Perfilho há muito a ideia de que é necessário estabelecer pontes de entendimento entre as pessoas. Cada um de nós não está atomizado na sua individualidade, uma vez que a própria vida se encarrega de nos integrar em múltiplos grupos com características diversas, nem sempre convergentes.
Alguns grupos são fechados, com códigos de conduta rígidos que a pretexto da pureza de princípios, os incapacitam de dialogar com os restantes. Entre grupos fechados só são possíveis conversas de surdos, já que como não se ouvem uns aos outros, não sabem o que os outros dizem.
Uma atitude distinta é cada um de nós e os grupos em que se insere, procurarem ouvir os outros para perceber o que eles dizem, pensam e querem. Como retribuição podem ser ouvidos e os outros ficarão a saber o que dizemos, pensamos e queremos. É possível então chegar à conclusão de que partilhamos algumas ideias comuns, o que torna possível construir algo em conjunto, facto que introduzirá laços de união entre nós. É a unidade na diversidade.
Com o tempo é possível que a área de partilha aumente, mas também é possível que não. Porém, ficámos a saber o que os outros pensam e a respeitá-los porque nos respeitam a nós. E uma coisa é certa, a partilha é só de coisas que nos unem, não de coisas que nos separam. Podemos com outros partilhar amigos, se não todos, alguns. O que não somos é obrigados a partilhar os adversários. Isso é terreno que não é partilhável.
Uma das muitas coisas que partilho com os outros é a escrita, instrumento de libertação do Homem. Filho de alfaiate, aprendi a alinhavar palavras, que permitem cerzir ideias com que se propagam doutrinas. Esse o sentido da minha intervenção na blogosfera.
Furiosamente independente, procuro ser sempre incisivo, cáustico quanto baste, mas sempre preciso.
Modéstia à parte, tenho formação dura de físico teórico e fui treinado para pensar.
Procuro levar tudo às últimas consequências e como atirador franco do pensamento e da acção, procuro fazer o varrimento da transversalidade dos saberes.
Depois disso, a síntese dialéctica é um ovo de Colombo nascido no cú da galinha da minha cabeça.
É isso o rigor?
Então que seja!
Que a minha galinha continue a pôr ovos, por muitos anos e bons.
E desses ovos faremos suculentas e perfumadas omeletas verbais, que regaladamente trincharemos, sentados à mesa DO TEMPO DA OUTRA SENHORA, do CLUBE ROBINSON, dos ALENTEJANOS NO FACEBOOK, dos AZULEJOS PORTUGUESES e noutras mesas mais, onde habitualmente abancamos, degustamos e partilhamos saberes.
Nós somos os subversivos assumidos do Facebook, que apostámos forte em mudar a cara deste livro, o que diariamente fazemos com determinação, audácia e comunhão.
Nós, operários da palavra, homens e mulheres deste país, velhos e novos, tradicionalistas e alternativos, crentes e descrentes, de direita ou de esquerda, monárquicos ou republicanos, somos um paradigma do que são as potencialidades de redes sociais como o Facebook.
Comunicamos uns com os outros e partilhamos ideias e pensamentos, feitos de palavras, imagens e sons.
Aprendemos a respeitar-nos uns aos outros e a ter em conta a opinião do interlocutor. E passamos a fazer caminhadas comuns até onde é possível fazê-lo, de livre vontade e sem constrangimentos.
Talvez estejamos as lançar os alicerces dum mundo novo, nós os subversivos do Facebook.
Muito, muito bom, como já nos habituou!
ResponderEliminarObrigado e um forte abraço
E quem "fala" assim... não é gago !!!
ResponderEliminarApoiado.
Gostei!!
ResponderEliminarGostei!!
ResponderEliminarQue bem é preciso!
ResponderEliminarE como isso me faria feliz ...
Se para fazer um mundo novo são precisos mais subversivos, vamos à cata deles...
Muito bom texto.
Oxalá tenha eco que chegue para agitar as águas deste pantano!
Elvira Almeida
Muito obrigada pelo belíssimo texto Hernâni e pela partilha a que nos habituou.
