Mostrar mensagens com a etiqueta Meses do Ano. Mostrar todas as mensagens
Mostrar mensagens com a etiqueta Meses do Ano. Mostrar todas as mensagens

sábado, 4 de maio de 2024

Maio na Pintura Universal


ALEGORIA DE MAIO (1469-1470).
Cosme Tura (c. 1430-1495).
 Fresco (Largura: 400 cm).
Palazzo Schifanoia, Ferrara.

Maio é o quinto mês do ano nos calendários Juliano e Gregoriano e um dos sete meses com 31 dias.
Maio é mês de Primavera no hemisfério norte e de Outono no hemisfério sul.
A designação do mês de Maio provém do nome da deusa grega Maia, identificada com a deusa romana da fertilidade, Bona Dea, cujo festival ocorre em Maio. Todavia, o poeta romano Ovídio (43 a.C. - 17 ou 18 d.C.), sustenta uma etimologia alternativa, segundo a qual o mês de Maio recebe o nome dos “maiores”, designação latina de "anciãos", ao passo que o mês seguinte (Junho) recebe o nome dos “juniores”, designação latina de "jovens" (Fasti VI.88).
Na concordância com o calendário republicano francês, o dia 1 de Maio corresponde ao dia 12 do mês Floreal [1] e o dia 31 de Maio ao 12 do mês Pradeal [2].
Em França, no tempo do antigo regime, era costume plantar um "Maio" ou "árvore de Maio ", em honra de alguém e moços e moças dançavam ao som do pífaro e do tambor, em torno da árvore de Maio.
“Maio” é o tema central de telas criadas por grandes nomes da pintura universal, dos quais destacamos, associados por épocas/correntes da pintura:
- RENASCENÇA: Cosme Tura (c. 1430-1495), italiano; Paul, Jean et Herman de Limbourg (1370-80-1416). holandês; Jean Poyer (activo de 1483 a c/1503), francês; Miniaturista desconhecido (activo 1490-1510), flamengo; Simon Bening (1483/84-1561), flamengo; António de Holanda (?-?), holandês; Oficina de Simon Bening (1483-1561), flamengo; Nicolas Karcher (Activo de 1517 a 1562), flamengo.
- BARROCO: Leandro Bassono (1557–1622), italiano; Francisco Barrera (1595-1658), espanhol; Salomon van Ruysdaelore (c. 1602-1670), holandês; Jean Baptiste Joseph Pater (1695-1736), francês.
- ROMANTIISMO: János Rombauer (1782-1849), húngaro- .
Em geral, dão grande realce às actividades agro-pecuárias ou senhoriais do mês de Maio.

[1] - Floreal (Floréal em francês) era o oitavo mês do Calendário Revolucionário Francês que vigorou em França de 22 de Setembro de 1792 a 31 de Dezembro de 1805. Correspondia, em geral, ao período compreendido entre 20 de Abril e 19 de Maio do Calendário Gregoriano, cobrindo aproximadamente, o período correspondente ao percurso do sol na constelação zodiacal de Touro. A etimologia de “Floreal”, deve-se ao "desabrochar das flores de Abril a Maio", nos termos do relatório apresentado à Convenção em 3 Brumário do ano II (24 de Outubro de 1793) por Fabre d'Églantine, em nome da "Comissão encarregada de elaborar o Calendário".
[2] - Pradeal (Prairial em francês) era o nono mês do Calendário Revolucionário Francês. Correspondia geralmente ao período que mediava entre 20 de Maio e 18 de Junho do Calendário Gregoriano, abrangendo aproximadamente, o período durante o qual o Sol atravessa a constelação zodiacal de Gémeos. O fundamento etimológico entronca na "graciosa fecundidade e ao recolhimento das pradarias de Maio a Junho", nos termos do relatório citado em 1.


Publicado inicialmente em 25 de Fevereiro de 2012


MAIO - Iluminura do “Livro de Horas do Duque de Berry” (Século XV),
manuscrito com iluminuras dos irmãos Paul, Jean et Herman de Limbourg,
conservado no Museu Condé, em Chantilly, na França.

MAIO - Iluminura do “Livro de Horas de Henrique VIII” (c/1500),
 manuscrito com iluminuras de Jean Poyer,  que viveu em Tours
e que esteve activo pelo menos de 1483 até à sua morte, c/1503.
Manuscrito conservado na Morgan Library, New York. 

MAIO - Iluminura do “Breviário Grimani” (c/1510),
 da autoria de miniaturista flamengo desconhecido (activo 1490-1510).
Manuscrito conservado na Biblioteca de San Marco em Veneza. 

MAIO – Iluminura do “Livro de Horas da Costa” (c/ 1515).
 Iluminado por Simon Bening (1483/84-1561).
Conservado na Morgan Library, New York. 

MAIO - Iluminura (10,8x14 cm) do “Livro de Horas de D. Manuel I” (Século XVI ),
manuscrito com iluminuras atribuídas a António de Holanda,
conservado no Museu Nacional de Arte Antiga, Lisboa.
Pintura a têmpera e ouro sobre pergaminho.  

 
MAIO - Iluminura (9,8x13,3 cm) do “Livro de Horas de D. Fernando” ,
manuscrito do século XVI com iluminuras da oficina Simon Bening,
conservado no Museu Nacional de Arte Antiga, Lisboa.
 Pintura a têmpera e ouro sobre pergaminho. 

OS MESES DO ANO: MAIO, ABRIL, MARÇO (1552).
 Nicolas Karcher (Activo de 1517 a 1562).
Tela com seda, ouro, prata e lã (269 x 439 cm).
 Galleria degli Uffizi, Florence.

