Francisco Cortes na corrida de 20 anos de alternativa. Praça de Touros de
Estremoz. 5 de Setembro de 2015.
Há uma esquerda residual,
mais da rua da Palma, que da Soeiro Pereira Gomes ou do Largo do Rato. É uma
esquerda que em nome dos direitos dos animais, se manifesta contra as touradas.
Está no seu direito. E exerce-o ao melhor estilo taurino, farpeando aficionados
como eu.
Foi na condição de
aficionado, que nos nºs 132 e 133 deste jornal, defendi a Candidatura das
Touradas a Património Cultural Imaterial da Humanidade.
É sabido que é meu timbre o
rigor que ponho em tudo aquilo que escrevo. Os meus textos são antecedidos de
pesquisa cruzada de informação que me permita não errar. Essa a minha aposta
permanente.
A leitura atenta da
CONVENÇÃO PARA A SALVAGUARDA DO PATRIMÓNIO CULTURAL IMATERIAL, aprovada a 17 de
Outubro de 2003, pela Conferência Geral da UNESCO reunida em Paris,
permitiu-me concluir que as Candidaturas a Património Cultural Imaterial da
Humanidade devem dizer respeito a património cultural
imaterial, transmitido de geração em geração e que no caso das touradas em
Portugal remonta à Idade Média. Esse património cultural imaterial não pode
violar os direitos humanos e por outro lado, as artes do espectáculo nas quais
se integram as touradas, são consideradas pela UNESCO como património cultural
imaterial.
Insinuar que os dois textos aqui publicados anteriormente são fruto de sonhos delirantes ocorridos durante a “silly season”, é simplesmente infame e revela a ligeireza com que o assunto foi abordado. Para quem não saiba, a “silly season” é um anglicismo que designa o período de verão, em que como há falta de notícias importantes, os critérios de selecção jornalísticos tornam-se mais flexíveis, sendo dado relevância a assuntos que, de contrário não a teriam.
Este jornal é um espaço de liberdade e de cidadania e por isso como homem livre sou seu colaborador. Nunca me foi encomendado nem recusado nenhum texto e a iniciativa do mesmo foi sempre minha.
As touradas não são um tema frívolo ou estúpido, são um tema fracturante na sociedade portuguesa, como o mostra a verbosidade dos defensores dos direitos dos animais.
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