sexta-feira, 4 de julho de 2025

Rainha Santa Isabel, Padroeira de Estremoz


Fig. 1 – Imagem da Rainha Santa Isabel venerada na cidade de Estremoz. Foi oferecida
à  Capela da Rainha Santa Isabel por D. João V, em 1729. Encontra-se actualmente na
Igreja de Santa Maria, no Castelo de Estremoz.


O FALECIMENTO DA RAINHA SANTA ISABEL EM ESTREMOZ
A Rainha Santa Isabel de Aragão (1270-1336), esposa de el-Rei D. Diniz (1261-1325), faleceu no Castelo de Estremoz, com 66 anos de idade, no dia 4 de Julho de 1336, de uma doença súbita surgida quando se dirigia para a raia em missão de apaziguamento entre o filho, D. Afonso IV (1291-1357), e o neto, Afonso XI de Castela (1311-1350). Contra o conselho de todos, D. Afonso quis cumprir o propósito de sua mãe ser sepultada no Mosteiro de Santa Clara. A longa trasladação fez-se sob o sol aceso de Julho e, para assombro de todos, apesar dos grandes calores que se faziam experimentar, o ataúde exalava um perfume tão aprazível que "tão nobre odor nunca ninguém tinha visto", assim se lê na sua primeira e anónima biografia, conhecida por “Lenda ou Relação”, redigida imediatamente após a sua morte, por alguém que de perto com ela conviveu, provavelmente o seu confessor, Frei Salvado Martins, bispo de Lamego, ou então uma das donas de Santa Clara que a assistiram durante o tempo de viuvez.
As virtudes da Rainha, mais tarde considerada Santa, estiveram na origem da sua beatificação por Leão X (1475-1521), em 1516, com autorização de culto circunscrito à Diocese de Coimbra. Em 1556, o papa Paulo IV (1476-1559) torna extensiva a devoção isabelina a todo o Reino de Portugal. Seria o papa Urbano VIII (1568-1664), dada a incorrupção do corpo e o relato dos milagres, quem proclamaria em 1625, a canonização de Isabel de Aragão como Rainha Santa.

A IMAGEM DA RAINHA SANTA ISABEL
Entre igrejas, capelas e ermidas, Estremoz tem 22 edifícios religiosos onde se encontram expostas imagens religiosas que são objecto de culto pelos fiéis. Uma delas é a imagem da Rainha Santa Isabel (Fig. 1 e Fig. 2), Padroeira de Estremoz (Fig. 3), actualmente venerada na Igreja de Santa Maria, no Castelo. Esta imagem encontrava-se até há uns anos atrás na Capela da Rainha Santa Isabel, também no Castelo. A imagem, em madeira policromada, foi oferecida por D. João V (1689-1750), descendente em linha directa da Rainha Santa Isabel e que a seus pés orou, quando visitou a Capela com a sua esposa, D. Mariana de Áustria (1683-1754), em 30 de Janeiro de 1729. A Rainha veste o hábito de freira clarissa, tal como veio morrer a Estremoz. Todavia o véu branco é de viúva e não de clarissa. Na cabeça uma coroa aberta do tipo barroco e na mão um bordão de peregrina, ambos de prata. A mão esquerda segura o regaço, no qual se vêem rosas, alegoria ao lendário “Milagre das Rosas”.

A CONSTRUÇÃO DA CAPELA DA RAINHA SANTA ISABEL
É de salientar que pertenceu à Rainha Dona Luísa de Gusmão (1613-1666), mulher de El-Rei D. João IV (1604-1856), a ideia de adaptar a Capela, os supostos aposentos da Rainha Santa no Castelo de Estremoz, em acção de graças pela vitória do exército português sobre o exército espanhol, na batalha das Linhas de Elvas, travada a 14 de Janeiro de 1659. A Capela que ficou a cargo da Congregação do Oratório de São Filipe Néri, encontrou em El-Rei D. João V (1689-1750) um mecenas e foi sob a sua égide que se concluíram as obras da Capela em 1706.