MAIO - Óleo sobre tela (164 x 145,5 cm) de Leandro Bassono (1557–1622),
 pintado cerca de 1595/1600.
Kunsthistorisches Museum, Viena. 

O MÊS DE MAIO (1640-1645).
 Francisco Barrera (1595-1658).
Óleo sobre tela (102 x 155 cm).
Slovak National Gallery, Bratislava. 

TABERNA COM ÁRVORE DE MAIO (1664).
Salomon van Ruysdaelore  (c. 1602-1670).
 Óleo sobre tela (80,5 x 111 cm).
Szépmûvészeti Múzeum, Budapest. 

A ÁRVORE DE MAIO (?).
 Jean Baptiste Joseph Pater (1695-1736).
 Óleo sobre tela (34 x 44 cm).
Pushkin Museum, Moscow. 


MAIO, FLORA OU PRIMAVERA (C. 1830).
János Rombauer (1782-1849).
Óleo sobre tela (46 x 36 cm).
Mestská Galeria, Presov.

quinta-feira, 2 de maio de 2024

Provérbios de Maio


MAIO - Iluminura do “Livro de Horas do Duque de Berry” (Século XV), manuscrito
com iluminuras dos irmãos Paul, Jean et Herman de Limbourg, conservado no
Museu Condé, em Chantilly, na França.

