quarta-feira, 31 de julho de 2013

O fim do reino dos mandarins

Um mandarim (1825-1852).
George Chinnery (1774-1852).
Óleo sobre tela.
Victoria and Albert Museum, London.

Avizinham-se eleições autárquicas de âmbito nacional, as quais se irão realizar a nível de todos os municípios e freguesias, podendo dar ou não origem a mudanças de ciclo. Como é previsível, em cada caso concreto, alguém sairá vencedor do embate ao qual inescapavelmente nenhum de nós poderá fugir, sob o risco de comprometer o futuro da comunidade.
Com as eleições autárquicas aproxima-se um período de esclarecimento cívico e de reflexão. É importante que se reconheça que nalguns locais as pessoas são ainda governadas por mandarins que fazem política pensando só na corte e no séquito.
A política deve ser ética e para todos, não pode ser uma casa de "meninas" onde se mantêm relações de promiscuidade com "vira-casacas" ou uma taberna que se frequenta para arregimentar apoios, quem sabe muitas vezes ao preço de quê.
A política tem que ser mais do que isso. Tem que conter no seu gérmen, o ideário e os fundamentos do pensamento cristão, libertário e social.
Tem que ser uma política a pensar na maioria das pessoas e não nos correligionários ou nos vassalos.
É preciso, imperioso e urgente ter uma visão de Estado Social à escala local.
É chegado o fim do reino dos mandarins.

6 comentários:

  1. Completamente de acordo consigo! Antigamente dizia-se que eram os caciques ... e hoje também se aplica a expressão. Uma espécie de senhores feudais pequeninos que arregimentavam séquitos e viviam em grande parte à custa deles. Hoje, as coisas aproximam-se perigosamente dessa realidade. Teremos de ser nós a querer viver no século XXI.

    Obrigada por este alerta, amigo Hernâni.

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    1. É verdade, Fernanda e porque amahã é dia do 84º aniversário do nascimento do Zeca Afonso (1929-1987) é caso para dizer:

      "O que faz falta é avisar a malta
      O que faz falta
      O que faz falta é avisar a malta
      O que faz falta"

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  2. Cada texto seu , sobretudo nesta "etiqueta",é saudavelmente perturbador....Coloca -me questionamentos para os quais ainda não encontrei resposta... O fim dos mandarins a partir de uma comunidade "local"!... Não consigo (ainda)ter ferramentas de leitura... segundo o meu entendimento " Eu sinto -me [governada ]nos pressupostos do "MANDARINATO" ... Talvez a partir destas questões valha a pena voltar reflectir sobre as teorias da "Capilaridade Social"
    Conceição

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    1. Em sentido figurado um “mandarim” é um “mandão” que pratica o nepotismo. Também os há no poder local e governam como se fossem reis e senhores, só preocupados com o séquito e a corte. o fim do seu reinado está nas nossas mãos.

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  3. Boa tarde Hernãni,

    Para acabar com os mandarins, o povo tem de ter consciência politica, tem de saber qual é a sua mão direita, tem de saber quais os seus direitos e exigir o respeito dos outros pelos mesmos, até lá é chover no molhado.
    Os autarcas não passam de politicos de 3ª escolha, que nós sustentamos e os governos não têm melhores poleiros para eles!
    DEMOCRACIA DIRECTA JÁ!
    Abraço

    Abilio

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