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quarta-feira, 19 de abril de 2017

Mestre Mário Lagartinho no acervo do Museu Municipal de Estremoz


 Mestre Mário Lagartinho (1935-2016)

Este o título da exposição que desde o dia 8 de Março e até 3 de Junho, estará patente ao público na Galeria D. Diniz, em Estremoz.
O certame visa ser espaço de homenagem a Mestre Mário Lagartinho (1935-2016), o último oleiro de Estremoz, falecido no passado dia 4 de Setembro. Para tal, dá a conhecer ao público os exemplares de figurado de Estremoz e as peças de olaria por ele criadas e que integram o acervo do Museu Municipal. A exposição pretende também sinalizar o de­saparecimento da arte oleira em Estremoz, já referida no foral afonsino de 1258.
Por iniciativa do Museu Municipal, a obra do Mestre já fora objecto de destaque recente nas exposições: “Mário Lagartinho - Olaria de Estremoz” (2004) e “Motivos decorativos na olaria de Estremoz do século XX” (2013), às quais há que acrescentar  “O vasilhame de barro  de Estremoz” (2012), graças à iniciativa da Associação Filatélica Alentejana.
Sob a epígrafe “MÁRIO LAGARTINHO, O ÚLTIMO OLEIRO DE ESTREMOZ”, tracei o seu perfil biográfico e fiz o seu elogio fúnebre no jornal Brados do Alentejo de 15 de Setembro passado. Também a Assembleia Municipal de Estremoz reunida em sessão ordinária no passado dia 24 de Setembro, por proposta do Grupo do PS aprovou por unanimidade um voto de pesar pelo falecimento do Mestre e recolheu-se num minuto de silêncio em sua Memória.
No E’ e sob o título SALVEMOS A OLARIA”, publiquei artigos em 17 de Novembro passado, 12 de Janeiro e 23 de Fevereiro. Neles e em resumo, dei conta que a olaria estremocense é das mais ricas do mundo, pela variedade morfológica das suas peças e pela diversidade e riqueza da sua decoração, constituindo por isso uma das expressões mais elevadas da nossa identidade cultural local. Nesses artigos também referi que quase sempre a transmissão de saberes oleiros foram transmitidos de pais para filhos e aprendizes. A interrupção desta cadeia é sempre uma tragédia e a olaria estremocense corre o risco de extinção. Igualmente salientei que a preservação da nossa memória colectiva e dos saberes tradicionais exige da parte da comunidade local, um esforço para que tal não aconteça. Não basta a nossa olaria estar musealizada. É preciso que esteja viva.
Tive oportunidade também de chamar a atenção para o facto de estar em curso uma Candidatura do Figurado de Estremoz a Património Cultural da Humanidade, na qual a comunidade local se revê e que tudo indica sairá vencedora. Não faz sentido que paralelamente se deixe extinguir a olaria local, a outra componente da nossa barrística. Temos que dar as mãos e unirmo-nos, para que tal não aconteça.

As fotografias seguintes foram recolhidas do Facebook do Município de Estremoz












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