Desde a sua génese, que as feiras
de artesanato visam a preservação e a promoção das artes tradicionais, enquanto reflexos
identitários e fontes de riqueza das comunidades.
São elementos fundamentais das
feiras de artesanato, os feirantes, designação bi-valente, aplicável tanto
a artesãos produtores como a público comprador.
Poderá haver feiras de
artesanato com mais ou menos público. Porém uma coisa é certa, não faz sentido
haver feiras de artesanato sem a presença de artesãos, os quais trabalhando ao
vivo mostram o seu saber fazer, comercializam a sua produção e dão a cara
no contacto com os clientes, promovendo a sua arte e com ela a comunidade onde
se inserem.
Foi assim que participaram em feiras
por aqui e por ali, José Moreira, Liberdade da Conceição, Irmãs Flores, Maria Luísa
da Conceição e Célia Freitas, nomes incontornáveis de barristas de Estremoz,
que não podem deixar de ser referidos e destacados como exemplo.
Apesar de tudo, a vida é como
o planeta Terra, dá muita volta, pelo que fruto das circunstâncias e pela indisponibilidade
de alguns artesãos estarem presentes nas feiras com stand próprio, a promoção
do artesanato de algumas regiões passou a ser feita por entidades vocacionadas
para o marketing de produtos de várias tipologias, entre elas o artesanato. É o
que tem sido feito pelo Turismo Municipal de vários municípios, por Entidades Regionais
de Turismo e por outras entidades. Qualquer delas tem objectivos mais vastos e
agenda própria, os quais ultrapassam largamente os objectivos específicos e os
interesses próprios dos artesãos.
Estremoz não foge à regra e
por isso o mesmo já aconteceu com representações de Estremoz em feiras de artesanato. Todavia, parece que houve artesãos de Estremoz que resolveram arrepiar caminho. Daí
que a participação dos artesãos estremocenses na Feira
de Artesanato de Vila do Conde do presente ano, tenha sido a maior de
sempre, com os artesãos distribuídos por 5 stands: Bonecos de Estremoz (3),
Olaria (1) e Artesanato em Pele (1).
Aí estiveram presentes os
barristas Carlos Alberto Alves, Inocência Lopes, Maria Isabel Catarrilhas Pires
e Sara Sapateiro, a ADOE - Associação Dinamizadora da Olaria de
Estremoz e a artesã Clara Cunha da empresa artesanal Maria da Conceição Cunha –
Artesanato em pele.
Fizeram-no na condição de artesãos
independentes, que se inscreveram por sua própria iniciativa e se deslocaram
pelos seus próprios meios. Trata-se de uma postura que traduz uma atitude de
independência que aqui sublinho e aplaudo. De igual modo, sublinho e aplaudo a
presença do Presidente do Município de Estremoz, José Daniel Sadio, na Feira de
Artesanato de Vila do Conde no passado dia 30 de Julho, onde foi recebido pelo
Dr. Saraiva Dias, Presidente da Associação para a Defesa do Artesanato e
Património de Vila do Conde (ADAPVC). Na sua visita, o autarca felicitou os
artesãos presentes pelo trabalho de promoção e divulgação do artesanato de
Estremoz, o que não deixa de ser significativo.
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