ResponderEliminarMais um momento de reflexão a que já nos habituou o Amigo Hernâni. Com que prazer lemos os textos apresentados no blogue DO TEMPO DA OUTRA SENHORA. No meio de tanta fragilidade de temas que a net proporciona ainda nos vale e delicia a palavra pensada, reflectida e sensata como a que encontramos sempre no blogue referido.
ResponderEliminarConte connosco.
Grato pela partilha.
Abraço
Obrigada pela partilha.
ResponderEliminarUm texto muito elucidativo e muito completo. Obrigada pela partilha
ResponderEliminarA minha opinião é que o Facebook, assim como diversos componentes da Internet, são uma ferramenta, tanto para trabalho, como um instrumento de lazer e socialização. Há que ter a atenção para usá-los responsávelmente, e sempre que se conseguir, construtivamente.
ResponderEliminarEu cá gosto da informática como um meio para se poder produzir várias coisas no campo intelectual que necessitariam da utilização de recursos que nem sempre estão ao nosso dispôr. Como gosto de música, experimentei a gravar uma música muito gira, e agora provávelmente não ficou nada interessante, mas publiquei essa minha versão no youtube, como um contributo possível segundo as minhas capacidades.
Acho que as editoras não iriam gravar um disco meu, e também não me iam convidar para cantar isto num palco. Agora está no palco mundial do youtube. Espero não prejudicar os ouvidos ou a paciência das pessoas.
É por esta e outras razões que escrevi as palavras iniciais deste comentário.
O sr. Hernâni está mais uma vez de parabéns pelo seu trabalho, e saiba que o acho alguém muito prolífico no campo literário. No sentido dos conteúdos especialmente.
gostei muito de saber que sou subversiva...obrigada sr. Hernâni. Gostei muito.
ResponderEliminarConcordo com o que diz,mas o FB é aberto,porque fechados já andámos nós durante anos.Na verdade há "gethos" em que escondem as fotografias e não só.Para isso não entrem aqui e adicionem os amigos de berço!....
ResponderEliminarParabéns...e obrigada pelo excelente artigo!!!!!
ResponderEliminar"A Escrita como Instrumento de Libertação do Homem"
ResponderEliminar"Entre grupos fechados só são possíveis conversas de surdos, já que como não se ouvem uns aos outros, não sabem o que os outros dizem"
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Gostei... gosto e, destas frases que o teu pensamento nos transmite, dá para pensar.... Pensar que, muito se escreve e muito se lê,...por vezes e em certa dita Comunicação Social, a escrita e as leituras,em lugar de nos libertarem aprisionana-nos uma alienção...Intencionada.!!!?
Assim,"Nós os subversivos do Facebook"...não nos devemos render,temos de continuar e se possível revolucionar.
Dax d'Alent
Eu já sabia que era subversiva...
ResponderEliminarGosto e quero continuara a ser.
Obrigada
Belissimo Artigo,Amigo Hernâni Matos, e posso dizer-lhe que são pessoas como o Professor,que me fazem continuar a gostar e a permanecer neste mundo virtual.
ResponderEliminarCom o professor aprendemos todos os dias,os seus artigos...as suas crónicas...são extremamente ricas em cultura.Obrigada por partilhar connosco os seus saberes.
Um Abraço amigo da Ana Carita.
aqui vai um abraço de uma sexagenaria subversiva...
ResponderEliminar.•*´¨`*•.¸¸.•*´¨`*•.¸¸.•*´¨`*•.
Um brinde ao FACEBOOK!!!
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*° \_/*°\_/ * TIM-TIM!
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E não é que gostei muito deste texto e de, de alguma forma, "sentir" a costelazinha subversiva que partilho convosco?! :)
ResponderEliminarAbraço!
Mais uma vez um belo texto! o Facebook, a partilha de informação, emoção e ideias, reavivou o subversivo que há (houve) em muitos de nós. Obrigada
ResponderEliminarIdeias e paavras que não são só nossas, somos os guardiões de uma identidade cultural construida por gerações, a internet é a ferramenta ideal para reunir esforços e relembrar, sim porque às vezes esquecemos, o que é ser raiano, alentejano......português.
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