- A água que no Verão há-de regar, em Abril e Maio há-de ficar.
- A água, Maio a dá, Maio a leva.
- A boa cepa, Maio a deita.
- A erva, Maio a dá, Maio a leva.
- A geira de Maio vale os bois e o carro, a de Julho vale os bois e o jugo.
- A melhor cepa, Maio a deita.
- A melhor cepa, para Maio a guardes.
- A ti chova todo o ano e a mim, Abril e Maio.
- A velha, em Maio, come castanhas ao borralho.
- Abril chove para os homens e Maio para as bestas.
- Abril chuvoso e Maio ventoso fazem o ano formoso.
- Abril chuvoso, Maio ventoso e Junho amoroso, fazem um ano formoso.
- Abril e Maio, chaves do ano.
- Abril frio, pão e vinho. Maio come o trigo e Agosto bebe o vinho.
- Abril, espigar; Maio, engrandecer; Junho, ceifar; Julho, debulhar; Agosto, engravelar; Setembro, vindimar.
- Abril, queijos mil e em Maio, três ou quatro.
- Agua d'Ascensão, tira o vinho e dá o pão.
- Água de Maio e três de Abril valem por mil.
- Água de Maio, pão para todo o ano.
- Água de Maio, pão tremês, não o percas nem o dês.
- Águas de regar, de Abril e Maio hão-de ficar.
- Ainda não nasceu nem há-de nascer, quem em Maio o Sete-estrelo há-de ver.
- As favas, Maio as dá e Maio as leva.
- Boa cepa, Maio a deita.
- Borreguinho de Maio, se to pedirem, dai-o.
- Chovam trinta Maios e não chova em Junho.
- Chova-te o ano todo, mas a mim, Abril e Maio.
- Chuva da Ascensão, das palhinhas faz pão,
- Chuva de Ascensão não dá palhas nem pão.
- Chuva de Maio faz as novas ranhosas e as velhas formosas.
- Chuvas da Ascensão, bebem vinho e comem pão.
- Chuvinha da Ascensão, até da palha faz pão.
- De Maio a Abril, ainda que te pese, me hei-de rir.
- De Maio a Abril, há muito que pedir.
- De Maio a Abril, não há muito que rir.
- De Maio a Abril, pouco vai que rir.
- Deixa lenha para Maio, que a fome de Maio sempre veio e há-de vir.
- Depois de Maio, a lampreia e o sável dai-o.
- Dia de Maio, dia de má ventura, mal amanhece, logo escurece.
- Dias de Maio, dias de amargura, ainda não é dia, já é noite escura.
- Dias de Maio, dias de amargura, mal amanhece é logo noite escura.
- Diz Maio a Abril: ainda que te pese, me hei-de rir.
- Do mês de Maio o calor, de todo o ano, o valor.
- Em Abril, águas mil e em Maio, três ou quatro.
- Em Abril dorme o moço ruim e em Maio dorme o moço e o amo.
- Em Abril e Maio, moenda para todo o ano.
- Em Abril queijos mil e em Maio, três ou quatro.
- Em Abril queima a velha o carro e o carril e deixa um tição para Maio, para comer as cerejas ao borralho.
- Em Abril queima a velha o carro e o carril e o que ficou, em Maio o queimou.
- Em Abril, queijos mil e em Maio, três ou quatro.
- Em casa vazia, Maio depressa se avia.
- Em Dezembro, descansar; em Janeiro, trabalhar.
- Em Janeiro junta a perdiz ao parceiro, em Fevereiro faz um rapeiro, em Março faz o covacho, em Abril enche o covil, em Maio, pi-pi-pi para o mato.
- Em Maio a quem não tem basta-lhe o saco.
- Em Maio bonitão, come-se vinho e muito pão
- Em Maio come a velha as cerejas ao borralho e ainda guarda o canhoto para Junho.
- Em Maio, a chuvinha da Ascensão dá palhinhas e dá pão.
- Em Maio, a quem não tem basta-lhe o saco.
- Em Maio, ainda os bois estão oito dias ao ramalho.
- Em Maio, as cerejas uma a uma, leva-as o gaio; em Junho a cesto e a punho.
- Em Maio, as cerejas, come-as a velha ao borralho.
- Em Maio, até a unha do gado faz estrume.
- Em Maio, bebe o boi no rego.
- Em Maio, canta o gaio.
- Em Maio, cerejas ao borralho.
- Em Maio, chocai-o.
- Em Maio, com sono caio.
- Em Maio, come a velha a cereja ao borralho.
- Em Maio, deixa a mosca o boi e toma o asno.
- Em Maio, espetam-se as rocas e sacham-se as portas.
- Em Maio, gradai-o.
- Em Maio, há muito ceifão, mas em Junho é que se vê quem eles são.
- Em Maio, iguala o pão com o mato, a noite com o dia, o Sol com a Lua e o Manei com a Maria.
- Em Maio, já a velha aquece o palácio.
- Em Maio, lava-se com água pelo rego.
- Em Maio, nem à porta de casa saio.
- Em Maio, o calor, a todo o ano dá valor.
- Em Maio, o rafeiro é galgo.
- Em Maio, onde quer eu caio.
- Em Maio, passarinho em raio.
- Em Maio, queima-se a cereja ao borralho.
- Em Maio, vai e torna com recado.
- Em Maio, verás a água com que regarás.
- Em princípio de Maio, corre o lobo e o veado
- Entre Abril e Maio, moenda para lodo o ano.
- Enxames em Abril, mil; em Maio, apanhai-os; pelo São João, apanhai-os ou não.
- Favas, Maio as dá, Maio as leva.
- Fevereiro couveiro faz a perdiz ao poleiro; Março, três ou quatro; Abril, cheio está o covil; Maio, pio-pio pelo mato; Junho, como um punho; em Agosto as tomarás a cosso.
- Fevereiro couveiro, faz a perdiz ao poleiro; Março, três ou quatro; Abril, cheio está o covil; Maio pio, pio pelo mato.
- Fevereiro faz o rapeiro; Março põe três ou quatro; Abril enche o covil; Maio, pi-pi pelo mato.
- Fevereiro ricoqueiro, faz a perdiz ao poleiro; Março, três ou quatro; Abril, cheio está o covil; Maio, pio, pio, pelo mato; Junho, como um punho; em Agosto, as tomarás em cosso.
- Fiandeira não ficaste, pois em Maio não fiaste.
- Fraco é o Maio que não rompe uma croça.
- Fraco é o Maio que não rompe uma palhoça.
- Fraco é o Maio se o boi não bebe na pegada.
- Guarda pão para Maio, lenha para Abril e o melhor tição para o S. João.
- Guarda pão para Maio, lenha para Abril, o melhor bicão para o São João.
- Guarda para Maio o teu melhor saio.
- Janeiro geadeiro. Fevereiro aguadeiro. Março chover cada dia seu pedaço. Abril águas mil coadas por um funil. Maio pardo celeiro grado. Junho foice em punho.
- Janeiro gear. Fevereiro chover. Março encanar. Abril espigar. Maio engrandecer. Junho ceifar. Julho debulhar. Agosto engavelar. Setembro vindimar. Outubro revolver. Novembro sêmea., Dezembro nasceu Deus para nos salvar.
