domingo, 19 de maio de 2024

Poesia Portuguesa - 198

 



Deve-se amar o perto
Eduardo Valente da Fonseca (1928-2003)

O homem
chegou à lua, e ao sol
e ao fundo do mar,
e só Londres tem a população do meu país,
e nisso nem há mal...
mas quando eu vou a Barroselas do Minho
e a D. Felisbina me recebe contente
na Primavera da sua quinta,
eu só penso na D. Felisbina
e amo a sua cabeça branca.
depois vou passear pelos sítios do ano passado,
e cada folha é um universo.
Então o sol esconde-se
e é a vez dos pinheiros serem divinos sob as estrelas.


Eduardo Valente da Fonseca (1928-2003)

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