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domingo, 12 de março de 2017

Poetas em defesa da olaria de Estremoz - 04


Retrato de Afonso Lopes Vieira (1910). Columbano Bordalo Pinheiro (1857-1929).
Óleo sobre madeira (35 cm x 27 cm). Museu Nacional de Arte Contemporânea, Lisboa.

Afonso Lopes Vieira (1878-1946).
Poeta e jornalista, natural de Leiria.

O Pucarinho

O Pucarinho de barro,
o pucarinho,
tem bochechas encarnadas,
tem as faces afogueadas;
dêem-lhe água, coitadinho,
que tem sede, o pucarinho!

O pucarinho de barro,
o pucarinho,
está ao pé da sua mãe,
sua mãe, bilha bojuda,
que tem como ele também
a carinha bochechuda!

O pucarinho de barro,
o pucarinho,
se a água dentro lhe cai,
põe-se baixinho chiando;
parece que diz: - Ai, ai,
já a sede vai passando!

Se se vai pelo caminho,
ao Sol ardente,
tem-se uma grande alegria
se dão de beber à gente
uma pouca de agua fria
que é dada num pucarinho!

BIBLIOGRAFIA: - Para quê? (1898); - Naufrago - versos lusitanos (1899); - Auto da Sebenta (1900); - Elegia da Cabra (1900); - Meu Adeus (1900); - Ar Livre (1901); - O Poeta Saudade (1903); - Marques - História de um Peregrino (1904); - Poesias Escolhidas (1905); - O Encoberto (1905); - O Pão e as Rosas (1910); - Gil Vicente - Monólogo do Vaqueiro (1910); - O Povo e Os Poetas Portugueses (1911); - Rosas Bravas (1911); - Auto da Barca do Inferno adaptação) (1911) - Os Animais Nossos Amigos (1911); - Canções do Vento e do Sol (1912); - Bartolomeu Marinheiro (1912); - Canto Infantil (1913); - O Soneto dos Tûmulos (1913); - Inês de Castro na Poesia e na Lenda (1914); - A Campanha Vicentina (1914); - A Poesia dos Painéis de S. Vicente (1915); - Poesias sobre asCenas de Schumann (1916); - Autos de Gil Vicente (1917); - Canções de Saudade e de Amor (1917); - Ilhas de Bruma (1918); - Cancioneiro de Coimbra (1920); - Crisfal (1920); - Cantos Portugueses (1922); - Em Demanda do Graal (1922); - País Lilás, Desterro Azul (1922); - O Romance de Amadis (1923); - Da Reintegração dos Primitivos Portugueses (1924); - Diana (1925); - Ao Soldado Desconhecido (1925); - Os Versos de Afonso Lopes Vieira (1928); - Os Lusíadas (1929); - O Poema do Cid (tradução) (1930); - O livro do Amor de João de Deus (1930); - Fátima (1931); - Poema da Oratória de Rui Coelho (1931); - Animais Nossos Amigos (1932); - Santo António (1932); - Lírica de Camões (1932); - Relatório e Contas da Minha Viagem a Angola (1935); - Églogas de Agora (livro proibido até 25 de Abril de 1974) (1937); - Ao Povo de Lisboa (1938); - O Conto de Amadis de Portugal (1940); - Poesias de Francisco Rodrigues Lobo (1940); - A Paixão de Pedro o Cru (1940); - Onde a Terra se Acaba e o Mar Começa (1940); - O Carácter de Camões (1941); - Cartas de Soror Mariana (tradução) (1942); - Nova Demanda do Graal (1947); - Branca Flor e Frei Malandro (1947);

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