- Janeiro gear. Fevereiro chover. Março encanar. Abril espigar. Maio engrandecer. Junho ceifar. Julho debulhar. Agosto engavelar. Setembro vindimar. Outubro revolver. Novembro semear. Dezembro nascer.
- Janeiro geoso. Fevereiro nevoso. Março frio e ventoso. Abril chuvoso e Maio pardo, fazem um ano abundoso. Julho, debulhar. Agosto, engravelar. Julho é o mês das colheitas, Agosto o mês das festas.
- Maio alaga a fonte e passa a ponte.
- Maio às pedradas, deita por terra as searas.
- Maio chocoso e Junho claroso, fazem o ano formoso.
- Maio chocoso, ano formoso.
- Maio chuvoso ou pardo, faz pão vistoso e grado.
- Maio chuvoso torna o ano formoso
- Maio chuvoso, ano formoso.
- Maio claro e ventoso, faz o ano rendoso.
- Maio come o pão, Agosto bebe o vinho.
- Maio come o trigo, Agosto bebe o vinho.
- Maio come o trigo, Junho bebe o vinho.
- Maio couveiro não é vinhateiro.
- Maio é o mês em que canta o cuco.
- Maio engrandecer, Junho ceifar, Julho debulhar.
- Maio faz o pão e Agosto bebe o vinho que o tira do covil.
- Maio faz o pão e Agosto o milhão.
- Maio frio e Junho quente fazem o lavrador valente.
- Maio frio e Junho quente, trás o diabo no ventre.
- Maio frio e Junho quente: bom pão, vinho valente.
- Maio frio e ventoso, faz o ano formoso.
- Maio hortelão, muita parra e pouco pão.
- Maio jardineiro, enche o celeiro.
- Maio louro, mas nem muito louro e São João claro como olho-de-gato.
- Maio me molhou, Maio me enxugou.
- Maio não dá capote ao marinheiro.
- Maio não dá capote.
- Maio o deu, Maio o leva.
- Maio pardo e Junho claro podem mais que os bois e o carro.
- Maio pardo e ventoso, faz o ano formoso.
- Maio pardo e ventoso, faz o ano venturoso.
- Maio pardo, faz o ano farto.
- Maio pardo faz o lavrador honrado.
- Maio pardo, ano claro.
- Maio pardo, ano farto e ventoso, ano formoso.
- Maio pardo, ano farto.
- Maio pardo, centeio grado.
- Maio pardo, enche o saco.
- Maio pardo, faz o pão grado.
- Maio pardo, Junho claro, fazem o lavrador honrado.
- Maio pardo, Junho claro.
- Maio pardo. Junho claro, fazem pão grado.
- Maio pedrado destrói os pastos e não farta o gado.
- Maio pequenino, de flores enfeitadinho.
- Maio que não der trovoada, não dá coisa estimada.
- Maio que não rompe uma croça, não é Maio.
- Maio que seja de gota e não de mosca.
- Maio rompe uma croça.
- Maio serôdio ou temporão, espiga o grão
- Maio ventoso, ano formoso.
- Maio ventoso, ano rendoso.
- Maio venturoso, ano venturoso.
- Maio, ao princípio chuvoso e no meio pardo, enche o saco.
- Maio, cava de raio.
- Maio, come o trigo e Agosto, bebe o vinho.
- Maio, engrandecer; Junho, ceifar.
- Mal vai ao Maio se o boi não bebe na pegada.
- Março amoroso, Abril chuvoso, Maio ventoso, São João calmoso, fazem o ano formoso.
- Março amoroso, Abril ventoso e Maio remeloso, fazem o ano formoso.
- Mês de Maio, mês de má aventura, apenas anoitece é logo noite escura.
- Mês de Maio, mês das flores, mês de Maria, mês dos amores.
- Não há luar como o de Maio, mas lá virá o de Agosto que lhe dará no rosto.
- Não há Maio sem trovões, nem homem sem calções.
- O Maio me molha, o Maio me enxuga.
- Peixe de Maio, a quem vo-lo pedir dai-o.
- Pela Ascensão coalha a amêndoa e nasce o pinhão.
- Pela Ascensão nasce o pinhão.
- Por Abril dorme o moço madraceirão e por Maio, dorme o moço e o patrão.
- Por Abril, dorme o moço ruim e por Maio, dorme o moço e o amo.
- Por onde Abril e Maio passou, tudo espigou.
- Por onde Maio passou nado, tudo deixou espigado.
- Por Santo Urbão (25 de Maio), gavião na mão.
- Primeiro de Maio molhado, fruta bichada.
- Primeiro de Maio, corre o lobo e o veado.
- Quando chove na Ascensão, até as palhinhas dão pão.
- Quando em Maio arrulha a perdiz, ano feliz.
- Quando em Maio não troa, não é ano de broa.
- Quando em Maio relva, nem pão, nem erva.
- Quando Maio acha nado, deixa tudo espigado.
- Quando Maio chegar, é preciso enxofrar.
- Quando Maio chegar, quem não arou tem de arar.
- Quem em Abril não varre a eira e em Maio não rega a leira, anda todo o ano em canseira.
- Quem em Maio não merenda, aos finados se encomenda.
- Quem em Maio relva, não tem pão nem erva.
- Quem me vir e ouvir, guarde pão para Maio e lenha para Abril.
- Quem quer mal à sua vizinha, dá-lhe em Maio uma sardinha e em Agosto a vindima.
- Sardinha de Maio não vale um zangaio.
- Sáveis em Maio, maleitas todo o ano.
- Se chover em Maio, carregará el-rei o carro e em Abril, carril e entre Abril e Maio, o carril e o carro.
- Se chover entre Maio e Abril, carregará o lavrador o carro e o carril.
- Se não chover em Maio, carregará el-rei o carro e em Abril o carril e, entre Abril e Maio, o carril e o carro.
- Se não chover em Março e Abril, dará el-rei o carro e o carril por uma fogaça e um funil e a filha a quem a pedir.
- Se não chover entre Maio e Abril, dará a velha o carro e o carril, por uma fogaça e um funil e a filha a quem lha pedir.
- Se não chover entre Maio e Abril, dará el-rei o carro e o carril, por uma fogaça e a filha a quem a pedir.
- Sol de Maio e boa terra, fazem melhor gado que o pastor mais afamado.
- Tantos dias de geada terá Maio, como de nevoeiro teve Fevereiro.
- Tantos dias de geada terá Maio, quantas vezes de nevoeiro teve Janeiro.
- Tantos dias de geada terá Maio, quantos de nevoeiro teve Fevereiro.
- Trovoada de Maio depressa passa.
- Trovões em Maio, morte de padre.
- Uma água de Maio e outra de Abril, valem por mil.
- Uma água de Maio e três de Abril valem por mil.
- Vai-te embora mês de Maio, mês de pouca ventura: mal amanhece é logo noite escura.
- Vento de Março, chuva de Abril, fazem o Maio florir.
- Vinho que nasce em Maio, é para o gaio; se nasce em Abril, vai ao funil; se nasce em Março, fica no regaço.
- Viva o Maio carambola, que lá se vai jogando à bola.