A TRANSFERÊNCIA DA IMAGEM DA RAINHA SANTA PARA O CONVENTO DOS CONGREGADOS
Durante a 1ª invasão francesa, as tropas napoleónicas, comandadas pelo general Loison (1771-1816), “O maneta”, saquearam a vila de Estremoz em 1808, com especial destaque para a famosa Sala de Armas de D. João V, no Castelo. A esse tempo já os Oratorianos tinham posto a salvo a Imagem da Santa, a sua Relíquia e alguns Vasos Sagrados que secretamente esconderam na sua Congregação. Todavia, os franceses conhecidos pelas suas profanações e impiedades, não só não profanaram a capela, como não tocaram numa única preciosa Alfaia ou Ornamento que ali se guardasse. Tal facto foi pela população atribuído a beneficência da mão de Deus pela intercessão da Rainha Santa.
A 3 de Julho de 1808, véspera da festividade da Rainha Santa, as tropas francesas evacuaram completamente a vila de Estremoz, após activarem minas para arrasarem a Torre da Menagem, o que arrasaria também a Capela da Rainha Santa, contígua à Torre. Para além da horrível explosão, as minas não produziram o efeito desejado, o que foi atribuído a Intervenção Divina, por empenho daquela Santa Advogada.

A TRASLADAÇÃO DA IMAGEM DA RAINHA SANTA PARA A SUA CAPELA
A 11 de Julho os nobres habitantes de Estremoz animados de espírito patriótico e tendo à cabeça o Juiz de Fora, Doutor António Gomes Henriques Gaio, animados de espírito patriótico, sacudiram o jugo do inimigo e entre mil vivas e demonstrações de júbilo, aclamaram como seu único e legítimo Soberano, Sua Alteza Real o Príncipe Regente. Disto chegou notícia ao general Loison que se encontrava na capital e que com infantaria, cavalaria e artilharia, partiu para o Alentejo, com o desígnio de entrar em Évora e em Estremoz e de não deixar pedra sobre pedra. Em Évora, Loison entrou a 29 de Julho, onde apesar da resistência militar e civil, terá saqueado a cidade, causando uma chacina que causou entre 2.000 e 8.000 mortos, conforme os autores, bem como 200 prisioneiros. Daqui se dirigiram para Estremoz, onde não tiveram a menor hostilidade nem com moradores, nem com as casas, nem com os seus bens, partindo depois para Elvas. Em tal facto, foi reconhecida novamente a Intervenção Divina, por empenho da Rainha Santa. Os Oratorianos decidem então promover uma solene e pomposa Festividade de Acção de Graças à Rainha Santa Isabel no dia em que a sua devota imagem fosse transportada para a sua Capela no Castelo, o que aconteceu a 29 de Outubro, dia em que a Igreja soleniza a trasladação do Venerável Corpo da Rainha Santa.
A 20 de Outubro iniciam-se na Capela da Senhora das Dores do Convento do Congregados, preces públicas com o Santíssimo Sacramento exposto, pela extinção dos inimigos do Reino, pela restauração da nossa Monarquia e pela vida e conservação do Príncipe Regente, as quais se repetiram nos dias seguintes até á véspera do dia destinado para a Festividade.
Na tarde do dia 28 de Outubro, a Capela da Senhora das Dores estava vistosamente adornada com a imagem da Rainha Santa colocada num andor, por debaixo de um rico docel. Um excelente coro e orquestra instrumental executaram com elegância uma sinfonia, finda a qual o Capelão deu início às Vésperas. À noite o Convento dos Congregados esteve iluminado, o mesmo se passando com as moradias do Rossio, tendo sido lançado também variado e vistoso fogo de artifício.
Na manhã do dia 29 de Outubro, continuou-se a venerar a Santa Imagem e pelas 11 horas, o Capelão deu início à Missa solene com o Santíssimo Sacramento exposto e com acompanhamento musical. Foi orador o Padre Luiz Marques, da Congregação do Oratório, que traduziu através de douto e emocionado discurso, o reconhecimento da população à Rainha Santa. A terminar, a elevação da Santa Hóstia foi acompanhada do lançamento de fogo de artifício no Rossio, a que correspondeu a guarnição do Castelo com uma salva de artilharia. A cerimónia terminou pelas 14 horas, iniciando-se pelas 16, a procissão que com pompa e circunstância trasladou através das ruas da vila, a sacrossanta imagem da Padroeira até à sua Capela no Castelo.
O desfile através das ruas da vila, iniciou-se com o lançamento de fogo de artifício no Rossio, a que respondeu uma salva de artilharia no Castelo. A Procissão, meticulosa e simbolicamente estruturada, dirigiu-se para a Capela do Castelo, onde a Imagem da Santa foi reposta no seu Altar, seguindo-se sermão de Frei José de Almada, continuado por cânticos, findos os quais a guarda militar disparou três descargas de mosquete, a que respondeu a guarda do Castelo com uma salva de artilharia.

