Na sequência do movimento das Forças Armadas de 25 de Abril,
decretou a Junta de Salvação Nacional feriado obrigatório o primeiro
de Maio, considerado o dia do trabalho e, consequentemente, dia de
festa para todos os trabalhadores. Festa muito especial, este ano, porque
com ela se quis assinalar o triunfo das Forças Armadas. Por todo o pais
se realizaram manifestações populares de apoio à Junta de Salvação
Nacional, umas - caso de Lisboa - organizadas pelos Sindicatos, outras -
como em Estremoz - promovidas pelo Movimento Democrático.
Uma profusão de programas e cravos vermelhos, que se viam, desde
manhã, em muitas mãos e muitas lapelas, despertou grande parte da
população para a manifestação, anunciada para as 16 horas.
E, perto da hora marcada, começou a concentração no nosso vasto
Rossio Marquês de Pombal, habitual cenário das mais variadas
manifestações festivas, políticas e religiosas.
Ali se reuniram muitas centenas de pessoas de todas as idades,
condições e matizes, para ouvirem os esperados discursos e,
através deles, tomarem posição frente aos acontecimentos e
face às anunciadas linhas de orientação politica que vão presidir
aos destinos do país e dos cidadãos. Junto à comissão local
organizadora da manifestação, via-se o sr. Capitão Luís Fernando
de Andrade Moura, que comandou o Esquadrão de Cavalaria 3,
cuja intervenção no levantamento de 25 de Abril se tornou notória.
Presentes, também estandartes de colectividades locais e …
… inúmeros cartazes, nos mais variados tons, desde os da exaltação ao
movimento das Forças Armadas até aos de significado reivindicativo.
Fizeram uso da palavra vários oradores, o primeiro do o quais o invisual
Polivalente de Estremoz, seguindo-se-lhe o dr. António João Vestia da Silva,
da freguesia de São Domingos e a exercer advocacia na nossa cidade, o
ex-preso político Piteira, que disse ter saído naquele dia do presídio da
Trafaria, o estremocense Rui Manuel Zagalo Pacheco, o dr. António
Inocêncio Amaro Simões e Raul Bernardo Manuel Júnior, ambos professores
na Escola Técnica de Estremoz, o democrata de Évora António Manuel
Murteira e o jovem , eborense também, conhecido pelo “Pãozinho”,
do movimento estudantil democrático daquela cidade.
Um dos oradores pediu um minuto de silêncio em homenagem à
memória de quantos morreram pela pátria e pela liberdade.
Terminada a série de discursos, os manifestantes desfilaram pelo Rossio e…
…Rua 5 de Outubro, a caminho do quartel do Regimento de Cavalaria 3,
frente ao qual se repetiram as manifestações de apoio às Forças Armadas
e Junta de Salvação Nacional.
BIBLIOGRAFIA
- Fotos de Olímpio Ferreira. Arquivo de Hernâni Matos.
- Jornal "Brados do Alentejo" de 5 de Maio de 1974.
Publicado inicialmente a 30 de Abril de 2010
Boas Horácio,
ResponderEliminarFoi um sonho lindo para os portugueses o periodo que se passou após o 25 de Abril! Os portugueses acreditarm que era possivel viver num país de igualdade! Rápidamente vimos que o sonho tinha acabado, e pior que isso chegou um pesadelo do qual a maior parte de nós já não vai sair!
O que mais me entristece é ver qua a maioria, sem culpa nenhum do que aconteceu, é que lhe tocou a fava!
Abraço
Abílio:
EliminarEstamos num período de vacas magras. Calha-nos sempre a fava e o bolo-rei é para eles.
Temos que dar a volta a isto!
Um abraço.
Muito bom.
ResponderEliminarSim, temos de dar a volta a isto!
É preciso, é imperioso e urgente dar uma volta a isto!
Eliminar25 de Abril sempre.
ResponderEliminar25 de Abril, sempre! Mas, sempre!
Eliminar