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segunda-feira, 16 de dezembro de 2024

Contributo para uma Simbólica das Figuras de Presépio


Fig. 1 - Berço das pombinhas (1983). Liberdade da Conceição (1913-1990).
Colecção Jorge da Conceição.

Referências bíblicas
O Presépio é um dos grandes símbolos religiosos que retrata o Natal e o nascimento de Jesus. Etimologicamente, a palavra “Presépio” provém do latim “Praesepium”, que genericamente significa curral, estábulo, lugar onde se recolhe gado e que, numa outra óptica, designa qualquer representação do nascimento de Cristo, de acordo com os Evangelhos (LUCAS 2: 1 a 18) e (MATEUS 2: 1 a 11). Deles destaco a Anunciação do Anjo do Senhor aos pastores: “Isto vos servirá de sinal: achareis um recém-nascido envolto em faixas e posto numa manjedoura.” (LUCAS 2: 12), bem como “Foram com grande pressa e acharam Maria e José, e o Menino deitado na manjedoura.” (LUCAS 2: 16).
Um elemento chave dos Presépios tradicionais de Estremoz é o chamado “Berço do Menino Jesus”, cuja simbólica me proponho aqui analisar em dois casos concretos.

Simbólica do Berço das pombinhas
O “Berço das pombinhas” (Fig. 1) é revelador da modificação introduzida pelos barristas de Estremoz no contexto do nascimento de Jesus. Nele, a manjedoura de Belém transfigurou-se em berço com espaldar à maneira das camas senhoriais, já que para os cristãos, Jesus Cristo é Rei e Senhor do Universo. O berço é decorado com recurso ao azul do Ultramar e ao ocre amarelo. Trata-se de cores garridas associadas às claridades do Sul e utilizadas no embelezamento das habitações populares desta terra transtagana.
Na simbologia judaico-cristã, a pomba é um símbolo de pureza e de simplicidade, bem como daquilo que de imorredouro existe no Homem, o princípio vital, a Alma. As quatro pombas brancas poderão ser uma representação alegórica dos quatro evangelistas (Mateus, Marcos, Lucas e João), que narraram a vida e a doutrina de Jesus Cristo como um Evangelho, visando preservar os seus ensinamentos ou revelar aspectos da natureza de Deus.
O simbolismo do galo está associado aos cultos solares da antiguidade, nos quais o Sol era venerado como divindade. De acordo com a tradição do culto mitraísta, o galo cantou no momento do nascimento de Mitra, o deus do Sol, da sabedoria e da guerra na Mitologia Persa. O mito viria a ser recuperado pela Religião Cristã, estando na origem da Missa do Galo, celebrada na passagem de 24 para 25 de Dezembro, assinalando o nascimento de Jesus. Não há confirmação histórica de que Jesus tenha nascido na data em que se comemorava o nascimento de Mitra. Todavia, ela foi adoptada pelo Cristianismo, visando fundir os dois cultos, uma vez que o culto a Mitra estava enraizado entre os romanos. A data corresponde também no Hemisfério Norte ao início do Solstício de Inverno, no qual os mitraístas celebravam o seu culto. O Cristianismo adoptou o galo como símbolo do arauto anunciador de boas novas, uma vez que o nascimento de Jesus correspondia ao despontar de uma nova luz para o mundo. Segundo a lenda, a única vez que o galo cantou foi à meia-noite, anunciando o nascimento de Jesus.
De acordo com a Mitologia Popular Portuguesa: - "O galo quando canta diz: - “Jesus é Cristo”; - "O canto do galo à meia-noite faz dispersar a assembleia do Diabo e das Bruxas"; - "É mau agouro um galo cantar antes da meia-noite". Para o Adagiário Português: - “Galo que fora de horas canta / Cutelo na garganta”; - "O galo preto espanta as coisas ruins"; - “Galo branco não dá manhã certa”.
A figura do Menino Jesus está deitada sobre o seu lado direito. O braço esquerdo apoia-se no peito. Trata-se possivelmente de uma alegoria ao “Sagrado Coração de Jesus”. Recorde-se que no antigo Egipto, a mão colocada sobre o peito, indicava a atitude do sábio, que no caso de Jesus é Sabedoria Divina. Já a mão direita no pescoço assinalava a posição do sacrifício, aqui uma possível alegoria ao sacrifício de Jesus na cruz.

