quinta-feira, 9 de maio de 2024

O Dia da Espiga (2ª edição)

Esta é a 2ª edição do post, cuja 1ª edição, datada de 6 de Março de 2010, foi agora ampliada com diversas referências de literatura oral: adagiário português (4), superstições populares (6) e cancioneiro popular (1). Foram igualmente adicionadas, novas fontes bibliográficas (3).

Bilhete-postal ilustrado dos anos 20 do século XX,
reproduzindo ilustração de A. Rey Colaço.

De acordo com o calendário litúrgico cristão, na Quinta-Feira de Ascensão comemora-se a ascensão de Cristo Salvador ao Céu, após ter sido crucificado e ter ressuscitado. Esta data móvel encerra um ciclo de quarenta dias após a Páscoa. Lá diz o adágio: "Da Páscoa à Ascensão, 40 dias vão."
Na Quinta-Feira de Ascensão celebra-se igualmente o Dia da Espiga. Era tradição e igualmente superstição [2], as pessoas irem para o campo neste dia, para apanhar a espiga de trigo e outras plantas e flores silvestres. Faziam um ramo que incluía pés de trigo e/ou centeio, cevada, aveia, um ramo florido de oliveira, papoilas e margaridas.
O ramo tinha um valor simbólico. Simbolizava a fecundidade da terra e a alegria de viver. As espigas simbolizavam o pão e a abundância, as papoilas o amor e a vida, o ramo de oliveira a paz e as margaridas o ouro, a prata e o dinheiro.
Nalguns locais, o ritual da colheita da espiga era muito preciso. Na 5ª Feira de Ascensão, devia ir-se ao campo, do meio-dia para a uma hora, colher flores de oliveira, espigas de trigo e flores amarelas e brancas, tudo em número de cinco. Deviam rezar-se igualmente cinco Padres-Nossos, cinco Ave Marias e cinco Gloria Patres, para que durante o ano, houvesse sempre em casa, azeite, ouro e prata. [6]
De acordo com a tradição, o ramo devia ser pendurado dentro de casa, na parede da cozinha ou da sala, aí se conservando durante um ano, até ser substituído pelo ramo do ano seguinte. Havia a crença que o ramo funcionava como um poderoso amuleto que trazia a abundância, a alegria, a saúde e a sorte. Lá diz o adágio: "Quem tem trigo da Ascensão, todo o ano terá pão." E porquê? Porque se acredita naquilo que diz o cancioneiro popular alentejano:

"Tudo vai colher ao campo
Quinta-feira d'Ascensão,
trigo, papoila, oliveira.
p'ra que Deus dê paz e pão." [4]

"Quinta-feira de Ascensão
As flores têm virtudes,
Quis amar teu coração,
Fiz empenho mas não pude." (Évora) [3]

Estava de resto, arreigada a superstição de que era bom colher certas flores e plantas medicinais na Quinta-Feira de Ascensão, antes do nascer do Sol. [2] Existia igualmente a crença de que os ovos postos pelas galinhas, entre o meio-dia e a uma hora da Quinta-Feira de Ascensão, nunca apodrecem e têm a virtude de curar doenças e suprimir dores. [2] Acreditava-se também que o queijo feito na Quinta-Feira de Ascensão era medicamento eficaz contra as sezões. [1] Existia ainda o convencimento de que o vento que na Quinta-feira de Ascensão, soprasse à uma hora da tarde, era o que sopraria durante todo o ano. Existia finalmente a convicção de que era bom comer carne na Quinta-Feira de Ascensão, de acordo com adágio:

“Em Quinta-Feira de Ascensão,
Quem não come carne
Não tem coração;
Ou de ave de pena,
Ou de rês pequena.” [2]

A origem festiva do Dia da Espiga, coincidente com a Quinta-Feira da Ascensão, é muito anterior à era cristã. Na verdade, este dia é um sucessor claro de rituais pagãos, praticados durante séculos, por todo o mundo mediterrâneo, em que grandiosos festivais de cantares e danças, celebravam a Primavera e consagravam a natureza. Neles se exortava o eclodir da vida vegetal e animal, após a letargia dos meses frios, bem como a esperança nas novas colheitas. O Dia da Espiga era assim como que uma bênção aos primeiros frutos e marcava o início da época das colheitas.
A Igreja, à semelhança do que fez com outras ancestrais festas pagãs, cristianizou o Dia da Espiga. A data atravessa assim os tempos com uma dupla significação:
- como Quinta-feira de Ascensão, para os cristãos, assinalando, a ascensão de Jesus ao Céu, ao fim de 40 dias;
- como Dia da Espiga, traduzindo aspectos e crenças não religiosos, mas exclusivos da esfera agrícola e familiar.

