Edifício da Olaria Alfacinha
Reabilitar o edifício da antiga Olaria Alfacinha,
destinando-o a Centro Interpretativo do Boneco de Estremoz, é um dos múltiplos
objectivos a atingir através da “PROPOSTA DE DELIMITAÇÃO DA ÁREA DE
REABILITAÇÃO URBANA – CIDADE DE ESTREMOZ”. Esta é apresentada num documento de
48 páginas, elaborado em Agosto de 2015, pelo Sector de Gestão Urbanística,
Planeamento e Projecto Municipal da CME.
O mesmo objectivo consta no “PLANO DE PORMENOR DE
REABILITAÇÃO URBANA – CIDADE DE ESTREMOZ”, documento de 47 páginas, produzido
em Julho de 2016, o qual aprofunda o documento anterior.
O último documento estima em 18 meses o tempo
necessário à elaboração da proposta técnica da revisão do Plano, a que há que
juntar o tempo necessário à tramitação e procedimentos de elaboração e
aprovação, os quais culminam numa “Discussão pública e subsequente ponderação
dos resultados”, a que se segue a “Aprovação pela Assembleia Municipal, sob
proposta da Câmara Municipal”.
A oportunidade do Plano é justificada pelo próprio:
“Possibilidade de captação de fundos comunitários, perspectivando-se que
advirão do programa de financiamento denominado “Estratégia Europa 2020 –
Portugal 2020” ”,
já que como nos diz “No quadro de Referência Estratégica Nacional 2014 – 2020 a Comissão Europeia
considerou a reabilitação urbana como o grande projecto para a Europa
Comunitária e como factor atenuante do desemprego para o sector da construção
civil e obras públicas”.
Casa do Alcaide-mor
Casa do Alcaide-mor
O “PLANO DE PORMENOR DE REABILITAÇÃO URBANA –
CIDADE DE ESTREMOZ”, no seu conjunto formula 18 excelentes objectivos gerais de
reabilitação urbana e 17 excelentes objectivos específicos, dos quais me
permito destacar o seguinte: “Incentivar e apoiar a reabilitação
do património cultural, como pilar de desenvolvimento fundamental, em
articulação com as entidades
tutelares, designadamente a Capela da Rainha Santa Isabel, a Antiga Casa da
Câmara, a Casa das Fardas, o Paiol de Santa Bárbara, o Prédio Militar 49, a Igreja de Santa Maria,
a Igreja dos Congregados, o Convento das Maltezas e o Palácio Tocha”.
Como a Casa do Alcaide-mor, aqui designada Antiga
Casa da Câmara, é propriedade municipal, porque é que o Município não elabora
um projecto para a sua reabilitação e o inclui no programa de financiamento
denominado “Estratégia Europa 2020 – Portugal 2020” ? Aqui fica a pergunta.
Centro Interpretativo do Boneco de Estremoz
Centro Interpretativo do Boneco de Estremoz
É sabido que a Casa do Alcaide-mor é um prédio
urbano composto por rés-do-chão, 1.º e 2.º andares, afecto a habitação,
com 423 m2 de superfície coberta e logradouro com a área de 556
m2. Há quem pense que a Casa do Alcaide-mor seria o edifício mais digno e
adequado para alojar o Centro Interpretativo do Boneco de Estremoz. Este deveria
também integrar a Faiança de Estremoz do séc. XVIII e a Louça de Barro
Vermelho. E a Casa do Alcaide-mor está ali tão perto do Museu Municipal…
A União faz a força
A União faz a força
Pela
sua composição, o acervo do Museu Municipal é o mais forte em figurado de
Estremoz. Mas há outros a nível local, como é o caso do pertencente ao Museu
Rural e que presentemente se encontra encaixotado no Palácio dos Marqueses de
Praia e Monforte. A eles há que juntar o espólio do Padre Mário de Brito
Aparício Pereira, Capelão da Santa Casa da Misericórdia de Vila Viçosa, doado
recentemente à Santa Casa da Misericórdia de Estremoz e que inclui
cerca de 1000 bonecos de Estremoz.
Não poderiam estas 3 colecções integrarem o Centro
Interpretativo do Boneco de Estremoz, sem nenhum dos proprietários perder a
titularidade do que legitimamente é seu? O Município, a Santa Casa da
Misericórdia e o Museu Rural não poderiam dar as mãos nesse sentido? É que a
união faz a força. A cidade de Estremoz merecia isso, assim como os seus
bonecos, cuja proclamação como Património Cultural da Humanidade, aguardamos no
final do ano em curso.
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