Fig. 2 - Berço dos anjinhos (2017). Ricardo Fonseca (1986 - ).
Colecção Hernâni Matos.

Simbólica do Berço dos anjinhos
À semelhança do “Berço das pombinhas” (Fig. 1), também o ”Berço dos anjinhos” (Fig. 2) é revelador da modificação introduzida pelos barristas de Estremoz no contexto do nascimento de Jesus. É igualmente decorado com recurso ao azul do Ultramar e ao ocre amarelo.
O simbolismo do galo é análogo ao do “Berço das pombinhas”. O galo está ladeado de dois anjinhos, mensageiros de Deus junto dos homens. Ostentam asas numa alusão clara à sua capacidade de ascensão ao Céu. São em número de dois, já que Jesus Cristo manifesta dois aspectos: o Divino e o humano. Tocam trombeta, instrumento musical usado para anunciar os grandes acontecimentos históricos e cósmicos. As trombetas associam aqui o Céu e a Terra numa celebração única: o nascimento de Jesus Cristo.
O espaldar do berço está enfeitado com um laço dourado. Na antiga Grécia existia o costume de atar as imagens dos Deuses com um laço, para que não abandonassem o local e o povo. No antigo Egipto, o laço simbolizava a eternidade, pela união entre os deuses e os homens, o Céu e a Terra. Por outras palavras, o laço pode ser encarado como um supremo privilégio de domínio dos deuses. No Cristianismo, os laços das vestimentas representam os três votos: a obediência, a pobreza e a castidade. Modernamente, o laço dourado é símbolo de promoção do valor da amamentação para a sociedade. A cor dourada simboliza a amamentação como padrão ouro para a alimentação infantil. Uma parte do laço representa a mãe e a restante representa a criança. O laço é simétrico, o que significa que a mãe e a criança são ambos vitais para o sucesso da amamentação. Sem o nó não haveria laço, pelo que o nó representa o pai, a família e a sociedade, sem os quais a amamentação não teria êxito. O laço encontra-se ladeado de folhas de sobreiro com bolotas, numa alegoria ao Alentejo.
O berço encontra-se marginado por arcos sensivelmente ogivais, parcialmente encobertos por ramos de palma, verdes. Os ramos de palma simbolizam o martírio de Jesus, uma vez que a palma é considerada um atributo dos mártires, que na arte cristã ocidental são representados empunhando um ramo de palma. Esta, desde a época pré-cristã que é considerada como um símbolo de vitória e de ascensão, pelo que os heróis eram saudados com ramos de palma ao retornarem vitoriosos das batalhas. Os romanos usaram os ramos de palma como símbolo de vitória contra os judeus. Estes viriam a reagir, pelo que de acordo com os quatro evangelhos canónicos, Jesus foi recebido festivamente com ramos de palma na sua entrada triunfal em Jerusalém. Por isso a palma veio a ser adoptada pelos primeiros cristãos como símbolo da vitória dos fiéis sobre os inimigos da alma e é ainda encarada pelos cristãos como símbolo da vitória na guerra travada pelo espírito contra a carne. Daí que no Domingo de Ramos, os fiéis transportem ramos de palma abençoados pelo sacerdote no início da Procissão de Ramos. Pelo facto de se manter sempre verde, a palma encerra em si um simbolismo associado à Ressurreição e Imortalidade de Cristo após o drama do Calvário.
Entre os arcos ogivais, 4 corolas de gerbera que simbolizam a pureza e a inocência das crianças e aqui do Menino Jesus. Da esquerda para a direita e em sequência espectral, as cores e o respectivo simbolismo são sucessivamente: violeta (espiritualidade, mistério e misticismo), azul (nobreza, harmonia e serenidade), laranja (alegria e vitalidade) e vermelho (paixão e amor). As corolas são em número de 4, já que para Pitágoras o número 4 era perfeito, pelo que foi o número utilizado para fazer referência ao nome de Deus. Aquele número está também ligado ao simbolismo da cruz e ao número de evangelistas que descreveram a vida de Jesus.
A figura do Menino Jesus está deitada de costas em cima das palhinhas e com o braço esquerdo apoiado no peito, o que tem interpretação análoga à do “Presépio das pombinhas”. O braço direito encontra-se esticado ao longo do corpo, com a palma da mão aberta, o que significa que não tem nada a esconder. Trata-se da mão direita, a mão que abençoa. A palma está virada para o Céu, simbolizando pacificação e dissipação de todo o medo.

