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quarta-feira, 29 de julho de 2020

Combinação de cores


Mulher das galinhas. José Moreira (1926-1991).
cores
Graças à vista podemos percepcionar a forma e a cor dos objectos, entre eles os Bonecos de Estremoz. A cor: A luz solar visível que nos ilumina é uma luz branca, composta de luzes de diferentes cores que, ao atravessar as gotas de água de uma nuvem, sofrem nas gotas uma dupla refracção, dispersando –se num conjunto de sete cores que constituem o espectro solar. Do exterior para o interior do arco-íris a sequência de cores é: vermelho, laranja, amarelo, verde, azul, anil e violeta. 

Arco-íris.

A luz solar, ao iluminar os objectos, é parcialmente absorvida neles, sendo a fracção restante reflectida pela superfície. Daí que a cor dum objecto seja a cor da luz que ele reflecte. Quando um objecto não absorve nenhuma das cores do espectro solar e reflecte todas, então a sua cor é o branco. Se, pelo contrário, um objecto absorve todas as cores do espectro solar e não reflecte nenhuma, então a sua cor é o preto.

Classificação das cores
De acordo com a Teoria das Cores há diversos tipos de cores. Temos assim:
- CORES PRIMÁRIAS – São aquelas que não se conseguem obter a partir de outras cores: azul, vermelho, amarelo.

Cores primárias.

- CORES SECUNDÁRIAS - Resultam da combinação de quaisquer duas cores primárias: laranja (vermelho e amarelo), verde (amarelo e azul), roxo ou violeta (vermelho e azul).

Cores secundárias

- CORES TERCIÁRIAS -  Resultam da combinação de uma cor primária com uma cor secundária:  vermelho-arroxeado (vermelho e roxo), vermelho-alaranjado (vermelho e laranja), amarelo-alaranjado (amarelo e laranja), amarelo-esverdeado (amarelo e verde), azul-esverdeado (azul e verde), azul-arroxeado (azul e roxo). 

Cores terciárias.

- CORES QUATERNÁRIAS – Resultam da combinação de duas cores secundárias: Ardósia (verde e roxo), castanho (laranja e roxo) e Citrino (laranja e verde).

Cores quaternárias

- CORES NEUTRAS – São: branco, preto e cinza (mistura de branco e preto). Podem servir de base para diversas combinações.

Cores neutras.

Círculo cromático
O círculo cromático é um círculo constituído por 12 cores (3 primárias, 3 secundárias e 6 terciárias) dispostas sequencialmente no chamado círculo cromático, que sintetiza o modo como as cores secundárias foram obtidas pela combinação das primárias, bem como as cores terciárias foram obtidas pela combinação das primárias com as secundárias.
O círculo cromático é uma ferramenta muito utilizada na arte, design e outras áreas criativas, por permitir inferir as combinações de cores que são harmoniosas.

O círculo cromático sintetiza o modo como a partir das cores primárias resultam
todas as outras. É ainda um instrumento útil na combinação harmoniosa de cores.

Há que ter em conta que as cores influenciam directamente as nossas emoções. Daí que a pintura deva sempre ter em conta o resultado provocado pela disposição e quantidade das cores usadas.
As cores que são opostas no círculo, dizem-se cores complementares.
O círculo cromático é composto de cores quentes (amarelo, laranja amarelado, laranja, vermelho alaranjado e vermelho) e cores frias (amarelo esverdeado, verde, verde azulado, azul, azul violeta e violeta). O branco, que reflecte todas as outras cores, é considerado uma cor fria. Já o preto, que absorve todas as cores, pode ser considerada uma cor quente. As cores quentes e as cores frias influenciam o modo como nos vestimos. No Verão devemos usar cores frias, claras e coloridas. Já no Inverno devemos usar cores escuras. Algumas vezes algumas cores frias parecem mais quentes que outras. Por exemplo, o violeta e o verde ambos são cores frias, mas o violeta é mais quente que o verde.

Combinação de cores
Para se alcançar uma combinação harmoniosa de cores, há que recorrer a combinações de cores já estudadas e que são de diversos tipos:

COMBINAÇÃO DE CORES MONOCROMÁTICA
Quando se usa só uma cor ou variações das suas tonalidades. Aqui os contrastes entre as cores são suaves. A combinação de cores monocromática utiliza variações de luminosidade e saturação de uma mesma cor. Estas combinações simples e elegantes, são de fácil percepção pelo observador especialmente quando se trata de tons azuis e verdes. Admite ainda acessoriamente uma cor neutra como branco, preto ou cinzento. A combinação de cores monocromática carece de contraste, pelo que não é tão vibrante como a combinação de cores complementares.

Alguns dos tons de azul.

