Foto de Almada Negreiros (1893-1970), na I Conferência Futurista, em Abril de 1917.
O respeito às raízes e à nossa matriz identidária, bem como a verticalidade de carácter, são o que há de mais importante nas nossas vidas.
Não se compram numa grande superfície, nem tão pouco se adquirem em qualquer retiro de avental. Têm a ver com os nossos genes, com o que aprendemos com os nossos pais e avós, bem como aquilo que partilhamos com os nossos companheiros de estrada. São eles os nossos melhores conselheiros. Com eles aprendemos a caminhar e a descobrir caminho, caminhando.
São marcas de quem nunca se rende e não prescinde da sua individualidade, tendo assumidamente a coragem de não se esconder comodamente atrás de um qualquer colectivo. Cartilhas há muitas, algumas das quais castram e subjugam o individual em nome dum colectivo que alguém supostamente mandatado e auto-predestinado, controla. Por mim e em nome da ânsia de liberdade que é meu timbre, sou levado a parafrasear José Régio no “Cântico Negro”:
"Não sei por onde vou,
Não sei para onde vou
Sei que não vou por aí!"
Hernâni Matos
Publicado inicialmente em 15 de Julho de 2013
Publicado inicialmente em 15 de Julho de 2013
..No que respeito às raízes contraponho a importância dos nossos marcos identitários fundadores ... que tão brilhantemente ilustra nos seus "prolegómenos"... e continuo a contrapor...parafraseando José Régio "Ide !Tendes estradas (....)Eu tenho a minha loucura!/ Levanto -a , como um facho a arder na noite na escura ...." E em que escuridão estamos! Que cada um assuma se quer ser cidadão ou escravo.
ResponderEliminarObrigada Hernâni pelo desafio intelectual constante
E quando se sabe isso, Hernâni, já se sabe muito.
ResponderEliminarÉ verdade, Amiga. Um grande beijinho para si.
EliminarAo longo destes anos que já me vão custando a suportar, sempre fui por onde a minha consciência me ditava qual o caminho a seguir. Isso me trouxe alguns dissabores mas a felicidade de me sentir livre por pensar por mim e não seguir por caminhos duvidosos que outros me ditavam muitas vezes por interesses disfarçados. Tem sido assim e continuará porque isto está-me na massa encefálica que se coaduna com os versos de «José Régio» Quando diz: Não sei por onde? Para onde? Mas sei que não vou por onde muitas vezes me querem levar. Já não estará muito longe eu poder continuar a ser como sou, pois qualquer dia terei de seguir o caminho escolhido por aqueles que me levam.
ResponderEliminarEu costumo dizer:
Eliminar- UM HOMEM NUNCA SE RENDE, MESMO DE FATO E GRAVATA!
Conheci um que dizia: Enquanto me forem vendo de fato e gravata montado no Mercedes não tenho pena de mim. O que este senhor queria dizer é que assim, conseguia enganar mais facilmente as pessoas. E a verdade é que até as pessoas da família foram enganadas e de que maneira.
ResponderEliminarCaro amigo:
EliminarA minha perspectiva era absolutamente a inversa. Um homem pode usar fato e gravata e ser vertical e nunca se render perante incorreções.
Eu compreendi exactamente a verticalidade que deve existir entre as pessoas, simplesmente o fato e gravata trouxe-me à lembrança alguém que, de verticalidade não tinha nenhuma e então servia-se exactamente desse preceito para enganar os outros. A verticalidade desse senhor não era para se bater por princípios que devem existir nas pessoa como sejam a seriedade, os valores da dignidade e da honra. Para ele era o inverso!
ResponderEliminarCaro amigo:
EliminarInfelismente há pessoas que são assim.
Um abraço.
Quanto ao fato e gravata, como disse o Aleixo: " Sei que pareço um ladrão/Mas há muitos que eu conheço/Que sem parecerem aquilo que são/São aquilo que eu pareço". Caríssimo Hernâni Matos, concordo consigo, de facto o carácter não se compra, não se herda nem vem no berço, constrói-se no dia a dia de cada um, com as suas acções de humanidade, solidariedade, fraternidade. Obrigado Amigo pelo seu artigo.
ResponderEliminarManuel:
EliminarObrigado pelo seu comentário.
Volte sempre.
Os meus cumprimentos.