Hernâni Matos
Publicado inicialmente em 21 de Dezembro de 2023
Publicado no jornal E, n.º 324, de 21 de Dezembro de 2023
 

sábado, 14 de dezembro de 2024

Cancioneiro do Natal Alentejano


Grupo de cantadores (anos 90 do séc. XX). Ana Bossa (1978- ), que nos anos 90
do séc. XX, frequentou o atelier das irmãs Flores.

A identidade cultural alentejana reflecte-se em tudo, inclusive no cancioneiro popular de Natal, onde apesar da religiosidade um pouco peculiar, é notório o respeito pela Sagrada Família, a qual apesar disso é tratada terra a terra e mesmo com uma certa ironia. Assim, Jesus é identificado como mais pobre que os pobres:

"Qualquer filho de homem pobre
Nasce num céu de cortinas.
Só tu, Menino Jesus,
Nasceste numas palhinhas." [1]

Jesus é também recriminado por ter nascido numa época de frialdade:

"Ó meu Menino Jesus
Ó meu menino tão belo,
Logo Vós foste nascer
Na noite do caramelo!" [2]

Fazendo fé no cancioneiro, ou das duas uma, tal como a minha filha, o Menino era crescido para a idade, ou S. José era um carpinteiro de obra grossa, que fazia as obras a olho, não ligando às possíveis medidas:

"O Menino chora, chora,
Chora com muita rezão:
Fizeram-le a cama curta,
‘Tá c'os pézinhos no chão." [3]

De resto, S. José poderia não ser mesmo dado a grandes trabalheiras:

"José, embana o Menino,
Com a mão e não com o pé;
Esse Menino que embanas
É Jesus de Nazaré!" [4]

Quem parece que sabia embalar o Menino era a mãe:

"Esta noite, à meia noite,
Ouvi cantar ao Divino;
Era a virgem Maria
Que embalava o seu Menino." [5]

O Menino parece que era um bébé - chorão e tanto chorava por cima como por baixo:

"O Menino chora, chora,
Chora pelos calçõezinhos.
Calai-vos, ó mê Menino
Faltam-le os botõezinhos." [6]

Como todos os bébés, o Menino era um bébé – mijão. Por isso, tinha de mudar de roupa de baixo com frequência, dando muito trabalho à mãe:

"Cantai, anjos, ao Menino
Que a senhora logo vem:
Foi lavá-los cueirinhos
À ribeira de Belém." [7]

Era cada encharcadela! Molhava não só ao cuerinhos como também a camisinha:

"Ó mê Menino Jasus,
Qu'é da tua camisinha?
Tá lá fora na ribeira
Em cima duma pedrinha." [8]

Não havia sítio que chegasse para estender a roupa, a ponto de os pastores terem de ser avisados para não arrancar vegetação, não fosse dar-se o caso, de não haver onde estender a roupa:

"Pastor do gado branco,
Não arranques o rosmaninho,
Pois é onde a Virgem Pura
Estende os cueirinhos." [9]

De resto, parece que o menino não era muito esquisito em relação à roupa:

"- Ó meu amado Menino
Quem Vos deu o fato verde?
- Foi uma moça donzela
Duma doença que teve." [10]

Mariolicices também o Menino as faria, a ponto de ter que levar o seu tabefe:

"- Ó meu menino Jesus
Quem vos deu? Porque chorais?
- Deram-me as moças da fonte;
Não hei-de tornar lá mais." [11]

