Por ocasião do Ultimato Inglês de 1890, Henrique Lopes de Mendonça (1856-1931) escreveu, com música de Alfredo Keil (1850-1907), “A Portuguesa”, marcha fremente e empolgante, de intensa expressão patriótica que se tornou um sucesso e se popularizou em todo o país, por interpretar fielmente o sentimento patriótico de revolta contra o ultimato que a Inglaterra, em termos altivos e vexatórios, impusera a Portugal.
Versão
inicial da letra e música de “A Portugueza”.
De salientar que a proclamação "contra os canhões, marchar, marchar", presente no refrão, é uma versão rectificada da letra original na qual se apregoava "contra os bretões, marchar, marchar", uma vez que o hino tinha sido produzido para reagir ao ultraje inglês.
Todavia, a marcha que fora concebida para unir os portugueses em torno de um sentimento comum, foi cantada pelos revolucionários de 31 de Janeiro de 1891, pelo que a partir daí a Monarquia proibiu a sua execução em actos oficiais e solenes.
31
de Janeiro, proclamação da República no Porto - 1891. A
PROCLAMAÇÃO DA REPÚBLICA
DAS
JANELLAS DA CAMARA MUNICIPAL. Gravura de Bertrand Dete in in A
Ilustração,
Paris
1891, vol. 3, p. 73.
Quando da implantação da República em 1910 "A
Portuguesa" emerge espontaneamente de novo, sendo tocada e cantada nas
ruas de Lisboa, tornando-se na sua versão completa, um consagrado símbolo
nacional. A Assembleia Constituinte de 19 de Junho de 1911, que aprovou a
Bandeira Nacional, proclamou "A Portuguesa" como Hino Nacional.
Versão actual da letra e música de “A Portuguesa”.
Em 1956, constatando-se a existência de algumas variantes do Hino, não só em termos melódicos como nas instrumentações, especialmente para banda, o Governo nomeou uma comissão encarregada de estudar a versão oficial de "A Portuguesa", a qual elaborou uma proposta que seria aprovada através da resolução do Conselho de Ministros publicada no Diário do Governo, 1ª série, nº 199, de 4-9-1957. Esta versão oficial é a que está actualmente em vigor. A letra foi simplificada, tendo sido elaborada a versão para grande orquestra sinfónica, da autoria de Frederico de Freitas, e, a partir desta, a versão para grande banda marcial, pelo major Lourenço Alves Ribeiro.
Publicado em 6 de Outubro de 2010
Gostei, sim senhor! Obrigada pelo seu trabalho!
ResponderEliminarmf/.
Excelente trabalho, gostei, obrigado
ResponderEliminarObrigada pela partilha,
ResponderEliminara Portuguesa foi ensaiada no Carril...é pena a casinha onde foram feitos os ensaios está a ruir...poder-se-á fazer alguma coisa..para que se possa reconstruir?
Ainda bem que ainda há muitos portugueses, com orgulho na sua bandeira e no seu símbolo. Pena que nas actuais escolas, não ensinem aos alunos a honrar a Bandeira e o seu Hino. Há actualmente um certo distanciamento comparado com o meu tempo.
ResponderEliminarActualmente estamos na era de pouca importância aos valores cívicos. Mais uma vez agradeço que tenha trazido um assunto importante ao seu blogue
Rosa Casquinha
Maria Rosa:
ResponderEliminarObrigado pelo seu comentário que muito valori este blogue
Viva A Republica.
ResponderEliminarAlguém quer apagar a memória e os teus ideais.
Viva!
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