Publicado inicialmente em 1 de Maio de 2015

domingo, 21 de abril de 2024

A participação do RC3 nos acontecimentos do 25 de Abril de 1974

 


O presente relato tem por base a cronologia dos acontecimentos, sustentada por documentos do MFA, muito em especial o Relatório da Operação “25 de Abril de 74”, subscrito pelo Capitão Andrade Moura, Comandante do Esquadrão do RC3 que interveio nas operações militares do 25 de Abril, bem como pelo Coronel Caldas Duarte, Comandante do RC3.


A origem do Movimento das Forças Armadas
O derrube da ditadura mais velha da Europa – o regime de Salazar e de Caetano - foi conseguido em 25 de Abril de 1974, graças à acção militar coordenada do Movimento das Forças Armadas – MFA, cuja origem remonta ao clima de instabilidade no interior das próprias forças armadas, particularmente do Exército, instabilidade essa que se manifestou em meados de 1973, com o surgimento do denominado Movimento dos Capitães, o qual aglutinava oficiais de média patente, insatisfeitos com as suas remunerações e com a perda de prestígio da oficialidade do quadro permanente, bem como com a Guerra Colonial que, desde 1961, ou seja, há 13 anos, se arrastava em 3 frentes, sem se antever uma solução política para a mesma, bem como pela previsibilidade de uma derrota militar iminente.
No seu poema “As portas que Abril abriu!”, o saudoso poeta José Carlos Ary dos Santos, diz-nos quem fez o de Abril de 1974:

Quem o fez era soldado
homem novo Capitão
mas também tinha a seu lado
muits homens na prisão.”

E mais adiante:

Foi então que Abril abriu
as portas da claridade
e a nossa gente invadiu
a sua própria cidade.”

A Missão atribuída ao RC3 à data do 25 de Abril de 1974
O RC3 de Estremoz tinha, à data dos acontecimentos do 25 de Abril, quadros que haviam regressado da Guiné, nos finais do ano anterior. A Unidade era uma das mais bem apetrechadas do sul do país. Era, sem sombra de dúvida, a mais forte em termos de material blindado, pelo que o comando do MFA contava com ela para assegurar o êxito da acção.
A Missão do RC3 era marchar o mais rapidamente possível sobre Lisboa, na madrugada de 25 de Abril de 1974, com uma coluna de auto-metralhadoras e estacionar na zona da portagem da ponte sobre o Tejo, ficando a constituir reserva às ordens do Posto de Comando do MFA. Para tal, havia que deslocar um Esquadrão constituído por dois pelotões de reconhecimento e um terceiro de Atiradores.
Dia 24 de Abril, pelas 3 horas, o Capitão Alberto Ferreira desloca-se à Aldeia da Serra onde recebe um aparelho de transmissões E/R TR28 e a Ordem de Operações, que entrega nesse dia de manhã ao Capitão Andrade Moura, que pôs ao corrente da situação o Major Fernandes Tomás, tendo ambos analisado a situação da Unidade em face de certos factores negativos que lhes apresentavam e eram:
- Presença do Director da Arma de Cavalaria, General Bessa, que se encontrava na Unidade desde 23 de Abril e que pernoitaria em 24 na cidade, em casa do Comandante.
- Intensificação da vigilância sobre os Oficiais do MFA da Unidade e sobre os capitães Miquelina Simões e Gastão da Silva, ambos de Lanceiros 1.
- A presença de Companhias recentemente apresentadas para instrução de Especialidades.
Após essa análise foi decidido não tomar qualquer atitude antes duma hora que pudesse provocar a quebra do segredo do que estava planeado. Esta decisão tinha como consequência a Impossibilidade da saída do Esquadrão à hora prevista, pois este não estava municiado e as munições encontravam-se em local afastado das viaturas. Dia 24 de Abril, pelas 10 horas, o Capitão Andrade Moura envia a Portalegre o Aspirante Matos de Sousa, para entregar a Ordem de Operações ao Capitão Gomes Pereira.
Dia 25 de Abril, pela 1 h 30 min da madrugada, o Capitão Andrade Moura solicita ao Major Machado Faria, que tinha acabado de chegar dum jantar oferecido ao General 8essa, a comparência em sua casa. Posto ao corrente do assunto, logo adere ao MFA.
Dia 25 de Abril, pelas 2 h da madrugada, os Capitães Andrade e Moura e Alberto Ferreira consideram problemática a saída da Unidade pois têm poucos apoios internos. A única possibilidade será conquistar o apoio do Comandante Coronel Caldas Duarte. Abordam-no então no sentido da sua adesão ao MFA. Este mostra-se indeciso e pede tempo para reflectir.
Dia 25 de Abril, pelas 4 h 30 min da madrugada, após cerca de duas horas de reflexão, o Comandante Coronel Caldas Duarte adere ao Movimento, colocando-se inteiramente ao lado dos seus oficiais. Iniciam-se então, de imediato os preparativos para a saída da coluna.
Chegados ao Quartel, o Capitão Andrade Moura ocupa a Central Telefónica e é posto em execução o plano de recolha de Oficiais e Sargentos, iniciando-se a preparação do Esquadrão. Colocado o pessoal ao corrente dos factos, logo aderem em bloco, mostrando todos desejos de marchar sobre Lisboa.

Composição do Esquadrão do RC3
A composição do Esquadrão era a seguinte:
Comandante do Esquadrão – Capitão Andrade Moura, coadjuvado pelo Capitão Alberto Ferreira. Acompanhou a força até à Ponte Salazar o Coronel Caldas Duarte. Integraram-se ainda na força os Capitães Miquelina Simões e Gastão da Silva, ambos do Regimento de Lanceiros 1 de Elvas, onde estavam colocados na sequência do frustrado golpe das Caldas, em 16 de Março.
1.º Pelotão de Reconhecimento: - Comandante 1.º Sargento Silva Brás; Comandantes de Secção: Furriel Miliciano. Correia, 1º Cabo Miliciano Caldeira, 1.º Cabo Miliciano Correia. Praças: 40.
2.° Pelotão de Reconhecimento: Comandante Aspirante Oficial Miliciano Matos de Sousa; Comandantes de Secção: 1.º Cabo Miliciano Martins; Praças 30.
3.° Pelotão Atiradores: Comandante Aspirante Oficial Miliciano Montalvão Machado; Comandantes de Secção: Furrieis Milicianos Barata e Maçôas; Praças: 30. O Oficial de ligação do Esquadrão era o Aspirante Miliciano Coelho Cordeiro.