O cancioneiro popular alentejano é um cancioneiro de homens sujeitos ao trabalho sazonal e ao consequente desemprego cíclico. Por isso, é um cancioneiro de homens, muitas vezes com uma barriga vazia que dá horas, não podendo, por isso mesmo, deixar de reflectir naquilo que as poderia confortar. Para alguns, haveria mesmo que dar de comer ao Menino, sem a própria mãe saber:

"Ó mê Menino Jasus,
Quem vos pudera valer,
com sopinhas da panela
Sem a vossa Mãe saber!" [12]

Alguns deviam ter tanta fome, que chegaram a pôr a hipótese de comer a boca do Menino:

"Ó mê Menino Jasus,
Boquinha de requêjão:
Quem vo-la comera toda
C'um bocadinho de pão." [13]

Outros mais comedidos, limitaram-se a pedir ao Menino para repartir com eles a comida, porque não têm pão:

"Ó mê Menino Jasus
Da Lapa do coração,
Dai-me da vossa merenda,
Que a minha mãe não tem pão." [14]

Ou até porque não têm mesmo nada para comer:

"Ó meu amado Menino,
Boquinha de marmelada,
Dai-me da vossa merenda,
Que a minha mãe não tem nada." [15]

Chegam mesmo ao ponto de querer saber, onde é que o menino arranjou a comida que tem naquele momento

"Ó mê Menino Jasus,
Quem te deu essa boleta?
Foi a minha avó Sant'Ana
Qu'a tinha lá na gaveta." [16]

Outros, mais imaginativos, talvez pensando naquilo que não têm, pintam um menino empanturrado com aquilo que o porco e a terra dão:

"Olha o Deus Menino,
Nas palhinhas deitado,
A comer pão e toicinho
Todo besuntado!" [17]

Este o cancioneiro popular que temos e de que nos devemos orgulhar, por ser parte integrante da nossa memória colectiva e da nossa identidade cultural, que urge preservar e transmitir às gerações mais novas.
[1] - Elvas. Recolha de M. Inácio Pestana in Etnologia do Natal Alentejano, Edição da Assembleia Distrital, Portalegre, 1978.
[2] - Recolha de J. Leite de Vasconcellos in Cancioneiro Popular Português, vol. III, Acta Universitatis Conimbrigensis, Coimbra, 1983.
[3] - Elvas. Recolha de M. Inácio Pestana in Etnologia do Natal Alentejano, Edição da Assembleia Distrital, Portalegre, 1978.
[4] - Alandroal. Recolha de J. Leite de Vasconcellos in ob. cit.
[5] - Alentejo. Recolha de J. Leite de Vasconcellos in ob. cit.
[6] - Elvas. Recolha de M. Inácio Pestana in ob. cit.
[7] - Alentejo. Recolha de J. Leite de Vasconcellos in ob. cit.
[8] - Elvas. Recolha de M. Inácio Pestana in Etnologia do Natal Alentejano, Edição da Assembleia Distrital, Portalegre, 1978.
[9] - Elvas. Recolha de M. Inácio Pestana in ob. cit.
[10] - Alentejo. Recolha de J. Leite de Vasconcellos in ob. cit.
[11] - Alentejo. Recolha de J. Leite de Vasconcellos in ob. cit.
[12] - Alandroal. Recolha de J. Leite de Vasconcellos in ob. cit.
[13] - Elvas. Recolha de M. Inácio Pestana in ob. cit.
[14] - Alandroal. Recolha de J. Leite de Vasconcellos in ob. cit.
[15] - Alentejo. Recolha de J. Leite de Vasconcellos in ob. cit.
[16] - Elvas. Recolha de M. Inácio Pestana in ob. cit.
[17] - Estremoz. Recolha de H. Matos. Anos 60.

Publicado inicialmente em 8 de Março de 2010

sexta-feira, 13 de dezembro de 2024

Presépios e inovação


Adoração dos pastores. Jorge da Conceição (1963 - ).