COMBINAÇÃO DE CORES ANÁLOGAS
Quando se combina uma cor primária com as cores vizinhas no círculo cromático, as quais possuem uma cor básica em comum. Uma cor é utilizada como a dominante enquanto que as adjacentes são utilizadas para enriquecer a harmonia. As combinações de cores análogas transmitem a sensação de unidade e coerência. Admitem acessoriamente a utilização de uma cor neutra. São tão fáceis de criar quanto as combinações de cores monocromáticas, no entanto são mais ricas. De salientar que uma combinação de cores análogas carece de cor de contraste. Deste modo não é tão vibrante como uma combinação de cores complementares.
São possíveis as combinações:
- Verde azulado, azul, azul violeta.
- Vermelho violeta, vermelho, vermelho alaranjado.
- Amarelo esverdeado, verde, verde azulado.

Combinação de cores análogas.

COMBINAÇÃO DE CORES COMPLEMENTARES
Quando se combina uma cor com a cor oposta no círculo cromático. É admissível a combinação de cores frias e cores quentes. Esta combinação associa uma cor mais vibrante com uma cor mais sóbria. Ao utilizar-se esta harmonia deve-se escolher uma cor como dominante e utilizar a complementar para destaques. Como por exemplo, utilizar uma cor para fundo e a outra para destacar os elementos mais importantes. A combinação de cores complementares oferece elevado contraste, ideal para despertar a atenção do observador.
 São possíveis as combinações:
- Amarelo, violeta.
- Laranja amarelado, azul violeta.
- Laranja, azul.
- Vermelho alaranjado, verde azulado.
- Vermelho, verde.
- Vermelho violeta e amarelo esverdeado.

Combinação de cores complementares.

COMBINAÇÃO DE CORES EM TRÍADE
Quando se combinam três cores equidistantes no círculo cromático. Uma tal combinação forma um triângulo equilátero dentro do círculo cromático. É muito simples de constituir uma tríade de cores. Basta escolher uma cor no círculo cromático, saltar três cores, escolher a próxima, saltar mais três cores e escolher a próxima. Sendo uma combinação harmónica, a combinação de cores em tríade é mais colorida que a combinação de cores complementares, análogas ou monocromáticas.
A combinação de cores em tríade não oferece tanto contraste como a combinação de cores complementares, mas é mais harmoniosa.
São possíveis as combinações:
- Vermelho, amarelo, azul.
- Vermelho alaranjado, amarelo esverdeado, azul violeta.
- Laranja, verde, violeta.
- Laranja amarelado, verde azulado, vermelho violeta.

Combinação de cores em tríade.

COMBINAÇÃO COM COR COMPLEMENTAR DIVIDIDA
Quando se combinam três cores que formam um quadrado dentro do círculo cromático. Trata-se de uma combinação de cores menos vibrante que a combinação com cores análogas e a combinação com cores complementares. É muito fácil de conseguir. Basta escolhera uma cor no círculo cromático e em vez de se escolher a cor complementar, escolhem-se as duas cores que lhe são adjacentes. Trata-se de uma combinação de cores que oferece grande contraste sem a tensão da combinação complementar de cores. Por outro lado, a combinação com cor complementar dividida oferece mais nuances que a a combinação com cores complementares, ao mesmo tempo que retém o contraste visual.
São possíveis as combinações:
- Verde, vermelho alaranjado, vermelho violeta.
- Verde azulado, vermelho, laranja.
- Azul, vermelho alaranjado, laranja amarelado.
- Azul violeta, laranja, amarelo.
- Violeta, laranja amarelado, amarelo esverdeado.
- Vermelho violeta, amarelo, verde.
- Vermelho, amarelo esverdeado e verde azulado.
- Vermelho alaranjado, verde, azul.
- Laranja, azul violeta, verde azulado.
- Laranja amarelado, violeta, azul.
- Amarelo, vermelho violeta, azul violeta.
- Amarelo esverdeado, violeta, vermelho.

Combinação com cor complementar dividida.

COMBINAÇÃO DE CORES EM QUADRADO
Quando se combinam quatro cores que formam um quadrado dentro do círculo cromático. Trata-se de uma combinação de cor vibrante, já que corresponde à combinação de dois pares de cores complementares. É muito fácil de constituir um quadrado de cores. Basta escolhera uma cor no círculo cromático, saltar duas cores, escolher a próxima, saltar mais duas cores, escolher a próxima, saltar mais duas cores e escolher a próxima. Esta combinação de dois pares de cores complementares é das mais ricas de todas as combinações, mas é muito difícil de trabalhar. Se as quatro cores são utilizadas em iguais proporções, a harmonia parecerá desequilibrada, pelo que deverá sempre ser escolhida uma cor como dominante em relação às restantes.
São possíveis as combinações:
- azul, vermelho, laranja, verde.
- violeta, vermelho alaranjado, amarelo, verde azulado.

- vermelho,laranja, amarelo esverdeado, azul.
.
Combinação de cores em quadrado.

