No meu livro “BONECOS DE ESTREMOZ” (*), dado à estampa em 2018, inventariei e descrevi, de uma forma sistemática e por autor, um total de 122 marcas de autor, que surgem estampadas com carimbo ou manuscritas na base das figuras ou no interior das peanhas das imagens devocionais. Tratou-se e trata-se ainda do maior número de marcas de autor de bonequeiro(a)s de Estremoz, jamais divulgada por alguém.
No final do estudo então
apresentado, afirmei: “Estou convicto que a listagem de autores e
respectivas marcas aqui apresentadas não está completa e, como tal, não é
definitiva. O futuro o confirmará ou não.”
De então para cá, foram-me
surgindo novas marcas dos autores já inventariadas, que a seu tempo divulgarei.
Mais recentemente, surgiu-me a
marca manuscrita “MARIA / JOSÉ / CARTAXO”, distribuída por 3 linhas, aposta na
base da figura conhecida por “bailadeira pequena”. A pintura desta encontra-se
incompleta, dado que à excepção da base, a figura apenas recebeu uma pintura
com branco de alvaiade (óxido de zinco), como preparação para receber outras
cores, o que não chegou a acontecer.
Vejamos quem era Maria José
Cartaxo.
Após a morte do seu irmão Mariano
Augusto da Conceição (1903-1959), Sabina Augusta da Conceição Santos
(1921-2005) dá continuidade à manufactura dos Bonecos de Estremoz na Olaria
Alfacinha, conjuntamente com as cunhadas, Maria José Cartaxo da Conceição
(1923-2013) e Teresa Cabaço Cid da Conceição (1922-1962). Após o falecimento desta
última em 1962, a sociedade desfaz-se por iniciativa de Sabina Santos. Então,
Sabina Santos e Maria José Cartaxo começam a trabalhar separadas. A marca aqui
divulgada é até agora a única marca de autor conhecida.desta última barrista.
(*) MATOS, Hernâni. BONECOS DE ESTREMOZ. Edições Afrontamento. Estremoz / Póvoa de Varzim, Outono de 2018.
Sem comentários:
Enviar um comentário