Páginas

domingo, 12 de maio de 2013

Não há caminho...



Já Séneca (4 a.C.-65 d.C), um afamado filósofo e escritor romano, considerava que “É lento ensinar por teorias, mas breve e eficaz fazê-lo pelo exemplo”. Mais recentemente, o nosso Padre António Vieira (1608-1697) dizia que “Para falar ao vento bastam quatro palavras; para falar ao coração são necessárias obras”. Pertence à sabedoria macua (Moçambique), o seguinte provérbio: “Não se assinala o caminho apontando-o com o dedo, mas sim caminhando à frente”. Por sua vez, Demóstones (384 a.C.-322 a.C), um proeminente orador e político ateniense, era de opinião que “As palavras que não são seguidas de factos não servem para nada”, ao passo que um provérbio suíço proclama que “As palavras são anões; os exemplos são gigantes”. Por sua vez, Albert Schweitzer (1875-1965) notável filósofo e médico alsaciano, defendia que “Dar o exemplo não é a melhor maneira de influenciar os outros. - É a única”.
À laia de síntese, penso que seja legítimo concluir que é fundamental demonstrar através da exemplificação, aqueles conceitos cuja implementação e divulgação generalizada, julgamos indispensáveis (...).
Lançados que foram os alicerces, a construção do edifício poderá não ser tarefa fácil. Daí que o blogger “nemo nox” tenha escrito: “Pedras no caminho? Guardo todas, um dia vou construir um castelo... ". Todavia, uma coisa é certa, é que as dificuldades são fonte de aprendizagem. Existe um provérbio árabe que diz que “Não é mérito o facto de não termos caído, mas sim o de nos termos levantado todas as vezes que caímos.”. Também um provérbio japonês nos ensina que “Pouco se aprende com a vitória, mas muito com a derrota.”. Para Simon Bolívar (1783-1830), o libertador da América Latina, “A arte de vencer aprende-se nas derrotas”. E para Horácio (65 a.C.-8 a.C.), filósofo, poeta lírico e satírico romano, “Na adversidade conhecemos os recursos de que dispomos”.
A construção de algo com sucesso é uma tarefa que exige trabalho e perseverança. Para o físico alemão Albert Einstein (1879-1955), pai da Teoria da Relatividade, “O único lugar onde o sucesso vem antes do trabalho é no dicionário”. Para o escritor e lexicógrafo inglês, Samuel Johnson (1709-1784), “Na maior parte dos homens, as dificuldades são filhas da preguiça”.
Qualquer trabalho começa por ser um trabalho de base. Como diz um provérbio chinês: “A mais alta das torres começa no solo.”. Naturalmente que como defendia o filósofo grego Platão (427 a.C.-347 a.C.): “A auto-conquista é a maior das vitórias.” E como dizia o também filósofo grego Aristóteles (384 a.C.-322 a.C.): “O prazer no trabalho aperfeiçoa a obra”. De resto, não há caminho, como nos ensina o poeta sevilhano António Machado (1875–1939):

“Caminhante, são teus rastos
o caminho, e nada mais;
caminhante, não há caminho,
faz-se caminho ao andar.
Ao andar faz-se o caminho,
e ao olhar-se para trás
vê-se a senda que jamais
se há-de voltar a pisar.
Caminhante, não há caminho,
somente sulcos no mar...”

6 comentários:

  1. Caro Hernâni obrigada por este texto tão perturbador... em que escolho cometá-lo citando Clemenceau " A Democracia ? Vocês sabem o que é?O Poder de os piolhos comerem os leões"

    ResponderEliminar
    Respostas
    1. Obrigado pelo seu comentário.
      É importante que haja textos perturbadores que suscitem dúvidas e abalem os baluartes supostamente inexpugnáveis das verdades absolutas.
      Honra e glória à dúvida metódica e cartesiana. É ela que leva à descoberta de algo de novo que permitirá percorrer caminho e seguir em frente, com novas dúvidas que repetirão o processo "ad eternum".

      Eliminar
  2. Pois é Sr. profº Hernâni: Do que precisamos urgentemente são de bons exemplos, os quais deveriam começar pelo vértice da pirâmide, no entanto, os culpados daqueles que têm estado/estão à frente dos destinos do nosso país, sem escrupulos e sem caracter, a culpa é de quem tem votado neles...
    Embora também faça parte dos indignados deste nosso maravilhoso país, mas de maneira nenhuma posso concordar com um comentador que escreveu no seu blogue que "no tempo da outra senhora o país estava sem vezes melhor" ou este senhor é muito novo, e não comeu o pão que o diabo amassou,ou como se diz no Algarve "não passou as passas do Algarve". Quem subcreve essa análise tão negativa, está a fazer a apologia do obcurantismo, na crendice e nos milagrismos - promoção da caridadesinha...
    Modesto Vitória

    ResponderEliminar
    Respostas
    1. Modesto:
      Está visto que há gente para tudo!
      Todavia nós precisamos é de pessoas com espírito mais positivo.
      Um abraço para si, amigo.

      Eliminar
  3. Magnifico, como sempre. Obrigada por partilhar connosco o seu trabalho e a sua criatividade !
    mfernanda/.

    ResponderEliminar
    Respostas
    1. Fernanda:
      Não tem de me agradecer.
      Está-me na massa do sangue.
      O meu posto é aqui.

      Eliminar