COMBINAÇÃO DE CORES EM RECTÂNGULO
Quando se combinam quatro cores que formam um rectângulo dentro do círculo cromático. Trata-se de uma combinação de cor vibrante, já que corresponde à combinação de dois pares de cores complementares. É muito fácil de constituir um rectângulo de cores. Basta escolher uma cor no círculo cromático, saltar uma cor, escolher a próxima, saltar mais três cores, escolher a próxima, saltar mais uma cor e escolher a próxima. À semelhança da combinação de dois pares de cores complementares em quadrado, também a combinação de dois pares de cores complementares em rectângulo é das mais ricas de todas as combinações, mas é muito difícil de trabalhar. Se as quatro cores são utilizadas em iguais proporções, a harmonia parecerá desequilibrada, pelo que deverá sempre ser escolhida uma cor como dominante em relação às restantes.
São possíveis as combinações:
- Vermelho, laranja, verde, azul.
- Vermelho alaranjado, laranja amarelado, verde azulado, azul violeta.
- Laranja, amarelo, azul, violeta.
- Laranja amarelado, amarelo esverdeado, azul violeta, vermelho violeta.
- Amarelo, verde, violeta, vermelho.
- Amarelo esverdeado, verde azulado, vermelho violeta, vermelho alaranjado.

Combinação de cores em rectângulo.
BIBLIOGRAFIA

quinta-feira, 1 de junho de 2017

Côvado à vista!



O padrão medieval de côvado surgiu a descoberto e devidamente sinalizado no FESTIVAL DA RAINHA - IV Feira Medieval de Estremoz, que nos passados dias 20 e 21 de Maio, teve lugar no Castelo de Estremoz. Congratulo-me por o Município ter aceite uma sugestão minha, devidamente fundamentada e apresentada já lá vão dois anos e meio.

Reconhecimento do padrão medieval de côvado
Em finais de Dezembro de 2014, iniciei um conjunto de 3 artigos no jornal Brados do Alentejo, nos quais dava conta do reconhecimento da existência na primitiva Casa da Câmara de Estremoz, de um padrão medieval de côvado. Este consistia num sulco vertical de 66 cm, observável no segundo colunelo à direita da porta de entrada e parcialmente coberto com argamassa.
Chamada de atenção ao Município de Estremoz
A existência em Estremoz de uma medida-padrão medieval é uma mais valia em termos arqueológicos, históricos, metrológicos e turísticos. A partir daquela data, Estremoz passou a figurar por direito próprio, na rota das medidas-padrão medievais portuguesas. Considerei desde logo, ser da máxima importância, a inventariação, preservação e valorização daquele padrão. Daí que tenha sugerido ao Município de Estremoz para que procedesse à remoção da argamassa que ainda a ocultava parcialmente, que a sinalizasse e a divulgasse na imprensa nacional, notificando também a Academia Portuguesa de História e o Instituto Português da Qualidade, da existência da mesma.
Medidas medievais de comprimento
O sistema de medidas de comprimento usado em Portugal na Idade Média para medir e transaccionar tecidos, incluía o “côvado” (66 cm) e a uniformidade do seu valor terá sido generalizado a todo território nacional, provavelmente desde os meados do séc. XIII, o que facilitaria o combate à fraude. Todavia, alguns mercadores usavam medidas mais curtas que o devido. Daí a necessidade da existência de medidas-padrão para aferir a autenticidade das medidas usadas pelos mercadores.
As Ordenações Afonsinas registam a obrigatoriedade das medidas terem marcas a certificar a sua validade, fixando também multas a aplicar a quem usasse medidas sem marcas de aferição ou comprimento insuficiente. A aferição das medidas usadas pelos mercadores seria feita pelo seu confronto com as medidas-padrão gravadas na pedra, devendo aquelas encaixar nestas, sem folgas no sentido do comprimento. A marcação das medidas aferidas deveria ser realizada por alguém habilitado para o fazer, assegurando a autenticidade das marcas e a sua aceitação pelas partes envolvidas numa transacção comercial: mercadores e compradores.
Localização do padrão
A localização da medida-padrão de côvado na primitiva Casa da Câmara de Estremoz não é ocasional, uma vez que visando salientar a sua legalidade, as medidas padrão eram gravadas em locais importantes ligados à Coroa ou à Igreja, junto de locais onde se desenvolvia o comércio, pelo que a feira medieval de Estremoz teria lugar no Largo do Castelo, local onde se situa a primitiva Casa da Câmara de Estremoz. Virgínia Rau no livro “Feiras Medievais Portuguesas/Subsídios para o seu estudo” (1943), diz-nos que a Feira franqueada de Estremoz foi criada em 1463 por D. Afonso V.
Datação provável da ocultação do padrão
As medidas medievais de comprimento foram abolidas e consideradas ilegais a partir de 1 de Janeiro de 1860, data da entrada em vigor de um decreto assinado por D. Pedro V, que implementava o Sistema Métrico Decimal, que tinha como unidade de comprimento o metro.
A partir daquela data, a medida-padrão de côvado era desnecessária para a aferição de côvados usados no comércio. Passaria a ser apenas um sulco no mármore dum colunelo da primitiva Casa da Câmara. Provavelmente terá sido nesta época que o padrão medieval de côvado terá sido preenchido com argamassa.
Publicado no Jornal E nº 178, de 1 de Junho de 2017

sexta-feira, 16 de dezembro de 2016

Sua Excelência, a cunha


Brasão dos Cunha

A cunha está na ordem do dia. Porque se trata dum termo susceptível de interpretação bivalente, merece ser analisado à lupa.