A EXTINÇÃO DAS ORDENS RELIGIOSAS
A assinatura da Convenção de Évora Monte, em 26 de Maio de 1834, que pôs termo à Guerra Civil Portuguesa (1828-1834) entre liberais partidários de D. Pedro IV (1798-1834) e absolutistas partidários de D. Miguel (1802-1866), teve inúmeras consequências. Uma delas foi a extinção das Ordens Religiosas em Portugal. Esta reforma visava aniquilar o que se considerava ser o excessivo poder económico e social do clero, privando-o para tal dos seus meios de riqueza e da capacidade de influência política. Recorde-se que o claro português tinha apoiado em grande parte, o absolutismo e quem ganhou a Guerra Civil foram os liberais. Daí que o Ministro da Justiça, Joaquim António de Aguiar (1792-1843), que viria a ser conhecido por “Mata Frades", redigisse o texto do Decreto de Extinção das Ordens Religiosas, assinado por Pedro IV e publicado em 30 de Maio de 1834. Por esse diploma, eram declarados extintos todos os conventos, mosteiros, colégios, hospícios, e quaisquer outras casas das ordens religiosas regulares (art. 1º), sendo os seus bens secularizados e incorporados à Fazenda Nacional (art. 2º), à excepção dos vasos sagrados e paramentos que seriam entregues aos ordinários das dioceses (art. 3º).
A extinção das Ordens Religiosas, entre elas a Congregação da Ordem do Oratório de S. Filipe Néri, teve reflexos a vários níveis. No caso da Capela da Rainha Santa Isabel, pelo facto de estar sob administração dos Oratorianos, o seu recheio foi posto em hasta pública, sendo a Capela encerrada de seguida.
D. Pedro V (1837-1861) teve consciência que estava em causa a manutenção do venerável culto da Rainha Santa, pelo que confirmou o compromisso da Irmandade da Rainha Santa, a qual recuperou os seus direitos de manutenção material e religiosa da Capela, que teve capelão de missa diária e tesoureiros privativos.

BIBLIOGRAFIA
(1) – CIDRAES, M. Lourdes. Os Painéis da Rainha. Edições Colibri/Câmara Municipal de Estremoz. Lisboa, 2005.
(2) – COSTA, Mário Alberto Nunes. Estremoz e o seu concelho nas “Memórias Paroquiais de 1758”. Separata do Boletim da Biblioteca da Universidade de Coimbra, Vol. XXV. Coimbra, 1961.
(3) – COSTA, Mário Alberto Nunes. Património Religioso de Estremoz. Câmara Municipal de Estremoz. Estremoz, 2001.
(4) - ESPANCA, Túlio. Inventário Artístico de Portugal-Distrito de Évora, Vol.I. Academia Nacional de Belas Artes. Lisboa, 1975.
(5) - MENDEIROS, José Filipe. RAINHA SANTA /Mãe da Paz, da Pátria e de Estremoz. Câmara Municipal de Estremoz. Estremoz, 1988.
(6) – RELAÇÃO DA POMPA E MAGNIFICÊNCIA COM QUE OS PADRES DA CONGREGAÇÃO DO ORATÓRIO DE S. FILIPPE NERI DA VILLA DE ESTREMOZ SOLEMNIZARÃO A TRASLADAÇÃO DA DEVOTA IMAGEM DE SANTA SABEL, RAINHA DE PORTUGAL, Para a sua Real Capela situada na Cidadella da mesma Praça de Armas; e dos motivos, que concorrerão para esta plausível Festividade. Imprensa Régia. Lisboa, 1808. (Fig. 4)

Publicado inicialmente em 21 de Novembro de 2012

Fig. 2 – Imagem da Rainha Santa Isabel quando ainda se
encontrava na sua Capela. A escadaria que dava acesso ao
púlpito e que se vê à direita, também já não existe actualmente.
Cliché de Foto Tony, cerca dos anos 60 do século XX.

