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sábado, 5 de abril de 2025

Bonecos de Estremoz: Quirina Alice Marmelo


Fig. 1 - Quirina Marmelo (1922-2009) a trabalhar na sua oficina perante o olhar
embevecido de uma admiradora, a minha madrinha de baptismo Maria da
Conceição Carmelo Figueira. Fotografia de autor desconhecido, c. 2000.
 Arquivo fotográfico do autor.

Nasceu a 10 de Janeiro de 1922 numa casa dos montes da Igreja, na freguesia de São Lourenço de Mamporcão, concelho de Estremoz. Filha legítima de Silvestre António Marmelo, de 50 anos, trabalhador, natural da freguesia de Santo António da Terrugem do concelho de Elvas e de Joaquina de Jesus, de 40 anos, doméstica, natural da freguesia de São Lourenço de Mamporcão, concelho de Estremoz (6).
A 3 de Março de 1973, com 51 anos de idade, casou catolicamente com António Lino de Sousa, de 54 anos, oleiro, natural da freguesia de Redondo, concelho de Redondo. O casamento ficou sujeito ao regime imperativo de separação de bens, nos termos da alínea b) do nº 1 do artº 1920 do Código Civil. A celebração do matrimónio decorreu na Igreja Matriz de Santa Maria de Estremoz e foi presidida pelo Padre Júlio Luís Esteves (3).
Quirina começou a trabalhar no campo aos 11 anos, onde trabalhou até ingressar como cozinheira no refeitório da Escola Industrial e Comercial de Estremoz, em 15 de Novembro de 1962, na qualidade de contratada. O Contracto Individual de Trabalho foi assinado a rogo de Quirina, visto esta não saber ler. Em 25 de Setembro de 1981 deixa de ser cozinheira e passa à condição de servente contratada, tendo sido dispensada da habilitação (4ª classe) por certidão passada pela Direcção-geral de Educação de Adultos. De 3 de Novembro de 1982 até à sua aposentação, em 29 de Outubro de 1986, teve a categoria de contínua de 2ª classe. A última classificação de serviço que teve foi Bom (5).
Quirina enviuvou a 5 de Junho de 1982, com a idade de 60 anos, tendo o marido sido vítima de insuficiência cardíaca – edema agudo do pulmão. (1)
Ainda em vida do marido, Quirina confeccionava Bonecos com ele e pintava os de ambos, visto que a pintura não era uma tarefa que agradasse ao marido. Após se ter aposentado como cozinheira, Quirina (Fig. 1) dedicou-se em exclusivo à manufactura de Bonecos na sua oficina-loja na Rua Arco de Santarém, nº 4, onde também comercializava louça do Redondo e de São Pedro do Corval. Outro ponto de venda dos seus Bonecos era o Museu Municipal de Estremoz.
A cozedura dos Bonecos era feita inicialmente num forno a lenha que o marido António Lino construíra no quintal da sua residência. Só nos últimos anos da sua vida é que Quirina passou a cozer numa mufla eléctrica, actualmente utilizada por seu neto, Duarte Catela.
As suas figuras tanto antropomórficas como zoomórficas têm um aspecto por um lado vigoroso e por outro lado simplificado quando comparado com as de outros barristas. A esta manufactura sui-generis está associada uma pintura que utiliza cores não convencionais. Tudo isto torna inconfundíveis os seus Bonecos.
Enquanto foi viva, Quirina participou primeiro na Feira de Arte Popular e Artesanato do Concelho de Estremoz e na FIAPE depois, bem como na Feira de São Mateus, em Elvas. Participou ainda em exposições individuais e colectivas, promovidas pelo Museu Municipal de Estremoz. Viria a falecer no dia 23 de Setembro de 2009, com 87 anos de idade. Morava então na Rua Alexandre Herculano, nº 100, em Estremoz (4), (2).

BIBLIOGRAFIA
(1) - António Lino de Sousa - Assento de Óbito nº 87 de 1982, da Conservatória do Registo Civil de Estremoz.
(2) - QUIRINA ALICE MARMELO – Agradecimento in Brados do Alentejo nº 721, 01/10/2009. Estremoz, 2009 (pág. 2).
(3) - Quirina Alice Marmelo - Assento de Casamento nº 18 de 1973, da Conservatória do Registo Civil de Estremoz.
(4) - Quirina Alice Marmelo - Assento de Óbito nº 181 de 2009, da Conservatória do Registo Civil de Estremoz.
(5) - Quirina Alice Marmelo - Processo Individual de funcionária nº 748.
(6) - Quirina Alice Marmelo - Registo de Nascimento nº 81 de 1922, da Conservatória do Registo Civil de Estremoz.
Hernâni Matos
Publicado inicialmente em 7 de Junho de 2019


Presépio de 3 figuras.

Presépio de 3 figuras.

Pastor ofertante com um borrego ao colo.

Nossa Senhora da Conceição.

São João Baptista com flores.

Ceifeira.

Mulher da azeitona.

Mondadeira.

Pastor de tarro e manta.

Pastor de tarro e manta.

