terça-feira, 17 de dezembro de 2024
O Presépio na Pintura Portuguesa
terça-feira, 16 de julho de 2024
Ceifeira adormecida - Litografia de Manuel Ribeiro de Pavia
No Alentejo de outros tempos, a
colheita do trigo recorria à ceifa manual, actividade sazonal dificultada pelo
rigor do clima. Ceifeiros e ceifeiras sentiam-no bem no corpo. O trabalho
penoso e mal pago, realizava-se de “sol a sol”, interrompido apenas por
refeições rápidas e frugais. A “bucha” ao pegar no trabalho, o “almoço” pelas
10 horas da manhã, o “jantar” sensivelmente pelas 2 da tarde, a que se seguia a
“sesta” de duas horas para um retemperar de forças. A sesta ocorria à sombra de
uma azinheira ou de molhos de trigo e durava até serem acordados pelo manajeiro.
A faina prolongava-se até às 8 da noite, altura em que tinha lugar a “ceia”, a
última refeição do dia, finda a qual trabalhavam até haver luz e o manajeiro
dar a ordem de “solta”. Depois era o descanso nocturno, até ao nascer do sol do
dia seguinte.
A sesta dos ceifeiros é um tema
recorrente na arte portuguesa. Manuel Ribeiro de Pavia na litografia “Ceifeira
adormecida” (Fig. 2 e Fig. 3) patenteia uma ceifeira a descansar, encostada a
uma árvore e protegida pela sua sombra. Observe-se que a litografia é anterior
à criação da GRAVURA - Sociedade Portuguesa de Gravadores (1956). A prova nº 7
da litografia “Ceifeira adormecida” (Fig. 1) é uma prova de cor com um cromatismo mais vivo que o trabalho final
(Fig. 2), o qual teve uma tiragem de 50 exemplares cujo cromatismo é mais sóbrio.
José Malhoa (Fig. 3) no óleo sobre tela “A sesta dos
ceifeiros” (1895), mostra um grupo de ceifeiros a descansar à sombra de uma
árvore, a qual não aparece representada.
Dordio Gomes (Fig. 4) no óleo sobre tela “A sesta dos
ceifeiros” (1918), representa ceifeiros a descansar, protegidos por molhos de
trigo.
quinta-feira, 11 de julho de 2024
Visita guiada à exposição “NEO-REALISMO / MEMÓRIAS GUARDADAS / COLECÇÃO HERNÂNI MATOS”
segunda-feira, 17 de junho de 2024
Ora agora falo eu!
domingo, 16 de junho de 2024
NEO-REALISMO / MEMÓRIAS GUARDADAS / COLECÇÃO HERNÂNI MATOS
Integrada no
Programa Comemorativo “50 anos em Liberdade: Comemorações do 50º Aniversário da
Revolução de Abril de 1974”, decorreu ontem na Sala de Exposições Temporárias
do Museu Municipal de Estremoz Prof. Joaquim Vermelho, a inauguração da
exposição de artes plásticas NEO-REALISMO / MEMÓRIAS GUARDADAS / COLECÇÃO
HERNÂNI MATOS.
No acto
inaugural, participaram cerca de 4 dezenas de convidados, cuja presença e
afecto foi para mim gratificante. Presidiu ao evento, o Senhor Presidente da
Câmara Municipal de Estremoz, José Daniel Pena Sadio, a quem agradeço as
palavras amigas, bem como ao Chefe de Divisão, Hugo Guerreiro, o qual no mesmo
sentido o antecedeu no uso da palavra.
Seguidamente, coube-me a mim igual papel, tendo agradecido as
facilidades concedidas pelo Município. De resto e como não podia deixar de ser,
procurei dar uma visão do que que foi o movimento neo-realista português, o
modo como surgiu e porque surgiu, os seus marcos mais importantes, as lutas em
que se envolveu antes do 25 de Abril, bem como as suas naturais implicações.
A terminar,
orientei uma visita guiada à exposição, procurando facilitar a leitura e
interpretação das obras dos artistas plásticos patentes ao público: Júlio
Pomar, António Cunhal, Lima de Freitas, Júlio Resende, Manuel Ribeiro de Pavia,
Cipriano Dourado, Rogério Ribeiro, Alice Jorge, Jorge de Almeida Monteiro,
Espiga Pinto, Querubim Lapa e Aníbal Falcato Alves. No seu conjunto, as obras
expostas são em número de 40 e distribuem-se por diferentes tipologias: desenho
a grafite, desenho a tinta-da-China, guache, aguarela, técnica mista,
serigrafia, linoleogravura, xilogravura, litografia, água forte e água tinta e
colagem. A mostra estará patente ao público até ao próximo dia 15 de Setembro.