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sábado, 28 de novembro de 2015

Poesia Portuguesa - 063


A VIDA
FLORBELA ESPANCA (1894-1930)
  
É vão o amor, o ódio, ou o desdém;
Inútil o desejo e o sentimento...
Lançar um grande amor aos pés d'alguém
O mesmo é que lançar flores ao vento!

Todos somos no mundo "Pedro Sem",
Uma alegria é feita dum tormento,
Um riso é sempre o eco dum lamento,
Sabe-se lá um beijo donde vem!

A mais nobre ilusão morre... desfaz-se...
Uma saudade morta em nós renasce
Que no mesmo momento é já perdida...

Amar-te a vida inteira eu não podia...
A gente esquece sempre o bem dum dia.
Que queres, ó meu Amor, se é isto a Vida!... 

FLORBELA ESPANCA (1894-1930)

2 comentários:

  1. Sou um feliz possuidor da edição integral do seu livro SONETOS da Livraria Tavares Martins Porto de 1965. Um previlégio

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