Pastor a dormir debaixo da árvore.

Pastor do harmónio.

Porqueiro.

Mulher dos enchidos.

Coqueira.

Amazona dos ovos.

Amazona dos ovos.

Leiteiro.

Leiteiro.

Peralta.

Amor é cego.

Amor é cego.

Banda.

sexta-feira, 4 de abril de 2025

Bonecos de Estremoz: Isabel Pires


Isabel Pires (1955-  ).

Maria Isabel Dias Catarrilhas Pires (1955- ) é natural de Vila Boim (Elvas) e radicou-se em Estremoz nos anos 80 do séc. XX, visto o seu marido ser funcionário da Pousada da Rainha Santa Isabel. Começou a modelar o barro em 1986 por auto-aprendizagem e com alguma orientação de Quirina Alice Marmelo. Inspirou-se nos modelos expostos no Museu Municipal de Estremoz, mas conferindo ao seu trabalho um cunho muito pessoal. Dá um tratamento naturalista às suas figuras, fruto da importância que concede aos pormenores na execução das mesmas. Nesse sentido distancia-se do estilo tradicional de Estremoz. A sua oficina situa-se na sua residência, situada na Rua Nossa Senhora do Carmo lote n.º 37, Bairro da Salsinha, em Estremoz, local onde comercializa os seus Bonecos. Estes são também vendidos na loja “Artesanato José Saruga”, no Rossio Marquês de Pombal, 98 A, bem como no Artesanato Santo André, na Rua da Misericórdia, 2, em Estremoz. Tem participado na FIAPE e em exposições individuais e colectivas organizadas pelo Museu Municipal de Estremoz. Em 2018 participou na Feira de Artesanato em Pendik, Istambul, na Turquia.

Publicado inicialmente em 24 de Março de 2020

 Berço do Menino Jesus - 1.

 Berço do Menino Jesus - 2.

 Presépio de 3 figuras.

  Presépio.

  Presépio de trono.

  Reis Magos.

  Presépio alentejano.

 Última Ceia.

  Santo António.

  São João Baptista.

 São Miguel.

 Rainha Santa Isabel.

Pastor e ceifeira.

 Coqueira.

 Grupo de alentejanos e alentejanas.

 Grupo de cante alentejano.

 Casal de velhotes.

 Jogo do pião.

  Grupo de "Amor é cego".

 Reis negros.

 Cantarinhas e pucarinhos.

 Galo (assobio).

 Pombas no arco (assobio).

 Primavera (assobio).

quinta-feira, 3 de abril de 2025

Bonecos de Estremoz: Fátima Estróia


Fátima Estróia (1948- ) na sua oficina-loja, situada na Travessa da Levada, nº 3,
em Estremoz.

CRÉDITOS FOTOGRÁFICOS
Fotografia de Fátima Estróia, recolhida com a devida vénia do vídeo
“Bonecos de Estremoz - Património Cultural Imaterial da Humanidade”,
da Câmara Municipal de Estremoz.

Fátima da Conceição Madeira da Cruz Estróia é afilhada de Mestra Sabina Santos com quem começou a trabalhar como aprendiza aos 13 anos, ainda a oficina de Sabina era na Rua da Campainha, nº 18 e com Sabina trabalhavam as suas cunhadas e sócias Maria José Cartaxo e Teresa Cid da Conceição. Após a morte desta em 1962, quando mais tarde a sociedade se desfez por vontade de Sabina, Fátima fica a trabalhar com Maria José Cartaxo, mas acaba por se juntar à madrinha, de quem aprendeu todos os segredos da arte.
Depois do 25 de Abril de 1974 interrompeu a produção de Bonecos para ajudar o marido, o alfaiate Rufino Augusto Estróia, num estabelecimento de pronto-a-vestir e alfaiataria. Todavia essa actividade não a motivava, pelo que em 1990 retomou a actividade bonequeira, agora por conta própria, numa oficina-loja situada na Rua Narciso Ribeiro, nº 64, em Estremoz. Dali viria a mudar-se para a Travessa da Levada, nº 3, onde trabalha e comercializa actualmente os seus Bonecos. Estes são também comercializados na loja “Artesanato José Saruga”, no Rossio Marquês de Pombal, 98 A, bem como no Artesanato Santo André, na Rua da Misericórdia, 2, em Estremoz.

Publicado inicialmente em 8 de Novembro de 2019

 Presépio de 3 figuras. Pintura de Paula Serrano.

 
Ceifeira e pastor de tarro e manta. Pintura de Paula Serrano

Pastor debaixo da árvore. Pintura de Paula Serrano.

Mulher da azeitona e pastor de tarro e manta. Pintura de Paula Serrano.

Mulher a dobar. Pintura de José Carlos Rodrigues. 

Mulher dos enchidos. Pintura de José Carlos Rodrigues.  

Mondadeira e leiteiro. Pintura de Paula Serrano.
  
Mulher a lavar a roupa. Pintura de Paula Serrano.

Bailadeira grande. Pintura de Paula Serrano.

Bailadeira pequena.

O Amor é cego.

Cantarinha enfeitada.