A cunha em si própria
A cunha é uma máquina simples que consiste numa peça de aço ou madeira rija, terminada em ângulo diedro muito agudo e que se introduz à força pela aresta correspondente ao ângulo diedro mais agudo, entre as partes dum mesmo corpo que se querem separar. As cunhas permitem fender ou dividir corpos sólidos como madeiras ou rochas, aproveitando sempre que possível quaisquer sulcos, fendas ou veios que aquelas apresentem. Na prática, uma cunha é um duplo plano inclinado transportável, cujo funcionamento obedece ao mesmo princípio do plano inclinado. Ao mover-se no sentido da sua extremidade afilada, a cunha gera forças intensas na direcção perpendicular ao sentido do movimento. A cunha é a base de todas as ferramentas de corte usadas no trabalho de materiais, como o formão, o escopro, o machado, o ferro da plaina, os pregos, as lâminas das facas e das tesouras.
Enquanto máquinas simples, as cunhas estão registadas no adagiário português: “Com cunhas se racham pedras” e “Se não fossem as cunhas, não se rachavam paus”. Na gíria popular, “ À cunha” significa “Completamente cheio”. Em termos de toponímia, “Cunha” é topónimo aplicável a lugares de freguesias e freguesias, havendo ainda que distinguir entre “Cunha Alta”, “Cunha Baixa” e “Cunhas”. O anexim “Cunha” aparece também no contexto das alcunhas alentejanas. A nível de antroponímia, “Cunha” é um sobrenome português e galego de origem toponímica, documentado desde o século XIII e aplicável a inúmeras pessoas notáveis. No que respeita a heráldica, “Cunha” é uma figura heráldica em forma de cunha, o conhecido utensílio dos ra­chadores de lenha, o qual só figura nas armas das famílias com este nome e é representável por um trapézio isósceles com a base virada para cima. Da heráldica dos “Cunha”, muito haveria a dizer, mas que se omite, não por preconceito republicano, mas por real falta de espaço.

A cunha em sentido figurado
Na gíria popular, a palavra “cunha” é usada como sinónimo de “tráfico de influências”. Meter uma cunha” significa “Pedir o favor de uma pessoa influente” e “Ter uma cunha” é “Contar com a protecção de uma pessoa influente”. Daí, que com tal sentido, esteja registada no adagiário português: “Para lá da Gardunha só te safas com uma cunha”. É caso para perguntar:
- E na nossa terra?
A resposta é óbvia:
- Estamos para lá da Gardunha. Existe uma instituição chamada “cunha”!
Diz-nos o adagiário português que, embora haja quem pense que “Um favor qualquer um faz”, isso não exclui a presunção de que “Favores alegados, pagos estão”, bem como “De grandes senhores, grandes favores”, os quais não os farão indiscriminadamente, já que “Favor ao comum, favor a nenhum”.
Há quem diga que isto está a mudar. Eu tenho bastantes dúvidas, já que “A dúvida é a sala de espera do conhecimento” e “Quem duvida não se engana”.

quarta-feira, 4 de fevereiro de 2015

A importância das medidas padrão medievais

Padrão das medidas de Vara e Meia Vara, gravadas verticalmente na ombreira
direita da Porta da Vila das muralhas de Monsaraz, na face voltada ao interior.

Na sequência dos artigos anteriores “DESCOBERTA ARQUEOLÓGICA / Padrão Medieval de côvado identificado em Estremoz” (B.A. nº 848) e “Ainda o padrão medieval de côvado / Confirmada a descoberta” (B.A. nº 850), entendi ser conveniente esclarecer a importância das medidas padrão medievais.
Após a fundação da nacionalidade e com a consolidação do Estado surgiu a necessidade de uniformização dos padrões de medida, por se considerar que a mesma unidade de medida não devia ter valores diferentes em pontos distintos do país. Assim o impunha a identidade do território como Estado e as trocas comerciais entre as diversas regiões.
Era privilégio real o estabelecimento e regulamentação dos padrões de medida, os quais eram definidos na carta de foral que o rei atribuía a cada concelho. 
As medidas padrão medievais tinham uma função reguladora, normalizadora e moralizadora. Por um lado asseguravam a defesa do consumidor. Por outro lado, tinham uma finalidade fiscal, sendo utilizadas na aplicação de tributos reais, de impostos devidos à entrada nas povoações de produtos agrícolas, de impostos incidentes na propriedade, tendo em conta a sua área e de direitos de importação incidentes no comércio internacional. As medidas padrão eram assim instrumentos de poder e de vassalagem.
NOTA FINAL – Por lapso, no artigo “Ainda o padrão medieval de côvado / Confirmada a descoberta” (B.A. nº 850), não apareceu a legenda da figura. Era a seguinte: “ Padrão medieval de Vara e Meia Vara na Porta do Sol das muralhas do Redondo”.