Bilhete-postal ilustrado do 2º quartel do século XIX, edição A.V.L. (Lisboa),
reproduzindo aguarela de Alfredo Moraes (1872-1971).

Actualmente poucas são as pessoas que ainda se deslocam ao campo na Quinta-Feira da Ascensão para apanhar o ramo da espiga. Mas aquelas que vão, têm dificuldade em constituir o ramo, sobretudo pela dificuldade em recolher pés de cereal, raros a partir do momento em que os nossos agricultores receberam dinheiro de Bruxelas para deixar de cultivar. Apesar de tudo, há quem consiga cumprir a tradição. E há também quem faça negócio com a tradição, colhendo e vendendo ramos de espiga na cidade. Apesar do mercantilismo deste biscate em tempo de crise, é um contributo para a preservação da tradição. Actualmente, também são poucas as pessoas que se deslocam à Igreja para participar nos deveres religiosos inerentes à data. Todavia, houve tempos em que a data, das mais festivas do ano, era repleta de cerimónias sagradas e profanas, que chegavam a implicar a paralisação laboral. Existia mesmo a crença que em Quinta-Feira de Ascensão, os passarinhos não vão aos ninhos. [1] Daí também o adágio: “No Dia da Ascensão nem os passarinhos bolem nos ninhos”, o que está de acordo com o cancioneiro popular:

“Se os passarinhos soubessem
Quando é dia d'Ascensão,
Nem subiam ao seu ninho,
Nem punham o pé no chão.” [5]

Existia igualmente a crença de que na Quinta-Feira de Ascensão, os pássaros não iam ao ninho desde o meio-dia até à uma hora, que era o período de orações nas festas da Igreja. Consta, que antigamente, finalizadas essas orações, era costume soltarem-se passarinhos do coro e das tribunas, e espargirem-se flores desfolhadas sobre os fiéis. [6]
Por vezes chove na Quinta-feira de Ascensão, o que originou a convicção de que em chovendo na tarde de Quinta-Feira de Ascensão, as nozes apodrecem e os frutos sairão pecos. [6] O adagiário, regista, de resto a crença de que “Água d'Ascensão, tira o vinho e dá o pão”, assim como “Chuvinha da Ascensão, dá palhinha e dá pão” e também “Quinta-feira da Ascensão, coalha a amêndoa e o pinhão”.

BIBLIOGRAFIA
[1] - CHAVES, Luís. Páginas Folclóricas - I : A Canção do Trabalho. Separata do vol. XXVI da "Revista Lusitana". Imprensa Portuguesa. Porto, 1927.
[2] - CONSIGLIERI PEDROSO, "Superstições Populares”, “O Positivismo: revista de Filosofia, Vol. III. Porto, 1881.
[3] – LEITE DE VASCONCELLOS, J. Leite. Cancioneiro Popular Português, vol. III. Acta Universitatis Conimbrigensis. Coimbra, 1983.
[4] – SANTOS, Vítor. Cancioneiro Alentejano - Poesia Popular. Livraria Portugal. Lisboa, 1959.
[5] - THOMAZ PIRES, A. Cantos Populares Portugueses, vol. I. Typographia Progesso. Elvas, 1902.
[6] - THOMAZ PIRES, A. Tradições Populares Transtaganas. Tipographia Moderna. Elvas, 1927.

Publicado inicialmente a 1 de Junho de 2015

quarta-feira, 8 de maio de 2024

É burro!


Carrego do burro. Fotografia do alterense Artur Pastor (1922-1999).