CRÉDITOS
Fotografias por cortesia dos barristas
Afonso Ginja, Irmãs Flores, Isabel Pires,
Jorge da Conceição, Maria Luísa da Conceição
e Ricardo Fonseca.

Presépios da Tradição
A recuperação da produção de Bonecos de Estremoz, extinta desde 1921, foi concretizada em 1935 e nos anos seguintes, graças à acção do escultor José Maria de Sá Lemos (1892-1971), que para o efeito recorreu primeiro à velha barrista Ana das Peles (1869-1945) e depois ao mestre oleiro Mariano da Conceição (1903-1959).
Uma tal recuperação incluiu as seguintes figuras de presépio: Berço do Menino Jesus (das pombinhas), Berço do Menino Jesus (dos putto), Nossa Senhora ajoelhada, São José ajoelhado, 3 Reis Magos em pé, 3 Reis Magos a cavalo, Pastor ofertante com um borrego ao colo, Pastor ajoelhado com um chapéu à frente, Pastor ajoelhado com um borrego à frente, Pastor ofertante das pombas, burro e vaca.
Com estas figuras de Presépio podem ser montados vários tipos de Presépio:
- PRESÉPIO DE TRONO OU ALTAR – Montado num trono ou altar com três degraus. No segundo e da direita para a esquerda, figuram Nossa Senhora ajoelhada, o Berço do Menino Jesus e São José. No terceiro degrau e também da direita para a esquerda, encontram-se os 3 Reis Magos em pé (Belchior, Baltasar e Gaspar). No primeiro degrau e igualmente da direita para a esquerda, acham-se o Pastor ofertante com um borrego ao colo, o Pastor ajoelhado e o Pastor ofertante das pombas.
- PRESÉPIO DE 3 FIGURAS: Nossa Senhora ajoelhada, Berço do Menino Jesus e São José ajoelhado.
- PRESÉPIO DE 5 FIGURAS: Nossa Senhora ajoelhada, Berço do Menino Jesus, São José ajoelhado, burro e vaca.
- PRESÉPIO DE 6 FIGURAS (Adoração dos Magos): Nossa Senhora ajoelhada, Berço do Menino Jesus, São José ajoelhado e os 3 Reis Magos em pé ou a cavalo.
- PRESÉPIO DE 6 FIGURAS (Adoração dos Pastores): Nossa Senhora ajoelhada, Berço do Menino Jesus, São José ajoelhado, Pastor ofertante com um borrego, Pastor ajoelhado e Pastor ofertante das pombas.
- PRESÉPIO DE 8 FIGURAS (Adoração dos Magos): Nossa Senhora ajoelhada, Berço do Menino Jesus, São José ajoelhado, 3 Reis Magos em pé ou a cavalo, burro e vaca.
- PRESÉPIO DE 8 FIGURAS (Adoração dos Pastores): Nossa Senhora ajoelhada, Berço do Menino Jesus, São José ajoelhado, 3 Pastores, burro e vaca.
- PRESÉPIO DE 9 FIGURAS (Adoração dos Magos e dos Pastores): Sagrada Família, 3 Reis Magos a pé ou a cavalo e 3 Pastores.
- PRESÉPIO DE 11 FIGURAS (Adoração dos Magos e dos Pastores): Sagrada Família, 3 Reis Magos a pé ou a cavalo, 3 Pastores, burro e vaca.
Para além destes presépios, que são os mais simples, podem a partir deles, montar-se presépios mais complexos recorrendo a figuras das fainas agro-pastoris.
Todos estes presépios poderão ser designados por “Presépios da Tradição” e continuam ainda a ser modelados por alguns barristas enfocados na morfologia, na cromática e na estética de Sá Lemos.

