associação 25 de Abril, de Outubro-Dezembro de 2006.
24 de Abril
A 24 de Abril, comemora-se o Dia Mundial do Animal de Laboratório. A data,
reconhecida pelas Nações Unidas, pretende ser um alerta para o sofrimento de
milhões de animais usados diariamente em pesquisas por todo o mundo. O recurso
a animais em laboratórios ocorre principalmente nos domínios da investigação
médica e farmacêutica, no ensino, e antecede quase sempre o lançamento de
novas substâncias no mercado. GAIVOTA (1989) - Azulejo (14x14 cm) da autoria
do pintor Júlio Pomar (1926 -2018). Fábrica de Cerâmica Viúva Lamego. Museu Nacional
do Azulejo, Lisboa.
23 de Abril
A 23 de Abril, comemora-se o Dia Mundial do Livro e dos Direitos de Autor,
visando promover o prazer da leitura, a publicação de livros e a protecção
dos direitos de autor. A efeméride foi criada na XXVIII Conferência Geral da
UNESCO que ocorreu entre 25 de Outubro e 16 de Novembro de 1995.
FERNANDO PESSOA – Painel de azulejos da autoria de Rui Campos, existente
no Salão Nobre da Universidade Fernando Pessoa, no Porto.
22 de Abril
A 22 de Abril comemora-se o Dia Mundial da Terra. A efeméride foi criada em
1970, pelo senador norte-americano Gaylord Nelson, após verificar as
consequências do desastre petrolífero de Santa Barbara, na Califórnia, ocorrido
em 1969. Desenvolveu então esforços para conseguir colocar o tema da
preservação da Terra na agenda política norte-americana, pelo que convocou 
primeiro protesto nacional contra a poluição da Terra. O povo norte-americano
aderiu massivamente e mais de 20 milhões de pessoas manifestaram-se a favor
da preservação da Terra e do ambiente. Em 2009, a ONU reconheceu a importânci
da data e instituiu o Dia Mundial da Terra. Neste dia, milhões de cidadãos em todo
o mundo manifestam o seu compromisso na preservação do ambiente e da
sustentabilidade da Terra. PALANCA NEGRA, SÍMBOLO DE ANGOLA - Painel de
azulejos inspirado em gravura baseada em  desenhos de Roberto Ivens. Fortaleza
de São Miguel de Luanda, Angola.
21 de Abril
A 21 de Abril de 1500, a armada de Pedro Álvares Cabral (1467/68-1520) chega
a terras de Vera Cruz. PEDRO ÁLVARES CABRAL - Painel de azulejos do pintor,
ceramista, ilustrador e caricaturista Jorge Colaço (1868-1942), no Centro Cultural
Rodrigues de Faria, Forjães (Esposende).
20 de Abril
A 20 de Abril assinalava-se a comemoração do “Dia Nacional do Turista”, 
data instituída em 1966 e que marcava o arranque de um vasto programa
de animação associado ao slogan “Abril em Portugal”. A efeméride foi
comemorada até 1979. No ano seguinte haveria de se começar a assinalar
o Dia Mundial do Turismo instituído pela Organização Mundial do Turismo
em 27 de Setembro. Em Lisboa está o Museu Nacional do Azulejo que tem
por missão recolher, conservar, estudar e divulgar exemplares representativo
da evolução da Cerâmica e do Azulejo em Portugal. E assim é um dos mais
importantes museus nacionais, por mostrar através do Azulejo a expressão
artística da cultura portuguesa. Encontra-se instalado no antigo Mosteiro
da Madre de Deus, fundado em 1509 pela rainha D. Leonor (1458-1525. 
Um Museu que é ponto de visita obrigatória para turistas nacionais e
estrangeiros.
19 de Abril
Por Decreto de D. Pedro V, datado de 19 de Abril de 1860, Setúbal é elevada à
categoria de cidade. Na base do decreto esteve petição da Câmara Municipal de
Setúbal ao Rei, justificando essa necessidade com o desenvolvimento económico
e social do séc. XIX. CENA DE LAZER DA ARISTOCRACIA - Painel de azulejos da Casa
do Corpo Santo, em Setúbal. Em vias de classificação como Monumento de Interesse
Público, com zona especial de protecção, por se tratar de um importante imóvel ao
nível de relevância histórica, arquitectónica e museológica, tendo albergado uma
confraria de navegantes, armadores e pescadores de Setúbal, cuja origem remonta
ao século XV. A Casa do Corpo Santo alberga a exposição permanente "Instrumentos
de Ciência Náutica – Coleção de Ireneu Cruz", acervo entre o qual constam mais de
centena e meia de artigos doados à Câmara Municipal. No primeiro piso encontram-se
peças do acervo do Museu de Setúbal/Convento de Jesus do período Barroco, onde
estão expostos artigos de pintura, escultura e ourivesaria, a maioria de arte sacra.
A Sala do Vestíbulo, com um fresco sobre a antiga vida comercial setubalense no teto,
serve de entrada para a Capela do Corpo Santo, totalmente forrada a talha dourada
ao “Estilo Nacional”. Na Sala do Despacho podem-se apreciar painéis de azulejos
azuis e brancos, retratando cenas de lazer da aristocracia, como caçadas, e do
trabalho do povo. Destaque para uma peça de grandes dimensões colocada naquele
espaço, o Cofre do Sepulcro, datado do século XVIII.
18 de Abril
A 18 de Abril celebra-se o “Dia Internacional dos Monumentos e Sítios”, instituído
em 1982 pelo ICOMOS - International Council of Monuments and Sites  e aprovado
pela UNESCO no ano seguinte. A partir de então, esta efeméride tem vindo a
oferecer a oportunidade de aumentar a consciência pública relativamente à
diversidade do património e aos esforços necessários para a sua protecção,
conservação, chamando a atenção para a sua vulnerabilidade. MONUMENTO À
MULHER ALENTEJANA (Excerto) - Peça escultórica da autoria de Rogério Ribeiro
(1930-2008), constituído por um painel de azulejos, formado por duas faces,
com cinco metros de altura e que retrata diversos rostos femininos. Visa
homenagear a mulher nascida nos campos do Alentejo. Está localizado no
Espaço Museológico da Rua do Sembrano, no Parque da Cidade, em Beja.




Hernâni Matos