segunda-feira, 1 de setembro de 2025
Estremoz e o Feriado Municipal
domingo, 31 de agosto de 2025
Provérbios de Setembro
quinta-feira, 28 de agosto de 2025
Frade a Cavalo
Por sua vez, o cavaleiro revela inteira confiança na montada, uma vez que não empunha as rédeas, as quais estão apoiadas no cachaço do bicho. Toda a destreza do frade, supostamente em viagem, parece estar concentrada em segurar nas mãos um odre de vinho para as suas necessidades, configurando os mesmos cuidados com que durante a liturgia o celebrante segura o ostensório.
quarta-feira, 27 de agosto de 2025
Olaria enfeitada
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Fig. 3 - Terrina enfeitada. Olaria Alfacinha (sd).
segunda-feira, 25 de agosto de 2025
A olaria tradicional de Estremoz é de se lhe tirar o chapéu
A olaria tradicional de Estremoz
é extremamente rica em múltiplos aspectos. Na verdade, observando-a como um
todo, revela-se de imediato uma grande variedade de funcionalidades,
tipologias, morfologias, tipos de decoração e tamanhos.
Assim, por exemplo, a
funcionalidade “recipiente para água”, depara-se imediatamente com a
possibilidade de assumir várias tipologias: ânfora, barril, bilha, cafeteira,
cântaro, cantil, copo, depósito, garrafa, jarro, moringue, pote, púcaro,
reservatório, tronco. A qualquer uma destas tipologias, podem corresponder
múltiplas morfologias, dependendo do modo como a volumetria do objecto olárico
foi preenchendo o espaço tri-dimensional, à medida que o mesmo crescia na roda,
até atingir a sua forma final. Daí que seja notável, por exemplo, a diversidade
morfológica dos moringues. A uma tal variedade há que acrescentar a
multiplicidade introduzida pelo tipo de decoração escolhido: pedrado, riscado,
polido, relevado e suas possíveis combinações.
Creio que o leitor perceberá
agora a razão de ser do presente texto, assim como perceberá decerto a dureza
da tarefa hercúlea que constitui a recuperação da extinta olaria tradicional de
Estremoz.
Publicado em 14 de Setembro de 2024
domingo, 24 de agosto de 2025
Berço com bébé, assobio de Maria Luísa da Conceição
sexta-feira, 22 de agosto de 2025
79 voltas ao Sol
No passado dia 19 de Agosto
concluí o meu 79º passeio solar. Convenhamos que começa a ser monótono,
repetitivo e mesmo cansativo. Com a agravante de ter plena consciência de que
como passageiro terrestre a duração do meu passeio ser finita, ainda que indeterminada.
O meu corpo em desagregação lenta
mas inexorável como todos os outros, é regido pelas leis da Física Quântica.
Daí que quando a minha viagem chegar ao fim, cumprir-se-á uma espécie de lei de
Lavoisier generalizada, já que “Na Natureza nada se perde, nada se cria, tudo
se transforma”. A minha estrutura orgânica decompor-se-á numa miríade de átomos
de elementos constitutivos da Tabela Periódica, com especial predominância de
átomos de oxigénio, carbono, hidrogénio, azoto, cálcio, fósforo, potássio,
enxofre, sódio, cloro e magnésio. Libertos do meu corpo irão desempenhar novos papéis, novas funções, novas missões, sabe-se lá
quais. A minha decomposição orgânica será também acompanhada da libertação de
energia que mantinha coesa a minha estrutura orgânica. Também ela irá
desempenhar novos papéis, novas funções, novas missões.
O fim da viagem cósmica é um acto
de libertação das amarras gravitacionais da matéria e do
espaço-tempo-energia. A partir daqui há
um universo de crenças que não quero ferir por respeito às crenças que
constituem um direito individual de cada um. Para além disso esta conversa já
vai longa.
Como passageiros terrestres desta
viagem cósmica em que nos vemos envolvidos, cumprimos rituais tribais cuja
origem se perdem nos alvores do tempo. Uma delas é assinalar anualmente cada
volta ao Sol em convívio e comunhão de espírito com a Família e amigos.
No dia em que completei a mais recente volta ao Sol, optei por me cingir à companhia da célula familiar e lá fui com a Fátima, minha mulher e a Catarina, minha filha, rumo à Mercearia Gadanha, prestigiado restaurante estremocense, que figura no Guia Michelin e onde fomos principescamente atendidos. Abstenho-me de revelar a ementa, mas asseguro-vos que o ritual tribal de comemorar mais uma volta completa ao Sol, foi deveras gratificante e reconfortante.