Há cromos que me gostariam de ver a seu lado
nas cadernetas em que alguém os assentou. Porém, a minha imagem só está disponível
para figurar no meu próprio álbum.
Não sei jogar póquer. Não me presto a bluff
ou trapaças. Não pertenço a qualquer naipe. Sou uma carta fora do baralho.
Nas corridas, só aposto num cavalo. Tanto pode
ser o ganhador, como um dos perdedores. Porém, é só um cavalo. Aquele em que
acreditei.
Para trás deixei genuflexões, beija-mãos, améns
e aclamações. Perdi o direito a benesses, prémios, citações, louvores, distinções,
comendas, palmas e ovações. Melhor que isso tudo é a sensação única e
insubstituível de me sentir igual a mim próprio. E isso não tem preço ou cotação
na Bolsa. Está fora do Mercado.
Publicado inicialmente em 11 de Dezembro de 2016
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