Presépios da Inovação
Como manifestação legítima da sua liberdade criativa e da sua auto-estima, os barristas foram introduzindo marcas identitárias muito próprias, produzindo figuras de Presépio e Presépios que fogem à estética de Sá Lemos e de seus seguidores. Para tal e recorrendo ao seu próprio estilo, foram reformulando essa estética em múltiplos domínios: morfológico, cromático e estético. Para além disso, passaram a juntar várias figuras numa peça única e a apresentar Presépios dentro de maquinetas e lâminas, retomando aqui uma prática que já era corrente nos sécs. XVIII e XIX. De resto, as figuras de presépios passaram a estar enquadradas em múltiplos contextos, que não necessariamente aqueles que simulam os tempos bíblicos.
Todos estes presépios que fogem à estética de Sá Lemos e dos seus seguidores, recebem a designação de “Presépios da Inovação”.
Sem sombra de dúvida que a nível de execução de Presépios, os maiores inovadores foram Isabel Pires, Irmãs Flores, Jorge da Conceição e Ricardo Fonseca. Apesar disto, barristas como as Irmãs Flores e Ricardo Fonseca continuam a modelar “Presépios da Tradição”. Pelo contrário, barristas como Isabel Pires e Jorge da Conceição deixaram há muito de criar Presépios que possam receber aquela designação.
Os “Presépios da Inovação” aqui reproduzidos não são mais que uma amostra representativa daqueles, já que eles são em número muito superioi.

Balanço Final
À semelhança do que se passou com as imagens devocionais, creio ter ficado demonstrado de uma forma insofismável, a importância assumida pela “Inovação” como factor de enriquecimento e valorização do domínio dos “Presépios”.

Publicado inicialmente em 19 de Setembro de 2020

Presépio de 3 figuras. Afonso Ginja.

Presépio de 3 figuras. Afonso Ginja.

Presépio de 3 figuras. Afonso Ginja.

Presépio de 5 figuras. Afonso Ginja.

Presépio. Carlos Alves.

Presépio de trono ou de altar (4 andares). Irmãs Flores.

Presépio de cantarinha. Irmãs Flores.

Presépio alentejano. Irmãs Flores.

Presépio. Irmãs Flores.

Presépio. Irmãs Flores.

Presépio. Irmãs Flores.

Presépio. Irmãs Flores.

Presépio. Irmãs Flores.

Presépio de montanha. Irmãs Flores.

Maquineta com Presépio. Irmãs Flores.

Berço do Menino Jesus. Isabel Pires.

Presépio de 3 figuras. Isabel Pires.

Presépio de 4 figuras com Anjo. Isabel Pires.

Presépio de trono ou altar, reformulado (3 andares), com 1 anjo. Isabel Pires.

Presépio de trono ou altar, reformulado (3 andares), com 5 anjos. Isabel Pires.

Presépio alentejano. Isabel Pires.

Presépio alentejano. Isabel Pires.

Presépio alentejano. Isabel Pires.

Presépio alentejano. Isabel Pires.

Maquineta com Presépio. Isabel Pires,

Berço do Menino Jesus. Jorge da Conceição.

Berço do Menino Jesus. Jorge da Conceição.

Presépio de trono ou altar (3 andares)s, reformulado. Jorge da Conceição.

Presépio de 3 figuras. Jorge da Conceição.

Presépio de 3 figuras. Jorge da Conceição.

Presépio com a Sagrada Família (Só uma peça). Jorge da Conceição.

Presépio com a Sagrada Família (Só uma peça). Jorge da Conceição.

Presépio de 6 figuras (Adoração dos Magos). Jorge da Conceição.

Presépio representando a Adoração dos Magos (Só uma peça). Jorge da Conceição.

Presépio de 12 figuras com cenário (18 peças). Jorge da Conceição.

Presépio de 3 figuras. Maria Luísa da Conceição.

Presépio alentejano. Maria Luísa da Conceição.

Presépio de assobio. Maria Luísa da Conceição.

Presépio de 3 figuras. Ricardo Fonseca.

Presépio de 3 figuras. Ricardo Fonseca.

Adoração dos Magos. Ricardo Fonseca.

Presépio alentejano. Ricardo Fonseca.

Presépio alentejano. Ricardo Fonseca.

Presépio alentejano. Ricardo Fonseca.

Presépio alentejano. Ricardo Fonseca.

Presépio. Ricardo Fonseca.

Presépio. Ricardo Fonseca.

Presépio de galinheiro. Ricardo Fonseca.