Quando um estudante tem mau aproveitamento escolar, diz-se:
- É burro!
Quando um automobilista faz uma manobra perigosa, comenta-se:
- É burro!
Quando num jogo decisivo, o árbitro não vê uma grande penalidade, da assistência grita-se:
- É burro!
Quando o medico falha o diagnóstico e o doente morre, reputa-se:
- É burro!
Quando um sindicalista se deixa levar nas negociações, diz-se com desdém:
- É burro!
Quando o 1º ministro falha as politicas, clamam os do contra:
- É burro!
Entre nós quando se chama burro a alguém é para o ofender, pois o termo reúne em si a múltipla carga negativa de: pouco inteligente, estúpido, teimoso, ignorante e pouco criativo. Etimologicamente a palavra “burro”, provem do latim “burrus”, que quer dizer vermelho. Acredita-se que foi daí que surgiu a crença de que burros são pouco inteligentes, pois antigamente, os dicionários tinham capas vermelhas, dando a ideia de que os burros eram sedentos de saber.
Desde os tempos imemoriais, que nas comunidades rurais, os burros são utilizados como auxiliar das tarefas agrícolas e como animais de carga. Porém, o abandono das actividades agrícolas tradicionais, fez com que este animal doméstico se encontre à beira da extinção. Contra isso lutam associações regionalistas, um pouco por todo o país, o que naturalmente é merecedor de todo o nosso apoio e simpatia.
Como etnógrafos constatamos a abundante presença do burro na literatura oral: lendas, contos populares, cancioneiro, adivinhas e provérbios, o que só por si testemunha a importância do burro nas antigas comunidades rurais. Na impossibilidade, de abordar aqui todos aqueles domínios, cingir-nos-emos aos provérbios, que como é sabido, são um repositório de sabedoria popular. Eis o conjunto de provérbios portugueses sobre burros que nos foi possível coligir:
- A burro morto cevada ao rabo.
- A burro que muito anda, nunca falta quem no tanja.
- A burro velho, capim novo.
- A burro velho, pouco verde.
- À falta de um grito, morre um burro no atoleiro.
- A ferramenta é que ajuda, não é o pisco em cima da burra
- A gente não deve de ficar adiante do boi, nem atrás do burro, nem perto da mulher: nunca dá certo
- A gente, queira ou não queira, tem de ir de burro à feira.
- A julgar morreu um burro.
- A pensar morreu um burro.
- Albarda-se o burro à vontade do dono.
- Andar de cavalo para burro.
- Antes bom burro que ruim cavalo.
- Antes burro vivo que doutor morto.
- Antes burro vivo que letrado morto.
- Às vezes não se respeita o burro, mas a argola a que ele está amarrado.
- Burro com fome, cardos come.
- Burro grande, cavalo de pau.
- Burro que geme, carga não teme.
- Burro velho não aprende línguas.
- Burro velho não toma andadura e se toma pouco dura.
- Burro velho não toma andadura.
- Burro velho, albarda nova.
- Burro velho, mais vale matá-lo que ensiná-lo.
- Burro velho, não aprende línguas.
- Com a morte do asno não perde o lobo.
- Criado que faz o seu dever, orelhas de burro deve ter.
- Depois do burro morto, cevada ao rabo.
- Em Janeiro todo o burro é sendeiro.
- Em Maio deixa a mosca o boi e toma o asno.
- Filho de burro não pode ser cavalo.
- Jumento e filho de padre são poços de manha.
- Jumento, padre com manha, são poços de artimanha.
- Mais vale burro vivo do que sábio morto.
- Mulo ou mula, asno ou burra, rocim nunca.
- Não é mel para a boca do asno.
- Não é por grandes orelhas que o burro vai à feira.
- O boi conhece o dono e o jumento a manjedoura.
- O burro acredita em tudo o que lhe dizem.
- O burro adiante para que não se espante.
- O burro do meu vizinho só sabe o que lhe ensino.
- O burro não é tão burro como se pensa.
- Palavra de burro é coice.
- Quando o burro é jeitoso, qualquer albarda lhe fica bem.
- Quando um burro zurra, os outros abaixam as orelhas.
- Queira ou não queira, o burro há-de ir à feira.
- Quem come carne na véspera de Natal, ou é burro ou animal.
- Quem não pode, aluga um burro.
- Quem o asno gaba, tal filho lhe nasça.
- Quer queira quer não queira, o asno há-de ir à feira.
- Todo o burro come palha, é preciso é saber dar-lha.
- Todo o malandro é um burro de sorte.
- Um burro carregado de livros é um doutor.
- Um olho no burro, outro no cigano.
- Zurros de burro não chegam aos céus.
Tal como os burros que foram objecto do presente “post”, também a literatura oral precisa de ser preservada e divulgada, o que se faz transmitindo aos mais novos, as fontes de sabedoria dos nossos ancestrais.

