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quarta-feira, 11 de agosto de 2021

Irmãos Ginja e o “Oleiro a trabalhar na roda”


Fig. 1 – Postal máximo triplo realizado com selo de 8$50 da série Instrumentos de
Trabalho, aposto sobre bilhete-postal ilustrado, editado por Hernâni Matos com
base em fotografia de Joaquim Vermelho, reproduzindo “Oleiro a trabalhar na roda”,
exemplar da barrística popular estremocense da autoria dos Irmãos Ginja. O selo foi
obliterado com carimbo comemorativo da I Feira de Arte Popular e Artesanato do
Concelho de Estremoz, reproduzindo a roda de oleiro.


Entre 4 e 15 de Junho de 1980 (já lá vão 41 anos), teve lugar no terreiro do Paço Ducal em Vila Viçosa, o I Encontro Regional de Olaria do Alto Alentejo (Fig. 2). A Comissão Organizadora do Encontro era integrada pelas seguintes associações culturais: Centro Cultural Popular Bento de Jesus Caraça, Centro Cultural de Borba, Sociedade Filarmónica Municipal de Redondo, Casa da Cultura de Estremoz e Grupo de Cantadores de Redondo.
Eu integrei a Comissão Organizadora do Encontro, em representação da Casa da Cultura de Estremoz, a cuja direcção pertencia na época.
Por proposta minha aprovada pela Comissão, foi deliberado encomendar aos barristas Irmãos
Ginja de Estremoz, a criação de um Boneco (Fig. 1) que representasse um oleiro a trabalhar na roda, o qual seria utilizado no grafismo do Encontro, nomeadamente no catálogo. Fui então encarregado de tratar de tudo, tendo os irmãos Ginja acedido a criar a figura solicitada, a qual uma vez concluída transportei para Vila Viçosa, onde esteve exposta no Encontro e foi muito apreciada, não só pela sua beleza, como por retratar uma realidade regional no contexto da arte popular.
Por solicitação minha, o Professor Joaquim Vermelho, então director do Museu Municipal de Estremoz, que hoje tem o seu nome, tirou uma fotografia da criação dos Irmãos Ginga (Fig. 1), que então tinham atelier num anexo do Museu Municipal.
Entre 15 e 17 de Julho teve lugar em Estremoz, no Salão Nobre dos Paços do Concelho a I Mostra de Maximafilia de Estremoz (Fig. 3), promovida pela Associação Portuguesa de Maximafilia com o apoio da Câmara Municipal de Estremoz e da Associação Fotográfica do Sul. Como membro daquelas associações tive a meu cargo a organização da Mostra. Esta integrava-se na I Feira de Arte Popular e Artesanato do Concelho de Estremoz, que durante o referido período teve lugar no Rossio Marquês de Pombal, frente aos cafés. A Feira, cujo mentor e principal obreiro foi o Professor Joaquim Vermelho, saldou-se num assinalável êxito. Ali expuseram e trabalharam ao vivo, os melhores representantes das múltiplas vertentes da nossa arte popular concelhia.
Por iniciativa da Câmara Municipal de Estremoz e da Junta de Freguesia de Santo André, no recinto da Feira funcionou no dia 15 um posto dos CTT, provido de um carimbo comemorativo do evento, ilustrado com uma roda de oleiro, o qual foi aposto em toda a correspondência apresentada para o efeito (Fig. 1, Fig. 4, Fig. 5, Fig. 6).
No Centro Interpretativo do Boneco de Estremoz, inaugurado no passado dia 9 de Agosto, está patente ao público um exemplar de “Oleiro a trabalhar na roda”, deixado em depósito pelo coleccionador Alexandre Correia, semelhante ao da Fig.1, mas cuja execução pelos Irmãos Ginja é posterior ao da Fig. 1. Trata-se de uma figura que pela sua beleza merece a nossa atenção numa visita ao Centro Interpretativo do Boneco de Estremoz.

Fig. 2 – I Encontro Regional de Olaria do Alto Alentejo. Cartaz com ilustração
reproduzindo desenho a tinta-da-China de Carlos Alves.

Fig. 3 – Cartaz da I Mostra de Maximafilia de Estremoz, ilustrado com “Oleiro
a trabalhar na roda”, espécime da barrística popular estremocense da autoria
dos Irmãos Ginja.

Fig. 4 – Postal máximo triplo realizado com selo de 8$50 da série Instrumentos
de Trabalho, aposto sobre bilhete-postal ilustrado, editado por Associação
Portuguesa de Maximafilia com base em fotografia de Susana Lopes,
reproduzindo “Oleiro Ilídio Fonseca a trabalhar na roda”. O selo foi obliterado
com carimbo comemorativo da I Feira de Arte Popular e Artesanato do Concelho
de Estremoz, reproduzindo a roda de oleiro.

Fig. 5 – Postal máximo triplo realizado com selo de 8$50 da série Instrumentos
de Trabalho, aposto sobre bilhete-postal ilustrado, editado por Hernâni Matos
com base em linoleogravura de Rui Simões Alves. O selo foi obliterado com
carimbo comemorativo da I Feira de Arte Popular e Artesanato do Concelho
de Estremoz, reproduzindo a roda de oleiro.

Fig. 6 – Sobrescrito comemorativo da I Feira de Arte Popular e Artesanato do
Concelho de Estremoz, ilustrado com desenho a tinta-da-china de Carlos Alves,
acompanhado de quadra de António Simões ”Barro incerto do presente /
Vai moldar-te a mão do Povo / Vai dar-te forma diferente /
P´ra que sejas barro novo”. O sobrescrito foi franqueado com selo de 8$50 da
Série Instrumentos de Trabalho, obliterado com carimbo comemorativo da
I Feira de Arte Popular e Artesanato do Concelho de Estremoz, reproduzindo
a roda de oleiro. Devido a insuficiência de porte, o sobrescrito foi porteado
pelos CTT. O sobrescrito foi-me endereçado pelo oleiro Mário Lagartinho da
Olaria Regional.

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