Álvaro Feijó (1916-1941)
Como os garotos
entrei no circo
por sob a tela! Ninguém… Ninguém!
Saltei na arena, berrei na arena…
ninguém!
Vesti o fato
vermelho e oiro
dalgum palhaço,
lancei nas ondas do ar o tesoiro
Do que eu quero fazer e que não faço.
Na escuridão
senti um riso
quando atirei minha alma nua,
tal e qual é na escuridão
Riso de quem?
Ninguém me via?
E a gargalhada ria,
como se fora eu próprio a rir.
Abri a alma,
mostrei-a inteira!
O que podia… E o resto, a esmo!
E o riso, ria.
Riso de quem?
E fui palhaço
de mim mesmo!
Álvaro Feijó (1916-1941)
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