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domingo, 20 de julho de 2025

Primaveras só com flores

 


CRÉDITOS FOTOGRÁFICOS
Ver no final.

Primaveras
Na barrística popular estremocense existem exemplares cuja origem remonta aos sécs. XVIII/ XIX e das quais a designação consagrada pelo uso é a de “Primaveras”. Trata-se de uma designação genérica que abrange as chamadas “Primaveras de Arco”, as “Primaveras de Plumas”, as "Primaveras de toucado" e as “Bailadeiras”.
As “Primaveras”, para além de constituírem uma alegoria à estação do mesmo nome, são também figuras de Entrudo e registos dos primitivos rituais vegetalistas de celebração e exaltação do desabrochar da natureza.

Flores como elo comum entre Primaveras
Existe um elo comum entre as várias tipologias de “Primavera”, que é a presença de flores em arcos, vestidos, bouquets ou cornucópias. Significa isto que as flores são elementos imprescindíveis cuja presença é indispensável na representação de figuras da barrística popular estremocense, as quais se convencionou designar por “Primaveras”.

Não há Primaveras sem flores
É absurdo criar uma figura desprovida de flores e chamar-lhe “Primavera”. Seria como procurar fazer uma omelete sem ovos.
No caso particular das “Primaveras com arco” há que resistir à tentação de substituir flores por corações, estrelinhas, patos, galinhas ou outra coisa qualquer. Porém, se tal acontecer, estaremos em presença de uma figura que poderá receber a designação que o seu criador entender, mas “Primavera” é que nunca, uma vez que o arco está desprovido de flores.

Inovação e terminologia designatória
A inovação na barrística popular estremocense é possível e mesmo desejável, mas sempre temperada com bom senso e bom gosto naquilo que é feito. Para além disso, há que ter o cuidado de usar a terminologia adequada na designação das figuras que foram criadas.


CRÉDITOS FOTOGRÁFICOS
As imagens aqui reproduzidas são de exemplares de “Primaveras” de Oficinas de Estremoz do séc. XIX, pertencentes à Colecção Júlio dos Reis Pereira, propriedade do Museu Municipal de Estremoz. Imagens recolhidas com a devida vénia na página web do Centro Interpretativo do Boneco de Estremoz.







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