A partida para Lisboa
De acordo com o “Plano Geral das Operações”, o início do cumprimento das missões militares estava previsto para as 3 horas da madrugada do dia 25 de Abril, sendo que só às 7 h, depois de armado e municiado e com bastante atraso em relação ao horário previsto, o Esquadrão do RC3 segue pela estrada Estremoz-Pegões-Setúbal.
No final da coluna seguem viaturas Berlier com munições, água, combustível e óleo.
A cerca de 4 km de Estremoz, uma viatura Unimog avaria. Verificando-se a Impossibilidade da sua reparação, O Capitão Andrade Moura ordena que a mesma seja abandonada. À passagem por Arraiolos nova viatura avaria e é também abandonada. Após uma paragem causada pelo aquecimento das viaturas blindadas, a marcha continua. Em Vendas Novas foi decidido atestar as viaturas, pois receava-se que, ao atingir a Ponte Salazar, a autonomia das mesmas fosse limitada, o que poderia impedir o cumprimento das missões que fossem atribuídas ao Esquadrão. Até Palmela não se regista qualquer incidente mas, junto da estação, avaria outra viatura, que não sendo possível reparar, foi abandonada no local.
Em Mortiça, o Esquadrão deriva em direcção a Palmela, a fim de evitar qualquer tentativa de intercepção por parte das tropas estacionadas em Setúbal.

A chegada à Ponte Salazar
Finalmente, cerca das 13 h 15 min do dia 25 de Abril, o Esquadrão do RC3 chega à Ponte Salazar, comunicando ao Posto de Comando do MFA que tomara posições. O Posto de Comando determina que o Esquadrão marche sobre a Casa de Reclusão da Trafaria para libertar os militares presos. O Comandante da Unidade, Coronel Caldas Duarte permanece na Ponte Salazar, seguindo posteriormente para Lisboa com os Capitães Miquelina Simões e Gastão da Silva que, em carro civil e como batedores, tinham acompanhado o Esquadrão desde Estremoz, trabalho que muito facilitou a sua marcha.
Pelas 13 h 30 min começam a chegar ao Posto de Comando do MFA notícias da tentativa de cerco às forças da Escola Prática de Cavalaria, de Santarém, comandadas pelo Capitão Salgueiro da Maia e que estão a cercar o Quartel do Carmo.

A Missão em Lisboa
Pelas 13 h 45 min, face à gravidade da situação, o Posto de Comando dá uma contra-ordem às forças do RC3 que se dirigiam ao presídio da Trafaria, para, o mais rapidamente possível, inverterem o sentido e dirigirem-se à zona do Quartel do Carmo, para dar apoio à retaguarda das forças da Escola Prática de Cavalaria que já ocupavam o Largo, a fim de aliviar a pressão que estava a ser exercida sobre elas por duas Companhias da G.N.R., uma Companhia de Polícia de Choque e quatro blindados do R. C. 7, que não tinham ainda aderido ao Movimento.
Invertida a marcha, o Esquadrão do RC3 atravessa a Ponte Salazar, atinge o Largo do Rato, dirigindo-se para o Carmo pela Rua da Escola Politécnica. Junto da Imprensa Nacional recebe as primeiras manifestações de apoio da população civil, que se dirige ao Capitão Andrade Moura, prestando Informações sobre as posições ocupadas pelas forças da G.N.R.
O Esquadrão chega em tempo record à zona do Largo do Carmo. Aí, os Capitães Andrade Moura e Alberto Ferreira dispõem as forças na Rua Nova da Trindade, na Rua da Misericórdia e no Largo de Camões, colocando-se em posição de bater os carros de Cavalaria 7 que se encontravam no alto do Chiado. Fazem então ver aos oficiais da G. N. R. que a situação era insustentável para eles e intimam-nos a renderem-se ou a abandonarem o local, dirigindo-se aos quartéis.
Cerca de 10 minutos após a entrada em cena do RC3, as forças leais ao regime, que tentavam o cerco à Escola Prática de Cavalaria no Largo do Carmo, desmobilizam. Pelas 14 horas, o Brigadeiro Junqueira dos Reis, do RC7, abandona o local e o restante pessoal do RC7 retira-se das posições no Largo de Camões e apresenta-se ao Capitão Andrade Moura, aderindo ao MFA.
Perante a intimidação do RC3, o comandante das forças da GNR contacta o Comando-Geral e após 30 minutos concentram-se no Largo da Misericórdia, seguindo depois para os quartéis. De salientar que os oficiais da G.N.R., desde o primeiro momento, tentaram resolver a situação de molde a evitar uma confrontação. O Esquadrão do RC3 manteve as suas posições até cerca das 19 h 30 min, tendo seguidamente ocupado o Largo do Carmo, pois tinha recebido ordens para tomar conta do Quartel da G. N. R.
Pelas 14 h 30 min, é lido um comunicado, pela voz da estremocense, Clarisse Guerra, locutora do Rádio Clube Português, no qual se noticiavam os objectivos já conquistados pelo MFA e era ainda divulgado o cerco ao Professor Marcelo Caetano e membros do Governo no quartel do Carmo.
Às 18 horas, o estremocense General António de Spínola, mandatado pelo Posto de Comando do MFA recebe no Quartel do Carmo, a rendição do 1º ministro, Professor Marcelo Caetano, a quem informa que ele e os restantes dirigentes do regime serão conduzidos ao Funchal por um DC6 da Força Aérea.
Do Quartel do Carmo saem, às 19 h 35 min, numa Auto-Metralhadora Chaimite, sob escolta da Escola Prática de Cavalaria, dirigindo-se ao Posto de Comando do MFA no Regimento de Engenharia 1, na Pontinha, onde chegam às 20 h 30 min. Com eles segue o General António de Spínola, que informa que acabara de assumir o poder no Quartel do Carmo.
Pelas 20 h 30 min, o povo de Lisboa que, desde manhã, segue as movimentações militares, começa a engrossar pelas ruas da Baixa, à medida que as Forças do MFA iam conquistando objectivos. A população começa depois a dirigir-se massivamente para a sede da PIDE/DGS, na Rua António Maria Cardoso.
Pelas 21 h, os agentes da PIDE vendo a sua sede cercada pela população, abrem fogo indiscriminado, tendo feito 4 mortos e 45 feridos que serão socorridos pela Cruz Vermelha e encaminhados para o Hospital de S. José e para o Hospital Militar.
O Capitão Andrade Moura, estacionado no Largo do Carmo, ouve os disparos e é informado por populares do que se passa na sede da PIDE. Dirige-se então para a Rua António Maria Cardoso, a fim de evitar mais derramamento de sangue. Há grande dificuldades para que um veículo blindado de reconhecimento - PANHARD e dois jeeps atinjam o local, visto que a população deseja vingança e, completamente fora de si, impede qualquer manobra. Atingida aquela rua, a Panhard estaciona junto ao Teatro de S. Luís. A população pede vingança e que se ataque o edifício, em cujas janelas se viam alguns membros da PIDE/DGS.
Como a força era pequena para iniciar o cerco, o Capitão Andrade Moura ordena a comparência de reforços que estavam junto do Quartel do Carmo. Chegados estes, coloca vários atiradores naquela rua, enquanto outra Panhard e atiradores tomam posição na Rua Duques de Bragança e mais tarde na Rua Vítor Cordon.
O Capitão Andrade Moura, com prudência, a fim de mais uma vez evitar derramamento de sangue na tentativa da tomada da sede da PIDE de assalto, exige a sua rendição, o que não se processa logo. Como as forças eram insuficientes, o Capitão Andrade Moura pede instruções ao Comando do MFA, bem como reforços para completar o cerco à sede da PIDE, onde, conforme se soube posteriormente, estavam cerca de 250 agentes barricados, oferecendo resistência às forças do Exército.
Como não foram recebidas quaisquer ordens para um ataque que continuava a ser exigido pela população, este não foi executado. O Capitão Andrade Moura tenta então explicar à população a atitude do RC3. Após bastantes esforços, foi compreendido. Contudo, os populares não arredam pé, mas não Interferem, pedindo unicamente para os militares não deixarem fugir os Pides.

