Parafraseando António Gedeão, é caso para dizer “… que
sempre que um homem sonha / o mundo pula e avança…" E foi assim que há trinta
e dois anos, um grupo de homens e mulheres desta terra transtagana, criaram uma
colectividade de tipo novo, funcionando por objectivos e apostada em desafios
geradores de dinâmicas capazes de envolver um espectro largo de pessoas de
diferentes matizes culturais e ideológicos. E sempre foi assim, tendo-me a mim como
homem do leme.
A colectividade nascida há trinta e dois anos tinha
de ter um nome e foi assim que um de nós, fazendo de padre de serviço, a
baptizou com o nome de Associação Filatélica Alentejana (AFA). Em boa hora o fez,
uma vez que sempre nos revimos na identidade cultural alentejana, por dela termos
consciência, o que nos levou a lutar pela sua preservação, valorização e
aprofundamento.
A Associação Filatélica Alentejana assinalou em
Maio passado o seu trigésimo segundo aniversário e a Filatelia desde sempre foi
a matriz identitária da Associação, virada de um modo geral, para as actividades
exposicionais, ainda que recorrendo a outras formas de animação cultural. Foi
nesse devir constante que foram promovidas cerca de duas centenas de mostras e
salões de Filatelia, Cartofilia, Coleccionismo, Artes Plásticas, Fotografia,
Iconografia e Documentalismo. Paralelamente a estas foram desenvolvidas outras
actividades em parceria com a Câmara Municipal de Estremoz, caso das Feiras de
Coleccionismo, dos Jogos Florais e dos Encontros de Poetas Populares. Câmara
Municipal que no decurso de muitos anos foi um sólido e o principal pilar de
apoio da AFA. Como diria José Carlos Ary dos Santos, foram essas "As
portas que Abril, abriu" e que viabilizaram a aposta da AFA num desassossego
cultural integrante.
A actividade persistente, consequente e continuada
da AFA, mereceu o reconhecimento da Federação Portuguesa de Filatelia, cujos
órgãos competentes lhe atribuíram em Dezembro de 2004, a Medalha de Serviços
Inestimáveis.
Mais recentemente, a actividade da AFA centrou-se
em exposições de longa duração, visando a divulgação e fomento dos nossos
valores culturais, nacionais, regionais e locais, muito em especial a
Etnografia e a Memória de Estremoz. É assim que neste momento temos patente ao
público no Centro Cultural de Estremoz, a exposição fotográfica “Cortejo
Etnográfico de 1963” ,
as exposições de figurado de Estremoz “Alentejo do Passado” e “Traje Popular
Português”, bem como a exposição de olaria “Vasilhame de barro de Estremoz”.
Na sua reunião do passado dia 15 de Julho, o
Município de Estremoz, invocando necessidade de espaço para o Arquivo
Municipal, aprovou a caducidade do Protocolo de Cedência de Espaço à Associação
Filatélica Alentejana, a quem é dado o prazo de 30 dias para a entrega de
instalações. Apetece-me de novo parafrasear António Gedeão, dizendo: “Eles não sabem, nem sonham, / que o sonho comanda a vida, /
que sempre que um homem sonha / o mundo pula e avança / como bola colorida / entre
as mãos de uma criança. E parafraseio também José Carlos Ary dos Santos,
proclamando: “Agora que já floriu / a esperança na nossa terra / as
portas que Abril abriu / nunca mais ninguém as cerra”.
O futuro começa agora.
Há momentos em que é preciso escolher entre viver a sua própria vida plenamente, inteiramente, completamente, ou assumir a existência degradante, ignóbil e falsa que o mundo, na sua hipocrisia, nos impõe.
ResponderEliminarOscar Wilde
Andamos tão desencantados que ser decente parece virtude.
Lya Luft
Escritora brasileira (1938-…)
O respeito
A democracia é frágil. A razão é ela ter no coração algo muito diáfano e delicado, o respeito. Poucas coisas são mais ténues e preciosas do que o respeito. Por isso a democracia é tão frágil.
João César das Neves
“Feliz aquele que transfere o que sabe, e aprende o que lhe ensinam”.
Platão
O problema do nosso tempo é que o futuro não é o que costumava ser
Paul Valéry (1871-1945)
Poeta francês
Na realidade é uma pena, mas o caminho está no futuro.
Conte comigo como sempre.
Abraço Pedro
Obrigado, Pedro.
EliminarUm abraço para si, também.