Pintura de Cristina Malaquias.
Colecção Hernãni Matos
Em comunicação datada de 1998 (*), demonstrei que pela sua paisagem própria, pelo carácter do povo alentejano, pelo trajo popular, pela gastronomia, pela arte popular, pelo cancioneiro popular, pelo cante, pela música popular, pela casa tradicional, o Alentejo é uma região com uma identidade cultural própria.
No caso muito particular da
música popular alentejana, também os executantes e os instrumentos musicais
populares alentejanos, são parte integrante da identidade cultural alentejana,
a qual urge preservar e valorizar enquanto memória do povo.
Etno-musicólogos como Michel
Giacometti e Fernando Lopes Graça calcorrearam os campos do Alentejo nos anos
60 do século passado e efectuaram o registo etno-musical da região.
Conhecedor deste registo e
daqueles que nele participaram, entre eles o seu tio Aníbal Falcato Alves, o
barrista Carlos Alberto Alves, no mais estrito respeito pela técnica de
produção e pela estética do Boneco de Estremoz, criou um conjunto de figuras
sob a epígrafe MÚSICA POPULAR ALENTEJANA, o qual incorpora os tocadores dos
seguintes instrumentos musicais populares alentejanos: adufe, bombo, cana
aberta, cântaro, ferrinhos, harmónio, reco-reco, ronca, tambor, tamboril,
trancanholas e viola campaniça. Com esta criação procura homenagear todos
aqueles que contribuíram para o registo etno-musical do Alentejo.
Felicito o barrista pela qualidade do seu trabalho e pela iniciativa de criar estas figuras, a qual além de louvável é simultaneamente uma forma de afirmação pessoal que constitui
mais um passo importante na consolidação da sua carreira como barrista.
Hernâni Matos
(*) - “A necessidade da criação da Região Administrativa
do Alentejo” no Encontro promovido pelo Movimento “Alentejo – Sim à
Regionalização por Portugal”. Estremoz, Junta de Freguesia de Santa Maria, 24
de Outubro de 1998.
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