segunda-feira, 20 de março de 2023

Contributo pessoal para uma evocação de Mestre Álvaro Chalana (1916-1983), oleiro redondense

 


Foi inaugurada ontem, dia 18 de Março, no Museu do Barro, na Vila de Redondo, a exposição “A evocação de um Mestre: Álvaro Chalana – Já não há quem queira dar/uma filha a um oleiro”.
Mestre Álvaro Chalana (1916-1983), oleiro, poeta e músico, tem perfil biográfico traçado pelo Dr. António Carmelo Aires no seu livro “Cerâmica de Redondo”. Este investigador da cerâmica redondense, possuidor de uma inigualável colecção de peças oláricas de Redondo, ontem mesmo publicou no Facebook um extracto do vasto conjunto de peças de diferentes tipologias, produzidas por aquele Mestre. Disse a propósito “Associo-me à Evocação a Mestre Alvaro Chalana um dos mais notáveis oleiros redondenses do Sec. XX”.
Foi através da publicação do Dr. Carmelo Aires, que tive conhecimento da exposição que decerto irei visitar e que me senti igualmente estimulado a associar-me à evocação promovida pelo Museu do Barro de Redondo, divulgando peças oláricas do Mestre, apenas de duas tipologias: pratos e bacias, falantes ou não. pintadas e esgrafitadas. Maioritariamente decoradas com uma tricromia verde, amarelo, ocre-castanho, de temática predominantemente floral, zoomórfica, antropomórfica e mista, mas também brasonada e monumental.
Os pratos e bacias de Mestre Álvaro Chalana apresentam determinadas tipologias de decoração nas abas ou nos bordos:
- Arcos verdes, contíguos, com a concavidade virada para o interior, total ou parcialmente preenchidos a amarelo;
- Esponjados a verde;
- Decoração geométrica;
- Decoração foral.

2 comentários:

  1. Boa tarde
    Em primeiro lugar permita que o felicite por esta louvável iniciativa, dando-nos a conhecer preciosas informações sobre etnografia alentejana. Recorro frequentemente aos seus textos para recolher informações sobre a olaria de Redondo, pela qual tenho particular interesse.
    A razão deste meu contacto tem a ver com o prato que diz: A Base Náutica do TCF de ÉVORA à de VILA FRANCA DE XIRA. Tenho um rigorosamente igual, mas com a data de 1963. Isto pressupõe um evento que se repetiria anualmente ou com outra periocidade. Será que me pode esclarecer de que se tratava?
    Grato pela atenção
    Os meus cumprimentos
    João Pedro Oliveira

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    1. Eu só conhecia com a data de 1968. Sabemos agora existir pelo menos mais uma outra: 1963. Creio que os pratos sejam relativos a encontros náuticos bilaterais entre um clube de Vila Franca de Xira e outro do distrito de Évora, mandando este produzir pratos comemorativos para assinalar os encontros, cuja periodicidade desconheço.
      Os meus cumprimentos.

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