Em tempos recuados, a transmissão de saberes
processava-se através da tradição oral, nomeadamente em serões de convívio e
partilha inter-geracional. A tradição oral tem uma literatura própria, na qual
se inserem as adivinhas.
O presente adivinhário da chuva, é fruto de recolha
pessoal e da consulta de fontes bibliográficas, cujos autores, em épocas distintas,
as recolheram da tradição oral ou noutras fontes bibliográficas:
O que é que se deseja
que venha quando tarda,
e que se vê
logo que vem? (1)
que venha quando tarda,
e que se vê
logo que vem? (1)
O que é, o que é, sempre
cai, mas nunca se machuca? (2)
Pelo muito bem que faço não
posso ser dispensado, se persisto aborreço, se falto sou desejado. (3)
Que é, que é,
Que cai de pé
E corre deitado? (4)
Mil cordéis,
Dez mil fios de seda,
Caindo no rio
Não podem já ver-se. (5)
Que é, que é, que aberto
guarda tudo, e, fechado, não guarda nada. (6)
Ando sempre com o meu dono,
Ora aberto ora fechado.
Como sou eu quem o protege,
Traz-me muito estimado. (7)
Ora aberto ora fechado.
Como sou eu quem o protege,
Traz-me muito estimado. (7)
O que é o que é que
sobe quando a chuva desce? (8)
Qual é a coisa que vem em
pé e está deitada? (9)
Semeiam-se aos regos,
Nunca botam grelos. (10)
Um terreno bem lavrado,
Sem charrua nem telhado. (11)
São muitas meninas numa
varanda,
Todas a chorar para a mesma
banda. (12)
Vinte mil meninas
Numa varanda,
Todas a chorar
P’rá mesma banda. (13)
Muitas senhoras,
Muitas senhoras.
Quando mija uma
Mijam todas. (14)
O que é que o guarda-chuva
disse para a bengala? (15)
Soluções
(1)
- Chuva.
(2)
- Chuva.
(3)
- Chuva.
(4)
- Chuva.
(5)
- Chuva (Macau)
(6)
- Guarda-chuva.
(7)
- Guarda-chuva.
(8)
- Guarda-chuva.
(9)
- Telha.
(10)
- Telhas.
(11)
- Telhado (Ameixial, concelho de Loulé).
(12)
- Telhas (Querença, concelho de Loulé).
(13)
- Telhas do beiral em dia de chuva (Barcelos, Rochoso, Guarda).
(14)
- Telhas quando chove.
(15)
- Você não tem vergonha de andar nua?
BIBLIOGRAFIA
- MOUTINHO, José Viale. Adivinhas Populares
Portuguesas. 6ª edição.Editorial Notícias. Lisboa, 2000.
– PIRES DE LIMA, Augusto Castro. O Livro das
Adivinhas. Editorial Domingos Barreira. Porto, 1943.
- VIEGAS GUERREIRO, M. Adivinhas Portuguesas. Fundação
Nacional Para A Alegria No Trabalho. Lisboa, 1957.
Hernâni Matos
Publicado inicialmente em 8 de Maio de 2016
Publicado inicialmente em 8 de Maio de 2016
Muito giro. Conhecia uns, outros não. Gostei
ResponderEliminarÉ, de facto, muito giro, como de resto, todas as manifestações de Cultura Popular.
EliminarGostei. muito obrigada. Feliz Natal.
ResponderEliminarCongratulo-me com isso. Um feliz Natal para si também.
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