quarta-feira, 21 de janeiro de 2015

Ainda o padrão medieval de côvado

Padrão da medida de Côvado gravada verticalmente no segundo colunelo à
Direita da porta de entrada da primitiva Casa da Câmara de Estremoz.

Confirmada a descoberta
Entre 28 e 30 de Dezembro passado, houve troca de emails entre mim e o Professou Doutor Mário Jorge Barroca do Instituto de Arqueologia, Departamento de Ciências e Técnicas do Património, Faculdade de Letras da Universidade do Porto.
Aquele Professor certificou a veracidade da descoberta por mim divulgada em artigo publicado no nº 848-3ª série (25-12-2014) do jornal “Brados do Alentejo”, sob a epígrafe:DESCOBERTA ARQUEOLÓGICA / Padrão Medieval de côvado identificado em Estremoz . Disse-me o Docente Universitário que já o tinha identificado e iria adicioná-lo a uma actualização do seu “Inventário das Medidas Medievais Portuguesas”. Referiu ainda que o meu texto, pelo qual me felicitou, iria ser citado naquele Inventário como a primeira publicação que se referiu a esta descoberta.
Remoção da massa vedante do padrão
No artigo anterior sugeri ao Município que fosse removida a argamassa que ainda oculta parcialmente o padrão medieval de côvado. Chamo agora a atenção para o facto de o pedreiro que o fizer, o dever fazer com todo o cuidado, de modo a só remover a massa vedante do sulco, sem o danificar. Por outro lado e é uma observação nova que agora faço, esta argamassa que é de dois tipos, deveria ser recolhida, visando a sua análise pelo Laboratório Hércules da Universidade de Évora. Na verdade, os investigadores que estão a efectuar o estudo material e técnico dos Bonecos de Estremoz, através do estudo das argamassas poderiam balizar a data em que o padrão de côvado foi oculto, anteriormente à fotografia do “SIPA – Sistema de Informação para o Património Arquitectónico”, divulgada no meu artigo anterior e obtida em 1968 no decurso de obras de restauro e onde a ocultação está patente.
A importância da descoberta
Penso que a descoberta é da máxima importância, pelo que após o padrão medieval de côvado ser desobstruído de toda a argamassa e revelado na sua totalidade, deveria ser alvo de divulgação mediática por parte do Município, a qual a meu ver deveria ser de âmbito nacional.
A partir de agora, Estremoz figurará por direito próprio, na rota das medidas-padrão medievais portuguesas. No Alentejo e para além de Estremoz, foram há muito identificadas medidas-padrão nas seguintes localidades e lugares: CASTELO DE VIDE - Porta do Castelo (Vara); MONFORTE – Igreja da Madalena (Meia Braça e Meia Vara); ALANDROAL – Porta do Castelo (Vara); REDONDO – Porta do Sol das Muralhas do Redondo (Vara e Meia Vara); MONSARAZ – Porta da Vila das Muralhas de Monsaraz (Vara e Meia Vara).  
Datação provável da ocultação do padrão
As medidas medievais de comprimento (palmo, côvado, meio côvado, vara, meia vara e braça) foram utilizadas em Portugal até ao séc. XIX. O metro, que ainda hoje é usado como unidade de comprimento, faz parte do Sistema Métrico Decimal, que foi adoptado em Portugal por decreto de D. Maria II (1819-1853), de 13 de Dezembro de 1852, o qual estipulava um prazo de dez anos para a sua entrada em vigor. Daí que em 20 de Junho de 1859 tenha sido assinado por D. Pedro V (1837-1861), o decreto pelo qual passa a vigorar o metro como unidade de comprimento a partir da data de 1 de Janeiro de 1860, sendo a partir desta data abolidas e consideradas ilegais todas as medidas medievais de comprimento. A partir desta data a medida-padrão de côvado era desnecessária para a aferição de côvados usados no comércio. Passara a ser apenas um sulco no mármore dum colunelo da primitiva Casa da Câmara. Provavelmente terá sido nesta época que o padrão medieval de côvado terá sido preenchido com argamassa. De resto, no início do séc. XVIII, a Casa da Câmara já havia sido transferida para a Rua Nova da Praça (hoje rua 5 de Outubro), frente à demolida Igreja de Santo André. Na Praça (actual Largo Luís de Camões), realizava-se todos os sábados, um mercado.
No séc. XVIII, Estremoz já não tinha a feira franqueada criada em 1463 por D. Afonso V. Tinha duas feiras francas com a duração de três dias: - A Feira de Santiago com início a 25 de Julho e que tinha lugar no Grande Rossio (actual Rossio Marquês de Pombal); - A Feira de Santo André com início a 30 de Novembro e que decorria no Rossio de São Brás (presentemente Largo D. José I).
Não será despropositado admitir que possam ter existido e que ainda não foram descobertos, padrões medievais de medidas de comprimento, na Praça, no Grande Rossio ou no Rossio de São Brás. É um assunto que carece de investigação.