Publicado inicialmente em 22 de Fevereiro de 2010 

terça-feira, 7 de maio de 2024

Poesia portuguesa - 192




Ó vagarosa noite
Eduardo Valente da Fonseca (1928-2003)


Ó vagarosa noite a vir de manso
profunda e densa pela cidade toda.
A estas horas onde em outros lados
floresce amoroso o sol por sobre terras?
Ó alegria de me ser em tudo.
ó humildes irmãos do grande mundo
deitados sobre o sonho como quem
aguarda o belo tempo de haver tudo!

Eduardo Valente da Fonseca (1928-2003)

segunda-feira, 6 de maio de 2024

Poesia portuguesa - 191



 


Testamento
Luís Veiga Leitão (1915-1987)


Abre os olhos – o sol é teu.
Mergulha as mãos – a água é tua.
Deixo-te o sol, o mar, o céu
que pousa no beiral da nossa rua.
E os trigais do dia que desponta
e as flores da terra que me cobre.
Toda a riqueza milenar, sem conta,
de mais um poeta pobre.

Deixo-te as palavras que não gritaram
estranguladas pelo nó do medo;
e as outras, fuziladas, que tombaram
nos pátios do degredo.
E os sonhos por abrir; hoje, no sono
dos séculos que chamaram eterno.
Toda a Primavera, todo o Outono,
das minhas árvores de Inverno.
E a luta que fundiu meu coração
num canto que sangrou nesta certeza:
Depois de mim virás, ó meu irmão!,
mais claro e limpo de tristeza.


Luís Veiga Leitão (1915-1987)


Poesia Portuguesa - 190

 




Áspera é a terra em que vivemos

Egito Gonçalves (1920-2001)


Áspera é a terra em que vivemos:
Avara nas entregas da alegria,
Pródiga em tristezas. Ásperos
Também os símbolos misérrimos
Que deltam o escasso oxigénio.

Onde a mulher, o beijo da vitória,
o fogo de artifício, a aclamação?

Áspero é o amor de armas na mão,
a falta de lençóis, a flat de cimento…
Áspera a noite rude e a miragem
em que sempre se crispam os nossos dentes.

De que tamancos nascerá a vida?
E onde o soro, o sal, o seu tempero?

Á pera a costura onde se esconde
o piolho propulsor. Na forja ainda
o martelo que epitafe o seu destino,
o peso que o arraste ao seu inferno.

Que fado nos persegue? Que guitarra
acompanha esta dor?


Egito Gonçalves (1920-2001)

Poesia Portuguesa - 189





Canção
Manuel da Fonseca (1911-1993)


Num ano de grande fome,
minha família acabou-se.

Eu tinha uma boa enxada
donde tirava o sustento,
ia-me de monte em monte
chegava à porta e dizia:
- lavrador,
eu cavo-lhe a sua herdade!
E no meio das courelas, a minha enxada luzia.
Viesse o sol que viesse
e a chuva que caísse
e o vento, que vem do norte
e corta como uma foice,
que assobiasse e cortasse:
- a minha enxada luzia!

E a minha filha crescia,
estava uma moça vistosa.
Tanto que os homens saíam
para a porta das tabernas
dizendo ao vê-la passar:
- lá vai a Rosa Charneca.
E minha mulher cantava
estendendo a roupa, a corar,
sobre esteveiras, ao sol.

Quando veio a grande fome
tudo isto se acabou.

Minha mulher foi prà monda
lá para o Alto Alentejo.
E a minha filha abalou
com uma mulher que ri
e anda de feira em feira
armando aquela barraca
onde se bebe e se ama.

E numa manhã de Inverno,
não pude mais e parti
- pelas estradas do acaso
com a manta de maltês!...


Manuel da Fonseca (1911-1993)

Dia Nacional do Azulejo - 2024


Batalha do Ameixial em 1663 (séc. XVIII). Painel de azulejos de uma das salas do Palácio Tocha,
construído no início do século XVIII para residência do capitão Barnabé Henriques e sua família.
No interior sobressaem azulejos que representam cenas campestres, mitológicas ou de batalhas
da História Regional. No edifício funciona actualmente o Museu Berardo Estremoz, inaugurado em
25 de Julho de 2020 e que está dotado de um extraordinário e grandioso acervo azulejar.


Azulejos e Identidade Cultural Nacional
Ao longo de mais de cinco séculos, o azulejo tem sido usado em Portugal, como elemento associado à arquitectura, não só como revestimento de superfícies, mas também como elemento decorativo.
Pela sua riqueza cromática e pelo seu poder descritivo, o azulejo ilustra bem a mentalidade, o gosto e a História de cada época, sendo muito justamente considerado como uma das criações mais singulares da Cultura Portuguesa e um paradigma da nossa Identidade Cultural Nacional.

