Retrato de Afonso Lopes
Vieira (1910). Columbano Bordalo Pinheiro
(1857-1929).
Óleo sobre madeira (35 cm x 27 cm ). Museu Nacional de Arte
Contemporânea, Lisboa.
Afonso
Lopes Vieira (1878-1946).
Poeta
e jornalista, natural de Leiria.
O
Pucarinho
O
Pucarinho de barro,
o
pucarinho,
tem
bochechas encarnadas,
tem
as faces afogueadas;
dêem-lhe
água, coitadinho,
que
tem sede, o pucarinho!
O
pucarinho de barro,
o
pucarinho,
está
ao pé da sua mãe,
sua
mãe, bilha bojuda,
que
tem como ele também
a
carinha bochechuda!
O
pucarinho de barro,
o
pucarinho,
se
a água dentro lhe cai,
põe-se
baixinho chiando;
parece
que diz: - Ai, ai,
já
a sede vai passando!
Se
se vai pelo caminho,
ao
Sol ardente,
tem-se
uma grande alegria
se
dão de beber à gente
uma
pouca de agua fria
que
é dada num pucarinho!
BIBLIOGRAFIA: - Para quê? (1898);
- Naufrago - versos lusitanos (1899); - Auto da Sebenta (1900); -
Elegia da Cabra (1900); - Meu Adeus (1900); - Ar
Livre (1901); - O Poeta Saudade (1903); - Marques -
História de um Peregrino (1904); - Poesias Escolhidas (1905); - O
Encoberto (1905); - O Pão e as Rosas (1910); - Gil
Vicente - Monólogo do Vaqueiro (1910); - O Povo e Os Poetas
Portugueses (1911); - Rosas Bravas (1911); - Auto da Barca do Inferno
adaptação) (1911) - Os Animais Nossos Amigos (1911); - Canções do
Vento e do Sol (1912); - Bartolomeu Marinheiro (1912); -
Canto Infantil (1913); - O Soneto dos Tûmulos (1913); - Inês de
Castro na Poesia e na Lenda (1914); - A Campanha Vicentina (1914);
- A Poesia dos Painéis de S. Vicente (1915); - Poesias sobre as Cenas
de Schumann (1916); - Autos de Gil Vicente (1917); - Canções de
Saudade e de Amor (1917); - Ilhas de Bruma (1918); -
Cancioneiro de Coimbra (1920); - Crisfal (1920); -
Cantos Portugueses (1922); - Em Demanda do Graal (1922);
- País Lilás, Desterro Azul (1922); - O Romance de Amadis (1923); -
Da Reintegração dos Primitivos Portugueses (1924); -
Diana (1925); - Ao Soldado Desconhecido (1925); - Os
Versos de Afonso Lopes Vieira (1928); - Os Lusíadas (1929); - O Poema
do Cid (tradução) (1930); - O livro do Amor de João de Deus (1930); -
Fátima (1931); - Poema da Oratória de Rui Coelho (1931);
- Animais Nossos Amigos (1932); - Santo António (1932); - Lírica de
Camões (1932); - Relatório e Contas da Minha Viagem a Angola (1935);
- Églogas de Agora (livro proibido até 25 de Abril de 1974) (1937);
- Ao Povo de Lisboa (1938); - O Conto de Amadis de Portugal (1940); -
Poesias de Francisco Rodrigues Lobo (1940); - A Paixão de
Pedro o Cru (1940); - Onde a Terra se Acaba e o Mar Começa (1940);
- O Carácter de Camões (1941); - Cartas de Soror Mariana
(tradução) (1942); - Nova Demanda do Graal (1947); - Branca Flor e
Frei Malandro (1947);
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