Padrão da medida de Vara gravada verticalmente na ombreira direita de uma
Porta do Castelo de cabeço de Vide, na face voltada ao exterior.
 Padrões das medidas de Meia Braça e Meia Vara gravadas verticalmente em
coluna do alpendre da Igreja da Madalena, em Monforte.
Padrão da medida de Vara gravada verticalmente na ombreira direita da
Porta do Castelo do Alandroal, na face voltada ao exterior.
 Padrão das medidas de Vara e Meia Vara gravadas verticalmente na ombreira
direita da Porta do Sol das muralhas do Redondo, na face voltada ao exterior.
Padrão das medidas de Vara e Meia Vara gravadas verticalmente na ombreira
direita da Porta da Vila das muralhas de Monsaraz, na face voltada ao interior.

quarta-feira, 24 de dezembro de 2014

Descoberta arqueológica em Estremoz


(1º terço do séc. XIV). Fotografia de Luís Guimarães. 

Padrão medieval de côvado identificado em Estremoz 
A primitiva Casa da Câmara de Estremoz tem segundo Túlio Espanca, uma antiguidade que remonta ao 1º terço do séc. XIV. Nela, o segundo colunelo à direita da porta de entrada, tal como os outros de base quadrada e capitel zoo-antropomórfico, apresenta uma singularidade que o distingue dos restantes. Nele está gravado um sulco vertical, parcialmente coberto com argamassa, como mostra fotografia recente de Luís Guimarães e fotografia do “SIPA – Sistema de Informação para o Património Arquitectónico”, obtida em 1968 no decurso de obras de restauro.
A medição do comprimento do sulco revela que o seu valor é de 66 cm. Estamos assim em presença de um padrão medieval de comprimento conhecido por “côvado” e que correspondia a 66 cm.
O reconhecimento da existência naquele monumento da medida-padrão medieval de côvado, reveste-se da máxima importância, uma vez que não consta do Inventário das Medidas Medievais Portuguesas, divulgado por Mário Jorge Barroca no artigo “MEDIDAS-PADRÃO MEDIVAIS PORTUGUESAS”, publicado na Revista da Faculdade de Letras, em 2006. Daí que o presente escrito vise contribuir para a inventariação, preservação e valorização daquele padrão. 
Medidas medievais de comprimento 
O sistema de medidas de comprimento usado em Portugal na Idade Média para medir e transaccionar tecidos baseava-se no “palmo”, que equivalia a 22 cm. O palmo tinha dois múltiplos principais: o “côvado” (66 cm) e a “vara” (110 cm), correspondentes respectivamente a três e a cinco palmos. Cada uma destas medidas tinha um submúltiplo com metade do seu comprimento: o “meio côvado” (33 cm) e a “meia vara” (55 cm). Existia ainda uma outra medida, não baseada no palmo: a “braça” (184 cm) e que tinha também um submúltiplo: a “meia braça” (92 cm).
A uniformidade dos valores das medidas registadas no inventário das Medidas Medievais Portuguesas, levaram Mário Jorge Barroca a concluir que ela se terá generalizado a todo território nacional, provavelmente desde os meados do séc. XIII, o que facilitaria o combate à fraude. Todavia, alguns mercadores usavam medidas mais curtas que o devido. Daí a necessidade da existência de medidas-padrão para aferir a autenticidade das medidas usadas pelos mercadores. Em Évora, nos finais do séc. XIV era obrigatória a aferição mensal das medidas, conforme refere Oliveira Marques no livro “A Sociedade Medieval Portuguesa” (1960). De resto, Mário Jorge Barroca no artigo anteriormente citado, dá conhecimento de que as Ordenações Afonsinas registam a obrigatoriedade das medidas terem marcas a certificar a sua validade, fixando também multas a aplicar a quem usasse medidas sem marcas de aferição ou comprimento insuficiente. A aferição das medidas usadas pelos mercadores seria feita pelo seu confronto com as medidas-padrão gravadas na pedra, devendo aquelas encaixar nestas, sem folgas no sentido do comprimento. A marcação das medidas aferidas deveria ser realizada por alguém habilitado para o fazer, assegurando a autenticidade das marcas e a sua aceitação pelas partes envolvidas numa transacção comercial: mercadores e compradores. 
Localização do padrão 
A localização da medida-padrão de côvado na primitiva Casa da Câmara de Estremoz não é ocasional, uma vez que visando salientar a sua legalidade, as medidas padrão eram gravadas em locais importantes ligados à Coroa ou à Igreja, tais como portas de castelos ou muralhas e paredes de igrejas. Por outro lado, as medidas-padrão eram colocadas nos locais onde se desenvolvia o comércio, pelo que a feira medieval de Estremoz teria lugar no Largo do Castelo, local onde se situa a primitiva Casa da Câmara de Estremoz. 
A feira medieval de Estremoz 
Como nos diz Virgínia Rau no livro “Feiras Medievais Portuguesas/Subsídios para o seu estudo” (1943), a Feira franqueada de Estremoz foi criada em 1463 por D. Afonso V, que em 25 de Janeiro desse ano, deferiu um pedido de homens bons e concelho de Estremoz, no sentido de lhes ser concedido lugar e autoridade para realizarem uma feira real anual. O rei, reconhecendo o muito serviço da vila, que sempre fora da Coroa ordenou que a feira tivesse lugar de 20 a 30 de Junho, ficando o concelho dispensado da colheita de sisa velha, que era um tributo incidente sobre as transacções e que constituía rendimento do rei. 
À atenção do Município de Estremoz 
A existência em Estremoz de uma medida-padrão medieval é uma mais valia em termos arqueológicos, históricos, metrológicos e turísticos. Daí que se sugira ao Município de Estremoz que proceda à remoção da argamassa que ainda a oculta parcialmente, que a sinalize e divulgue na imprensa nacional, notificando também a Academia Portuguesa de História e o Instituto Português da Qualidade, da existência da mesma.