A madrugada do dia 26 de Abril
Os reforços, constituídos por dois destacamentos da Marinha, comandados pelo Capitão Tenente Costa Correia, chegam cerca das 2 h do dia de 26 de Abril. Foi então acordado que a força do RC3 se encarregaria do controlo das traseiras da sede da PIDE e que a Marinha controlaria o resto do edifício. Entretanto, já o RC3 capturara doze agentes da PIDE/D.G.S. e tinha abatido um que fugira, ao ser-lhe dada ordem de se entregar.
Pelas 3 h do dia 26, o Capitão Tenente Costa Correia, não conhecendo as intenções no interior da sede da PIDE, tenta acalmar os ânimos dos populares que se encontravam nas imediações e aguarda pelo nascer do dia. É ainda decidido utilizar um dos agentes capturados para servir de medianeiro entre a força e a Direcção da PIDE.

O dia 26 de Abril
Pelas 8 h 30 min da manhã, este vem a informar que o director da PIDE, Major Silva Pais e os seus agentes estavam dispostos a render-se, se as Forças Armadas garantissem a protecção aos agentes.
Às 9 h, o Capitão Tenente Costa Correia, o Capitão Andrade Moura e o Major Campos Andrada entram na sede da PIDE, onde aceitam a rendição desta.
Às 9 h 30 min, os militares do RC3 desarmam os agentes da PIDE e passam revista às instalações. No exterior, as forças de Marinha tentam conter a multidão, a qual grita, exigindo "justiça popular". São de seguida tomadas medidas destinadas a garantir a segurança das instalações e manter em funcionamento o Serviço de Estrangeiros e a Interpol. É também pedido ao Capitão Tenente Almada Contreiras que tome medidas para evacuar os agentes da PIDE, uma vez que a animosidade dos populares era crescente.
De salientar que a rendição da PIDE se dá após 12 horas de espera, ao longo das quais foi necessária a intervenção junto dos populares, recomendando prudência e civismo, a fim de evitar uma chacina de grandes proporções, que teria ocorrido se os populares tivessem concretizado um pretendido ataque às instalações onde os Pides estavam barricados.
Pelas 13 horas do dia 26 de Abril, iniciar-se-ia a libertação dos presos políticos nas cadeias de Caxias e Peniche.

A noite de 26 de Abril
Durante toda a noite do dia 26 de Abril, o esquadrão do R.C.3. manteve-se em duas posições: Largo do Carmo e Sede da PIDE. O dispositivo manteve-se até às 18 h, hora a que o Esquadrão recebe ordem de recolher ao Regimento de Cavalaria 7. Atingido este Regimento, o Esquadrão recebe ordens de seguir para Évora, a fim de escoltar o novo Comandante da Região Militar Sul, Coronel de Cavalaria Fontes Pereira de Melo. Porém, em virtude do cansaço dos homens, que há duas noites não dormiam, o Capitão Andrade Moura solicita ao Comando do MFA que a missão só seja cumprida ao amanhecer do dia 27. Tendo sido atendido, ficou o Esquadrão instalado no R.C.7.

