A olaria tradicional de Estremoz
é extremamente rica em múltiplos aspectos. Na verdade, observando-a como um
todo, revela-se de imediato uma grande variedade de funcionalidades,
tipologias, morfologias, tipos de decoração e tamanhos.
Assim, por exemplo, a
funcionalidade “recipiente para água”, depara-se imediatamente com a
possibilidade de assumir várias tipologias: ânfora, barril, bilha, cafeteira,
cântaro, cantil, copo, depósito, garrafa, jarro, moringue, pote, púcaro,
reservatório, tronco. A qualquer uma destas tipologias, podem corresponder
múltiplas morfologias, dependendo do modo como a volumetria do objecto olárico
foi preenchendo o espaço tri-dimensional, à medida que o mesmo crescia na roda,
até atingir a sua forma final. Daí que seja notável, por exemplo, a diversidade
morfológica dos moringues. A uma tal variedade há que acrescentar a
multiplicidade introduzida pelo tipo de decoração escolhido: pedrado, riscado,
polido, relevado e suas possíveis combinações.
Creio que o leitor perceberá
agora a razão de ser do presente texto, assim como perceberá decerto a dureza
da tarefa hercúlea que constitui a recuperação da extinta olaria tradicional de
Estremoz.
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