Padrão medieval de côvado visível num colunelo da primitiva Casa da Câmara de Estremoz. 

terça-feira, 12 de novembro de 2013

A balança na Bíblia Sagrada

O prestamista (1664).
Gerrit Dou (1613-1675)
Óleo sobre madeira (29 x 23 cm).
Musée du Louvre, Paris.

O nosso deambular constante sobre por terrenos aparentes estéreis, está na origem de pesquisas e reflexões sobre a balança, o que vai dar origem à publicação sucessiva de posts, cujos títulos são:
- A simbologia da balança
- A balança na Mitologia
- A balança na Bíblia Sagrada
- A balança na Literatura Oral
Começámos por “A balança como instrumento de medida”, a que se segue agora:

A balança na Bíblia Sagrada
São múltiplas as referências bíblicas à balança:
- Se tão-somente pudessem pesar a minha aflição e pôr na balança a minha desgraça! (Jó 6:2)
- Deus me pese em balança justa, e saberá que não tenho culpa. (Jó 31:6)
- Os homens de origem humilde não passam de um sopro, os de origem importante não passam de mentira; pesados na balança, juntos não chegam ao peso de um sopro. (Salmos 62:9)
- Quem mediu as águas na concha da mão, ou com o palmo definiu os limites dos céus? Quem jamais calculou o peso da terra, ou pesou os montes na balança e as colinas nos seus pratos? (Isaías 40:12)
- Na verdade as nações são como a gota que sobra do balde; para ele são como o pó que resta na balança; para ele as ilhas não passam de um grão de areia. (Isaías 40:15)
- Alguns derramam ouro de suas bolsas e pesam prata na balança; contratam um ourives para transformar isso num deus, inclinam-se e o adoram. (Isaías 46:6)
- Assinei e selei a escritura, e pesei a prata na balança, diante de testemunhas por mim chamadas. (Jeremias 32:10)
- Agora, filho do homem, apanhe uma espada afiada e use-a como navalha de barbeiro para rapar a cabeça e a barba. Depois tome uma balança de pesos e reparta o cabelo. (Ezequiel 5:1)
- Como os descendentes de Canaã, comerciantes que usam balança desonesta e gostam muito de extorquir, (Oséias 12:7)
- Quando o Cordeiro abriu o terceiro selo, ouvi o terceiro ser vivente dizer: "Venha!" Olhei, e diante de mim estava um cavalo preto. Seu cavaleiro tinha na mão uma balança. (Apocalipse 6:5)

terça-feira, 22 de outubro de 2013

A balança como instrumento de medida

Fig. 1
Interior - Nazaré (1930). Raquel Roque Gameiro Ottolini (1889 -1970). Aguarela sobre
cartão prensado (39,5 x 37 cm). Museu Nacional  de Arte Contemporânea, Lisboa.