Fig. 3 – Rainha Santa Isabel, Padroeira de Estremoz.
Cliché de Foto Tony, cerca dos anos 60 do século XX.
 Fotomontagem mostrando a Rainha Santa pairando sobre
a cidade, numa nítida alegoria a ser sua Protectora.

Fig. 4 – Rosto duma brochura de 14 páginas de autor desconhecido
e editada pela Imprensa Régia em 1808, em Lisboa e na qual se relata
 a trasladação da imagem da Rainha Santa Isabel para a sua Capela a
 partir do Convento dos Congregados, em Estremoz, onde estivera
 escondida para escapar ao saque dos invasores franceses.  

Fig. 5 - O MILAGRE DAS ROSAS. Painel de azulejos (126 x 173,5 cm) de meados do  séc. XVIII,
da autoria de Policarpo de Oliveira Bernardes (1695-1778), pintor e azulejista alentejano,
pertencente ao chamado ciclo dos mestres, período em que se produziram as melhores
peças azulejares, do barroco português. Igreja do Convento de São Francisco, Estremoz. 

Fig. 6 - MILAGRE DA CRIANÇA SALVA DAS ÁGUAS (c. 1725). Teotónio dos Santos (?). Painel
de azulejos (2,60 m x 2,40 m). Capela da Rainha Santa Isabel do Castelo de Estremoz.

quinta-feira, 3 de julho de 2025

O Verão na Pintura Portuguesa


Junho – A ceifa [Século XVI (1517-1551)]. António de Holanda (?-?).
Iluminura (10,8x14 cm) do “Livro de Horas de D. Manuel I”.
Museu Nacional de Arte Antiga, Lisboa.

O Verão, estação caracterizada por elevadas temperaturas, abrange os meses de Junho, Julho, Agosto e Setembro. A pintura portuguesa alegórica a esta época reflecte a actividade ao ar livre, característica deste período. Por um lado, as actividades agro-pastoris: tosquia de ovelhas e ceifa (Junho), debulha dos cereais nas eiras (Julho), transporte e armazenagem dos cereais (Agosto) e vindima (Setembro). Por outro lado, actividades lúdicas como os banhos de praia ou a caça.
Por ordem cronológica, os pintores por nós identificados que abordaram a temática “Verão” foram: António de Holanda (?-?), Oficina de Simon Bening (1483-1561), Autor desconhecido (Séc. XVII), Autor desconhecido (Séc. XVIII), Columbano Bordalo Pinheiro (1857-1929), D. Carlos de Bragança (1863 -1908), José Malhoa (1855-1933), Milly Possoz (1888-1967), Manuel Jardim (1884-1923), João Marques de Oliveira (1853-1927), Dordio Gomes (1890-1976), Mário Augusto (1895 - 1941), Lázaro Lozano (1906-1999) e Eduardo Malta (1900 - 1967).

Publicado inicialmente a 22 de Junho de 2012

Julho – A debulha [Século XVI (1517-1551)]. António de Holanda (?-?).
Iluminura (10,8x14 cm) do “Livro de Horas de D. Manuel I”.
Museu Nacional de Arte Antiga, Lisboa. 

Agosto – O armazenamento do cereal [Século XVI (1517-1551)].
António de Holanda (?-?). Iluminura (10,8x14 cm) do “Livro de
Horas de D. Manuel I”. Museu Nacional de Arte Antiga, Lisboa. 

Setembro – As vindimas [Século XVI (1517-1551)]. António de Holanda (?-?).
Iluminura (10,8x14 cm) do “Livro de Horas de D. Manuel I".
Museu Nacional de Arte Antiga, Lisboa. 

Junho [Século XVI (1530-1534)]. Oficina de Simon Bening (1483-1561).
Iluminura (9,8x13,3 cm) do “Livro de Horas de D. Fernando”.
Museu Nacional de Arte Antiga, Lisboa. 

Agosto [Século XVI (1530-1534)]. Oficina de Simon Bening (1483-1561).
Iluminura (9,8x13,3 cm) do “Livro de Horas de D. Fernando”.
Museu Nacional de Arte Antiga, Lisboa. 

Setembro [Século XVI (1530-1534)]. Oficina de Simon Bening (1483-1561).
Iluminura (9,8x13,3 cm) do “Livro de Horas de D. Fernando”.
Museu Nacional de Arte Antiga, Lisboa. 

