Augusto
Molarinho de Andrade (1948-)
Contabilista, natural de Mina de S.Domingos (Mértola). Reside em Lisboa.
LIVROS PUBLICADOS: - Alentejano e Poeta - Ao Sabor da Fantasia (2015);
- Alentejano e Poeta - O Sonho Continua - Palavras Com Verdade (2016).
Os
barros do Alentejo…
Entre
as profissões mais belas
Algumas
saltam à vista
Pela
beleza que expõem
Os
barros feitos à mão
Não
fogem à tradição
Nas
imagens que compõem
Essas
mãos que vão moldando
Peças
raras, com carinho
São
rudes, mas com talento
Pinturas
com que as decoram
São
imagens que devoram
Sua
alma e pensamento
Apresentam
os contrastes
Dum
Alentejo profundo
Que
tanta gente ignora
Pintam
as belas ceifeiras
Os
ranchos de mondadeiras
Profissões
extintas agora
Vão
usando a sua arte
Que
pretendem preservar
Como
sendo seu tesouro
O
espólio do passado
Não
deve ser apagado
Mas
ofertado ao vindouro
São
tantos, quase ignorados
Esses
artistas que habitam
Nas
terras do interior
Os
oleiros, arte tão nobre
Num
País de gente pobre
Mas
de talento e valor
Cinzeiros,
pratos e bilhas
Peças
moldadas à mão
Enfeitiçam
os de fora
Tudo
feito com amor
Um
simples monte, uma flor
Talento
que neles mora
Mas
por motivos diversos
Este
ancestral património
Aos
poucos desaparece
Há
que pugnar com firmeza
Pra
conservar tal riqueza
Porque
essa arte merece
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