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quarta-feira, 26 de maio de 2021

Carlos Alves certificado como bonequeiro de Estremoz

 

Carlos Alves (1958-  ). Fotografia de Filomena Meira. 



A certificação
O barrista Carlos Alves foi reconhecido no passado dia 11 de Maio como artesão produtor de Bonecos de Estremoz. O reconhecimento consta de um certificado atribuído pela Adere-Certifica, organismo nacional de acreditação a quem compete a certificação de produções artesanais tradicionais, com garantia da qualidade e autenticidade da produção.
A certificação foi concedida ao barrista na sequência de candidatura por ele oportunamente apresentada, visto a mesma obedecer aos requisitos exigidos no “Manual de Certificação de Bonecos de Estremoz”. O barrista pode a partir de agora comercializar a sua produção, acompanhada de etiquetas de certificação emitidas pela Adere-Certifica.

Barristas certificados
Com a presente certificação sobe para 10 o número de barristas certificados como produtores de Bonecos de Estremoz. São eles: Afonso Ginja, Carlos Alves, Duarte Catela, Inácia Mateus (Irmãs Flores), Isabel Catarrilhas Pires, Jorge da Conceição, José Carlos Rodrigues, Madalena Bilro, Perpétua Sousa (Irmãs Flores) e Ricardo Fonseca.

Quem é quem
Carlos Alves é natural da Freguesia de Santo André do Concelho de Estremoz, cidade onde nasceu em 1958 e onde frequentou a Escola Secundária de Estremoz. Tem o Curso de Artes Gráficas da Escola Artística António Arroio e já foi designer gráfico.
A sua actividade como artesão está registada nas Finanças desde 2019, tendo obtido em 2021, Carta de Artesão e Carta de Unidade Produtiva Artesanal no âmbito da Cerâmica Figurativa.
Tem atelier activo no Carvalhal (Mafra) e residência oficial e fiscal em Estremoz, onde a sua casa está a ser objecto de obras de remodelação, as quais incluem a criação de um atelier para utilizar aos fins de semana.

Breve estória de uma vocação
Carlos Alves tem como primos maternos o professor Joaquim Vermelho e o pintor Rogério Ribeiro e como primo paterno o pintor Armando Alves. Um tal parentesco talhá-lo-ia para o mundo das artes plásticas e dos Bonecos de Estremoz em particular, para o qual o professor Joaquim Vermelho o soube motivar.
Aprendeu a modelar Bonecos de Estremoz por auto-aprendizagem, fruto da observação continuada do trabalho de bonequeiros como os Irmãos Ginja e Maria Luísa da Conceição.
Começou a modelar em 2010 e tem Carta de Artesão e Carta de Unidade Produtiva Artesanal desde 2012. A partir desta data começou a comercializar a sua produção, sobretudo através da Internet, o que fez até 2014. Em 2013 e 2014 teve Bonecos seus à venda no Museu Municipal de Estremoz, por convite do director, Hugo Guerreiro.
Por motivos da sua vida pessoal fez um interregno na sua actividade como artesão, deixando de comercializar em 2014, ainda que tenha continuado a modelar esporadicamente, para oferecer a algum familiar ou amigo.

O renascer da arte
A partir do momento em que os bonecos de Estremoz foram reconhecidos pela UNESCO como Património Cultural Imaterial da Humanidade, muitas foram as pessoas que o abordaram para lhe comprar Bonecos, ainda que não os estivesse a comercializar. Porém, a insistência foi tal que em 2019 retomou a actividade, a qual mantém até ao presente e à qual pretende dar continuidade.
Presentemente, comercializa a sua produção de figurado de Estremoz através da Internet e nas lojas: Artesanato José Saruga (Estremoz) e Guerreiro e Silveira – Formação e Artesanato (Lisboa).

Balanço
Conheço o trabalho do barrista no período 2010-2014 e após ter retomado a actividade em 2019. Esse conhecimento permite-me concluir que a modelação e a decoração das figuras têm evoluído no sentido de uma maior minúcia, o que inclui também a representação de texturas. O cromatismo das suas criações tem-se tornado mais apelativo e harmonioso. O artífice percorre assim o seu próprio caminho e consolida o seu próprio estilo, o qual já é revelador de forte carácter artístico como barrista. Nem todos conseguem isso, por estarem condicionados pelo contexto de trabalho, tanto em regime familiar como oficinal. É caso para lhe dizer:
- Parabéns, Carlos!


Sagrada Família.

Sagrada Família.

Nossa Senhora da Conceição.

Nossa Senhora do Ó.

Rainha Santa Isabel.

São Tiago.

Santo Onofre.

São João Baptista.

Santo António.

Santo António no púlpito.

Pastor de tarro e manta.


Ceifeira.

Pastor das migas.

Mulher das galinhas.

Cozinha dos ganhões.

Mulher a lavar a roupa.

Mulher a passar a ferro.

Senhora a servir o chá.

Senhora ao toucador.

Senhora à varanda.


Mulher das castanhas.


Engraxador.

Leiteiro.

Sá Lemos trocando impressões com Ana das Peles numa sala de aulas da Escola
Industrial António Augusto Gonçalves, em Estremoz.

Senhora de pezinhos.

Peralta.

Lanceiro.

O Amor é Cego.

Vitória.


Primavera.

Primavera.

Primavera.

Primavera.


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