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sábado, 14 de janeiro de 2017

Salvemos a olaria! - II

OLEIRO DE ESTREMOZ – Fotografia obtida nos anos 30 do séc. XX, por Rogério de
Carvalho (1915-1988), grande fotógrafo de Estremoz.

No do passado dia 1 de Dezembro, no nº. 165 deste jornal, vem inserida a reportagem   “Autarquia, escola e emprego apoiam a iniciativa”. Este trabalho foi despoletado pela minha crónica “Salvemos a olaria”, publicada a 17 de Novembro, no nº. 164 do jornal. Os depoimentos prestados pelos inquiridos, CME, ESRSI E IEFP, além de serem do meu agrado, ultrapassaram as expectativas iniciais, o que não obstou que procurasse clarificar algumas dúvidas, para o que contactei o próprio IEFP.

Ponto da situação  
O balanço final da análise sobre o assunto em epígrafe, permitiu-me extrair as seguintes conclusões:
1 - O IEFP tem disponíveis 2 cursos de formação na área da olaria, os quais conferem equivalência ao 6º e ao 9º ano de escolaridade. Os cursos incluem disciplinas de formação geral, correspondentes às do ensino tradicional e, disciplinas de formação específica, correspondentes à área da olaria;
2 - O IEFP escolhe os formadores e assume os encargos com os cursos, os quais se for caso disso, poderão ter início, ainda em 2017;
3 - A abertura de inscrições é feita pelo IEFP, na sequência de solicitação que lhe seja formulada por entidades com capacidade para o fazer: Câmaras Municipais, Associações Comerciais ou Associações de Artesãos;
4 – De acordo com as inscrições, poderá funcionar só um curso ou os dois;
5 - O IEFP dispõe de 4 salas de aulas na ESRSI, as quais poderão ser utilizadas no ensino teórico. Todavia, para além disso, é necessária mais uma sala ampla destinada à olaria, na qual possam coexistir dois espaços distintos. Um para ali funcionarem as rodas de oleiro e um forno eléctrico. O outro destinado à secagem e armazenamento de peças já cozidas. É fundamental que a sala disponha de água canalizada e capacidade de escoamento da mesma;
6 - Para a sala de olaria poderão ser transferidas rodas de oleiro e um forno que o IEFP dispõe noutro local.

Que fazer então?
1 - Há que solicitar ao IEFP a criação dos cursos, o que a meu ver deveria ser feito pela CME, já que esta, conforme afirma, tem consciência da necessidade de recuperação e salvaguarda da olaria, actividade artesanal característica do concelho. Por outro lado é, quem em termos institucionais tem não só legitimidade como a responsabilidade de o fazer;
2 - O problema da sala com as características apontadas, talvez possa ser resolvido pela ESRSI, o que além de a meu ver ser desejável, seria também emblemático. Foi nela que nos anos 30 do séc. XX e graças à acção do então Director Sá Lemos, foi recuperada a tradição da manufactura dos bonecos de Estremoz, o que permitiu que no presente sejam candidatos a Património Cultural Imaterial da Humanidade. Ao envolver-se na recuperação e salvaguarda da olaria, a ESRSI assumiria de novo um papel histórico na ligação à comunidade educativa, que é razão da sua existência;
3 - O processo de recuperação e salvaguarda da olaria de Estremoz carece de um início. A meu ver, este deveria ser uma reunião a ser convocada pela CME, a qual juntasse à mesma mesa, um representante da ESRSI e outro do IEFP. Aqui fica a sugestão.

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