O Verão (Séc. XVII). Autor desconhecido (Séc. XVII). Óleo sobre tela (80x112 cm).
Museu de Évora.  

Cena de Merenda de Caça no Verão (1767). Autor desconhecido (Séc. XVIII).
Óleo sobre tela (192 x 156 cm). Palácio Nacional de Queluz.  

Alegoria do Verão (Séc. XIX). Columbano Bordalo Pinheiro (1857-1929).
Óleo sobre tela (88 x 146,8 cm). Palácio Nacional da Ajuda, Lisboa. 

Praia de Cascais (1906). D. Carlos de Bragança (1863 -1908).
Aguarela sobre papel (24x16,5 cm). Casa-Museu Dr. Anastácio Gonçalves, Lisboa.
 
Praia das Maçãs (1918). José Malhoa (1855-1933). Óleo sobre madeira (69x87 cm).
Museu do Chiado – MNAC, Lisboa. 

Praia de pescadores – Cascais (1919). Milly Possoz (1888-1967). Pintura a guache
sobre papel (56x68,5 cm). Museu do Chiado – MNAC, Lisboa. 

Na praia - crianças na praia (Séc. XX). Manuel Jardim (1884-1923). Óleo
sobre madeira (24x18,7 cm). Museu Nacional Machado de Castro, Coimbra. 

PRAIA DE PESCADORES - PÓVOA DE VARZIM (Séc. XIX). João Marques de Oliveira
(1853-1927). Óleo sobre madeira (45x33 cm). Museu de José Malhoa, Caldas da Rainha. 

Verão" ou "A Ceifa". Dordio Gomes (1890-1976). Aguarela sobre papel. 

Praia da Figueira da Foz (1935). Mário Augusto (1895 - 1941). Óleo sobre cartão
(26,5x34,8 cm). Casa-Museu Dr. Anastácio Gonçalves, Lisboa. 

Nu na Praia (1947). Lázaro Lozano (1906-1999). Óleo sobre tela
(123x96,5 cm). Museu José Malhoa, Caldas da Rainha. 

O Verão (Séc. XX). Eduardo Malta (1900 - 1967). Óleo sobre tela
(46,2x 33 cm). Museu José Malhoa, Caldas da Rainha.

terça-feira, 1 de julho de 2025

O Verão na Pintura Universal


Verão (1563). Giuseppe Arcimboldo (1526-1593). Óleo sobre painel
(67x51 cm). Kunsthistorisches Museum, Vienna.

O Verão é o tema central de obras de grandes mestres da pintura universal, que representam a natureza madura, quando retratam a actividade agro-pastoril característica desta época: campos de cereal, a ceifa, o emolhar de cereais, o empilhar de molhos, montes de cereal, o transporte de água para ceifeiros, ceifeiros a matar a sede, ceifeiros a descansar, ceifeiros a comer, o transporte dos molhos para a eira, os trabalhos da eira, o armazenamento de palhas, a colheita de frutos, pastores que guardam o gado, gado a beber água em charcos e rios, a tosquia de ovelhas, etc.
De resto surgem outros tópicos dentro do tema Verão: a rega de plantas nos jardins, pessoas que descansam para minorar o efeito do calor, mulheres com roupas leves e frescas, damas que passeiam de leque e sombrinha, homens e mulheres que se banham, passeios de barco ou amantes que se amam â sombra de uma árvore.
As cenas são em geral iluminadas, reflectindo a claridade própria da época. Por vezes, a estação é tratada alegoricamente com recurso a figuras femininas como as deusas Ceres ou Vénus.
Como fruto da nossa pesquisa identificámos 59 obras de grandes mestres, as quais aqui divulgamos por ordem cronológica e que correspondem a múltiplas correntes de pintura: maneirismo, barroco, rócócó, romantismo, realismo, impressionismo e abstraccionismo. 

Publicado inicialmente a 29 de Julho de 2012


Verão (1568).
Pieter Bruegel the Elder (1564-1638).
Lápis e nanquim (22x28,6 cm).
Kunsthalle, Hamburg.

Verão (1568).
Pieter Bruegel, O Velho (1525/30-1569).
Tinta sobre papel.
Kunsthalle, Hambourg. 

Verão (1568).
Pieter Bruegel, O Velho (1525/30-1569).
Tinta sobre papel.
Kunsthalle, Hambourg. 