Dia Nacional do Azulejo
A 6 de Maio assinala-se o Dia Nacional do Azulejo, criado por proposta do Projecto ”SOS Azulejo”’ datada de 2016 e aprovada por unanimidade pela Assembleia da República, em 24 de Março de 2017.
O Dia Nacional do Azulejo é um evento anual que tem como objectivo reconhecer esta tradição e património nacional, projectando a sua importância, constituindo-se, igualmente, numa ocasião de evocação da sua protecção e preservação.
O Projecto SOS Azulejo criado em 28 de Fevereiro de 2007, é de iniciativa e coordenação do Museu de Polícia Judiciária (MPJ), na dependência do Instituto de Polícia Judiciária e Ciências Criminais (IPJCC), e nasceu da necessidade imperiosa de combater a grave delapidação do património azulejar português que se verificou recentemente, de modo crescente e alarmante, por furto, vandalismo e incúria.

Património Azulejar de Estremoz
O património azulejar da cidade de Estremoz é riquíssimo e está maioritariamente distribuído pelos seguintes edifícios: Convento dos Congregados do Oratório de São Filipe de Néri, Ermida de Santo Cristo, Convento das Maltesas, Convento de São Francisco, Palácio Tocha, Igreja do Anjo da Guarda, Antigo Hospital da Misericórdia, Convento de Nossa Senhora da Consolação, Passos da Irmandade do Senhor Jesus dos Paços, Armaria de D. João V (Pousada da Rainha Santa Isabel), Igreja de Santa Maria, Capela da Rainha Santa Isabel, Igreja de São Tiago, Estação da CP de Estremoz, Quinta de Nossa Senhora do Carmo, Ermida de Nossa Senhora da Conceição e Ermida de Nossa Senhora dos Mártires.
Para além do revestimento interior destes edifícios, há que destacar ainda o extraordinário e grandioso acervo azulejar do Museu Berardo Estremoz, instalado no Palácio Tocha e inaugurado em 25 de Julho de 2020.

Hernâni Matos


O Milagre das Rosas. Painel de azulejos (126x173,5 cm) de meados do séc. XVIII,
da autoria de Policarpo de Oliveira Bernardes (1695-1778), pintor e azulejista alentejano,
pertencente ao chamado ciclo dos mestres, período em que se produziram as melhores peças
azulejares, do barroco português. Sacristia da Igreja do Convento de S. Francisco, Estremoz. 

Cena de caça (séc. XVIII). Painel de azulejos do Convento dos Congregados de S. Filipe Nery,
actual edifício dos Paços do Concelho de Estremoz. 

Dar de beber a quem tem sede (séc. XVIII). Um dos painéis de azulejos com as
virtudes Cardeais e Teologais, existentes na antiga Igreja da Misericórdia de Estremoz.

Adão e Eva no Paraíso (Séc. XVIII). Painel existente na Capela dos Passos
situada  no alçado exterior direito da Igreja do Convento de São Francisco. 

Milagre da criança salva das águas (c. 1725). Teotónio dos Santos (?). Painel de
azulejos  (2,60 m x 2,40 m). Capela da Rainha Santa Isabel do Castelo de Estremoz.

 Painel de azulejos (séc. XVIII) da Real Fábrica de Cerâmica de Estremoz.
Museu Municipal de Estremoz.

Painel de azulejos policromos de temática mariana (c. 1669).
Ermida de Nossa Senhora da Conceição, templo maneirista
situado nos arredores de Estremoz, edificado no último quartel
do século XVI. 

Painéis de azulejos (meados do século XVIII), saídos de uma grande
oficina lisboeta, cuja temática iconográfica é inteiramente dedicada
a cenas da vida da Virgem e da Infância de Jesus. Ermida de Nossa
Senhora dos Mártires, cuja origem remonta ao reinado de D. Fernando
e terminada pelo Condestável Dom Nuno Álvares Pereira, Senhor
da Vila de Estremoz.

 Estremoz – Mercado de Sábado (1940). Painel azulejar policromático da autoria
de Alves de Sá (1878-1972), fabricado na Fábrica de Cerâmica da Viúva Lamego,
em Lisboa. Estação da CP em Estremoz.