O nosso deambular constante sobre por terrenos aparentes estéreis, está na origem de pesquisas e reflexões sobre a balança, o que vai dar origem à publicação sucessiva de posts, cujos títulos são:
- A balança como instrumento de medida
- A simbologia da balança
- A balança na Mitologia
- A balança na Bíblia Sagrada
- A balança na Literatura Oral
Comecemos por:

A balança como instrumento de medida
A antiguidade da balança é testemunhada por inúmeros documentos, que levam a acreditar que o seu uso seja coevo das primeiras transacções comerciais. Uma coisa, porém, é certa: os egípcios já conheciam a balança. A Fig. 2, pertencente a um papiro do “Livro dos Mortos”, da XVIII dinastia (c.1550 a.C.- c.1295 a.C.), conservado no Museu de Turim, mostra a utilização de uma balança. Aí podemos ver Anúbis pesando o coração de uma sacerdotisa. O órgão foi posto no prato da esquerda, enquanto que no prato da direita está uma figura que representa a Verdade. No alto da balança o deus Thoth, tendo a aparência de um babuíno, anota o resultado da pesagem.

Fig. 2

Sob um ponto de vista físico, uma balança é um instrumento de medida usado na determinação do peso dos corpos e que tem por órgão essencial uma “alavanca interfixa”, a qual está esquematizada na Fig. 3:

Fig. 3

Na imagem estão esquematizados os pesos aplicados aos braços da balança e as respectivas distâncias ao ponto de assentamento, chamado “fulcro”. A condição de equilíbrio da alavanca interfixa é:


Por outras palavras: os pesos aplicados aos braços da balança são inversamente proporcionais às distâncias a que se encontram relativamente ao fulcro.
As balanças mecânicas podem ser de braços suspensos ou de braços apoiados e ter braços iguais ou desiguais, sendo certo que as balanças mecânicas mais antigas são balanças de pratos suspensos e iguais, conhecidas por “balanças ordinárias” (Fig. 4). Eram estas as balanças usadas outrora, correntemente, nos mercados, talhos, peixarias, mercearias, drogarias, farmácias e ourives. 

Fig. 4 (1)

A balança ordinária compõe-se duma alavanca interfixa chamada travessão, móvel em torno dum eixo oscilação horizontal, localizado no meio e constituído por um cutelo de aço, apoiado sobre duas peças planas bem polidas, de aço ou de ágata.
Nas extremidades A e B do travessão estão fixos dois cutelos com as arestas viradas para cima, sobre os quais se apoiam os ganchos que suportam os pratos destinados a receber os corpos ou os pesos marcados. O travessão sustenta ainda no meio uma agulha, apelidada “fiel”, que é perpendicular à linha do travessão e ao eixo de oscilação, podendo deslocar-se para um e outro lado duma linha de fé localizada numa escala graduada localizada por cima ou por baixo do travessão.
As arestas dos três cutelos A, B e C (Fig. 5) são paralelas e situam-se no mesmo plano. Supondo-as reduzidas a três pontos e em linha recta, daremos a esta linha o nome de “linha do travessão” e o de “braços do travessão” às distâncias CA e CB. 

 Fig. 5 (1)

Para efectuar uma pesagem simples, o método vulgar baseia-se em colocar o corpo que se pretende pesar num dos pratos e pesos marcados no outro, até que o travessão fique em equilíbrio na posição horizontal, o que se reconheça por a agulha coincidir com a linha de fé (zero da escala). Efectua-se seguidamente a soma dos pesos marcados, tomando-se esta soma como resultado do peso do corpo.
Para que o resultado obtido numa pesagem seja exacto é preciso que a balança seja “justa” e sensível”. Uma balança é “justa” se o travessão se mantém horizontal quando nos pratos são colocados pesos iguais, o que exige a verificação das seguintes condições: 1º) Os braços do travessão e os pratos devem ser rigorosamente iguais; 2º) Os pontos de suspensão dos pratos devem ficar a distâncias constantemente iguais do eixo do travessão, qualquer que seja a sua posição; 3º) Quando o travessão está horizontal, o centro de gravidade do sistema móvel deve situar-se na vertical do ponto de suspensão e por baixo dele. Na prática, verifica-se se uma balança é “justa”, observando cumulativamente os seguintes factos: 1º) O fiel da balança fica no zero da escala quando o travessão não suporta os pratos; 2º) O fiel da balança fica no zero da escala quando o travessão suporta os pratos; 3º) O fiel da balança fica no zero da escala quando se permutam os pesos colocados originariamente em cada um dos pratos.
Por outro lado, verifica-se se uma balança é “sensível”, colocando pequenos pesos nos pratos e observando se a balança oscila. Diz-se, por exemplo que uma balança é sensível ao miligrama, quando esta oscila pela adição deste peso a um dos pratos.  
Qualquer balança admite uma carga máxima, correspondente ao valor dos pesos que os pratos podem suportar, sem que ocorra deterioração dos cutelos ou flexão sensível no travessão.

BIBLIOGRAFIA
(1) - NOBRE, Francisco Ribeiro. Tratado de Física Elementar (23ª edição). Lello & Irmão, Lda. Porto, 1929.