Verão (1572).
Giuseppe Arcimboldo (1526-1593).
Óleo sobre tela (92x71 cm).
Art Museum, Denver. 

Verão (?).
Giuseppe Arcimboldo (1526-1593).
Óleo sobre madeira (84x57 cm).
Musée du Louvre, Paris.

Verão (?).
Francesco Bassano (1549-1592).
Óleo sobre tela (97x127 cm).
The Hermitage, St. Petersburg.

Verão – Sacrifício de Isaac (c. 1575).
Jacopo Bassano (c. 1515-1592).
Óleo sobre tela (79x111 cm).
Kunsthistorisches Museum, Vienna.

Verão (1577-78).
Francesco Bassano (1549-1592).
Óleo sobre tela (115x184 cm).
Hermitage, St. Petersburg.

Paisagem de Verão (1585).
Lucas van Valkenborch (c. 1530-1597).
Óleo sobre tela (116x198 cm).
Kunsthistorisches Museum, Vienna.

Verão (1607).
Abel Grimmer (c. 1570-c. 1619).
Óleo sobre painel (33x47 cm).
Koninklijk Museum voor Schone Kunsten, Antwerp.

Verão (1614).
Adriaen Pietersz. van de Venne (1589-1662).
Óleo sobre carvalho (43x68 cm).
Staatliche Museen, Berlin.

Verão - Vénus na Forja de Vulcano (1616-17).
Francesco Albani (1578-1660).
Óleo sobre tela (diâmetro: 154 cm).
Galleria Borghese, Rome.

Verão (1620).
Pieter Pauwel Rubens (1577-1640).
Óleo sobre tela (142,8x222,8 cm).
Royal Collection, Windsor.

Verão (1622-1635).
Pieter Brueghel the Younger (1564-1638).
Óleo sobre madeira.
National Museum of Art, Bucharest.

Colheita. Verão (1827).
Alexey Venetsianov (1780–1847).
Óleo sobre tela.
Tretyakov Gallery, Moscow.

Verão ou os Cinco Sentidos (1633).
Sébastien Stoskopff (1597-1657).
Óleo sobre tela.
Musée de l'Oeuvre de Notre Dame, Strasbourg.

Paisagem de Verão (?).
Pieter Gijsels (1621-1690).
Óleo sobre cobre (39x51 cm).
Colecção privada.

Verão (c. 1564).
Tintoretto (1518-1594).
Óleo sobre tela (diâmetro: 90 cm).
Scuola Grande di San Rocco, Venice.

Verão - Ruth e Boaz (1660-64).
Nicolas Poussin (1594-1665).
Óleo sobre tela (118x160 cm).
Musée du Louvre, Paris.

Verão (1680).
Gregorio de Ferrari (1647-1726).
Fresco.
Palazzo Brignole-Sale (Rosso), Genoa.

Ceres – Verão (1717-18).
Jean-Antoine Watteau (1684-1721).
Óleo sobre tela (142x116 cm).
National Gallery of Art, Washington.

Verão (c. 1725).
Rosalba Carriera (1675-1757).
Pastel sobre papel cinzento colado em cartão (24x19 cm).
Hermitage, St. Petersburg.

Verão e Primavera (1747).
Anton Kern (1709-1747).
Óleo sobre tela (165x126 cm).
Hermitage, St. Petersburg.

Verão ou a Ceifa (1749).
Jean-Baptiste Oudry (1686–1755).
Óleo sobre tela (92x80 cm).
Château de Versailles.

Verão Pastoril (1749).
François Boucher (1703-1770).
Óleo sobre tela (259x197 cm).
Wallace Collection, London.

Passeio de Verão (1757).
Giovanni Domenico Tiepolo (1727-1804).
Fresco.
Villa Valmarana, Vicenza.

Paisagem de Verão (?).
Jan van Os (1744-1808).
Óleo sobre painel (27x35 cm).
Colecção privada.

Verão (1786).
Francisco de Goya y Lucientes (1746-1828).
Óleo sobre tela (34x76 cm).
Fundación Lazaro Galdiano, Madrid.

O Verão (1807).
Caspar David Friedrich (1751-1818).
Óleo sobre tela (71x104 cm).
Neue Pinakothek, Munich.