O regresso a Estremoz
Dia 27 de Abril, pelas 6 h 30 min da madrugada, o Esquadrão do RC3 inicia o regresso a Estremoz, com a missão de escoltar até Évora o novo comandante da Região Militar Sul, Coronel Fontes Pereira de Melo. Évora é atingida cerca das 13h 45 min. O regresso do Esquadrão dá-se por Évora Monte. Durante todo o percurso, os militares do RC3 são alvo de significativas manifestações de regozijo, tanto dos automobilistas com que se cruzam na estrada, como pelos populares das povoações por onde a coluna passa.

A chegada a Estremoz
A entrada dá-se pelas portas de Santo António até ao quartel do Regimento, onde o Esquadrão do RC3, cumprida a missão que o levara a Lisboa, é alvo de grandiosa recepção popular, sendo aclamado pela multidão entusiasmada e recebendo honras militares.
Estremoz estivera presente na hora da libertação através do papel determinante desempenhado pelo RC3 no desenrolar dos acontecimentos. É caso para parafrasear o poeta José Carlos Ary dos Santos, dizendo:

“Foi esta força viril
de antes quebrar que torcer
que em vinte e cinco de Abril
fez Portugal renascer.”

Hernâni Matos
Publicado no jornal E, nº 332, de 11 de Abril de 2024

À frente da coluna militar, o Comandante do Esquadrão,
Capitão Andrade Moura.

A alegria da vitória, que o cansaço não conseguiu abater.
De pé, o 1º Sargento Francisco Brás.

O capitão Alberto Ferreira e os seus homens,
com um sorriso de satisfação.

À vista de Estremoz, a coluna militar em movimento.
Sempre presente, o “V” da Vitória.

Aspecto parcial da coluna militar no seu regresso e com a missão cumprida.


O Comandante do Esquadrão, Capitão Andrade Moura,
entra na cidade pelas Portas de Santo António.

Um aspecto da coluna militar a atravessar as Portas de Santo António.

À chegada, frente ao edifício do RC3: Honras Militares e Aclamação Popular.

quinta-feira, 11 de abril de 2024

Abril na Pintura Universal


ABRIL (SÉC. XV). Paul, Jean et Herman de Limbourg (1370-80-1416).
Iluminura do “Livro de Horas do Duque de Berry”. Museu Condé, Chantilly.

Abril, quarto mês do calendário gregoriano, tem 30 dias; segundo dos romanos, antes da reforma do calendário por Numa; segundo da ano astronómico, por coincidir com a entrada do Sol no signo de Touro (animal doméstico que personifica a força e a utilidade), segundo do Zodíaco e primeiro dos francesas, até 1564, ano em que Carlos IX decretou que o ano começasse a ser contado a partir do dia 1 de Janeiro.
O seu nome derivará do latim Aprilis, que significa abrir, o que constitui uma referência à germinação das culturas. Uma hipótese etimológica alternativa aventa que Abril seja derivado de Aprus, nome etrusco de Vénus, deusa do amor e da paixão. Daí a crença de que os amores nascidos em Abril são para sempre. Finalmente, outra conjectura etimológica é aquela que relaciona Abril com Afrodite, nome grego da deusa Vénus, que teria nascido da espuma do mar, que em grego arcaico se dizia "Abril".
“Abril” é o tema central de telas criadas por grandes nomes da pintura universal, dos quais destacamos, associados por épocas/correntes da pintura:
RENASCENÇA: Paul, Jean et Herman de Limbourg (1370-80-1416). holandês; Francesco del Cossa (c. 1435-c. 1477), italiano; Artista desconhecido, Bruges, flamengo; Artista desconhecido, Bruges, flamengo; Simon Bening (1483-1561), flamengo; Miniaturista flamengo (?-?), flamengo; António de Holanda (?-?), holandês; Oficina de Simon Bening (1483-1561), flamengo.
BARROCO: Leandro Bassono (1557–1622), italiano.
Todos eles dão grande realce às actividades agro-pecuárias do mês de Abril.

Publicado inicialmente a 3 de Abril de 2012


ALEGORIA DE ABRIL OU TRIUNFO DE VÉNUS (1476-84). Francesco del
Cossa (c. 1435-c. 1477). Fresco (500 x 320 cm). Palazzo Schifanoia, Ferrara.
 
 1ª PÁGINA DO CALENDÁRIO DE ABRIL (1480). Artista desconhecido, Bruges.
Iluminura do “Livro de Horas de Joana de Castela”. British Library, London.

2ª página do Calendário de Abril (1480). Artista desconhecido, Bruges.
Iluminura do “Livro de Horas de Joana de Castela”. British Library, London. 

ABRIL (C/1515). Simon Bening (1483-1561). Iluminura do “Livro de Horas
da Costa”. Morgan Library, New York. 

ABRIL (1490-1510). Miniaturista flamengo (?-?). Iluminura (28 x 21,5 cm)
do “Breviário Grimani”. Biblioteca Nazionale Marciana, Venice. 

ABRIL (1517-1551). António de Holanda (?-?). Iluminura (10,8x14 cm) do
“Livro de Horas de D. Manuel I”. Museu Nacional de Arte Antiga. Lisboa. 

ABRIL (1530-1534). Oficina de Simon Bening (1483-1561). Iluminura (9,8x13,3 cm)
do “Livro de Horas de D. Fernando”. Museu Nacional de Arte Antiga, Lisboa.
 
ABRIL (1595/1600). Leandro Bassono (1557–1622). Óleo sobre tela
(164,5x145,5 cm). Kunsthistorisches Museum, Viena.