Banhistas - Cena de Verão (1869).
Frédéric Bazille (1841-1870).
Óleo sobre tela.
Fogg Art Museum, Harvard University, Cambridge, Massachusetts.

Dias de Verão (1857).
George Innes (1825-1894).
Óleo sobre tela (103x144 cm).
Museo Thyssen-Bornemisza, Madrid.

Paisagem de Verão (1860).
Alexey Savrasov (1830-1897).
Gouache on paper.
Colecção privada, Moscow.

No Verão (1868).
Pierre-Auguste Renoir (1841-1919).
Óleo sobre tela.
Nationalgalerie, Berlin.

Colheita do trigo mourisco: Verão (1868-74).
Jean-François Millet (1814-1875).
Óleo sobre tela (85x111 cm).
Museum of Fine Arts, Boston.

Dia Quente de Verão (1869).
Feodor Vasilyev (1850-1873).
Óleo sobre tela.
Tretyakov Gallery, Moscow.

A Sonhadora -Tarde de Verão (1871).
Jacques Joseph Tissot (1836 -1902).
Óleo sobre tela (34x59 cm).
Musée d'Orsay, Paris.

O Fim do Verão no Rio Volga (1873).
Alexey Savrasov (1830-1897).
Óleo sobre tela.
Tretyakov Gallery, Moscow.

Passeio Campestre no Verão (c.1874).
Pierre-Auguste Renoir (1841-1919).
Óleo sobre tela.
Musée d'Orsay, Paris.
Dia de Verão (1879).
Berthe Morisot (1841-1895).
Óleo sobre tela.
National Gallery, London.

Vétheuil no Verão (1880).
Claude Monet (1840-1926).
Óleo sobre tela.
Metropolitan Museum of Art, New York.

Noite de Verão (1883).
Alexey Savrasov (1830-1897).
Óleo sobre tela.
Colecção privada, Moscow.

Verão de S. Martinho (1888).
John Singer Sargent (1856-1925).
Óleo sobre tela.
Colecção privada.

Haystack. Manhã de fim de Verão (1891).
Claude Monet (1840-1926).
Óleo sobre tela.
Louvre, Paris.

Banho Numa Noite de Verão (1892-93).
FélixVallotton (1865-1925).
Óleo sobre tela (97x131 cm).
Kunsthaus, Zurich.

Numa Casa de Verão (1895).
Constantin Korovin (1861-1939).
Óleo sobre tela.
Tretyakov Gallery, Moscow.

Noite de Verão na Periferia da Aldeia (1900).
Isaac Levitan (1860-1900).
Óleo sobre papelão.
Tretyakov Gallery, Moscow.

Verão. Sombras na Noite (1900-1917).
Constantin Somov (1869-1939).
Óleo sobre tela.
Hermitage, St. Petersburg.

Paisagem de Verão (?)
Kazimir Malevich (1878-1935).
Óleo sobre tela (48.5x55 cm).
Russian Museum, St. Petersburg.

Verão (1904).
Constantin Somov (1869-1939).
Aguarela, guache e lápis sobre papel.
Tretyakov Gallery, Moscow.

Melodia de Verão (1904-1905).
Victor Borisov-Musatov (1870-1905).
Aguarela, nanquim, caneta e pincel.
Colecção privada.

Verão (1909).
Frank West Benson (1862-1951).
Óleo sobre tela (91,8x113 cm).
Museum of Art, Rhode Island School of Design, Providence.

Oferta de Verão (1911).
Sir Lawrence Alma-Tadema (1836-1912).
Óleo sobre painel.
Dr. George Nicholson, Oregon.

Meio-dia de Verão (1917).
Kuzma Petrov-Vodkin (1878-1939).
Óleo sobre tela (89x128,5 cm).
Russian Museum, St. Petersburg.

Manhã de Verão (1920).
Constantin Somov (1869-1939).
Óleo sobre tela.
Russian Museum, St. Petersburg.

Verão (1922).
Boris Kustodiyev (1878-1927).
Óleo sobre tela.
Tretyakov Gallery, Moscow.

Sonho de uma Noite de Verão (1939).
Marc Chagall (1887-1985).
Óleo sobre tela (117,1x88,6 cm).
Musée de Peinture et de Sculpture, Grenoble.

Verão (1985).
Jasper Johns (1930- ).
Encáustica sobre tela (190,5x127 cm).
Collection Philip Johnson.